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A preciosa distância dos filhos
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A preciosa distância dos filhos
E-book133 páginas1 hora

A preciosa distância dos filhos

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Sobre este e-book

"Os filhos de vocês não são seus filhos: Eles vêm através de vocês, mas não de vocês". O verso de Gibran Kahlil Gibran sintetiza o pensamento de A preciosa distância dos filhos. De maneira simples e prática, o Autor responde a perguntas instigantes de muitos pais, por vezes desorientados diante das surpreendentes atitudes de suas crianças.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de out. de 2015
ISBN9788578210939
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    A preciosa distância dos filhos - Egídio Santanchè

    Título do original:

    IL PREZIOSO DISTACCO DAI FIGLI

    © Città Nuova Editrice – Roma – 2000

    Tradução:

    João Bosco Nogueira Fontão

    © Editora Cidade Nova – São Paulo – 2002

    Revisão:

    Maria Rosa Kushnir e Ignez Maria Bordim

    Capa:

    Adriana Magalhães Rocha

    Foto:

    Joaci Oliveira

    Conversão para Epub:

    Cláritas Comunicação

    ISBN 978-85-7821-093-9

    (Original: ISBN 88-311-2525-7)

    Sumário

    APRESENTAÇÃO

    NÃO SABEMOS MAIS O QUE FAZER

    E NÃO QUEREM DEIXAR A CASA

    DÊ ESPAÇO…

    DEBAIXO DE UM GUARDA-SOL

    MAS AQUI MANDO EU, E ESTA CASA É MINHA…

    INDEPENDÊNCIA DEMAIS

    NA CAMA DE CASAL, NÃO!

    O TIO QUE NÃO SARA

    SE O GRÃO NÃO MORRER…

    MAS AFINAL, O PAI SERVE PRA QUÊ?

    ABAIXO A ESCOLA

    OS EMBALINHOS DE SÁBADO À NOITE

    O FILHO ÚNICO

    O PRIMOGÊNITO

    IMAGINÁRIO E RELIGIOSO: ONDE ESTÁ A FRONTEIRA?

    O RECÉM-NASCIDO, ESTE DESCONHECIDO

    O PESTINHA ’95

    AS CRIANÇAS E O SOBRENATURAL

    JOÃO PAULO E OS SEUS COLEGAS

    EXISTE OU NÃO O CIÚME?

    AS ORAÇÕES ERRADAS

    UM OLHAR PARA O FUTURO

    A FREQÜÊNCIA DE EMANUEL

    PAIS EM PONTO DE NEUROSE

    QUAL A VERDADEIRA VIOLÊNCIA?

    É NECESSÁRIO UM INTÉRPRETE

    TODO MUNDO FAZ ASSIM

    O DIFERENTE

    A PSIQUE-PAPA

    TRÊS MENINAS A SEREM CORRIGIDAS

    AMAR O FILHO COMO A SI MESMO

    MATILDE II DE CANOSSA…

    A ETERNIDADE, MINUTO POR MINUTO

    O QUE VAMOS FAZER COM OS E AS PESTINHAS?

    A PRINCESA, AS CRIANÇAS E A TELEVISÃO

    ELE NUNCA ESTÁ QUIETO!

    HELENA, A BONEQUINHA E AS INÚTEIS BOAS MANEIRAS

    VIOLÊNCIA PARA COM OS ALUNOS NAS ESCOLAS

    NAS CIDADES-PRISÕES

    PRESENTEAR? COMO, QUANDO…

    AINDA VIOLÊNCIA COM OS ALUNOS

    O AVÔ E A RÃ

    AS TRÊS AMIGAS MÃES SOLTEIRAS

    NU, SIM; NU, NÃO

    APRESENTAÇÃO

    O título deste meu terceiro livro¹ apresenta o conceito-chave que determina o sucesso ou o fracasso dos incomensuráveis esforços que tantos pais fazem — no silêncio e muitas vezes na incompreensão — para educar os próprios filhos. Parece contraditório, mas é exatamente desapegando-se dos filhos que os pais conseguem o melhor resultado. São os pais felizes que não consideraram os filhos propriedade sua. Deixaram-nos livres das suas atenções, certos de que, uma vez que a planta desabrochou, é suficiente regá-la de vez em quando. Pois ela sabe como orientar seus ramos e quando abrir as flores e, mais tarde, amadurecer os frutos.

    No entanto, ela precisa do calor e da luz do sol, que é irradiado para os filhos pela harmonia amorosa, constante e crescente dos pais. As flores não desabrocham no frio… Portanto, bastam poucas palavras, mas é preciso muito amor. Freqüentemente, porém, vive-se somente para os filhos, abarrotando-os de conselhos e sermões, sem ter confiança neles, fazendo no lugar deles as suas escolhas, temendo que se distanciem. Ao passo que, quem constrói um barco não vê a hora de ele deslizar, livre do estaleiro, para o alto mar… talvez em meio a lágrimas de emoção. A goiabeira não come suas goiabas e, quando estas amadurecem, oferece-as aos outros… sem se queixar.

    Egidio Santanchè

    1 Livros anteriores: O mundo desconhecido das nossas crianças e Dê espaço aos filhos (São Paulo : Cidade Nova).

    NÃO SABEMOS MAIS O QUE FAZER

    Após um período feliz, no qual nossos filhos faziam tudo o que deliberávamos para o bem deles, primeiro Sandro, de doze anos, e depois, de forma inesperada, também Francisca, dois anos mais nova, parece que agora fazem de propósito tudo ao contrário do que decidimos para eles. Afinal, são pequenos, têm pouca experiência na vida. Se desde já não querem fazer o que lhes dizemos para que cresçam sadios e felizes, o que não será amanhã, quando correrem o perigo da droga, das danceterias, do sexo fácil?

    A resposta, necessariamente breve, a esta questão é muito preciosa e útil para definir claramente o relacionamento pais-filhos, que, na minha longa experiência, poucas vezes percebi ser harmonioso e intenso, baseado numa clara distinção e delimitação do território de cada um. Para esclarecer isso, recorro a alguns pensamentos do escritor libanês Gibran Kahlil Gibran sobre os filhos. Em estilo poético, ele explicita bem a questão no seu livro O Profeta¹:

    Vossos filhos não são vossos filhos. / Vêm através vós, mas não de vós. / E, embora vivam convosco, não vos pertencem. Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, / porque eles têm seus próprios pensamentos. / Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; / pois suas almas moram na mansão do amanhã, / que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho. / Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós. / Porque a vida não anda para trás e não demora com os dias passados. / Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. / O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica / com toda sua força, para que suas flechas se projetem, rápidas, para longe. / Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria. / Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável.

    Há uma idade no desenvolvimento da criança na qual ela usa a palavra meu, a propósito e fora de propósito, para todos os objetos ou pessoas com que entra em contato. Contrariando o que diz Khalil Gibran (e ainda, de modo bem mais claro, o Evangelho), também os adultos usam, fora de propósito, o termo meu: meu filho, minha mulher, meu marido…

    O que é realmente negativo é o fato de isto não ser simples força de expressão, mas firme convicção de muitos pais, que consideram os filhos objetos de sua propriedade. Mesmo que estes já tenham ultrapassado bastante a maioridade, os pais acham que eles são sempre incapazes e precisam ser educados.

    Por causa desta convicção errônea, sentem-se sempre no dever de interferir, aconselhar, corrigir, sem confiar e acreditar nas capacidades nascentes dos filhos, que crescem muitas vezes numa atmosfera irresponsável, prontos a depois se rebelarem.

    Claro, nem sempre é assim. Mas, infelizmente, onde isso acontece, e é muito comum, quantos diplomas não são conseguidos para satisfazer pais exigentes, quantos casamentos não se frustram para contentar os pais?! Sim, porque muitas vezes os filhos devem realizar os desejos e as ambições nem sempre alcançadas dos pais. Deixemos então, por um momento, os pais-leitores (assustados com uma fase natural de distinção dos seus filhos) meditarem no que acabamos de dizer e, principalmente, escutarem as palavras muito claras e explícitas de Khalil Gibran. Qual é o meu conselho?

    Uma constatação: os filhos nem sempre aceitam passivamente tudo aquilo que os pais crêem piamente que deva ser dito para o bem deles. Aceitam, sem rejeitar, o exemplo silencioso e coerente, o amor que não tem segundas intenções. Também Paulo VI já dizia isto. O mundo precisa de testemunhas, não de mestres…

    1 Gibran, G. K. O profeta. São Paulo : ACIGI, pp. 15-16.

    E NÃO QUEREM DEIXAR A CASA

    Talvez seja por minha causa, pois sou uma mãe superprotetora, mas a questão é esta: meus dois filhos, que faz tempo atingiram a maioridade, ainda estão comodamente na casa dos pais, embora eles nos joguem isso na cara. Estou cansada de atender as vontades deles; algumas vezes pedi clara e energicamente ajuda à minha filha, mas sempre recebi um não seco.

    Todos conhecem aquela passagem bíblica que diz: E o homem deixará pai e mãe…, ou sabem de cor que os filhos são confiados aos pais. Mas qual é a realidade de hoje?

    Ao contrário da passagem do Gênesis — porque os filhos não querem deixar a casa — e contrariando o que todos sabem, os pais são muito apegados aos próprios filhos e se julgam indispensáveis, empanturrando-os de conselhos e cuidados, ainda que estes já sejam cinqüentões. Portanto, é claro que, no fim das contas, surjam dificuldades…

    À leitora mãe, com razão exausta e amargurada pelos nãos, explicamos que ela está colhendo os frutos do excesso de

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