A preciosa distância dos filhos
()
Sobre este e-book
Relacionado a A preciosa distância dos filhos
Ebooks relacionados
O poder de orar pelos filhos adultos Nota: 4 de 5 estrelas4/5É seu filho, não um hamster: Reduza o estresse na educação das crianças Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Dom de ser Avós: Construindo Relacionamentos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Educar sem culpa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmor e Disciplina para Criar Filhos Felizes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFilhos do Secreto: Olhando para além do espelho Nota: 0 de 5 estrelas0 notas5 Conversas Que Você Deve Ter Com Seu Filho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEntre Caminhos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSer Mãe Ou Ter Um Filho? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA diferença que a mãe faz: Transforme seu filho num homem extraordinário Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pais corajosos: Como impor limites amorosos e proteger seu filho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDesafios da adolescência na contemporaneidade: Uma conversa com pais e educadores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPais responsáveis educam juntos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Sete Legados: Devocional Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFilhos Do Coração Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPor que gritamos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Educação Contemporânea Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEm Busca Da Certeza Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Melhor Babá Do Mundo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBrincar, clicar, amar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRelacionamento Entre Pais E Filhos, Uma Questão De Honra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSou Adolescente! Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo ser mãe em hebraico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo ser um Herói para seus Filhos Nota: 5 de 5 estrelas5/5De Pai para Filho Nota: 4 de 5 estrelas4/5Meu filho cresceu, e agora?: um manual para lidar com a adolescência Nota: 5 de 5 estrelas5/5Manual do pai solteiro: Amor e humor pra levar a vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEu e Minha Rejeição: Como Finalmente Me Encontrei Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionamentos para você
S.O.S. Autismo: Guia completo para entender o transtorno do espectro autista Nota: 5 de 5 estrelas5/5As cinco linguagens do amor - 3ª edição: Como expressar um compromisso de amor a seu cônjuge Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos Eróticos Para Mulheres Nota: 5 de 5 estrelas5/5O reizinho autista: Guia para lidar com comportamentos difíceis Nota: 5 de 5 estrelas5/5A experiência da mesa: O segredo para criar relacionamentos profundos Nota: 4 de 5 estrelas4/5A arte da sedução: Edição concisa Nota: 5 de 5 estrelas5/5O amor não dói: Não podemos nos acostumar com nada que machuca Nota: 4 de 5 estrelas4/5Comunicação & intimidade: O segredo para fortalecer seu casamento Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Arte de Saber Se Relacionar: Aprenda a se relacionar de modo saudável Nota: 4 de 5 estrelas4/5O que não me contaram sobre o casamento mas que você precisa saber Nota: 5 de 5 estrelas5/552 coisas que você precisa entender nos homens Nota: 3 de 5 estrelas3/5Casamento blindado 2.0 Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Segredo das Mulheres Apaixonantes Nota: 4 de 5 estrelas4/5Tantra E Seus Segredos Nota: 5 de 5 estrelas5/54 Temperamentos e a Espiritualidade Nota: 5 de 5 estrelas5/5Esposa segundo o coração de Deus Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo sobre o amor: novas perspectivas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Casados & felizes: Não permita que seu casamento vire uma mala sem alça Nota: 4 de 5 estrelas4/5Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAutismo: um olhar a 360º Nota: 5 de 5 estrelas5/552 maneiras de esquentar o relacionamento Nota: 5 de 5 estrelas5/5Fui ser feliz e não volto: uma dose de amor próprio Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de A preciosa distância dos filhos
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
A preciosa distância dos filhos - Egídio Santanchè
Título do original:
IL PREZIOSO DISTACCO DAI FIGLI
© Città Nuova Editrice – Roma – 2000
Tradução:
João Bosco Nogueira Fontão
© Editora Cidade Nova – São Paulo – 2002
Revisão:
Maria Rosa Kushnir e Ignez Maria Bordim
Capa:
Adriana Magalhães Rocha
Foto:
Joaci Oliveira
Conversão para Epub:
Cláritas Comunicação
ISBN 978-85-7821-093-9
(Original: ISBN 88-311-2525-7)
Sumário
APRESENTAÇÃO
NÃO SABEMOS MAIS O QUE FAZER
E NÃO QUEREM DEIXAR A CASA
DÊ ESPAÇO…
DEBAIXO DE UM GUARDA-SOL
MAS AQUI MANDO EU, E ESTA CASA É MINHA…
INDEPENDÊNCIA DEMAIS
NA CAMA DE CASAL, NÃO!
O TIO QUE NÃO SARA
SE O GRÃO NÃO MORRER…
MAS AFINAL, O PAI SERVE PRA QUÊ?
ABAIXO A ESCOLA
OS EMBALINHOS
DE SÁBADO À NOITE
O FILHO ÚNICO
O PRIMOGÊNITO
IMAGINÁRIO E RELIGIOSO: ONDE ESTÁ A FRONTEIRA?
O RECÉM-NASCIDO, ESTE DESCONHECIDO
O PESTINHA ’95
AS CRIANÇAS E O SOBRENATURAL
JOÃO PAULO E OS SEUS COLEGAS
EXISTE OU NÃO O CIÚME?
AS ORAÇÕES ERRADAS
UM OLHAR PARA O FUTURO
A FREQÜÊNCIA DE EMANUEL
PAIS EM PONTO DE NEUROSE
QUAL A VERDADEIRA VIOLÊNCIA?
É NECESSÁRIO UM INTÉRPRETE
TODO MUNDO FAZ ASSIM
O DIFERENTE
A PSIQUE-PAPA
TRÊS MENINAS A SEREM CORRIGIDAS
AMAR O FILHO COMO A SI MESMO
MATILDE II DE CANOSSA…
A ETERNIDADE, MINUTO POR MINUTO
O QUE VAMOS FAZER COM OS E AS PESTINHAS
?
A PRINCESA, AS CRIANÇAS E A TELEVISÃO
ELE NUNCA ESTÁ QUIETO!
HELENA, A BONEQUINHA E AS INÚTEIS BOAS MANEIRAS
VIOLÊNCIA PARA COM OS ALUNOS NAS ESCOLAS
NAS CIDADES-PRISÕES
PRESENTEAR? COMO, QUANDO…
AINDA VIOLÊNCIA COM OS ALUNOS
O AVÔ E A RÃ
AS TRÊS AMIGAS MÃES SOLTEIRAS
NU, SIM; NU, NÃO
APRESENTAÇÃO
O título deste meu terceiro livro¹ apresenta o conceito-chave que determina o sucesso ou o fracasso dos incomensuráveis esforços que tantos pais fazem — no silêncio e muitas vezes na incompreensão — para educar os próprios filhos. Parece contraditório, mas é exatamente desapegando-se dos filhos que os pais conseguem o melhor resultado. São os pais felizes que não consideraram os filhos propriedade sua. Deixaram-nos livres das suas atenções, certos de que, uma vez que a planta desabrochou, é suficiente regá-la de vez em quando. Pois ela sabe como orientar seus ramos e quando abrir as flores e, mais tarde, amadurecer os frutos.
No entanto, ela precisa do calor e da luz do sol, que é irradiado para os filhos pela harmonia amorosa, constante e crescente dos pais. As flores não desabrocham no frio… Portanto, bastam poucas palavras, mas é preciso muito amor. Freqüentemente, porém, vive-se somente
para os filhos, abarrotando-os de conselhos e sermões, sem ter confiança neles, fazendo no lugar deles as suas escolhas, temendo que se distanciem. Ao passo que, quem constrói um barco não vê a hora de ele deslizar, livre do estaleiro, para o alto mar… talvez em meio a lágrimas de emoção. A goiabeira não come suas goiabas e, quando estas amadurecem, oferece-as aos outros… sem se queixar.
Egidio Santanchè
1 Livros anteriores: O mundo desconhecido das nossas crianças e Dê espaço aos filhos (São Paulo : Cidade Nova).
NÃO SABEMOS MAIS O QUE FAZER
Após um período feliz, no qual nossos filhos faziam tudo o que deliberávamos para o bem deles, primeiro Sandro, de doze anos, e depois, de forma inesperada, também Francisca, dois anos mais nova, parece que agora fazem de propósito tudo ao contrário do que decidimos para eles. Afinal, são pequenos, têm pouca experiência na vida. Se desde já não querem fazer o que lhes dizemos para que cresçam sadios e felizes, o que não será amanhã, quando correrem o perigo da droga, das danceterias, do sexo fácil?
A resposta, necessariamente breve, a esta questão é muito preciosa e útil para definir claramente o relacionamento pais-filhos, que, na minha longa experiência, poucas vezes percebi ser harmonioso e intenso, baseado numa clara distinção e delimitação do território de cada um. Para esclarecer isso, recorro a alguns pensamentos do escritor libanês Gibran Kahlil Gibran sobre os filhos. Em estilo poético, ele explicita bem a questão no seu livro O Profeta¹:
Vossos filhos não são vossos filhos. / Vêm através vós, mas não de vós. / E, embora vivam convosco, não vos pertencem. Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, / porque eles têm seus próprios pensamentos. / Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; / pois suas almas moram na mansão do amanhã, / que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho. / Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós. / Porque a vida não anda para trás e não demora com os dias passados. / Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. / O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica / com toda sua força, para que suas flechas se projetem, rápidas, para longe. / Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria. / Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável.
Há uma idade no desenvolvimento da criança na qual ela usa a palavra meu
, a propósito e fora de propósito, para todos os objetos ou pessoas com que entra em contato. Contrariando o que diz Khalil Gibran (e ainda, de modo bem mais claro, o Evangelho), também os adultos usam, fora de propósito, o termo meu
: meu
filho, minha
mulher, meu
marido…
O que é realmente negativo é o fato de isto não ser simples força de expressão, mas firme convicção de muitos pais, que consideram os filhos objetos de sua propriedade. Mesmo que estes já tenham ultrapassado bastante a maioridade, os pais acham que eles são sempre incapazes e precisam ser educados
.
Por causa desta convicção errônea, sentem-se sempre no dever de interferir, aconselhar, corrigir, sem confiar e acreditar nas capacidades nascentes dos filhos, que crescem muitas vezes numa atmosfera irresponsável, prontos a depois se rebelarem.
Claro, nem sempre é assim. Mas, infelizmente, onde isso acontece, e é muito comum, quantos diplomas não são conseguidos para satisfazer pais exigentes, quantos casamentos não se frustram para contentar os pais?! Sim, porque muitas vezes os filhos devem realizar os desejos e as ambições nem sempre alcançadas dos pais. Deixemos então, por um momento, os pais-leitores (assustados com uma fase natural de distinção dos seus filhos) meditarem no que acabamos de dizer e, principalmente, escutarem as palavras muito claras e explícitas de Khalil Gibran. Qual é o meu conselho?
Uma constatação: os filhos nem sempre aceitam passivamente tudo aquilo que os pais crêem piamente que deva ser dito para o bem deles. Aceitam, sem rejeitar, o exemplo silencioso e coerente, o amor que não tem segundas intenções. Também Paulo VI já dizia isto. O mundo precisa de testemunhas, não de mestres…
1 Gibran, G. K. O profeta. São Paulo : ACIGI, pp. 15-16.
E NÃO QUEREM DEIXAR A CASA
Talvez seja por minha causa, pois sou uma mãe superprotetora, mas a questão é esta: meus dois filhos, que faz tempo atingiram a maioridade, ainda estão comodamente na casa dos pais, embora eles nos joguem isso na cara. Estou cansada de atender as vontades deles; algumas vezes pedi clara e energicamente ajuda à minha filha, mas sempre recebi um não seco.
Todos conhecem aquela passagem bíblica que diz: E o homem deixará pai e mãe…
, ou sabem de cor que os filhos são confiados aos pais. Mas qual é a realidade de hoje?
Ao contrário da passagem do Gênesis — porque os filhos não querem deixar a casa
— e contrariando o que todos sabem, os pais são muito apegados aos próprios filhos e se julgam indispensáveis, empanturrando-os de conselhos e cuidados, ainda que estes já sejam cinqüentões. Portanto, é claro que, no fim das contas, surjam dificuldades…
À leitora mãe, com razão exausta e amargurada pelos nãos
, explicamos que ela está colhendo os frutos do excesso de