E a vida renasce entre as bombas...
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Sobre este e-book
Nasceu assim uma experi}encia de grande significado espiritual, que Silvana Veronesi, procura oferecer nestas páginas e que ainda conserva a beleza e o caráter genuíno daqules primeiros tempos.
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Pré-visualização do livro
E a vida renasce entre as bombas... - Silvana Veronesi
© Editora Cidade Nova – São Paulo – 1978
Revisão:
Ignez Maria Bordin
Projeto gráfico e capa:
Kelia Cristina Botta Rodrigues
Fotos:
© Centro Santa Chiara Media
Conversão para epub:
Cláritas Comunicação
6a edição revista
ISBN: 978-85-7821-151-6
Editora Cidade Nova
Rua José Ernesto Tozzi, 198
Vargem Grande Paulista – São Paulo – Brasil
CEP 06730-000 – Telefax: (11) 4158-8890
www.cidadenova.org.br
editoria@cidadenova.org.br
Sumário
Apresentação
1. Eram tempos de guerra
2. O Amor vence tudo
3. O mandamento novo
4. O primeiro Focolare
5. As notas escolares
APRESENTAÇÃO
Alguns anos atrás, um grupo de jovens desejou ter por escrito a história das origens de um dos mais vivos movimentos destes últimos anos, o Movimento dos Focolares.
Dirigiram-se, então, a uma das primeiras jovens que tinham vivido aquela experiência pioneira; aliás, ela era a mais jovem delas: Silvana, que, então, contava apenas quinze anos!
Estavam em plena Segunda Guerra Mundial, quando as bombas e as destruições tinham criado um vazio tão grande que, necessariamente, precisava ser preenchido por algo que nenhuma bomba fosse capaz de destruir.
Nasceu assim uma experiência para todo o mundo de grande significado espiritual, que Silvana procura oferecer nestas páginas e que ainda conserva a beleza e o caráter genuíno daqueles primeiro tempos…
Os editores
1. ERAM TEMPOS DE GUERRA
O NOVO PROFESSOR
Era um tipo original o nosso novo professor de religião. Era jovem e podia correr até o refúgio antiaéreo quando soava o alarma. O outro, já velho, não conseguia; por isso o substituíram. Todos o recebemos com simpatia, apesar de sua severidade. Até mesmo os alunos do terceiro ano do liceu¹ pediram uma aula suplementar de religião. Creio que era a primeira vez na história de nossa escola que isso acontecia. Eu começava a gostar dele, embora, em nosso primeiro contato, ele me tenha batido na cabeça com seu cordão franciscano somente pelo fato de eu ser uma moça. Ele não queria acreditar quando respondi a uma pergunta, feita de surpresa, que Jerusalém tinha sido destruída no ano 70 d.C. Insistia em que eu tinha lido a resposta no meu livro embaixo da carteira… O que não era verdade!
Apesar desse pequeno incidente, tornamo-nos bons amigos.
A guerra fizera de nossa classe, o terceiro ano², uma turma muito heterogênea: Aurora, menina pálida, que parecia ter doze anos; Carlo, que já se barbeava; a estudiosíssima Mary — a sabichona, como dizíamos — e que apelidamos de Giulietta
, devido a suas longas tranças loiras, que pareciam apropriadas para penderem das ameias de uma torre medieval.
As aulas aconteciam metade no refúgio antiaéreo, construído na colina, metade na escola primária de uma aldeia nos arredores de Trento, situada entre uma base de defesa antiaérea e um colégio para órfãos.
Nossa escola era muito divertida e cheia de novidades, principalmente para quem, como eu, aos quinze anos de idade, não se dava conta do perigo. Os aviões que diariamente, às quinze para as oito da manhã, sobrevoavam a cidade, à grande altura, mas luzentes e perfeitamente visíveis, não lançavam bombas, porque — pelas nossas deduções — voltavam de bombardeios feitos mais ao norte e, portanto, já deviam estar vazios.
Quando, então, a defesa antiaérea entrava em ação, escapávamos do refúgio para ver se algum projétil atingiria o alvo. Um dia, porém, as bombas caíram mesmo, semeando a morte. Uma parte da cidade, a mais pobre, foi destruída e, em seguida, outra. Daí em diante não houve mais tréguas. Os alarmes ressoavam continuamente.
Um dia, pela manhã, ao chegar à escola, vi muita gente que olhava um cartaz pregado ao lado do portão, em que se lia: Os jovens do ano de 1929 devem se alistar…
Eram os meus companheiros! À noite, nós os acompanhamos até os caminhões militares que os levariam ao longo da ferrovia. Era ainda a única linha que restava entre a Itália e a Alemanha. Teriam de refazer os aterros destruídos durante o dia pelas incursões aéreas. Enfim, já éramos grandes e sentíamos que não podíamos mais brincar com os alarmes…
Como é que o professor de religião ainda exigia que fizéssemos redações sobre temas de sua matéria? Já não bastavam as de latim e de grego? O título da primeira redação foi: Qual é a missão do jovem cristão (ou da jovem cristã) na sociedade?
Ele me vinha fazer essa pergunta, mas era justamente isso o que eu gostaria de saber! Já fazia algum tempo que eu me perguntava qual seria o sentido da minha vida e se era o caso de continuar ou não sendo uma boa menina
. Outras vezes, achava absurdo que uma pessoa nascesse e morresse sem deixar nada atrás de si. Da leitura dos livros que me caíam às mãos, deduzia que, para permanecer
, era preciso tornar-se um personagem famoso. César, Michelangelo, Catarina de Sena… fascinavam-me porque tinham deixado um rastro.
Eu já desenvolvera um tema semelhante, quando nos