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Sabine
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E-book292 páginas2 horas

Sabine

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Sobre este e-book

Em uma cidade do interior de São Paulo, Stefano é afligido por um câncer terminal que o mantem em uma cama de hospital Em um folego de esperança sua irmã Daniela viaja até a cidade de gramado, onde há noticias de um menino que opera milagres e é conhecido como a reencarnação de Jesus Cristo. Ao chegar vê a dimensão da coisa toda. O pequeno Cristo é chamado de Nanná e é muito diferente de qualquer curandeiro ou pastor mirim que Daniela havia visto. Seus milagres e curas são a base de um novo movimento, uma nova religião e um novo cristianismo. Daniela sabe que a volta de Jesus implica na confirmação do apocalipse de João e implica na ascensão do anticristo e no fim do mundo como conhecemos. A hora do julgamento talvez esteja mesmo se aproximando para Daniela... Resta a ela saber de que lado está.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de nov. de 2015
Sabine

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    Pré-visualização do livro

    Sabine - Thyago S. Bacchin

    "Eu, porém cantarei a tua fortaleza. Celebrarei desde

    manhã a tua misericórdia, porque te fizeste meu refúgio e

    proteção nos dias adversos".

    Em memória de Miguel Ângelo Bacchin Noli.

    SABINE

    A sala era pequena e tinha as janelas cobertas com folhas

    de Duratex, afinal, ninguém podia ver o que se passava lá dentro,

    havia uma lâmpada acesa, mas era tão fraca que deixava apenas

    um faixo de luz no meio da sala.

    A menina se retorcia e erguia as pernas alternadamente,

    elevando o joelho um pouco acima da linha da cintura

    rapidamente, um de cada vez. As calças de moletom amarelas

    eram apertadas e mal serviam em Sabine que já devia ter seus doze

    anos de idade naquela época. Mais alguns segundos trancada

    naquele lugar e ela não iria aguentar...

    - Ah...

    Ela não aguentou, fez xixi nas calças e molhou todo o chão.

    A porta se abre e a luz que vem do corredor faz com que a poça de

    xixi fique ainda mais visível, como se brilhasse.

    - Sabine. Não acredito que você fez isso! Putz! Vai tomar

    no cú! Porra! E agora? O cara tá vindo aí meu!

    - Desculpa Dona Renata, não deu pra aguentar, eu não tava

    conseguindo tirar a calça...

    - Claro que não, isso ai tá muito apertado, venha cá.

    Sabine se aproxima de Renata e então a mulher da um

    puxão na calça da menina e a deixa na altura dos tornozelos. –

    Agora tira isso ai e se enxuga.

    - Tô esperando, cadê a menina? Pergunta o homem ao

    entrar na sala.

    - Desculpa senhor Carlos, essa menina só dá trabalho pra

    gente, ela não vai poder atender agora, o senhor prefere escolher

    outra? Eu já falo pras meninas fazerem a apresentação de novo,

    pode deixar.

    - Não, não... Deixa tudo como está. - Diz Carlos ao olhar a

    menina de cabelos lisos e finos, com olhos desproporcionalmente

    grandes e com as calças abaixadas encharcadas de xixi.

    2

    SABINE

    Ele se aproxima de Sabine e a toca nos ombros. Vira-se e

    diz. – Pode ir Renata eu me acerto com ela aqui.

    - O senhor é quem sabe. – Diz a mulher, sai do quarto e

    fecha a porta. – Mas é cada pervertido que me aparece... Pensa

    olhando para o relógio e calculando. – Nove e meia eu volto.

    - Sabine né? Que nome diferente... Posso tirar isso? A

    menina não diz nada, o homem se abaixa e tira as calças de Sabine

    delicadamente.

    - Isso sim! Você é muito bonita menina! Diz ao torcer as

    calças sobre os pés de Sabine, então Carlos se abaixa e começa a

    lamber o chão e as canelas finas da menina, o bigode fica

    gotejando xixi assim q ele levanta o rosto do chão e começa a

    lamber freneticamente a vagina de Sabine.

    Sabine faz uma cara de incomodo e pensa. – Por que será

    que esses velhos carecas sempre deixam bigode? Machucam tanto

    a minha bucetinha... Depois fico toda ardendo... Fazer o que né?

    Vai, mama gostoso seu taradão filho da puta. -Diz ao apoiar as

    mãos na cabeça do velho e a empurrar ainda com mais força contra

    sua vagina.

    3

    SABINE

    SABINE

    4

    SABINE

    Anos depois

    Daniela posta mais um de seus textos no facebook:

    Alguém aí já ouviu sobre a teoria de que

    Jesus não morreu na cruz? E muito menos

    ressuscitou no terceiro dia?

    Costumamos olhar

    para as imagens da crucificação espalhadas nas

    igrejas católicas como um ato isolado, costumamos

    pensar erroneamente que Jesus foi o único a

    sofrer daquela maneira. Várias pessoas eram

    crucificadas semanalmente por diversos motivos,

    porém devo admitir nenhuma como Jesus Cristo, os

    crucificados ficavam agonizando durante dias, e

    esse sim era o grande martírio... A bíblia diz

    que Jesus morreu pela lança de um soldado após

    algumas horas na cruz, mas cá entre nós, isso

    seria inaceitável, se um soldado fizesse isso

    provavelmente seria condenado à morte. A

    brutalidade e o sofrimento da crucificação era

    justamente o tempo. Como um soldado decide

    encurtar esse tempo? Por que ele quis terminar

    com o sofrimento de Jesus? Pô, um bostinha de um

    soldado jamais teria autoridade para tal coisa...

    Vejamos outra coisa estranha: os seguidores

    de Jesus, os apóstolos, deixaram suas casas,

    famílias, bens e conforto para seguir um homem

    que era muito articulado, um excelente orador e

    um líder cativante... Percebam que não mencionei

    um fazedor de milagres... Na verdade isso nem era

    tão importante naquela época, existiam muitos

    5

    SABINE

    outros milagreiros, como por exemplo, Simão mago

    ou Apolonio de Tiana (procurem por aí sobre esses

    caras e vocês vão entender o que estou querendo

    dizer). Enfim, esses homens abandonaram tudo e

    juraram amor e fidelidade eterna a esse líder...

    Mas as escrituras nos dizem que nenhum deles

    estava ao pé da cruz no momento da morte de

    Jesus, Pedro não hesitou ao cortar a orelha de um

    soldado romano para evitar a captura de seu

    Cristo, mas negou conhecer Jesus por três vezes

    naquela mesma noite... Pedro ficou com medo de

    quê? O cara meteu a faca na orelha de um soldado

    armado, e depois da um vacilo desses?

    Vocês sabem onde Jesus foi sepultado? Um

    tal José de Arimatéia aparece do nada e cede o

    lugar para o sepulcro de Jesus... José de

    Arimatéia era de Arimatéia, assim como Jesus de

    Nazaré era de Nazaré, antigamente fazia-se muito

    isso para diferenciar pessoas que tinham nomes

    comuns, sempre era mencionado o lugar de onde a

    pessoa vinha... Aliás, embora reconhecido como

    Nazareno, Jesus nunca o foi. O fato de ter

    passado não só a minoridade como também o maior

    período de sua vida em Nazaré, fez com que sua

    comunidade o reconhecesse como um deles. Porém,

    Mateus em seu evangelho não nos deixou qualquer

    sombra de dúvidas quanto sua natalidade, ao

    dizer: "Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia,

    em dias do Rei Herodes"... Acho que seria mais

    correto chama-lo de Jesus de Belém... Enfim...

    Cara! Pra começo de conversa: O que esse José

    6

    SABINE

    tava fazendo lá? E pior, por que ele tinha um

    sepulcro em Nazaré? É como se eu morasse na Bahia

    e tivesse um túmulo em Minas Gerais.

    Continuar lendo...

    Sabine clicou em curtir e em seguida compartilhar.

    Noutro lado da cidade Rafael acompanha os feeds de

    notícia do Facebook em seu I Pad: - Da uma olhada no que essa

    mina compartilhou no face. – Diz Rafael apontando pra tela do

    computador. Lídia da uma olhada lê algumas poucas frases do

    texto e diz: - É uma retardada, já falei pra você excluir essas

    meninas, mas você parece que gosta de ter amizade com puta.

    - Não é isso amor, é que ela é minha aluna ué, se excluir vai

    pegar mal.

    - Você que sabe, só não reclama depois. – Diz Lídia

    cruzando os braços. – Esses adolescentes ficam pagando de ateus,

    mas nem sabem sobre o que estão falando. Rafael concorda

    assentindo com a cabeça, porém os argumentos da menina o

    deixaram com a pulga atrás da orelha.

    - Mas que é uma puta isso você não pode negar né? Já ouvi

    falar uma porção de coisas dessa aí... E as roupas que essa

    meninada vai pra escola então? Pelo amor... Reclama a mulher.

    Rafael abraça Lídia e os dois riem juntos, concordando

    sobre a vulgaridade das roupas das adolescentes de hoje em dia,

    naquela mesma noite os dois transaram e por mais de uma vez

    Rafael pensou nos seios e na bunda de sua aluna puta Foda, essa

    Sabine é uma gostosa mesmo. Pensa assim que entra no banho.

    7

    SABINE

    Flávia desce correndo as escadas e quase tropeça no carrinho de

    controle remoto que seu irmãozinho havia deixado no penúltimo

    degrau. – Mas é um lazarento esse moleque! Pensa irritada. – Tô

    super atrasada.

    - Peraí mãe! Grita na janela para a mãe que já esta no carro

    esperando para leva-la à escola. Apanha uma blusa e sai.

    8

    SABINE

    Sabine está exausta, trabalhou o dia todo no supermercado

    e agora ainda teria de aguentar duas aulas de matemática, uma de

    sociologia, duas de português e uma última de filosofia. – The show

    must go on! Parafraseando em pensamento Fredie Mercury ao

    adentrar os portões da escola Comendador Aurélio Nova.

    Entra com a cara fechada de sempre, fala oi pra um

    conhecido que nem mesmo lembra o nome e vai direto para classe

    - Chega antes que a maioria dos alunos, isso porque nenhum aluno

    ia direto pra classe, todos tinham conversas e fofocas pra colocar

    em dia, todos tinham que rir das piadas do Ricardo que era o

    palhaço da classe, todos tinham que reclamar da mãe e do pai que

    não os deixavam ir a determinada festa ou então reclamar de seus

    relacionamentos que eram construídos e destruídos pelo advento

    das redes sociais... Todos menos Sabine.

    Sabine não tinha mãe e pai ou alguém de quem pudesse se

    queixar, não tinha relacionamentos e nem participava muito de

    redes sociais, ao menos não durante os dias de semana. Na escola

    Sabine não tinha com quem fofocar e nem de quem fofocar, mas

    nada disso lhe fazia falta, nada a incomodava, os amigos que tinha

    eram mais velhos e nem estudavam mais, não tinha

    relacionamentos porque não queria, era muito admirada pelos

    meninos e até pelos adultos. Seu rosto era pálido e

    ‘desproporcional’ mas de uma maneira agradável, seus olhos eram

    enormes, seu nariz minúsculo e arrebitado, o rosto em forma de

    gota ao contrário e cabelos longos na cor do mel criavam uma

    combinação muito distinta, porém atraente... O corpo tinha forma

    de ampulheta e seus seios eram como dois balões rosados com

    pequenas linhas azuladas, pelo menos era o que se via pelo decote

    em V de sua onipresente blusa de tricô sempre impecavelmente

    branca.

    Naquela noite Sabine cochilou na carteira não havia nem

    começado a primeira aula e só foi acordar na última, a do professor

    9

    SABINE

    Rafael... Só acordou por conta de um comentário do professor

    sobre postagens de certas pessoas no Facebook cujo conteúdo

    havia sido o assunto de sua aula passada naquela classe.

    - Sabine, acorda aí. Diz Flávia empurrando o ombro direito

    da menina que sentava logo atrás dela. – O professor tá falando de

    você.

    Sabine abre os olhos e enxuga a saliva que escorria no

    canto da boca com a manga da blusa. – Pois é, olha lá, quando a

    gente pensa que ela não esta prestando atenção eis que acorda. Diz

    Rafael seguido de uma risada coletiva.

    - Na aula anterior falávamos sobre a necessidade de

    questionar... Sabine. Fiquei realmente empolgado ao ler algumas

    coisas que postou nas redes sociais ontem... Por que não divide

    isso com a classe? Diz Rafael chegando perto da carteira da

    menina. – Acho que seria bem interessante, a partir daí podemos

    criar uma dinâmica na classe... Que me diz?

    - Não, acho que não... Na verdade não postei aquilo... Só

    compartilhei. Responde Sabine

    - Ah sim, mas mesmo assim aquele texto era bem

    interessante.

    - Que bom! Responde.

    - Você sabe quem o escreveu?

    Um silêncio e a menina olha o professor sem esboçar

    nenhum sentimento ou emoção. O professor se constrange e então

    volta para frente da classe percebendo que havia ultrapassado uma

    barreira ou faltado com a ética ao comentar assuntos de cunho

    pessoal.

    - Gente, o questionamento e a curiosidade são sempre

    validos, e ainda melhor quando são embasados em argumentos... A

    aula prossegue e Sabine recosta a cabeça na carteira e volta a

    dormir.

    10

    SABINE

    Na volta pra casa Sabine está irritada e começa a pensar

    que talvez o conselho tutelar vá aparecer em sua casa novamente e

    fazer mil perguntas sobre seus pais... Havia recebido uma carta da

    prefeitura, mas nem abriu, não queria ler aquilo, não queria ler

    coisas ruins, que a deixavam desanimada... Pensa na barra que

    estava enfrentando com um amigo doente e logo em seguida

    desvia o pensamento para algo bom, pra ver se melhorava o

    humor... Lembra-se de sua curta, porém marcante experiência com

    uma mulher que talvez fosse o mais próximo de uma mãe que ela

    já havia conhecido.

    - Ei menina! Venha cá!

    Sabine joga uma pedra no carro da mulher e vira as

    costas.

    - Menina! Diz a mulher ao sair do carro e ir em direção a

    menina suja e maltrapilha que mostrava tanta animosidade. –

    Menina, não vou lhe machucar, só quero lhe perguntar uma coisa.

    - O quê você quer? Diz Sabine irritada e virando-se de

    volta em direção à mulher.

    - Calma, só quero conversar. Ela se senta na sarjeta e pede

    para que Sabine faça o mesmo. – Eu tenho uma sobrinha do seu

    tamanho e sei que não é fácil ser criança, olha a foto dela. E então

    lhe mostra uma foto 3x4 de Giulia sua querida sobrinha.

    Sabine olha a foto e não responde nada. – a mulher coloca

    a foto de volta na bolsa e lhe diz: - Como você se chama?

    - Sabine.

    - Meu nome é Sandra, e acho que podemos ser boas amigas

    Sabrina.

    - Sabrina é o caralho, você é surda? Meu nome é Sabine.

    Aquela mulher havia ignorado toda a agressividade de

    Sabine, fez o que ninguém até então havia feito; não deixou com

    que a aparência e o mau cheiro da menina que na época tinha

    11

    SABINE

    aproximadamente oito anos de idade a impedisse de se aproximar e

    ajudar.

    Sabine foi morar com Sandra algumas semanas após esse

    encontro, e lá foi feliz por um bom tempo, tinha roupas limpas,

    boa comida e uma cama pra dormir a noite...

    Muito havia passado e Sabine ainda tinha algumas coisas em sua

    casa atual que pertencera a Sandra; uma caixinha com agulhas e

    rolos de linha, um disc man que funcionava ainda, duas ou três

    revistas antigas e inúteis, mas que por algum motivo ela tinha dó

    de jogar fora, roupas,

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