Short movies
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Short movies - Gonçalo M. Tavares
Índice
Breve nota
O piano O piano
A máscara
O táxi
A dança
A louca
A pobreza
O anjo
A procura
O rosto da mulher
O cavalo
A notícia
A fotografia
A concentração
A natação
Demonstração de humanidade
Um braço, várias mulheres
O pressentimento da mãezinha
O homem
O importante
A lixeira
O vento, a roupa
O que terá acontecido, senhor?
O quadro do menino Jesus
O menino no sítio perigoso
Visto de helicóptero
O crescimento dos animais
A anotação
Um penhasco
O lixo
A pistola
O secador de cabelo
O número 76
Aprender
As mãos
A bicicleta
Aprender
Os irmãos
A mulher triste
Os soldados
Bater palmas
A máscara
Um, dois
O espelho
A menina
A mercearia
O muro
A mesa
Nove
Barulho
Destroços
Maratona
A oração
O mais forte
Encontros
O rosto
O jogo
A zanga
Uma falha moral
A fotografia
O sapato
Queda
A equipa de reportagem
Homem e mulher
Galinhas
O relógio da torre
O homem que nunca viu neve
O rosto
Professor
A fuga
Sobre o autor
Texto da orelha
Coleção Gira
Créditos
Breve nota
Tentativa de levar a escrita do cérebro aos olhos e de não a deixar sair daí. Evitar que se pense, transferir tudo para uma questão óptica. Não penses, vê — e vê, não penses. Mas ver o que nos é mostrado e ver ainda o resto. Ao lado, em cima, em baixo, antes, depois.
Um piano com as teclas partidas, rodeado de água, talvez num pequeno lago.
O dono do piano chega até ele, com água pelos tornozelos.
A mulher e os filhos morreram na catástrofe, mas agora ele localizou o piano que, com o desabamento da casa, desaparecera.
Chegado ao pé do piano, o homem toca numa tecla quase por instinto, para ver se ainda funciona.
Há muito barulho na cidade, há sirenes de ambulância por todo o lado e por isso ele não tem a certeza se o que ouviu foi resultado do seu toque no piano. Mas o piano está de tal forma desfeito que é impossível alguma tecla ainda funcionar.
De qualquer forma, o homem — que acabou de perder a mulher e os filhos — terá perdido também por completo a razão ou então terá ganhado uma outra forma de olhar para o que lhe acontece; e isto porque, em pleno alvoroço, na altura em que há mortos por todo o lado, e no momento em que cada um procura encontrar os seus familiares e confirmar se eles ainda estão vivos, é nessa altura que esse homem subitamente grita — e pede ajuda.
Mas naquele momento ninguém o vai ajudar a resgatar um piano.
A máscara
Um homem com uma máscara de gás na cara. O rosto disforme. Como se fosse um monstro. Ele faz depois os gestos de um chimpanzé. Põe as mãos curvadas e simula os pequenos saltos e movimentos do chimpanzé.
O plano abre-se. Vemos para quem ele está a fazer aquilo. É para uma mulher. Uma mulher muito velha. Moribunda; ligada a várias máquinas e com soro a entrar no braço. Mesmo assim, a velha mulher sorri, primeiro; depois ri, ri muito, não consegue parar de rir. Só a vemos a rir, como se tivesse perdido o controlo.
O táxi
Uma mulher levanta o braço. Está no passeio. Não tem pressa, mas levanta o braço e acena com a mão. O táxi não pára. Está vazio, mas não pára.
A mulher veste calças elegantes, castanhas. Tem um lenço ao pescoço.
De novo, vemos a sua mão levantada a