A criança em ruínas
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Sobre este e-book
Este é o primeiro livro de poesia deste premiadíssimo escritor português a ganhar uma edição no Brasil.
Livro vencedor do Prêmio da Sociedade Portuguesa de Autores.
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A criança em ruínas - José Luís Peixoto
Edição apoiada pela Direção-Geral do Livro,
dos Arquivos e das Bibliotecas / Portugal
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A criança em ruínas
Arte poética
1
na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
ainda que tu estejas aí e tu estejas aí e
o teu sono anoiteceu mais que a noite
o silêncio solar das manhãs
há o silêncio circunscrito à tua volta
este foi o ano em que nasceste
caminha pelo teu corpo um silêncio como uma aragem
tu forma de homem pessoa
mãe queremos ainda passear
entre as manhãs que sofremos, entre as esperas de tudo o que não nos quis,
a morte é esta caneta que não é os meus dedos.
não te pergunto de onde chegas?,
tudo será arrumado um dia.
vejo na minha caligrafia as escadas do meu destino.
estou sozinho de olhos abertos para a escuridão. estou sozinho.
ninguém.
2
quando nasci. esperava que a vida.
olho as minhas mãos. nas minhas mãos tudo passa.
espelho, és a terra onde as raízes rebentam de mistérios.
estou deitado sobre a minha ausência,
entre mim e o meu silêncio há gritos de cores estrondosas
quantas vezes apostaste a tua vida?
a primavera chegou antes do tempo a esta sala.
estou sentado numa cadeira simples
entre as palavras da minha voz, as minhas palavras, renasce um silêncio
há saudade para sentir como há livros nas prateleiras a fechar mundos
como não tenho lugar no silêncio onde morrem as gaivotas,
estou só numa praça vazia sem mim
eram as estrelas, caminhante,
3
fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
tenho aquela que me olha e que olho
não posso encontrar mais
pergunto se posso dizer o teu nome a uma flor
subimos a torre eiffel
o marulhar do teu
era sangue nas mãos deles do teu
hoje não há vento e posso ver-te melhor
não quero mentir mais. estou cansado de mentir.
no tempo em que éramos felizes não chovia.
dá-me alguma da tua pele terra
se esta é a história de dois que se resgataram da vida,
estou aqui. esta mesa. tu estás sentada num sofá que só posso imaginar
ultimamente não consigo dormir e não consigo acordar. ontem
todo o amor do mundo