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Sua Majestade, A Codependência
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Sua Majestade, A Codependência
E-book262 páginas3 horas

Sua Majestade, A Codependência

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Sobre este e-book

O Livro SUA MAJESTADE, A CODEPENDÊNCIA, tem como objetivo principal, fazer emergir das profundezas de águas profundas e revoltas, o “caminho das pedras”, para a busca da aceitação do problema como um todo, possibilitando ao leitor a fazer novas escolhas e por fim, manter-se no processo de sua recuperação. Para tanto, descreve a codependência como realmente ela é, de forma a desmistificá-la; apresenta resultados de pesquisas, as quais apontam as suas possíveis causas; demonstra como se processa a codependência, assim como os seus efeitos; e, finalmente, relata os caminhos da recuperação, permeados com casos reais. É um texto bastante oportuno, visto que apesar de milhares de pessoas serem afetadas pela codependência, a grande maioria nunca ouviu falar sobre a mesma, e nem sabe de sua existência! De modo que, muito embora, nem sempre, a manifestação da codependência seja decorrente da convivência com dependentes químicos, em geral, os codependentes só buscam ajuda, quando eventualmente um de seus entes queridos iniciam um tratamento, em decorrência da dependência química, ocasião em que profissionais especializados na problemática, os aconselha a buscar tratamento também para eles próprios. Antes disso, normalmente seus sofrimentos são tratados, com foco apenas em sintomas, tais como: depressão, ansiedade, baixa autoestima etc., cujos resultados são de curto prazo, já que as raízes, as causas dos problemas normalmente não são consideradas. Tem sido como apagar um incêndio, com ventiladores para dispersar a fumaça, em vez de jogar água nas fontes das chamas. Finalmente, a leitura desse livro é altamente recomenda para codependentes em geral, membros de grupos de autoajuda a codependentes, familiares de dependentes químicos, transtornos mentais e/ou outras compulsões, assim como para profissionais de saúde que militam nessa área.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de fev. de 2023
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    Sua Majestade, A Codependência - João Batista Gonçalves

    PREFÁCIO

    Há alguns anos, Sônia Eli La Femina, coordenadora de um dos grupos de autoajuda a familiares de dependentes químicos, para o qual prestei serviços como voluntário por um bom tempo, após termos assistido mais uma de várias palestras cujo tema era codependência, chamou-me em particular e me disse: Essa foi mais uma das palestrantes que acabou por desviar do assunto e focou fundamentalmente em dependência química. É como se tivessem receio e recorressem a uma espécie de censura para evitar falar de uma problemática que afeta os familiares dos dependentes, como pais, cônjuges e filhos, além de outras pessoas próximas, as quais, se não tratadas, podem ficar profundamente doentes, além de dificultar o processo de recuperação de seus entes queridos. Será que você conseguiria preparar e ministrar uma palestra que trate 100% da codependência?. De pronto, respondi que sim. Até porque seria muito difícil dizer não à Sônia (Soninha, para os amigos), uma pessoa delicada, gentil e que, ao lado de seu marido, Douglas¹, fez, por muitos anos, um tremendo, um gigantesco trabalho de apoio voluntário voltado aos familiares codependentes que frequentavam aquele grupo.

    Assim que a palestra ficou pronta, ministrei-a primeiramente para o grupo coordenado por Sônia e, depois, para vários outros, cujo retorno positivo dos espectadores, além de ter recompensado o meu esforço, estimulou em mim a vontade de estudar mais ainda o assunto, transformando-o em livro. Para tanto, aprofundei-me na temática por meio de exaustivas leituras e estudo de vários textos de livros e revistas, assim como mediante uma pesquisa de campo, a qual levei a cabo com ajuda dos próprios frequentadores de diversos grupos de autoajuda para codependentes, localizados em várias regiões da cidade de São Paulo.

    Interessante que, além do incentivo da Sônia, da boa vontade das pessoas que responderam às questões da pesquisa e da revisão das análises estatísticas dos dados das informações coletadas, executada por Roberto Carlos Mayer, jamais imaginei que também receberia a contribuição de uma pessoa que nem sabia que eu estava escrevendo um livro, mas que foi determinante para a definição do título e da forma de apresentação do texto.

    Uma vez concluídas as pesquisas, já com todo o material em mãos e mil ideias na cabeça, mas ainda em processo de escolha e definição do título e elaborando o melhor modo de relatar as conclusões às quais havia chegado, inesperadamente, como que do nada (...), durante uma das sessões de análise com o Noah², um de meus analisandos codependentes, ele me disse algo mais ou menos assim: Sinto-me como se estivesse sendo acompanhado diuturnamente, ou melhor, como se estivesse sendo dirigido por uma espécie de ‘entidade’ invisível, a qual me leva a repetir, vez após vez, o mesmo tipo de decisão, os mesmos descaminhos, mesmo sabendo, conscientemente, que as tentativas anteriores deram errado. E, então, fico me perguntando: será que é fruto do destino, se é que ele existe, ou existiriam outras razões, as quais desconheço?

    Logo depois daquela sessão, refletindo sobre o que ouvi, acabei tendo um insight³, que me levou a determinar duas diretrizes para este livro, a saber:

    •Definir o título como Sua Majestade, a codependência para representar um poder absoluto, uma força aparentemente estranha, nunca vista, mas sentida, que atua sobre os codependentes, determinando, de certa forma, suas atitudes e comportamentos ao longo de suas vidas e fazendo com que eles sejam sempre repetitivos, apesar do enorme sofrimento pelo qual passam. Essa anomalia pode ocorrer com maior ou com menor intensidade de pessoa para pessoa, porém ocorre com todas elas. É exatamente isso que se sucede com todos os codependentes, os quais já acompanhei e venho acompanhando, seja como voluntário em grupos de autoajuda, seja como psicanalista.

    •Nomear e dar vida à Sua Majestade, a codependência, transformando-a em uma entidade que é, ao mesmo tempo, invisível e presente, e que assume o papel de narradora, escutando e reportando os diversos diálogos, como se estivesse falando e chamando a atenção do leitor a cada momento. Assim, Sua Majestade, a codependência, como narradora do conteúdo deste livro, acaba por responder quem, afinal, é ela: se é uma doença, quais as suas causas, qual a sua relação com o histórico familiar, como se processa e se há uma porta de saída, uma esperança para o codependente…

    Este livro, composto de oito capítulos e dois apêndices, propõe responder as várias questões que normalmente são feitas, que, resumidamente, são as que se seguem:

    •No capítulo 1, discute-se o que é a codependência, como ela se faz presente e por que permeia grande parte da humanidade;

    •No capítulo 2, tenta-se responder se a codependência é uma doença, como ela é entendida etc.;

    •No capítulo 3, discute-se sobre suas possíveis causas, além de possibilitar ao leitor, por meio de respostas a uma série de questões, revisitar a sua relação histórica com a dependência química e/ou transtornos mentais e compulsões diversas;

    •No capítulo 4, há várias questões abordando uma série de características, compostas de sentimentos e comportamentos típicos da codependência, cujas respostas, somando-se às da revisita feita no terceiro capítulo, possibilitam ao leitor, de certa forma, se assim o quiser, fechar um autodiagnóstico, o que lhe permitirá identificar se já é um codependente ou se tem potencial para vir a ser;

    •No capítulo 5, com base na pesquisa de campo já mencionada, tenta-se responder se há realmente correlação positiva entre as características - sentimentos e comportamentos da codependência e o histórico familiar;

    •No capítulo 6, descreve-se como é o processo contínuo da codependência, que é subdividido em seis estágios;

    •No capítulo 7, há uma descrição sobre como é o processo também contínuo, de recuperação da codependência, o qual também é subdividido em seis estágios;

    •No capítulo 8, há vários relatos de casos verídicos, retratando, na prática, todo o processo de recuperação da codependência, estágio por estágio.

    •Nos apêndices, encontram-se o relatório da pesquisa de campo(I), assim como o Roteiro dos 12 Passos, legado dos Alcóolicos Anônimos (AA), adaptado para codependentes(II).

    Creio ser este livro totalmente oportuno, visto que a dependência química e a sua alma gêmea, a codependência, são, sem dúvidas, graves problemas de saúde pública, apesar da pouca atenção que se tem dado a ambas, principalmente para a segunda.

    Os desafios que se apresentam podem ser comprovados pelo Levantamento Nacional de Famílias de Dependentes Químicos (Lenad Família), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado na capital paulista em 3 de dezembro de 2013, o qual apurou que pelo menos 28 milhões de pessoas no Brasil tinham, à época, algum familiar dependente químico. Considerando-se o tempo transcorrido e a ausência da devida prioridade para o enfrentamento desse enorme desafio, se houve alguma mudança nesses números, arrisco-me a dizer que provavelmente foi para pior. E isso sem contabilizar o número de familiares afetados pela convivência com portadores de transtornos mentais e/ou diversos tipos de compulsões, cujos impactos são semelhantes aos da dependência química.

    Dessa maneira, recomendo não somente a leitura deste livro, mas um profundo estudo do texto em geral, especialmente dos relatos reais, por grupos de autoajuda a codependentes, por familiares de dependentes químicos, transtornos mentais e/ou outras compulsões, assim como por profissionais de saúde que militam nessa área.

    Desejando-lhes uma boa leitura, passo agora a palavra para a Sua Majestade, a codependência!

    João Batista Gonçalves


    ¹ Douglas João La Femina, engenheiro que não virou suco*, mas que se transformou em um excelente psicólogo especializado em dependência química e codependência. Infelizmente, viajou antes do combinado, deixando-nos órfãos e com muitas saudades. Entretanto, não se foi antes de nos deixar o legado da grandeza do trabalho voluntário, demonstração cabal de doação e de amor incondicional a um outro ser humano.

    * Um engenheiro desempregado, durante a recessão dos anos de 1980, a chamada década perdida da economia, virou dono de uma lanchonete localizada na Av. Paulista, 691, em São Paulo, à qual deu o criativo nome fantasia de Engenheiro que Virou Suco (matéria de Renata Cafardo para o jornal O Estado de São Paulo – 26/07/2008).

    ² Exceto o nome do autor e alguns outros (Sônia Eli La Femina, Douglas João La Femina e Roberto Carlos Mayer), todos os demais são fictícios, visando a manter o anonimato dos respondentes/depoentes. Nessa mesma linha, não utilizei as datas e mudei nomes de bairros, regiões da cidade, estações de metrô e do grupo de autoajuda. Portanto, se algum dos vários nomes e endereços que constam deste livro for igual ao seu, terá sido por mera coincidência. Todavia, todos os relatos e depoimentos constantes deste livro são reais.

    ³ Clareza súbita na mente de um indivíduo; iluminação, estalo, luz.

    Capítulo 1

    Afinal, quem sou eu, como me comporto e como me transporto de geração em geração?

    Entre bilhões de pessoas no mundo, incluindo as que já passaram por aqui e as que hoje o habitam, certamente poucas delas ouviram falar sobre mim. No entanto, tenho estado presente, menos ou mais intensamente, junto a uma boa parte delas, no decorrer de toda a história da humanidade. Por todos os tempos, tenho acompanhado e sido levada – ou melhor, trazida – de geração em geração pelos seres humanos, até aos dias de hoje. Tornei-me algo tão forte, por todo esse tempo de intensa presença, que mais pareço uma entidade, apesar de nada ter a ver com aspectos transcendentais. Sou, na verdade, uma espécie de elo da corrente, o qual mantém a minha presença desde sempre. Ao mesmo tempo em que posso transmitir, de geração para geração, uma gama de comportamentos, sou também capaz de acorrentá-las, como se passassem a ter profundo comprometimento comigo, de forma a me manter viva, mesmo que isso ocorra à custa de suas próprias vidas – ou, pior ainda, de suas sofridas existências!

    Certamente, estive presente no convívio dos chamados povos pré-históricos, das grandes civilizações, dos impérios, culturas e povos dominantes de suas respectivas épocas, como: chineses, egípcios, hebreus, sumérios, indianos, mongóis, gregos, romanos, maias, incas, ibéricos, anglo-americano etc., até chegar aos dias de hoje, independentemente de esses povos terem adotado (ou adotar) um deus para cada coisa, seja um deus trino ou mesmo um deus único. Nenhuma característica particular, como raça, religião, estado social ou região do mundo, conseguiu evitar a minha presença. Tanto é verdade que, neste momento, estou falando de mim mesma a você, que certamente tem interesse em me conhecer. E, quem sabe, após me conhecer melhor, você passará a saber mais sobre si mesmo.

    Para que me conheça profundamente, vou confessar a você algumas das minhas características, as quais, dependendo da situação que você vive agora, poderão também fazer parte de você, condição essa que às vezes me causa até ciúmes, pois me sinto totalmente roubada dos meus atributos. E, apesar de muitas vezes trazerem problemas, você pode até passar a gostar desses atributos. Pode ser, inclusive, que você já tenha recebido vários elogios por tais comportamentos, reforçando-os. Se isso tiver acontecido, você já se apoderou e, cada vez mais, continuará se apoderando de mim, até nos fundirmos, de modo que você se transforme em mim e eu em você. E, com o tempo, já nos tornamos ou nos tornaremos em uma só entidade: eu em você, você em mim. Mais que uma sombra ao lado, já nos tornamos ou nos tornaremos em uma só pessoa.

    Como se fosse portadora de um transtorno dissociativo de identidade,⁴ tenho a capacidade de assumir os mais variados papéis, dependendo das circunstâncias e, até mesmo, das intenções. Profundamente manipuladora, faço, em meus relacionamentos, uso direto de meias-verdades. Às vezes, apresento-me como boazinha, cuidadora e ajudadora, uma verdadeira heroína, a salvadora da pátria. Em outras oportunidades, sou controladora e autoritária, aquela que sabe de tudo, que entende o que seria melhor para todos. Em outros momentos, ainda, faço o papel de palhaça, levando os outros a sorrir, ainda que eu mesma esteja chorando por dentro. Também posso me posicionar e ser identificada como uma mártir, uma coitadinha, a que reclama de tudo, que se diz inocente e culpa a todos pelo que deu errado, transformando-me em uma autêntica vampira de energias.⁵ Sempre que você se comportar de uma dessas maneiras, assumindo uma dessas personas,⁶ um desses papéis, estará sendo parte de mim, como se fosse eu mesma. Consequentemente, estará também servindo de elo da corrente que me manterá, mesmo que de maneira inconsciente, junto aos seus familiares e pessoas com as quais você se relaciona, assim como, no futuro, por intermédio de seus descendentes — possivelmente, para sempre. A não ser que você ou algum deles resolva fazer diferente, de forma a quebrar a corrente, deixando de ser meu súdito.

    Do contrário, ainda que adormecida, mesmo que hibernando como uma ursa no inverno, a qualquer gatilho terei a chance de acordar de novo, florescer e transformar você em um ser que procurará, na maioria das vezes, envolver-se em relações problemáticas, ora fazendo sequestros emocionais, ora sendo sequestrado emocionalmente. Uma vez após a outra. Você passará a focar sempre nos outros – não por amor incondicional ou amizade, mas, sim, pela doença, pela busca do poder e do controle sobre eles. Seus relacionamentos serão sempre iniciados, mesmo que inconscientemente, com o objetivo de transformar e controlar as outras pessoas, para que elas venham a ser exatamente como você gostaria que fossem.

    Em muitos estudos já feitos sobre mim, por meio do comportamento das mais variadas pessoas, acabaram por identificar uma série de possíveis causas que podem ter levado muitos seres humanos – talvez até você – a se tornarem, como se costuma denominar, codependentes. Sim, creio que há várias causas para a minha existência e, como não sou tão má assim, vou relatá-las, para que você possa entender minhas possíveis raízes e as minhas consequências. No entanto, o mais importante para você, além de entender de onde venho e quais são os meus comportamentos, é descobrir o que deveria fazer para se libertar de mim. Porque, se fizer a escolha da liberdade, você passará a ter seu livre-arbítrio de volta e quebrará o elo da corrente, de forma a não ensinar às pessoas com as quais convive – e, principalmente, aos seus descendentes – seus próprios comportamentos codependentes. Considerando-se as milhares de pessoas que estão umbilicalmente ligadas a mim, escravas de meus comportamentos e que se negam a deixar-me,⁸ a eventual perda de um súdito como você não me fará nenhuma falta e muito menos ameaçará a minha continuidade. Até porque o meu estoque de codependentes é permanentemente reposto. Portanto, fique à vontade e, se quiser, vá em frente, pois a escolha de continuar ou não sendo meu súdito é e sempre será sua!


    ⁴ Johnson JG, Cohen P, Kasen S, Brook JS. Dissociative disorders among adults in the community, impaired functioning, and axis I and II comorbidity. J Psychiatr Res. 2006;40(2):131-140.

    ⁵ Caballero, Vera. Vampiros de energia: 10 dicas para se livrar deles. Disponível em: https://bemzen.com.br/noticias/ver/2013/12/17/960-vampiros-de-energia. Acesso em: 16/10/2022.

    ⁶ No teatro grego, a persona é a máscara, o papel assumido pelo ator; ela não se refere à personagem esboçada pelo autor dramático. O ator está nitidamente separado de sua personagem, é apenas seu executante e não sua encarnação, a ponto de dissociar, em sua atuação, gesto e voz.

    ⁷ Thomas Merton (1915–1968), monge trapista católico e escritor, escreveu: O começo do amor é deixar aqueles que amamos ser completamente eles mesmos, e não os mudar para que se enquadrem na nossa própria imagem.

    ⁸ Na página 64 do livro Codependência – O transtorno e a intervenção em rede, de Maria Aparecida Junqueira Zampieri, há um relato sobre um estudo do Grupo de Milão de Terapia Familiar (refere-se à escola da psicoterapia sistêmica desenvolvida pelos psiquiatras e psicanalistas milaneses Mara Selvini Palazzoli, Luigi Boscolo, Gianfranco Cecchin e Giuliana Prata), o qual identificou que há uma pressão exercida pela família que visa somente a mudar o dependente, mas sem interferir nas relações do grupo de pessoas envolvidas, como se dissessem: curem-no sem mexer conosco.

    Capítulo 2

    Afinal, será que sou uma doença?

    E, se for o caso, que tipo de doença sou eu?

    Como tenho sido entendida?

    Como já relatei, apesar de poucas pessoas, passando pelos mais variados caminhos, terem chegado à consciência da minha existência, estou por aqui desde os primórdios da humanidade. Se você se dispuser a ler, pesquisar, fazer um estudo, uma espécie de psicanálise póstuma biográfica⁹ sobre uma gama de personagens da história, de cujos comportamentos se tem relatos, poderá confirmar minha presença. Eu, a entidade codependência, posso ter me manifestado – assim como continuo me manifestando – nas mais diversas situações de

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