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Os imortais
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E-book219 páginas3 horas

Os imortais

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Sobre este e-book

Uma inteligente especulação filosófica sobre a imortalidade. Uma antevisão de um futuro que se anuncia possível. O prolongamento da vida humana tem sido grandemente acelerado nos últimos anos e já há uma expectativa de que a ciência nos possibilite atravessar os séculos com saúde e energia. Algumas das importantes questões psicológicas relacionadas com essa perspectiva são abordadas de forma ficcional, mas muito acurada, por Thaïs Oliveira neste “Os imortais”. Um livro imperdível para quem se interessa por este palpitante assunto.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de mar. de 2022
ISBN9788566605877
Os imortais

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    Os imortais - Thaïs Oliveira

    osImortaisCapaProva.jpg

    thaïs oliveira

    Os imortais

    Créditos

    © Jaguatirica, 2015

    Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou armazenada, por quaisquer meios, sem a autorização prévia e por escrito da editora e do autor.

    editora Paula Cajaty

    diagramação e capa M. F. Machado Lopes

    revisão Anna Beatriz Mattos

    CIP-Brasil. Catalogação na fonte

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    O52i

    Oliveira, Thaïs

    Os imortais / Thaïs Oliveira. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Jaguatirica, 2015.

    202 p. : 14 cm.

    ISBN 978-85-66605-88-4

    1. Ficção brasileira. 1. Título.

    15-27024 CDD: 869.93

    CDU: 821.134.3(81)-3

    05/10/2015 05/10/2015

    Editora Jaguatirica

    rua da Quitanda, 86, 2º andar, Centro

    20091-902 Rio de Janeiro rj

    tel. [21] 4141-5145, [21] 3747-1887

    jaguatiricadigital@gmail.com

    editorajaguatirica.com.br

    Epígrafe

    O homem quer ser perfeito, imortal, onipotente. Ele quer ser Deus. Deseja estar em plena florescência, fresco e róseo,

    para sempre instalado na fase ascendente da vida

    – ele quer ser jovem.

    Witold Gombrowicz

    Viver muito não é a aspiração humana. Viver eternamente seria estar condenado a uma velhice eterna.

    Salvo se o tempo parasse.

    José Saramago

    Dedicatória

    Dedico esse livro à minha irmã Astrid Marot (in memoriam),

    que me abriu as portas da literatura.

    Agradeço a Contardo Calligaris, Luiz Alberto Py,

    Hórus Vital Brazil (in memoriam), Rodrigo Marot,

    que foram responsáveis, de alguma maneira,

    pelo nascimento de Os Imortais.

    Aos meus filhos Guilherme e Christina.

    À minha amiga de sempre, Maria Cecília Dantas Barros.

    Prefácio

    Caro leitor,

    Neste momento você tem nas suas mãos um livro precioso.

    Trata-se de uma inteligente especulação filosófica sobre a imortalidade.

    É uma antevisão de um futuro que se anuncia possível e com boa probabilidade de acontecer em um tempo nada distante.

    O prolongamento da vida humana tem sido grandemente acelerado nos últimos anos e já há uma expectativa de que a ciência nos possibilite atravessar os séculos com saúde e energia.

    Algumas das importantes questões psicológicas relacionadas com essa perspectiva são abordadas de forma ficcional, mas muito acurada, por Thaïs Oliveira neste Os imortais.

    Tanto os conflitos internos como aqueles entre os personagens são trazidos de forma clara e profunda.

    Um livro imperdível para quem se interessa por este palpitante assunto.

    Luiz Alberto Py

    Sumário

    Prefácio

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Capítulo 12

    Capítulo 13

    Capítulo 14

    Capítulo 15

    Capítulo 16

    Capítulo 17

    Capítulo 18

    Capítulo 19

    Capítulo 20

    Capítulo 21

    Capítulo 22

    Capítulo 23

    Capítulo 24

    Capítulo 25

    Capítulo 26

    Capítulo 1

    Hoje completei 140 anos. Para quem nasceu em 1958, quando só raríssimas pessoas chegavam a festejar o centenário, transformei-me em um fenômeno inédito.

    Quando tudo começou, em 2014, não era possível reconhecer a enorme mudança que sofrera. É que, ao fazer exames preventivos de rotina, foram detectadas em mim células pré-cancerígenas que na opinião do meu médico deveriam ser eliminadas de imediato. Com meu consentimento, ele o fez, usando técnicas não convencionais que atingiram plenamente o objetivo. Nada de radioterapia nem quimioterapia. Nenhum medicamento, nem exame, para constatar se a cura havia sido atingida. Sem submeter-me a um longo tratamento, com efeitos secundários dolorosos e, em alguns casos, ineficazes, fui considerada curada em apenas duas semanas por meio de um procedimento que me foi vedado conhecer.

    Indiquei o mesmo médico a uma amiga e soube por ela que o doutor Albuquerque encontrava-se em período sabático e ficaria mais de um ano fora do país. Impossível qualquer contato com ele naquele momento.

    Eis que, alguns anos após a intervenção curativa do meu médico, comecei a notar, principalmente ao me comparar com amigas da mesma idade, que eu rejuvenescera. Era tentador imaginar que doutor Albuquerque, além de restituir minha saúde, conseguira realizar o milagre de me deixar mais nova sem realizar uma cirurgia plástica. Perguntavam-me com frequência sobre produtos cosméticos que eu estaria usando para manter a pele tão viçosa e sem rugas – as poucas que existiam haviam desaparecido. Com a passagem do tempo, começaram a pedir o nome do meu cirurgião plástico, uma vez que, já então, esses especialistas faziam verdadeiras obras de arte.

    Foi quando comecei a ficar intrigada.

    Consultando uma médica dermatologista, ouvi dela que era preciso aguardar mais tempo para que ela pudesse dar um diagnóstico seguro sobre o que se passava comigo. Saí ansiosa da consulta; esperava que a doutora Anita Fernandes dissesse que eu me mantinha mais jovem por uma questão meramente hereditária, talvez uma alimentação que me favorecesse, nada de excepcional. Pediu-me, entretanto, uma série de exames, os quais tratei de realizar o mais rápido possível. Um deles era capaz de dizer com precisão quantos anos eu tinha, por meio da detecção de minha idade óssea.

    Estávamos em 2020 e minha idade cronológica era 62 anos. Constatou-se porém, que tanto meus órgãos não correspondiam aos de uma pessoa dessa idade, como também que a idade óssea era a de uma mulher na faixa dos 30 anos. Esses resultados me deixaram impressionada e claro, também, a médica. Nenhum motivo para aplacar a ansiedade que me levara àquele consultório. Mais do que intrigada, tornei-me preocupada, embora junto com os resultados dos exames viesse também um laudo que provava estar no melhor gozo de minha saúde. Quem não ficaria feliz?

    Tudo bem, eu poderia dizer aos curiosos que havia, finalmente, apelado para uma cirurgia plástica; mas minhas mãos jovens, com o passar do tempo, eram o que mais chamava atenção. Eu agradecia os elogios, não me incomodava com o olhar duvidoso de certas mulheres e a vida seguia. Eu, todavia, nada podia contra os médicos que, liderados pela doutora Anita, decidiram se aprofundar nos pontos incongruentes que ressaltavam nas avaliações feitas e criar um pequeno grupo de estudos para explicar meu caso.

    Em primeiro lugar – e sem nada dizer à doutora Anita – tentei localizar aquele médico misterioso. Eu jamais o esqueceria. Tratou-me por meio de um método recém-inventado que resolveu meu problema de saúde.

    Soube, então, que ele falecera em um acidente numa rodovia francesa, ao retornar a Paris, onde passara a viver. Sendo já viúvo e sem filhos, perderam-se pistas que poderiam me interessar. Optei por omitir aos demais minha experiência com o doutor Albuquerque, por quem eu sentia, na verdade, uma enorme gratidão. Como assegurar, porém, que sua intervenção poderia ter a ver com o que aconteceu depois? Comprometi-me a ficar à disposição da doutora Fernandes e do grupo que ela coordenava.

    Aos 70 anos, e ainda sem nenhuma explicação, passei a ver-me como um fenômeno; possível prenúncio do que ocorreria com o passar do tempo a todos os seres humanos, uma vez que se ouvia dizer – em revistas científicas – que em um ou outro país havia pessoas em situação idêntica à minha. Eu permanecia incólume, sem nenhum desses sinais que naquela época iam pouco a pouco desfigurando as criaturas humanas desde os 50 anos, aproximadamente, até a morte. Perguntava-me por que justo em mim estariam se apresentando tais sintomas.

    Esse insólito acontecimento, quando repercutiu na mídia, despertou esperanças de uma longevidade infinita. Sonho dissimulado que os cristãos – principalmente – vivenciavam como uma impostura, um desacato ao desígnio divino: como se estivessem à beira de pecar novamente, sucumbir outra vez, comendo o fruto da árvore proibida cujo castigo seria – tudo fazia crer – uma punição que os perseguiria até o final dos tempos.

    Nesse período, eu acordava no meio da noite como um bebê vítima de terror noturno: transida de medo. Os pesadelos me exauriam. Meu coração batia desordenado, a respiração ofegante, um suor frio escorria pela minha face. Fiquei deprimida por uma longa temporada. Interpretava meus sonhos como sinal de uma perda definitiva de rumo. A vida como eu planejara antes não poderia ser levada adiante. Era como se tivesse ocorrido uma grande catástrofe e eu tivesse ido parar em uma cidade desabitada e tenebrosa.

    Capítulo 2

    Com a perspectiva de vida aumentada, eu me perguntava como pensar uma existência sem a morte para colocar-lhe um ponto final. A ideia de para sempre ou a concepção de um período de tempo ilimitado me desnorteava da mesma forma que antes eu maldizia o dia em que a morte poria fim à minha vida! Agora eu via a morte como uma espécie de bálsamo. Esvair-me um dia em pequeninas ondas em uma praia mansa era uma alegoria poética que me apaziguava. A realidade, porém, era outra e eu estava condenada a viver de forma compatível com ela. Sentia-me, inesperadamente, tomada pelo desejo de aceitar o outro destino, inusitado, estranho, que era o meu.

    Tudo que existira antes eu chamei de primeira etapa de minha vida. Equivalia a uma espécie de pré-história. O presente me obrigava a deixar para trás uma vida construída, dar um enorme salto sem nenhuma segurança, adentrar uma nova realidade mantendo o equilíbrio tão duramente conquistado. Abandonar essa pré-história, entretanto, era doloroso. No meio disso tudo, alguma coisa me dizia que a parte mais emocionante de minha vida ainda estava por acontecer.

    Uma senhora com sotaque estrangeiro, Henriette Duprat, me telefonou convidando para uma entrevista na sede de certa instituição de psicologia. Mesmo falando ao plenifone, explicou-me que a instituição era especializada em lidar com pessoas que se viam obrigadas a conviver com situações novas e inevitáveis, como a que eu estava enfrentando.

    O principal objetivo desse atendimento era ajudar esses grupos a aceitar a inevitabilidade do que estavam vivendo, de preferência sem cultivar revoltas. Acidentados com perda de alguma função, imigrantes ou exilados, pessoas em um estado do qual era impossível fugir. Aceitar a inevitabilidade de seu destino era imprescindível. A instituição trabalhava no sentido de tornar essa realidade menos difícil de ser absorvida. Sem dúvida, a experiência para a qual eu estava sendo convidada era interessante, pois iria ter contato com outros indivíduos que, pelo que eu entendera, viviam uma mudança em suas vidas tal qual a que eu estava vivendo. Saí curiosa da conversa.

    Instituições desse tipo existiam em vários países, como na Austrália, Canadá, Suécia, Rússia e Estados Unidos, onde foram encontradas pessoas cujo processo de envelhecimento havia cessado subitamente. A Divisão de Atenção ao Grupo dos Fenômenos – DAGFe – fora criada possivelmente por médicos pesquisadores com o intuito de monitorar a evolução dos que estavam sendo chamados – temporariamente – de fenômenos. Usavam como pretexto para manter uma proximidade deles a estratégia que consistia em tomar a si a responsabilidade de encaminhá-los na nova vida.

    Ao encontrar a Sra. Duprat, alguns dias depois, deparei-me com uma francesa de uns 55 anos, elegante nas maneiras e no trajar, com quem simpatizei de saída. Houve – estou convencida – uma simpatia mútua. Com muita habilidade, ela explicou que o objetivo desses grupos era ajudar na criação de uma nova história para aqueles que tinham tido sua própria história interrompida, como aconteceu comigo.

    A Sra. Duprat sabia que eu não tinha a idade que aparentava, mas ignorava o porquê disso. Pelo menos foi o que me disse. Conversamos o suficiente para que me convencesse a integrar o pequeno grupo composto ao todo de cinco participantes. Marcou uma data para que eu começasse a frequentá-lo. Lá estavam uma jovem argentina, uma mulher chilena de meia idade, um homem peruano – filho de italianos, de 60 anos – e ela. Minha reação foi de susto e encantamento. Iria reiniciar uma vida social que, mesmo limitada, proporcionaria uma convivência mais humana, uma vez que poderia falar das ansiedades derivadas daquela situação, assim como sobre as expectativas e fantasias que dela surgiram.

    Reunido o grupo e feitas as apresentações, cada um foi instado a se apresentar, contando como havia reagido à grande mudança, como eu já chamava. Aquilo foi, de certa forma, um alento. Sentir o pertencimento a uma pequena comunidade foi por si só terapêutico. Tal qual passe de mágica, a perspectiva daquela situação permitiu-me respirar como antes.

    David – o único homem presente – ao falar sobre sua entrada no grupo, mostrou como havia sido tumultuado aquele momento. Henriette fora obrigada a lançar mão de todo seu engenho para convencê-lo a participar das sessões. Era trabalhoso contê-lo quando se deixava possuir pela indignação: não aceitava o que lhe acontecera nem chegava a entender o que poderiam fazer para ajudá-lo.

    – Como lidar com as consequências das atividades de criminosos? – era o que vociferava.

    Fora vítima de uma conspiração acima de tudo leviana que parecia ter dado certo, apesar de não conseguir explicar como nem quando aquilo tinha se passado. Não alimentava dúvidas de que haviam praticado uma intrusão em sua vida que o tinha levado àquela condição: uma espécie de clone de si mesmo, dotado sabe-se lá de que características e tendências.

    Não que as mulheres do grupo não tivessem também dúvidas e questões, mas Lucia, a argentina, por exemplo, com seus aparentes vinte e poucos anos – na realidade tinha 30 – contou que estava satisfeita. Os jovens naquela época influenciavam fortemente hábitos e ideias. Ela não podia se lamentar de estar vivendo grandes perdas, pois muito pouco havia conquistado. Pensando bem, nada que entendesse como definitivo. Dizia que a interrupção do processo de envelhecimento a tinha brindado com o elixir da juventude. Que fosse para sempre!, exclamava. Educada de forma a ser independente, simplificava o que para os outros parecia complicado. Mais tarde dei-me conta que antes que os problemas se apresentassem, dava a impressão de já haver pensado nas soluções, embora essas soluções tivessem a marca da superficialidade. Ela planejava conhecer vários países, nem que para isso tivesse que se tornar comissária de bordo de alguma companhia aérea.

    Quanto à Alda, uma intelectual chilena de quarenta e tantos anos quando tudo aconteceu, identificava-se mais com o estado interno de David. Para ela, a experiência fora catastrófica. Escapara de um acidente com risco de vida e transformara-se em outra pessoa, com quase tudo a construir. Em algumas sessões ficou claro que era um mulher angustiada, retraída, com temperamento forte, que se precipitava diante do novo. Resolvera abandonar o marido, a família, sua bela mansão em Santiago – onde tinha uma rica vida cultural – e havia decidido só manter vínculos com uma irmã mais velha, com quem se correspondia. Tinha vindo parar no Rio de Janeiro, com a ideia de fazer um doutorado em literatura portuguesa e brasileira. Seu semblante expressava amargura. Demonstrava desesperança e apesar disso, ninguém poderia dizer que se deixara paralisar: cultivava planos. Terminado seu doutorado, iria para Berlim, para um pós-doutorado em literatura germânica. Dominava a língua por ter um pai alemão. Havia nela como que uma cisão: do ponto de vista sentimental, frustração; do ponto de vista intelectual, uma eterna celebração do saber. Com o tempo, percebi que os outros torciam para que um dia conhecesse alguém disposto a viver uma vida nômade junto a ela! Era o que a DAGFe recomendava, fiquei sabendo.

    Nós quatro fazíamos progressos, deixávamos de nos sentir diferentes dos demais. Éramos novamente pessoas comuns que podiam dividir com outras o que lhes passasse pela cabeça. Uma vida compartilhada. Nada melhor, naquele momento!

    Poucos seriam capazes de imaginar o que é a vida de quem precisa omitir um segredo dessa natureza. Era como se uma parte de nós deixasse de existir. No grupo, fomos convencidos a treinar para continuar a guardar aquele segredo. Em algumas sessões seguidas, éramos proibidos de falar sobre o passado. Henriette lembrava que essa era uma circunstância particular que não seria definitiva. Aquilo deixaria de ter um peso tão grande quando começássemos a acumular experiências que fossem construindo uma nova história de vida.

    O DAGFe incentivava formas mais eficientes de integração para cada um de nós à nova realidade, sugerindo, por exemplo, que trabalhássemos. Partia do princípio de que disso dependeria em muito o sucesso na adaptação à recente condição. Este era um dos pontos prioritários para a criação de uma sólida realidade a partir da qual se desdobraria a vida de cada um.

    Arranjaram-nos pequenas colocações. Soube que o lugar em que iria servir não receberia nenhuma informação sobre minhas origens. Comprometi-me a

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