Pelas trincheiras da endometriose

De Glaucieni Reis

Mulheres são consideradas frágeis, vulneráveis e muitas das vezes despreparadas para conviverem em uma sociedade comandada por homens. Falar das "Terras de Ninguém" é uma analogia dos horrores das grandes guerras. Essa obra prioriza as maiores heroínas deste mundo áquelas que em meio as suas dores, ainda são vitimas do desamparo, das demissões, dos divórcios, da perda da dignidade, da falta de compreensão e do despreparo da maior parte de médicos que não sabem reconhecer os sintomas, causas e tratamentos adequados a essa sinistra patologia.
Nós somos as verdadeiras "Mulheres Maravilhas", que enfrentam todos os dias bombardeiros psicológicos, de farpas cortantes que nos fazem sangrar nos lugares menos inoportunos na qual ainda sofremos por inúmeros constrangimentos. Nossos universo é sombrio e amargo, sermos as "Mulheres Maravilhas" é o exato oposto. Levantamos todos os dias dopadas e mesmo assim, ressurgirmos das cinzas mesmo destroçadas ainda somos capazes de disfarçar noites em claro com um sorriso nos lábios, na esperança de que algum dia seremos resgatadas das " Terras de Ninguém", e voltaremos em nossa plenitude. Afinal, ser uma " Mulher-Maravilha", não é para qualquer um...

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 1 de set. de 2019
• ISBN: 9788530008826

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Agradecimentos

Há uma frase que sempre me inspirou nos momentos difíceis de minha caminhada, mesmo na dor não perder a essência que nos permite sermos melhores do que parecemos ser.

Deus não olha para a grandeza das obras que fazemos, mas para o amor com que as fazemos. (Champagnat)

Para aqueles que me conhecem desde a mocidade, sabem que eu era extremamente tímida, recatada e fugia de qualquer situação que tivesse que estar em evidência. Sempre muito calada, entrava e saía dos lugares com muita discrição. Até que fui chamada para os holofotes, falar em público, apresentar festas, formaturas e palestras sem a menor noção de como realizar tais feitos.

Antes de qualquer apresentação eu dizia bem baixinho, uma conversa íntima com Deus. Dizia-lhe: Senhor não permita que eu seja envergonhada diante desta multidão. Dai-me discernimento no momento em que os meus lábios se abrirem eu saiba exatamente o que todos querem ou gostariam de ouvir diante desta enfadonha reunião.

E, dessa forma, eu conquistava o carinho e respeito do meu público. Entre uma brincadeira, uma piada e uma fala séria, eu conseguia atingir os reais objetivos para os quais era incumbida de realizar. E, ao terminar, após os aplausos, eu me recolhia na coxia, e entre sussurros, eu agradecia a Deus por mais uma vitória alcançada: Senhor, muito obrigada pelas palavras que me deste, por me honrar e amar da maneira que tu me amas!

- Vocês devem estar se perguntando? Aonde ela quer chegar com tudo isso? Isso não faz parte de um agradecimento formal, ela está fugindo do contexto literário, da organização das Normas Técnicas da ABNT previstas para esse tipo de obra, e para outras.

Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.

Essa é a minha premissa, este livro foi concedido por Deus, em todo o momento, eu recebia a sua ajuda, seu apoio, seu ombro amigo. Vá em frente, não desanime, se esforce, pois eu, o Senhor, que lhe dei a vida, sei que você é capaz de fazê-lo e vou honrá-la. Em vários momentos eu me pegava a pensar: Como pagarei por esta obra, de onde sairá o dinheiro para as despesas necessárias com essa honrada e estimada editora?

O dinheiro surgiu de maneira inesperável e por esse motivo que vocês estão com essa história em mãos. A vida sempre me entregou as provas muito antes dos ensinamentos. Era necessário me esforçar para garantir os meus propósitos e meu sonho maior, ser curada desta patologia que perdurou exatos 34 anos, para que fosse verdadeiramente desvendada e arrancada pela raiz.

Eu sempre acreditei que o meu milagre chegaria, não me importei com o fator tempo, mas na promessa daquele que tudo pode pelos que o amam e o carregam no coração e na alma com fé inabalável. Esse é o combustível para todos que acreditam numa força maior que está sobre nós e que governa céus, terra, mar e tudo que está sob a sua criação. Por esse motivo é que venho agradecer ao meu Deus por ter me abastecido de forças incalculáveis durante este percurso, não foram fáceis nem agradáveis, eu garanto.

Hoje, aos 48 anos, posso afirmar que sem Ele, eu não teria a menor chance de ter escrito essa história, uma história como de milhares de outras endomulheres espalhadas pelos quatro cantos do mundo, que sabem e sentem na pele o que é ser portadora dessa surreal patologia.

Aos meus pais e a minha irmã, eu quero dizer: Sem o amor, carinho, a dedicação e noites mal dormidas em que vocês faziam de tudo para amenizarem a minha dor, a minha agonia e os meus gemidos nas inúmeras madrugadas em que o chá de camomila, erva-doce e hortelã faziam parte de meus medicamentos caseiros, na tentativa frustrante de tirar-me das cólicas insuportáveis. Obrigada, meu Senhor pela família que me deste!

Ao meu esposo, eu agradeço pela paciência, cumplicidade, amorosidade e que sempre esteve ao meu lado durante esses vinte e cinco anos de matrimônio, passamos por muitos percalços durante essa caminhada, mas sabia que nossos passos tinham o meu trajeto e o mesmo ponto de chegada. Juntos conseguimos nos fortalecer e manter o juramento o qual fizemos no altar: ...prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. E, assim, se cumpriu. Crescemos na graça, amadurecemos nas adversidades e envelheceremos amando-nos até que a morte nos separe.

A minha neurologista, Drª Natalia Horta, o que falar de você? Em vários momentos difíceis recorria a você esperando por seus conselhos e seu carinho. Sempre com um sorriso nos lábios, sabe como ninguém tratar seus pacientes com ternura, respeito e dignidade. Diante das minhas tristezas, incertezas e frustrações fui surpreendida com sua fala: - Você é uma mulher bem mais forte do que imaginava. Passar por tantas adversidades e ainda conseguir força, equilíbrio e alegria para prosseguir, faz de você uma vencedora! Obrigada, por não me deixar desistir de lutar, por me fazer acreditar que posso ir além do imaginável, romper barreiras e crer que eu posso ser quem eu determinar que serei...

Pé. Matteo Vivalda meu estimado amigo e conselheiro, quero que saiba que durante a nossa última conversa pelo whatsapp, seus conselhos diante da minha cirurgia e saída da escola, inspiraram-me a escrever o capítulo XII dessa obra. Lembra-se do que me disse: Chegou a hora da senhora virar a página e esquecer todo mal que lhe fizeram. Cuide-se e quando estiver pronta, siga de cabeça erguida em sua nova caminhada. Que Deus a abençoe!

Ao meu estimado Dr. Josélio Vitor Rosa,

Dr. Josélio Vitor, nada é por acaso nessa vida... Bem, se o conheço o suficientemente, deve estar sorrindo neste momento. Pois após a cirurgia, enviei-lhe uma mensagem através do whatsapp, na qual eu discorria a minha eterna gratidão, pelas mãos abençoadas que trazem o poder de Deus no exercício de sua sublime profissão.

Pois através de seus conhecimentos, suas habilidades e competências soube através de todas as virtudes saber ouvir, compreender, acalentar e mostrar-se agradável, gentil, sensato no instante em que me sentei a sua frente e comecei a tagarelar sem parar. Não ouve de sua parte a impaciência, o julgamento de querer avaliar o meu nível de dor e frustração.

Seu olhar era