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Caçadora: A Domadora de Dragões livro 1, #1
Caçadora: A Domadora de Dragões livro 1, #1
Caçadora: A Domadora de Dragões livro 1, #1
E-book208 páginas3 horas

Caçadora: A Domadora de Dragões livro 1, #1

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Sobre este e-book

Para sobreviver, é preciso matar.

A caçadora de dragões, Julianna, está determinada a seguir os passos de seus ancestrais e proteger sua aldeia, até que ela vai à caçada de seu primeiro dragão e descobre que há muito mais sobre aquela guerra do que ela imaginava.

Para sobreviver, é preciso caçar.

Por gerações, dragões têm aterrorizaram a aldeia de Julianna. Nada a impedirá de ter sucesso em sua primeira caça aos dragãos. Isto é, até que ela encontra seu primeiro dragão, que não se parecia em nada com o que ela esperava. Uma enorme e furiosa besta? Não. Um homem de aparência comum? Hm... sim.

Ash fica igualmente surpreso com seu primeiro "caçador de dragões". Ela não é tão grande e durona assim. Claro, ela tem uma espada de diamante de fogo — da qual ela muito se orgulha — e uma armadura muito desconfortável, mas o coração dela é maior do que ela está disposta a admitir.

A guerra entre as duas raças está ficando maior e mais sangrenta. O perigo se esconde atrás de cada arbusto, rocha e pousada. Quando os dois se conhecem, percebem que têm mais em comum do que seus líderes querem que descubram. Juntos, Julianna e Ash podem ser capazes de descobrir qual é o real propósito daquela guerra e encontrar uma maneira de impedi-la. Pelo bem dos dois povos: dragões e caçadores de dragões.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de nov. de 2019
ISBN9781071517567
Caçadora: A Domadora de Dragões livro 1, #1

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    Caçadora - J.A. Culican

    Dedicatória

    Para nossas filhas…

    Que vocês sejam fortes e corajosas.

    Capítulo um

    Segurei a espada no ar enquanto o sol brilhava, me cegando por meros segundos. Algo que eu teria que tomar cuidado no futuro. A arma também era mais pesada do que eu esperava que fosse depois de treinar, não oficialmente, por tanto tempo com as espadas velhas e desgastadas. Lâminas normais. Lâminas enfadonhas. Mas aquela não era uma arma comum. Além de ser a espada tradicional da minha família e meu presente de aniversário de dezoito anos, eu sabia que ela era escavada na parte mais grossa da empunhadura.

    — Você não vai matar dragões segurando a espada desse jeito no ar, Julianna — Jasper disse com um sorriso irônico. — Você acha que eles vão vir na sua direção apenas para serem empalados?

    Abaixei minha espada e mostrei a língua para meu irmão. Aos dezenove anos, ele era exatamente um ano e um dia mais velho do que eu, um fato do qual ele se gabava e tirava vantagem sobre mim em todas as oportunidades que ele encontrava. Além disso, também era mais alto, mais popular e muito irritante.

    — Jasper, deixe a sua irmã em paz. Pelo que me lembro, no ano passado você quase cortou o dedão do pé. Temos que começar de algum lugar. — A voz do meu pai ressoou em nossa direção.

    O sorriso de Jasper se transformou em uma carranca, e eu ri em silêncio. Sabia o motivo que o fazia se preocupar tanto com aquilo, mas dificilmente a culpa era minha. Ele também havia recebido uma espada no seu décimo oitavo aniversário, que era praticamente idêntica à minha. Ambas possuíam o brasão da família e um dragão forjado na empunhadura, os olhos das criaturas eram incrustados com as nossas pedras do nascimento. Se ele tivesse nascido um dia antes ou depois, nossas pedras seriam a mesma. No entanto ele ganhou um azeviche, um minério comum, encontrado naturalmente nas Montanhas Tríades, enquanto os olhos do meu dragão reluziam com diamantes de fogo, uma joia extremamente rara e, portanto, mais preciosa. As espadas custavam mais do que uma família média em Dronios recebia por mês, mas graças aos dois diamantes de fogo, o valor era ainda mais alto, caso eu tivesse alguma inclinação a vendê-los. O que, é claro, jamais faria.

    — Agora. — Meu pai deu um tapinha no meu ombro, o que quase fez com que eu soltasse a espada. — Seu irmão vai te mostrar alguns movimentos para que você possa se acostumar com o peso da espada e, quando eu achar que você está pronta, vocês dois vão treinar. Não espero que você ganhe, mas quero que você preste atenção ao que Jasper disser e, ao menos, tente bloqueá-lo. Entendeu?

    — Sim, papai! — Virei-me para ele e, nas pontas do pé, beijei-o na bochecha.

    — Venha, irmãzinha. Vou mostrar a você como um verdadeiro guerreiro segura uma espada. — A voz firme de Jasper encontrou meus ouvidos.

    A poeira girava ao redor dos meus pés enquanto eu cruzava o campo de treinamento até ele. Me perguntei se meu pai iria me declarar a vencedora se eu terminasse com a espada apontada para o estômago do seu único filho. Provavelmente não, mas, tudo bem, aquele foi um bom pensamento.

    — Você está segurando a sua espada como uma menina — ele disse, tirando-a das minhas mãos.

    — Se eu segurar a minha espada como Morganna, então vou ficar muito feliz — respondi. A espadachim lendária pôs os homens de joelhos, figurativa e literalmente. Isso sim seria segurar minha espada como uma garota!

    Ele segurou minha mão e me entregou a espada, desta vez em uma posição um pouco diferente. Maldição, aquela realmente me pareceu uma forma melhor.

    — Agora, quando eu disser, levante a sua espada e imite a pose que eu te mostrar.

    Esperei até que ele pegasse a própria espada e se colocasse em uma posição que eu sabia ser de bloqueio. Um pé estava ligeiramente atrás do outro para firmá-lo, caso ele precisasse. Ele inclinou o braço esquerdo para trás enquanto o direito segurava a espada à frente, de forma a cruzar o peito. Segui suas instruções, mas do jeito que me posicionei, não me pareceu a forma correta. Eu não estava firme o suficiente. Meus pés estavam mais distantes um do outro do que deveriam e havia muitas partes expostas caso aquela fosse uma batalha real. Ligeiramente, ampliei a postura.

    — Preste atenção, Jules! — Jasper gritou. — Isso é importante.

    Olhei por cima do ombro e vi que meu pai ainda estava exatamente onde eu o havia deixado, nos observando com a mão erguida sobre os olhos para bloquear o brilho do sol. Era importante que eu fizesse o que Jasper tinha dito. Eu não queria decepcionar meu pai. Fechando a distância entre os pés, tentei imitar a posição exata do meu irmão.

    — Assim está melhor. Você já está aprendendo.

    Ele me ensinou outras posturas de bloqueio antes de passar para as demais formas de defesa. Depois de uma hora e meia me protegendo — principalmente dos comentários maliciosos do meu irmão, mas, ocasionalmente, dos golpes simulados da sua espada — comecei a me cansar.

    — Estou cansada de só aprender a me defender. Você está me ensinando a me proteger contra outro espadachim, mas o que fazemos é caçar dragões. Preciso aprender a atacar. — Eu estava sendo infantil, mas ele continuava a me tratar como uma criança, o que me irritava.

    — O conceito é o mesmo. Você ainda vai ter que se defender dos dragões.

    Eu não conseguia ver como qualquer um dos movimentos que ele havia acabado de ensinar me ajudaria se um dragão decidisse me queimar.

    — Vá buscar uma taça de água se você está cansada — ele disse, sua boca se torcendo novamente em um sorriso malicioso. — Vamos começar os movimentos de ataque em cinco minutos. — Suas sobrancelhas se estreitaram e ele se virou, efetivamente me dispensando.

    Eu não queria admitir, mas eu realmente precisava de uma pausa. A espada era muito mais pesada do que aquelas com quais eu estava acostumada a praticar. Comecei meu treinamento há um ano, no mesmo dia que Jasper, observava tanto a ele quanto meu pai da janela do meu quarto, desejando que eu tivesse idade suficiente para me juntar a eles. No dia seguinte, enquanto apanhava brotinhos no galpão, encontrei uma velha espada de treino e a peguei. A sensação da espada quando minha mão agarrou o punho pela primeira vez ficou gravada na minha mente, a força e o poder que aquilo representava queimaram dentro de mim. Todos os dias, passei a assistir os treinos de Jasper, depois praticava os mesmos movimentos no meu quarto. Enfim, eu era capaz de lutar contra uma pessoa real e não apenas com sombras.

    Peguei o jarro que havia sido deixado em uma velha mesa de madeira e me servi de uma taça de água e uma para Jasper e papai. A água estava quente depois de ter ficado sob o sol escaldante, mas, ainda assim, me refrescou.

    — Você está se saindo bem, pequenina. — Meu pai pegou sua taça e bebeu antes de fazer uma careta. — Seria melhor se fosse uma cerveja bem gelada!

    — Sim, mas aí você estaria bêbado demais para me ver chutar a bun... digo o traseiro de Jasper e, por favor, não me chame de pequenina. Completei os meus dezoito anos, agora eu sou uma mulher.

    Papai apenas riu, mas Jasper tinha ouvido o que eu tinha dito e deixou o lugar em que praticava seus movimentos. Pegou a taça restante e a esvaziou rapidamente.

    — Acho você vai precisar de sorte até para me bloquear, quanto mais chutar alguma coisa — ele disse. — Você vai estar no chão antes mesmo de saber o que está acontecendo.

    — Calma vocês dois — papai começou antes de terminar sua bebida. — Salvem essas provocações para a luta.

    Deixei a taça e voltei para o centro do campo de treinamento para esperar por Jasper. Eu realmente o amava. Afinal, ele era meu único irmão, mas também era um chato, um irritante.

    Andei ao redor do círculo de treinamento, espalhando ainda mais poeira, enquanto observava o que me cercava. Nossa casa ficava nos arredores de Dronios, a pequena aldeia, na qual minha família vivia desde o início dos tempos. As Montanhas Tríades se elevavam no horizonte com a promessa de poder que só um dragão poderia me trazer. Aquele era o único lugar conhecido que os dragões habitavam.

    Duas horas depois, Jasper me mostrou todos os movimentos que ele conhecia, ataque e defesa, e observou enquanto eu treinava cada um dez vezes. O sol estava consideravelmente mais baixo no céu quando papai se aproximou. Eu estava contente que o calor do dia se dissipava à medida que o sol se punha, mas agora o sol estava diretamente atrás de Jasper, fazendo com que eu tivesse dificuldade em ver o meu irmão, e ele, é claro, se recusou a se mover.

    — Acho que você já trabalhou duro o suficiente — papai disse ao passar um braço em volta dos meus ombros suados. — Vou deixar com que vocês lutem, mas, Julianna, você deve usar os movimentos que aprendeu para bloquear. Se você achar que consegue atacar, vá em frente, mas eu não espero que você o acerte.

    — Como se isso fosse acontecer... — Jasper disse ao pegar sua armadura de treinamento. — Nem sei por que vou colocar essa coisa. — Sorriu para mim quando recolhi a armadura reservada para mim.

    — Então não a use. Só espero que você tenha dinheiro o suficiente para pagar um curandeiro no dia seguinte — retruquei.

    — Chega! — Meu pai revirou os olhos e a ansiedade cresceu no meu estômago. Queria que ele ficasse orgulhoso de mim e não pensasse que eu era apenas uma garotinha patética.

    — Desculpe, papai. — Abaixei a cabeça.

    Jasper pegou sua espada e caminhou até o círculo desenhado a giz no chão.

    — Papai?

    — Sim, minha filha?

    — Como essa pode ser uma luta justa? — Peguei minha espada, agora muito mais confortável com o seu peso.

    — Este é o seu primeiro dia. Vai levar meses, talvez anos, até você ser tão boa quanto o seu irmão. Ele tem se tornando bastante conhecido pelas habilidades dele. Mas ele não vai te machucar.

    — Não é isso que eu quis dizer. — Fiquei irritada com o fato de meu pai esperar tão pouco de mim. — A espada de Jasper está imbuída com a alma do primeiro dragão que ele caçou. A minha ainda está vazia.

    — E o que você sugere? Posso pedir ao seu irmão para trocar espadas com você, se é isso o que você quer, mas, mesmo que a sua arma te dê a força do dragão, ainda estou certo de que ele vai vencer.

    — Eu não quero a espada dele. Isso também não seria justo. Quero usar a do senhor. — Aquele era um pedido insolente e inaceitável. E, normalmente, eu jamais ousaria fazê-lo, mas eu começava a ficar irritada com a forma com que meu pai e Jasper me tratavam, como se eu fosse um caso perdido.

    Ele olhou para a espada embainhada ao seu lado. Havia sido forjada nas Montanhas Tríades há mais de trinta anos pelos goblins que lá habitavam. A lâmina lendária era feita do metal mais raro de todos e imbuída com a alma de mais de trezentos dragões. Nunca vi a arma sair do lado do meu pai. Ele olhou para mim enquanto digeria a ideia.

    Minhas esperanças começaram a crescer. Ele realmente me emprestaria?

    — Não, Julianna. Eu não posso permitir que você use a minha espada.

    Então era isso. Eu entraria em desvantagem em uma luta antes mesmo de começar. Eu quase chorei.

    — Mas — meu pai continuou — entendo o seu ponto de vista. Você está certa. Você deve fazer isso de forma justa. Jasper! — gritou, e meu irmão correu de volta para nós.

    — Não me diga que ela está com medo. — Ele sorriu com malícia.

    — Me entregue a sua espada. Vocês dois vão usar as minhas antigas espadas de treinamento. Elas não são tão pesadas quanto as que vocês carregam, mas são idênticas entre si, o que vai tornar a luta justa.

    Uma carranca surgiu no rosto de Jasper, agora eu era a única a sorrir.

    — Vou pegá-las, papai. Onde o senhor as guarda? — perguntei, inocentemente. Não podia dizer que mantive uma daquelas espadas por um ano.

    — Estão no galpão atrás da casa.

    Corri pela casa, onde peguei uma das espadas. Felizmente tínhamos uma porta dos fundos, então nenhum deles me veria ir até meu quarto para pegar a outra debaixo da cama, onde tinha ficado escondida nos últimos doze meses. Levei as duas armas para fora e as entreguei ao meu pai.

    Ele tirou algo pequeno do bolso e passou na ponta de uma das espadas.

    — O que é isso, papai? — perguntei.

    — Essa tinta vai te marcar de azul toda vez que Jasper atingir a sua armadura. Quanto menos manchas azuis você tiver ao final do duelo, maior vai ter sido o seu sucesso ao se defender.

    — Apenas se certifique de colocá-la na minha espada também — respondi. Eu não estaria lutando para atacar, mas meu pai me disse que eu poderia tentar.

    Jasper ainda mantinha uma expressão amarga no rosto quando assumiu a posição inicial. Eu o encarei e fiz uma reverência. As boas maneiras sempre devem ser respeitadas em qualquer duelo, mesmo quando todos acreditam que você vai perder. Jasper também se curvou.

    — Ao meu sinal. — Ouvi meu pai dizer, mas não rompi o contato visual com Jasper. — Um, dois, três.

    O sopro estridente do apito soou quando meu pai recuou. Imediatamente, Jasper se lançou sobre mim. Eu o bloqueei, mas apenas na hora certa. Ele não estava brincando. Ele realmente queria me machucar! Papai obviamente pensou o mesmo, pois soou o apito uma segunda vez para sinalizar o fim do duelo. O embate mais rápido de todos os tempos. Ao final, Jasper teria sido repreendido por ter sido muito duro comigo, e eu teria ganhado um tapinha nas costas por tê-lo bloqueado.

    Mas não, não foi isso que aconteceu em seguida. Ignorei o apito e impulsionei a espada para frente com o objetivo de surpreendê-lo, funcionou. Ele não estava pronto para mim. Olhou para nosso pai com uma sobrancelha levantada. Movi os olhos para ver a expressão de papai. Ele encolheu os ombros como se dissesse: continue. E era exatamente o que eu iria fazer!

    Jasper puxou suas feições de volta em um sorriso de escárnio e se lançou novamente. Desta vez, eu estava pronta para ele. Não precisei bloquear; fui rápida demais para isso. No momento em que sua espada deveria ter acertado a armadura que cobria meu estômago, eu estava doze centímetros à direita. Eu me movi por trás dele e marquei meu primeiro ponto azul bem no meio de suas omoplatas. Ele ricocheteou a espada ao redor, mas eu o vi chegar e me abaixei, rolando para frente. Antes que ele tivesse a chance de se defender, mergulhei a espada adiante novamente, desta vez manchando um ponto em seu peito. A risada de papai ecoou ao meu redor, impulsionando meus movimentos. Ele estava gostando daquilo, assim como eu.

    — Sorte de principiante, Jules — Jasper cuspiu ao avançar, tentando um movimento refinado, que ele não se incomodou

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