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Causos do Nêgo Véio
Causos do Nêgo Véio
Causos do Nêgo Véio
E-book101 páginas40 minutos

Causos do Nêgo Véio

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Sobre este e-book

Não há prática mais comum e prazerosa na vida campeira do que a contação de causos (versão gaudéria da milenar arte de narrar histórias entre amigos), dom que Neto Fagundes domina como poucos.
O repertório do Causos do Nêgo Véio é um variado cardápio de histórias engraçadas recolhidas desde a infância do Neto lá pelas bandas do Alegrete, no interior do Estado, ou nas rodas de mate e música pela vida.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de ago. de 2017
ISBN9788574212647
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    Causos do Nêgo Véio - Neto Fagundes

    verde

    FALTA DE GRANA

    Um dos temas mais abordados pelo Nêgo Véio é a grana, mais precisamente a falta dela. Certo dia, um de seus amigos lhe perguntou:

    — Nêgo Véio, tu diz que tá sempre sem grana, mas e o dinheiro que ganhou no jogo do bicho? Deu quase um milhão na cabeça!

    — É verdade, meu amigo. Mas quinhentos eu gastei com bebida, cavalos e jogo de carta — respondeu.

    — E a outra metade?

    — O resto eu gastei com bobagens.

    O PAPAGAIO

    Assim se chama no interior aquele empréstimo que se faz ao banco quando a peladura pega: papagaio. Não sei a origem do nome, mas parece que antes disso se chamava pendurar no bico. Daí talvez tenha originado o apelido de papagaio.

    O negócio é que o Nêgo Véio andava fugindo do gerente que nem diabo da cruz, pois já tinha mordido o banco diversas vezes e não pagava. Estava mais pelado que sovaco de estátua, totalmente liso. Só que no sábado estava acontecendo um grande baile na cidade. O Nêgo Véio foi e o gerente também. Se encontraram logo na chegada e o gerente não perdeu tempo.

    — Nêgo Véio, tenho uma notícia para te dar: o teu papagaio venceu!

    E o Nêgo Véio, na maior cara de pau, pergunta:

    — E o seu, ficou em que lugar?

    O PORCO

    Grande clássico lotava o Estádio Municipal Farroupilha, no Alegrete. De um lado, estava o América, do seu Nilo. Do outro, Cruzeiro do Bironha — o Leão da Coxilha. Uma rivalidade à flor da pele.

    Escanteio no lado direito de ataque do Cruzeiro, aos 43 minutos do segundo tempo. Vai cobrar o Barriga, camisa sete às costas. Quando ele corre para chutar, olhando para a área, se atravessa um porco na frente da bola!

    O Barriga, sem ver, encheu o pé no porco.

    Foi aquele silêncio no estádio. Só se escutou o grito do bicho.

    O Barriga, carregado nos braços em direção do vestiário, com suspeita de fratura em três pedaços da perna direita.

    Um repórter invade o lugar e vê o Barriga com a perna quebrada em várias partes, deitado na maca, sorrindo. O repórter foi nele e disse:

    — E aí, Barriga, mesmo com a perna quebrada em três partes tu ainda dá risada?

    E ele disse:

    — E tu só não tá rindo porque não viu o estado que ficou a cara do centroavante que cabeceou o porco!

    PERDIDO

    Inverno rigoroso na fronteira e uma neblina que cobria a Praça Nova, lá para os lados da coxilha seca no Alegrete. Um brigadiano observa um cara de poncho (fazia perto de zero grau) cambaleando pela rua, numa baita borracheira. Ele se aproximou e o borracho levantou a cabeça, olhou bem nos olhos do soldado e disse:

    — Tu sabes onde mora o doutor Gaudêncio Vargas?

    O brigadiano respondeu:

    — Mas Gaudêncio Vargas é o senhor, doutor!

    E ele, enrolando a língua, disse:

    — Que sou eu, isso eu sei... Só não tô me lembrando bem onde é que eu moro!

    PREGOS

    O Nêgo Véio entra em um ônibus na linha Viamão/Centro e só tinha um lugar ao lado de uma mulher com o filho no colo, na segunda fila do corredor. Ele mais que depressa pagou a passagem, cruzou a roleta e se foi em direção ao assento livre. Quando foi sentar viu que tinha um saco grande no assento ao lado da mulher

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