Antijogo
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Sobre este e-book
Adrilles Jorge ficou conhecido em todo o Brasil como um dos participantes do Big Brother Brasil 2015. Seria hoje, portanto, mais um ex-BBB, não fosse por um detalhe tão surpreendente quanto impositivo: a poesia que escreve. Algo improvável ocorreu, mas fato é que sua participação no reality show revelaria ao público leitor um poeta interessantíssimo, orgânico, cultor da melhor tradição poética brasileira, autor de obra a ser urgentemente lida e estudada.
Reunindo 137 poemas, Antijogo é o primeiro passo da promissora carreira literária de Adrilles. Sua poética versa, principalmente, sobre temas como amor, medo, desejo e morte, e tem construção sintática peculiar, comparada por Olavo de Carvalho, autor do texto de orelha, aos desenhos de M.C. Escher.
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Pré-visualização do livro
Antijogo - Adrilles Jorge
1ª edição
2015
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
J71a
Jorge, Adrilles
Antijogo [recurso eletrônico] / Adrilles Jorge. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2015.
recurso digital
Formato: epub
Requisitos do sistema: adobe digital editions
Modo de acesso: world wide web
ISBN 978-85-01-10602-5 (recurso eletrônico)
1. Poesia brasileira. 2. Livros eletrônicos. I. Título.
15-25123
CDD: 869.91
CDU: 821.134.3(81)-1
Copyright © Adrilles Jorge, 2015
Projeto gráfico e composição de miolo da versão impressa: Renata Vidal
Foto de capa: Daniel Magalhães
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito.
Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Direitos exclusivos desta edição reservados pela
EDITORA RECORD LTDA.
Rua Argentina, 171 - 20921-380 - Rio de Janeiro, RJ - Tel.: 2585-2000.
Produzido no Brasil
ISBN 978-85-01-10602-5
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SUMÁRIO
Apresentação
DO DESEJO E OUTROS AFETOS
Amor
Declaração
O que se busca
Declaração de amor
O ódio me sustenta
Aqui
Proximidade
Dado
Koussa
Vingança
Chantagem
Oferta
Criança
Do que venha a ser
Vir a ser
Objeto indirecionado
Perpétua
Herói moderno
Milagre
Padeço do que desejo
Os apetites de Janaína
Receita de preguiça virtuosa
Enterro de uma possível ressurreição
Saldo possível
Feliz
Visível cegueira
Contradições coerentes e inconclusivas
A verdade me persegue
Meu Credo
Louvor
Prece
Entregue
Traição
Um amador
Necrológio de um permanecente
Projeto
Colheita
Utopia do futuro do pretérito
Quitanda
Lembranças da nova era
Pragmatismo quase utópico
Castelo
Ligeiro questionamento metafísico
Sono
Ascese
Revolta
Nunca, ainda, sempre
Da arte
Da beleza: baixas acepções
Sem musa
Fábrica
A um amigo
Partida
Meu desejo
DO QUE FALTA
Quod erat demonstrandum
Falta algo
Nada menos
Meu avô morto
Valores
Conto
Jovem ancião
Manifesto da inabilidade
Distração
Que, onde, quando
Conselho ressurrecto
Da inviabilidade da impossibilidade
Ventre
Uma outra face
Desabitação
O que não vejo
Roubo
Um vencido quando vence
Conselho
Perdão
Pedido
Ignorância
Antologia do engano
Aquela que se foi
Edição
Retrato
Álbum
Desaforo afetivo
À espera
Não destemperado
Poema do desamor
Soneto indolente
Perda de tempo
Porque
Posses
Sentido
Festa
Disfarces do óbvio
O enxadrista
Cantiga de acordar nº 2
Falta
Minto
Fugir de si
Semiperdas
DO CORPO E SEUS SENTIDOS
O sangue corre
Estilhaço de um reflexo partido
Fundo sem superfície
Gênese
Árvore
Um certo andar
Autofagia
Invisível
Ar
Sentidos
Pele deserta
Nós
Mesmos contrários
Território
Conto de fadas revisitado
Autópsia de um sobrevivo
Vidicídio
Cronologia da dor perene
Um corpo à espera de uma eutanásia ou possível ressurreição que seja
Apologia ao urubu
Um cão, apenas
Forma
Oratória
Das impossibilidades da indiferença
Claustro móvel
Multiverso
Horizonte
Na treva
Gravidade
Teoria da interdependência
Um gesto
Não basta
Em nome de quem
Anatomia da espera
Em mim renasce o meu fim
Autismo utópico
Sadomasoquismo
Pathos
Antijogo
SOBRE O AUTOR
Apresentação
Não se chega à poesia por um caminho fácil. Embora, ao contrário do que se pensa e diz, a conceituação de poesia seja algo quase simples. Poesia é a experiência de subversão da linguagem, de retradução, reconfiguração e transformação de toda tentativa de comunicação. Sabendo-se que a linguagem é o elemento vivo da comunicação e que a comunicação é o elo mais precioso que funda a humanidade, e que dá sentido à existência, a poesia é também uma tentativa de tradução, reconstrução e transformação da própria humanidade e seu sentido de vida.
Simples e megalomaníaco assim. A explicação da simplicidade do conceito de poesia é, pois, ao mesmo tempo, a explicação da dificuldade imensurável de seu caminho e gênese. Para se chegar à poesia é preciso perceber – na própria carne – que todo sentido de linguagem, de comunicação, é uma tentativa exasperada de dar sentido e ordenamento à vida mesma. E que desordenar a linguagem (e a vida) para tentar capturar o que as próprias palavras não conseguem dizer é uma tarefa de antemão fracassada em sua utopia. Mas uma utopia que dá sentido ao caminho para este lugar nenhum que espia todos os lugares. Explica-se: a poesia é a mais extraordinária e sublime das frustrações. Tentar expressar o inexprimível é a tarefa paradoxal do poema. Colocar em palavras o que as palavras não alcançam em significado significa explodir e reconstruir o significado da palavra, do discurso, da linguagem e daquilo que a linguagem representa, que é a configuração do mundo. A poesia é a expressão viva de tangenciar o impossível.
Mas impossível mesmo é aceitar as coisas como são, ou melhor dizendo: impossível é aceitar as coisas como mostradas à primeira vista. Porque não há vista que se sustente a uma segunda, terceira e infinita olhadela. O olhar multiplica o visto, a descrição expande o fato, o sujeito inaugura o objeto sucessivamente, o poeta transforma a palavra que simboliza todas as coisas.
E porque as coisas não se cansam de não se definir, me tornei poeta. Os mais de cem poemas aqui reunidos são uma parte do que fiz ao longo de vários anos. Anos em que coisas como o sofrimento, a perda ou mesmo a alegria, o afeto, o riso, nunca conseguiram repousar em um sentido absoluto. Porque, somada à curiosidade daquilo que se cria constantemente – a linguagem, a vida –,