Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A Noite dos Sátiros Selvagens: A Maldição dos Sátiros, #1
A Noite dos Sátiros Selvagens: A Maldição dos Sátiros, #1
A Noite dos Sátiros Selvagens: A Maldição dos Sátiros, #1
E-book315 páginas6 horas

A Noite dos Sátiros Selvagens: A Maldição dos Sátiros, #1

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Algumas criaturas querem ser encontradas.

Quando a Dra. Katerina Silverton viaja até a Pine Barrens para fazer um documentário sobre o Demônio de Jersey, ela não acredita que irá descobrir qualquer evidência sobrenatural. Na verdade, apenas aceita o trabalho porque será recompensada com financiamento para projetos futuros. Então, é um choque e tanto para Kat quando ela se encontra cara a cara com a fera lendária que foi enviada para o meio da floresta para capturar a imagem em filme.

Na Grécia antiga, o deus Pan cometeu um erro terrível, o qual resultou na criação dos Satirianos: uma raça de sátiros imortais. Séculos depois, ele vive isolado na Pine Barrens, aterrorizando mortais com sua aparência monstruosa de uma lenda urbana. Entretanto, uma mulher linda aparece em sua floresta procurando por provas de sua existência, Pan não consegui evitar de se revelar para ela.

Forças externas podem estar manipulando os dois, fazendo-os se conhecerem por motivos nefastos. Kat deve decidir se é capaz de amar um sátiro, ou se a aparência dele é demais para suportar. Katerina Silverton consegue resistir a natureza perversa de Pan? Ou irá se entregar para suas fantasias selvagens e tentações?

Idade Recomendada: (16+) este livro contém: violência, conteúdo sexual e palavreado de baixo calão.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento11 de jan. de 2020
ISBN9781071526286
A Noite dos Sátiros Selvagens: A Maldição dos Sátiros, #1
Autor

Rebekah Lewis

Rebekah Lewis has always been captivated by fictional worlds. An avid reader and lover of cinema, it was only a matter of time before she started writing her own stories and immersing herself in her imagination. Rebekah’s most popular series, The Cursed Satyroi, is paranormal romance based on Greek mythology. She also writes Fantasy and Time Travel. When satyrs, white rabbits, and stubborn heroes aren’t keeping her busy, she may be found putting her creativity to use as an award-winning cover artist. Rebekah holds a Bachelor of Arts in English Literature and lives in Savannah, GA with her cat, Bagheera.

Leia mais títulos de Rebekah Lewis

Autores relacionados

Relacionado a A Noite dos Sátiros Selvagens

Títulos nesta série (2)

Visualizar mais

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de A Noite dos Sátiros Selvagens

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A Noite dos Sátiros Selvagens - Rebekah Lewis

    A Noite dos Sátiros Selvagens

    ––––––––

    A Maldição dos Sátiros – Livro 1

    ––––––––

    Rebekah Lewis

    Dedicação:

    Para Kat, Mia e Jordy por tirar um tempo de suas vidas ocupadas para serem meus betas. Vocês arrasam! E para Jenn, Hailey, Lana, Mel e Dawn por serem meu grupo de suporte e me ajudarem a escolher o título desse livro.

    Para a minha família: Amo vocês

    Idade Recomendada: (16+) este livro contém: violência, conteúdo sexual e palavreado de baixo calão.

    Capítulo Um

    A vida de Kat tinha se transformado em um circo. Não apenas por trabalhar com animais para poder sobreviver, mas porque as pessoas que faziam parte de sua vida eram bizarras. Com esse pensamento em mente, ela sentou-se em frente de um empresário magnata que nunca havia visto antes. Endireitou sua postura e, pelo motivo da exigência de sua presença ser tão misterioso quanto o homem que olhava em seus olhos, colocou um sorriso forçado no rosto.

    Sr. Dion Bach entrelaçou os dedos sobre a mesa de mogno brilhante. A caricatura da riqueza, ele vestia uma camisa e um terno preto com abotoaduras de ônix e diamantes. Sua gravata, entretanto, se destacava com um tom de bordô forte, no qual a seda, chamava toda a atenção sobre a linha de botões de sua camisa como o vinho mais caro. – Você provavelmente está se perguntando o motivo pelo qual lhe liguei. Dra. Silverton.

    – Devo dizer que fiquei um pouco surpresa quando recebi sua ligação – mais para a ligação de sua secretária, mas Kat não era de argumentar sobre pequenos detalhes.

    Com um sorriso que parecia muito mais habitual do que genuíno. Sr.Bach abriu a pasta deitada sobre a mesa em sua frente. Enquanto Kat ficou sentada na sala esperando por cerca de trinta minutos, que passou contando os mosaicos do chão e lembrou como tinha imaginado que seria a aparência de Dion Bach. Ela imaginou um velhote rancoroso, mas estava completamente enganada. O cabelo dele era grosso de um tom amarelo-acastanhado e um corte social. Ele era atraente, mais ou menos na casa dos trinta, com um furinho em seu queixo quadrado, um corpo atlético e uma pele tão bronzeada que deixou a pele irlandesa dela envergonhada.

    Sua grande cadeira de couro e madeira tinha uma parte alta e entalhada que a dava a aparência mais de um trono que de uma mobília de escritório, a qual estava presente em cima de uma placa de mármore elevada junto da enorme mesa de madeira. Duas colunas de coríntio ficavam em ambos os lados.  Pequenas alcovas cobriam as paredes incrivelmente brancas, sem sequer um retrato, com bustos mitológicos exibidos em pilares. Plantas de hera foram colocadas nos cantos da sala, que a dava um cheiro persistente fazendo qualquer um se sentir no meio de uma floresta. Independentemente disso, ela tinha a sensação de estar em um museu ou em um tribunal.

    Sr.Bach era o CEO da Bach Industries, uma empresa conhecida por investir em filmes, televisão, ciência, música e tudo o que fascinava seu proprietário indescritível. Ele era rico, mas ficava fora dos holofotes e muito provavelmente já pagou muita gente para continuar assim.

    Vendo que Kat analisava tanto a ele quanto aos arredores, ele a olhou através de seus cílios negros e grossos e voltou a sorriu. Um sorriso notavelmente forçado. – Lamento ouvir sobre seu infeliz acidente no verão passado. Você teve muita sorte em ter um membro da equipe te acompanhando para assustar a puma antes que o ataque se tornasse uma tragédia fatal.

    Ele não perdeu tempo. Kat acenou uma vez com a cabeça, mas estava acostumada a ouvir as mesmas coisas sobre o ataque. Ela já estava cansada de todos os lamentos que as pessoas sentiam a obrigação de lhe falar sobre isso. Desde seu encontro com a puma, ela vem sendo um recipiente de penas – muitos extremamente falsos. Kat duvidava muito que o desse homem seria diferente.

    Ele continuou, mau olhando nos olhos dela. – Pelo que entendi, você foi chamada para o local em West Virginia para dar sua opinião profissional sobre a autenticidade de uma suposta pantera-negra que havia sido vista na área em que o felino te atacou.

    – Sim, senhor. Estávamos coletando evidências na floresta quando o felino pulou de trás dos arbustos. Me derrubou pela minha coxa esquerda e quadril, me arranhou um tanto. A sorte foi que uma das pessoas no grupo tinha licença para carregar arma de fogo, caso de algo desse tipo viesse a acontecer. Ele fez o animal fugir com um disparo de shotgun, então a puma não conseguiu atacar para matar – se ela tivesse sofrido os mesmos ferimentos em sua garganta, teria morrido antes de conseguir perceber o que aconteceu. Kat sabia que teve muita sorte, mas a longo prazo, isso não ajudava. Ela tinha feito um julgamento horrível naquele dia e isso a custou.

    – De fato, muita sorte.

    Distraidamente, Kat se pegou olhando para os olhos marrons do Sr.Bach. Eles eram quase completamente pretos e ela não conseguia ver a diferença entre o fim da pupila e o começa da íris. Em seus olhos não havia um pingo de acolhimento. Porém, a pontada de julgamento a fez desviar o olhar e respirar fundo. Diferente do felino na floresta, os olhos do Sr.Bach pareciam ter o conhecimento de era superior de todas maneiras possíveis, e se a considerasse sem valor, ela morreria. Kat inclinou-se para baixo para pegar a alça de couro de sua bolsa em um aperto forte. Seria rude fugir de uma entrevista que poderia colocá-la de volta no mercado de trabalho. Um trabalho que, de qualquer modo, ela queria fazer. Possivelmente, o estresse por se lembrar do acidente estava fazendo-a delirar. Talvez um tipo de choque pós-traumático?

    Sr. Bach limpou a garganta. Se ele estava consciente da angustia dela, não deixou isso claro. – Entretanto, você descobriu uma população de pumas existindo em uma área na qual não havia mostrado evidencia da existência deles há mais de uma década. Pode não ter sido uma pantera-negra, porém, ainda assim, o felino era considerado um criptídeo para a comunidade cientifica, não é mesmo?

    Era. A criptozoologia é o estudo de criaturas cujo a existência nunca foi comprovada. Ainda assim, em alguns casos, os animais, ou criptídeo, realmente viveu em algum ponto, não apenas no tempo ou na área em que os inúmeros sinais apareciam. Panteras-negras certamente existiram. Ambos, o jaguar e o leopardo, muitas vezes produzem variações melanísticas, em vez de seu familiar tom dourado.

    Entretanto, apenas uma pequena população de jaguares selvagens fora de cativeiros ou comprados por um dono de animais exóticos, já foram encontrados nos Estados Unidos. Esses eram a variedade comum e muito distante de West Virginia.

    A comunidade cientifica geralmente desprezava a grande ideia de criptídeos, a não ser que algo pudesse ser provado e isso era raro. Na maioria dos casos, os sinais eram providos de trotes ou erros de identidades. Ou considerados os resultados de uma mente supersticiosa.

    Ela soltou a alça da bolsa e apertou as duas mãos juntos em seu colo para se acalmar. – Sim, senhor. Meu grupo teve sorte – mas, no fim das contas, a pobre puma foi assassinada. Kat tinha ficado louca. Ela havia implorado para que a pegassem e a colocassem em um santuário de animal e não que a matassem, pois havia evidências de filhotes por perto. Porém, a mãe puma foi considerada uma ameaça devido ao ataque, foi caçada e morta. Kat tinha ficado furiosa. Os quatro filhotes haviam sido capturados e levados para um refúgio da região. Por enquanto, eles não localizaram o puma pai e ela espera que nunca o encontrem. Não adianta encontrar uma espécie em extinção se for tirá-la de seu habitat. Se os seres humanos permitirem que suas cidades continuem crescendo e se expandindo, logo não haverá mais lugar para os animais viveram fora de um cativeiro.

    – Vamos direto para a papelada, certo? – Sr. Bach virou uma pilha de papéis com um quase audível swoosh, e a colocou no lado esquerdo de um pequeno monte de documentos dentro da pasta. Kat se perguntou qual era seu interesse nela e por quê. Ele pegou uma outra folha e a estudou por um momento antes de voltar a falar. – Estou investindo em uma série de documentários baseados em criaturas populares da criptozoologia nos Estados Unidos e no resto do mundo. A cientista que batalhei para trabalhar em um dos segmentos mais esperados, foi salva no último minuto. Eu acredito, mesmo estando completamente consciente de que essa não é sua área de expertise, que você estaria disposta a aceitar esse projeto.

    Nossa, quanta confiança, não? – Isso depende de sobre o que, exatamente, é o projeto. Eu sou uma zoologista com especialização em grandes felinos. Não sou uma criptozoologista, e não saberia onde começar com algo além de felinos, ou seja, não tenho muito como ajudar se o projeto estiver relacionado ao Pé-grande.

    Ele sorriu novamente e, dessa vez, havia um brilho de entusiasmo em seus olhos. Por que Kat sentia como se esse fosse o olhar presunçoso de um caçador que está prestes a disparar em sua presa? 

    – Ah, mas essa é a beleza da criptozoologia. Se uma criatura não está estabelecida como um membro do reino animal, tendo nunca existido aos olhos da ciência, como alguém poderia se tornar um expert a seu respeito? Existem aqueles com meramente o conhecimento dos fatos em mãos, aqueles que são obcecados e aqueles que tem um conhecimento geral sobre as espécies animais e consegue usar isso como uma vantagem quando procuram por pistas da possível existência de tal ser. E é esse tipo de pessoa que preciso que você seja.

    Ser? Ele disse ser? Ah, Cristo. É o Pé-grande, não é? Kat olhou ao redor da sala, esperando uma pessoa aparecer do nada, apontar para ela e começar a rir histericamente.

    – Sr. Bach, continuo sem entender. Qual é, com exatidão, o criptídeo que você quer que eu tente localizar?

    – Oh, não te contei? – Ele é a pintura perfeita da inocência. O tipo de inocência que a serpente no jardim do Eden teria se tivesse se transformado em uma forma humana. Aqueles abismos escuros em seus olhos refletia a imagem dela, selando seu destino.

    – N-não, senhor – ela guinchou, suas bochechas queimando com sua resposta nada confiante.

    – Me desculpe. Tenho o terrível habito de me antecipar – mais um papel foi colocado sobre o topo da pilha virada. Ele pegou a outra folha, a olhou com um sorriso e a colocou na frente de Kat. Deu leve tapinhas sobre a página com as pontas de seus dedos antes de tirar sua mão da frente, revelando a foto impressa.

    Kat olhou para baixo encarando a folha, olhou para cima desacreditando e rapidamente voltou a olhá-la. Ela tinha que ter imaginado isso. Não, porém, lá estava. Parecia ser um cavalo bípede com pernas descarnadas, uma cauda bifurcada e asas de morcego. Ela se sentia como se estivesse presa em um episódio da Turma do Pernalonga com a palavra TROUXA escrita em sua testa. A qualquer segundo, o chão desabaria abaixo dela.

    – Me perdoe, mas o que diabo é essa coisa? – Nesse momento, ela desejava que fosse o Pé-grande. Uma nova espécie de primatas que ande em duas pernas seria concebível, mesmo as lendas sendo fantasiosas, já essa coisa era um monstro assustador tirado de um livro de terror.

    Ele riu, dando gargalhadas alegres que fez com que Kat sentisse vontade de rir junto. Ela começou a sorrir de maneira boba, mas em seguida, se lembrou da coisa demoníaca com cabeça de cavalo e asas de morcego e fechou o sorriso.

    – Isso, minha querida Dra. Silverton, é a representação mais comum do Demônio de Jersey. É uma criatura que tem sido supostamente vista, hora ou outra, no Pine Barrens de Nova Jersey por mais de trezentos anos – sorrindo, ele acrescentou. – Eles nomearam um time de hockey em homenagem a isso.

    Kat piscou.

    – Pois bem? – O rosto do Sr. Bach ficou estoico. Pelo menos por fora. Havia um brilho em seus olhos maior do que Kat conseguia apreciar. Ele está gostando de me deixar confusa? Kat cruzou os braços e coçou a pele exposta sob as mangas curtas de sua camisa branca. Seu braço se arrepiou ao toque e ela estremeceu.

    – Honestamente, não sei o que dizer – e ela não sabia. Ele está tirando sarro dela?

    – Diga, ‘sim, Sr. Bach. Eu aceito o trabalho’ – ele analisou outra página na pasta. Kat gritou por dentro. Mais o que?! – A Bach Industries vai lhe disponibilizar equipamentos de filmagem, cobrir custos de hotel e refeições. Você tem de duas a três semanas no local para lidar com o projeto da maneira que achar melhor, começando em duas semanas. Gostaria de te dar o conselho de pelo menos tentar transparecer que você acredita na possibilidade da criatura existir. Você quer vender a filmagem e não tirar sarro das coisas.

    E, por acaso, existe mais maneiras de tirar sarro disso?

    Ela estudou sobre felinos, não lendas urbanas de híbridos. Existe uma chance muito alta da criatura sequer ter a precedência de existir – a não ser que seja um caso doido como o do ornitorrinco, o qual tinha sido dito nunca existir. Mas o ornitorrinco era pequeno. Essa coisa parecia gigante e, para piorar, pode voar!

    Novamente, pessoas repetitivamente reportavam a existência de pterossauros em Nova Guiné e em outros lugares. Ou haviam muitos céticos e ninguém para levar o assunto a sério, ou essas criaturas são muito boas em ficarem escondidas, mesmo voando nas alturas o dia todo, caçando o que quer que seja suas caças. Deve ter uma grande chance de que uma testemunha infeliz corra de um lado para o outro, tentando fazer alguém acreditar no que viu.

    Ou existe aquela outra teoria maluca. A que diz que eles não existem e as pessoas deixam suas imaginações tomarem o controle. Kat apostava mais nessa. A maneira na qual ela via isso, é que animais extintos dentro do último século tinham mais chance de existirem do que algo que foi morto a milhares de anos atrás. E uma pantera-negra em uma região incomum poderia ser um animal de estimação exótico que escapou e ninguém falou sobre isso. É uma possibilidade pequena, mas plausível. Infelizmente, um erro de identidade – um puma normal, um grande Labrador ou um gato de rua preto que parecia ser muito maior de longe do que realmente era – já descartava a maioria dos avistamentos.

    Kat era cética. Ela aceitaria isso se desafiada. Afinal de contas, ela era um produto da comunidade cientista. Nada existe, até que seja provado. Embora fosse divertido sonhar acordada sobre descobrir uma nova espécie ou uma que foi extinta, ela sabia que a chance de isso acontecer era de quase zero. As pessoas desperdiçam suas vidas caçando por monstros e raramente encontram o mínimo que for de evidencia para fazer com que a jornada tenha valido a pena.

    – Se você não se importa de eu perguntar, por que você me consideraria para esse projeto em particular? Tenho certeza de que existem vários criptozoologistas que morreriam por uma chance como essa. Sem mencionar o quão longe da minha área de expertise isso é. Se você está familiarizado com o meu acidente, então sabe que estou tendo dificuldades em me reposicionar no mercado de trabalho após o acontecido. Um projeto como esse poderia me arruinar de vez, se eu já não tivesse realizado essa proeza.

    – Todo mundo comete erros. Você sobreviveu ao seu, e a maior parte de seus problemas vieram por lidar com a recuperação e terapia física, não por não estar trabalhando. Você entrou e saiu das facilidades de pesquisa da Florida. Fiz minhas pesquisas. Em fato, foi enquanto pesquisava por cientistas na intenção de fazer uma seletiva para esse projeto que me deparei com seu trabalho anterior. Os documentários que fez para o National Geographic a respeito do leopardo-africano foram fenomenais – Ele pausou. – Você está ficando vermelha, Dra. Silverton? Não está acostumada a elogios?

    De um ícone milionário? Claro que não estava. Ainda assim, ela não deixou de notar que o Sr. Bach não falou nada sobre o fato de colocar a carreira dela em risco ao mandá-la em uma caça por mitos urbanos.

    Ele continuou. – Cheguei à conclusão de que uma mulher que leva suas pesquisas e projetos a sério, seria um bom investimento para a minha série de documentários. O fato de você ser bem-sucedida em sua área aos trinta e dois anos de idade, também é um bom sinal. Além disso, é um bônus ter uma mulher atraente com lindos cabelos ruivos e olhos azuis brilhantes em frente a câmera. Ajuda a divulgar para o público mais superficial e não apenas para os que tem interesse em ciência ou no paranormal.

    Por conta de sua pele clara, não havia como esconder a vermelhidão que apareceu por todo seu rosto e pescoço ao ouvir todos esses elogios. O que ele disse era verdade, mas ela ainda se sentia desconfortável quando as pessoas em industrias a rotulavam como linda. Ela era uma cientista, não uma estrela do cinema. Ultimamente, a linha entre as duas coisas estava mais fina, mesmo antes do acidente, já que encontrar um emprego naquela economia atual se tornou quase impossível. Ela usava o dinheiro dos filmes que fazia para trabalhos de pesquisa de campo. Embora não se importe de trabalhar em um laboratório fazendo pesquisas de casa, ela prefere estar no meio de toda a ação. Seu amor por se perder na natureza é imensurável. As vistas, sons e cheiros...eram uma escapatória maravilhosa da vida na cidade. Ela nunca pensou que um dia apareceria na televisão, mas agarrou as oportunidades quando elas apareceram.

    Sr. Bach abaixo a folha e juntou as mãos sobre a mesa. – Vou te dar a liberdade de escolher sua equipe e sua taxa de pagamento. Irei, até mesmo, bancar as próximas três expedições de pesquisa de sua escolha, como uma forma de agradecimento por pegar esse projeto.  E sim, concordo que é de última hora.

    Espera um segundo? Três viagens de pesquisa pagas? Poder escolher seu pagamento e equipe? Sem dúvida que sim, com certeza, agora mesmo.

    – Nesse caso... sim, Sr. Bach. Eu aceito o trabalho.

    Mesmo já estando apavorada.

    Capítulo Dois

    Duas semanas depois

    – Cinco centavos pelos seus pensamentos?

    Kat pulou de susto, olhou para cima sobre seu notebook e tremeu. Rapidamente voltando a si, ela se levantou e deu um soco no ombro de Rick Martinez. Atrás dele, Cindy se jogou rindo na da cama do hotel.

    – Ou! Pega leve – Rick esfregou seu ombro e, em seguida, sorriu. – Ah, cara. Você deveria ter visto o olhar no seu rosto. Você ficou tipo Oh meu Deus, o Demônio de Jersey vai me pegar! E deu um pulo da cadeira que quase bateu com a cabeça no teto – ele desviou de um segundo soco.

    – Enfia isso na bunda – Kat se inclinou sobre o computador, arrancou a máscara vermelha de demônio do rosto dele e a jogou no chão.

    – Não, obrigado. E é melhor você tomar cuidado, chica. Qualquer dia desses vai dizer isso para o homem errado e quando perceber vai tá estirada em uma cama. Além disso, sou comprometido – ele fez uma cena dando um selinho barulhento em Cindy e sentou-se na mesa redonda perto da janela em frente à Kat.

    – Na onde você achou esse negócio horrível? – Kat olhou para a máscara jogada, que parecia uma poça de sangue contra o tapete marrom.

    – Posto de Gasolina ao lado – Cindy disse enquanto amarrava seu longo cabelo castanho em um rabo de cavalo com um elástico incrivelmente rosa. Ela se estirou na cama e pegou o controle remoto.

    Kat bufou. – Desperdício de dinheiro, se quiser saber.

    Rick e Cindy Martinez estavam casados há cinco anos, e os três trabalham juntos a mais tempo que isso. Cindy era a melhor amiga de Kat, então ela não se importava quando Cindy a acompanhava para o chaperone a antiga equipe de filmagem só de homens, que Kat tinha quando trabalhava no National Geographic. Embora seu objetivo fosse ter certeza de que ninguém tirasse proveito da excessivamente confiante zoologista enquanto eles a acompanhava, Cindy teve um lance com Rick logo de início. Depois disso, o casal se tornou praticamente inseparável. Os dois trabalhavam bem juntos e conheciam o equipamento. Quando Kat estava prestes a organizar sua equipe para a viagem à Nova Jersey, ela não tinha a menor dúvida de quem levaria junto.

    Porém, ela nunca admitiria em voz alta que apenas contratou seus amigos em vez de outras pessoas porque o projeto em si a deixava envergonhada. O ridículo que encararia aos olhos da ciência. Kat deveria pegar uma rocha para se esconder quando retornasse ao seu velho e barato apartamento em Tampa. Ela ainda estava tentando descobrir o que a possuiu para aceitar fazer esse trabalho. Talvez uma insanidade temporária? Muita exaustão por ter dirigido até Atlanta para a entrevista?

    – Alguma novidade, Scully? – Rick abaixou para pegar sua máscara, que era uma mistura da cara de um cavalo com o clássico demônio vermelho e, ainda por cima, tinha os chifrinhos de diabo no topo e um cavanhaque pontudo.

    – Scully? Sério? Referências do Arquivo X? Se isso te faz o Mulder, sinto lhe dizer, mas você não é muito bom. Da última vez que chequei, você considerou esse projeto ser, vou parafrasear, A escolha mais bestialmente estúpida que você já concordou em fazer, mas se está sendo paga tão bem para caçar vento, então seria idiotice não pular dentro do trem da maluquice antes de ele deixar a estação – Kat cruzou os braços e levantou uma sobrancelha. Cindy olhou para ele enquanto mudava os canais da tv.

    – Não é porque não acredito em Demônio com cara de cavalo e asas de morcegos que não acredito em outros monstros – ele levou uma mão morena até sua nuca e esfregou seu cabelo preto e curto.

    – Aham...tá...fala um que você acredita.

    Sem perder tempo, Rick, de maneira dramática, jogou a máscara em cima da mesa como um jogador de futebol americano jogando a bola no chão após marcar o touchdown da vitória. – Chupacabra.

    – Ah, Deus. Mais uma vez – Cindy resmungou e balançou a cabeça.

    Kat e Cindy trocaram um olhar antes dela encarar Rick. – Você sabe que sua avó te contava essas histórias pra te prevenir de sair por ai, igual doido, quando ia brincar na rua, né? – El chupacabra era uma criatura canina que supostamente sugava todo o sangue de cabras e outros animais pequenos se eles fossem azarados o suficiente para encontrá-lo.

    – Isso é exatamente o que Scully diria.

    Um barulho soou na porta e ela deu um pulo da cadeira. Segunda vez que pula de susto e não estava nem um pouco contente com isso. Do lado de fora, alguém falou alto. – Serviço de quarto – e Rick foi até a porta ver o que era. Ninguém havia pedido nada, o que deixou Kat muito surpresa ao ver Rick aceitando uma garrafa de vinho de uma funcionária do hotel antes da mulher sussurrar algo e ir embora.

    Rick colocou a garrafa ao lado de Kat. Era um vinho tinto em uma garrafa clara e fosca com um rótulo estrangeiro. As letras escritas pareciam ser do alfabeto grego, mas ela tinha pesquisado sobre línguas estrangeiras e aprendido o necessário para quando precisasse saber disso. A escrita poderia estar em Russo ou antigo Sumério, mas ela não saberia a diferença. Ela se importava muito com as ciências animais, porém, não dava a mínima para a humana. Eles foram idiotas na história, e são idiotas no presente. Claro, deixando de lado alguns amigos e familiares, Kat preferiria lidar com animais do que com humanos a qualquer momento de qualquer dia.

    – O que é isso? – ela perguntou pegando a garrafa gelada, que parecia ter ficado no refrigerador antes de ser entregue. O liquido rosado balançava pra lá e pra cá com o movimento; em um conto de fadas, isso facilmente poderia ser confundido com sangue. Sangue bem ralo.

    Ah, tá, muito mórbida? Segunda vez que ela compara

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1