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Sobre o (Não) Domínio da Linguagem Química e sua Influência na Aprendizagem
Sobre o (Não) Domínio da Linguagem Química e sua Influência na Aprendizagem
Sobre o (Não) Domínio da Linguagem Química e sua Influência na Aprendizagem
E-book169 páginas1 hora

Sobre o (Não) Domínio da Linguagem Química e sua Influência na Aprendizagem

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Sobre este e-book

O livro Sobre o (não) domínio da linguagem química e sua influência na aprendizagem propõe-se a verificar as abstrações de estudantes egressos do ensino médio acerca da linguagem química, fundamentais na interlocução e mediação da construção do conhecimento de conceitos específicos. A escola investigada é de Educação do Campo e promove ações favorecedoras da aprendizagem por meio de abordagem contextual. O livro mostra um perfil de estudante com relevante validade externa, dado que não é raro encontrar escolas onde a Química é demasiadamente submetida ao abstratismo imaginário, decoreba de regras, fórmulas e nomenclaturas, dificilmente não fadada ao esquecimento durante e após o ensino médio.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2020
ISBN9788547311759
Sobre o (Não) Domínio da Linguagem Química e sua Influência na Aprendizagem

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    Sobre o (Não) Domínio da Linguagem Química e sua Influência na Aprendizagem - Eduardo Ribeiro Mueller

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO

    caPÍTULO 1

    A PESQUISA

    1.1 BREVE HISTÓRICO 

    1.2 A PESQUISA: SEU OBJETO E SUAS LIMITAÇÕES 

    1.3 O PROBLEMA: PROPOSIÇÃO E RECORTE 

    1.4 JUSTIFICATIVA 

    1.5 METODOLOGIA 

    1.5.1 Universo da Pesquisa 

    1.5.2 Sujeitos 

    1.5.3 A Coleta de Dados 

    1.5.4 Escolha do Referencial Teórico: a Abordagem Sócio-Histórica como

    Orientadora da Pesquisa Qualitativa 

    1.5.5 Categorias de Análise 

    CAPÍTULO 2

    REFERENCIAL TEÓRICO

    2.1 TEORIZANDO O PROBLEMA DA PESQUISA 

    2.2 UMA PASSAGEM PELA TEORIA SÓCIO-HISTÓRICA DE VYGOTSKY 

    2.3 FORMAÇÃO DE CONCEITOS: O ASSENTO DAS CATEGORIAS DE ANÁLISE NAS CATEGORIAS DE PENSAMENTO PROPOSTAS POR VYGOTSKY 

    CAPÍTULO 3

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    3.1 RESULTADOS OBSERVADOS NOS MEMORIAIS DESCRITIVOS 

    3.2 RESULTADOS OBSERVADOS NOS TESTES 

    3.2.1 Resultados do Teste N.º 1: Desenhando o Átomo 

    3.2.2 Resultados do Teste N.º 2: Classificando Elementos Fictícios Em Relação a Três Propriedades Periódicas 

    3.2.3 Resultados do Teste N.º 3: Propondo Hipóteses Sobre a Identidade de uma Propriedade X, por meio de um Gráfico (Figura 2) desta com o Número Atômico Z

    3.2.4 Resultados do Teste n.º 4: Explicar, com Informações da Tabela Periódica, as Estruturas de Lewis do Fluoreto de Alumínio e do Metano (figura 3) 

    3.2.5 Resultados do Teste N.º 5: Propor Explicações para o Fenômeno Representado nas Equações 1 e 2 

    3.2.6 Resultados do Teste N.º 6: Propor Explicações para as Figuras 4 e 5 

    3.2.7 Resultados do Teste N.º 7: Propor Melhor Localização dos Elementos Fictícios E1 a E6 (Figura 6) em uma Tabela Vazia (Figura 7), por meio de Informações das suas Propriedades (Figura 8), Verificáveis na Tabela Periódica de Consulta 

    3.3 SÍNTESE E ANÁLISE DOS RESULTADOS À LUZ DOS CONCEITOS VYGOTSKIANOS DE MEDIAÇÃO E ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL 

    CONSIDERAÇÕES

    REFERÊNCIAS

    INTRODUÇÃO

    É possível caracterizar a Educação do Campo praticada na Amazônia Legal de Mato Grosso com base em uma escola? Abro meu texto com esta indagação para que ela represente meu convite a conhecer uma experiência escolar com forte viés emancipatório, à luz de um problema, em que o conhecimento científico ainda não assumiu a função de favorecedor da comunicação e do diálogo entre os saberes, permitindo às pessoas do processo apoderar-se da escola onde esta experiência acontece.

    Segundo Caldart (2010), a Educação do Campo nasceu como crítica à realidade da educação brasileira, particularmente à situação educacional do povo brasileiro que trabalha e vive no campo. Esta educação tem, dessa forma, sua origem e trajetória nas relações de trabalho e de produção, e seus problemas têm assento nos conflitos entre classes sociais. Para Paese (2006), os traços culturais da escola do campo apresentam forte concepção da vida urbana, fazendo com que cada nova geração camponesa seja sufocada pelo tipo de urbanização que caracterizou nosso processo de desenvolvimento.

    O aspecto de Educação do Campo desta abordagem está relacionado ao processo de ensino-aprendizagem, em que professores, pais e alunos trabalham pela efetivação de novas práticas educacionais, capazes de representar a vida no campo em todas as suas particularidades.

    É importante verificar que a Educação do Campo possui um universo semântico amplo, do qual faz parte a perspectiva da unidade educacional desta pesquisa. Segundo Roseli Caldart (2010), a Educação do Campo tem se centrado na escola, e luta para que a concepção de educação que oriente suas práticas se descentre dela, não ficando refém de sua lógica constitutiva, exatamente para poder ir bem além enquanto projeto educativo.

    Buscando sua identidade, o projeto de Educação do Campo desta abordagem, mesmo não representando lutas sociais pelo direito à educação, vivenciou momentos cujas ações problematizavam a realidade da luta pela terra, pelo trabalho, pela igualdade social, por condições de uma vida digna de seres humanos, capazes de interpretar sócia, econômica e ambientalmente o seu espaço. Neste projeto de educação, a escola é o lócus onde a transformação está em processo de acontecimento.

    A proposta estruturada no projeto político-pedagógico desta unidade educacional contempla um ensino contextualizado, desenvolvido por área de conhecimento, com temáticas escolhidas com base na realidade do lugar. Neste universo, o trabalho pedagógico encontrou forte vinculação aos conceitos da cotidianidade, aqueles provenientes de uma abordagem macroscópica dos temas, o que despotencializou a aprendizagem dos conhecimentos específicos das disciplinas e, consequentemente, fez emergir dificuldades em relação aos conceitos estruturantes. São essas dificuldades que se propõe analisar aqui.

    Ações provenientes da problematização de questões locais, capazes de reorganizar o tempo e espaço de ensino-aprendizagem em disciplinas integradas por área de conhecimento e avaliando diferentemente dos métodos tradicionais, promoveram o empoderamento desta escola pelos seus sujeitos. Por que abordar este ou aquele conhecimento, e não outro, passou a ser da responsabilidade destes sujeitos.

    Porém este é um projeto em processo de construção (começou em 2008) e, entre seus problemas, optei por destacar os de aprendizagem em relação aos conceitos específicos de Química, delimitados às dificuldades de leitura e interpretação de sua linguagem específica, tais como símbolos, fórmulas, modelos e gráficos.

    Com o ensino fortemente amparado pelo contexto, as ciências da natureza elevaram o processo de aprendizagem a um nível de empirismo construtivista¹, que pouco requisita do aluno o uso de suas percepções racionais² frente aos conceitos não possíveis de contextualização.

    Reconhecendo a importância do contexto de ensino no cenário em questão para a aprendizagem em ciências, este trabalho buscou a elaboração do perfil de estudante, egresso do ensino médio de uma escola do campo, em relação à aprendizagem em Química, adotando como principal meio para tal proposição a análise de resoluções de problemas previamente elaborados, os quais tivessem condições de evidenciar formas de pensar, e critérios utilizados para ler e interpretar a linguagem química.

    A escolha do caminho que conduzisse a esta elaboração teve suas preocupações voltadas, não para as dificuldades em si, mas para o porquê de elas existirem. E se os estudantes não sabiam (ler, interpretar e comunicar a linguagem da química), buscava-se explicar de que forma este trabalho poderia contribuir para reflexões do ensino a outros estudantes.

    Dessa forma, os sujeitos escolhidos a participarem foram alunos egressos do ensino médio, estudando na escola há, no mínimo, três anos (tempo de desenvolvimento do projeto de Educação do Campo aqui citado).

    Esta participação pôde ser caracterizada pela investigação de sua vida na família, na sociedade e na escola, que buscou empreender como se davam suas relações de enculturação, e pela investigação de suas habilidades em Química, realizada por meio dos testes.

    A seguir, o capítulo 1 tratará dos caminhos da pesquisa por meio da relação do pesquisador com seu objeto de estudo, escolha e justificativa do problema, universo pesquisado, sujeitos pesquisados, escolha do referencial teórico principal (teoria sócio-histórica), bem como dos passos e instrumentos metodológicos que permitiram a coleta de dados, e as categorias utilizadas para analisá-los.

    O capítulo 2 tratará do aporte teórico utilizado para fundamentar a pesquisa realizada. Foi por meio da teoria sócio-histórica de Lev Semenovich Vygotsky que análises foram realizadas, sobretudo a com base na obra Pensamento e Linguagem, em que o autor propõe as etapas de pensamento durante a construção de conceitos.

    O capítulo 3 discutirá os resultados dos memoriais construídos pelos estudantes, bem como dos testes realizados para a coleta de dados, em que os discursos são utilizados para subsidiar as análises e a proposição de formas de pensar acerca do conhecimento da linguagem química presente. Tais análises são realizadas por meio das tomadas de decisão dos estudantes à luz da teoria vygotskiana. Fechando o capítulo, é apresentada uma síntese com novas análises dos resultados dos testes, agora à luz dos conceitos vygotskianos de mediação e zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Sugiro ao leitor, durante a leitura do capítulo 3, na parte em que são apresentados os resultados dos testes, que lance mão da companhia de uma tabela periódica dos elementos químicos. Ela auxiliará na compreensão das análises realizadas.

    Conceber a escola de Educação do Campo como um espaço de transformação pressupõe nela a presença do conhecimento, interposto nas relações responsáveis pelo diálogo entre os saberes, elevando a condição de criticidade das leituras das pessoas acerca da realidade, no passado e no presente. É por intermédio dessa concepção que se desenvolve o estudo proposto nesta

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