Cristianismo vs. Nova Era

De Rolando José Olivo

Desde o início dos tempos, o ser humano pergunta-se sobre sua origem, propósito e destino, predominando o pensamento supersticioso, místico, esotérico, espiritual e religioso, que declinou ao longo da história, cedendo lugar ao pensamento científico e filosófico moderno (materialista, secular e pós-positivista), e um conflito entre a ciência e a religião.

Atualmente, um confronto ideológico também persiste entre os dois extremos do pensamento religioso. Por um lado, o cristianismo (uma nova versão do judaísmo), sustentado na existência de Jesus e no incrível milagre de sua ressurreição, proclama o poder e a soberania de Deus, quem excede largamente ao imperfeito e pecador ser humano. Por outro lado, a Nova Era (um agrupamento atípico de religiões politeístas orientais e monoteístas distorcidas) minimiza ao Senhor, dispersando-o nas energias do universo e em diferentes religiões, subestima Jesus e o Espírito Santo, e indica que o ser humano será uma divindade e o governante do universo. Além disso, a Nova Era nega tanto a concepção bíblica do pecado como a existência do bem e o mal.

Finalmente, o cristianismo é uma verdadeira religião monoteísta, que promove princípios e valores objetivos, cujo legado vai desde a origem e o desenvolvimento da ciência até a implementação da ética cristã. Enquanto à Nova Era, esta é mais uma pseudo-religião difusa e heterogênea, que apóia a relativização da moral e a ética (de acordo com o pensamento pós-moderno), e procura acabar com as religiões monoteístas e os métodos científicos.

• Idioma: Português
• Editora: Rolando José Olivo
• Data de lançamento: 4 de mai. de 2020
• ISBN: 9780463257562

Rolando José Olivo

[e-mail] Ing. de Sistemas con 3 postgrados: Maestría en Economía Aplicada, Diplomado en Gerencia General y Especialización en Gerencia de Programas Sociales (Summa Cum Laude).

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I. INTRODUÇÃO

O pensamento religioso é inato do ser humano. Tanto é assim que, desde o início dos tempos, o homo sapiens busca respostas sobre sua origem, propósito e destino, sendo dominado pelo medo à morte e aos fenômenos inexplicáveis, o que reforçou o pensamento supersticioso, místico, esotérico, espiritual e religioso (mais politeísta que monoteísta, pois tudo o que não tinha explicação, inclusive os corpos celestes, correspondia a uma divindade, benigna ou maligna).

Essas idéias deram origem às religiões, que são uma expressão desses arquétipos: a) o imaginário diurno (moral, ética, crenças religiosas otimistas, existência de vida após a morte e vitória do bem sobre o mal, para restaurar a Justiça Divina e terminar com o sofrimento humano), e b) o imaginário noturno (negação ou relativização da moral e a ética, não desenvolver o potencial humano, crenças religiosas ateístas ou difusas, minimização ou distorção de certos fundamentos religiosos, possível inexistência de vida após a morte, rejeição das concepções do bem e o mal e ausência de justiça).

No entanto, o pensamento religioso declinou a favor do cientista e filósofo moderno (materialista, secular e pós-positivista), surgindo o confronto entre a razão e a fé, ou o conflito ciência-religião.

Essas abordagens são expostas no Capítulo II. Origem, Ascensão e Decadência do Pensamento Religioso, dividido nestas seções: II.1 A Busca de Respostas Existenciais, II.2 Os Antecedentes do Pensamento Espiritual e Religioso e II.3 O Conflito entre a Ciência e a Religião.

Enquanto à principal religião mundial, o cristianismo, esta foi fundada por Jesus ou Jesus de Nazaré ou Jesus Cristo ou Cristo (...?-33), quem foi um estudioso bíblico, profeta, pregador, filósofo, teólogo e líder religioso judeu. Além disso, a doutrina cristã é extremamente complexa e afirma, entre outros aspectos, que:

a) existe um só Deus verdadeiro,

b) a Justiça Divina é válida e infalível,

c) o amor ao Senhor e ao vizinho é a essência da religião e a vida cristã,

d) o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão em unidade (a trindade cristã),

e) o ser humano é pecador e imperfeito,

f) persiste o pecado original, em uma luta espiritual entre o bem e o mal,

g) a salvação é pela fé,

h) Cristo virá à Terra por uma segunda vez,

i) haverá um julgamento final sobre a humanidade, liderado por Jesus Cristo,

j) a Igreja de Jesus é eterna,

k) o cristão deve ser uma pessoa virtuosa.

Também destaca o sensacional legado de Jesus e sua influência na cultura ocidental, que varia desde a origem e o desenvolvimento da ciência até a implementação da ética cristã.

Embora o cristianismo é baseado principalmente na existência de Jesus e no incrível milagre de sua ressurreição. Além disso, Jesus Cristo tem sido objeto de múltiplos debates e discussões, ao longo de vários séculos, e várias perguntas surgiram entre acadêmicos e investigadores, o que suscitou dúvidas quanto à sua existência.

Aspirando a entender quem é Jesus, Ele foi separado em: a) histórico (Jesus de Nazaré, que viveu no primeiro século de nossa era, foi um profeta e líder religioso judeu, fundou o cristianismo e morreu crucificado por ordem do prefeito romano de Judéia, Pôncio Pilatos), e b) religioso (o Cristo da fé ou um ser sobre-humano, com a Essência Espiritual do mesmo Deus, que nasceu de uma virgem, realizou milagres, ressuscitou e subiu ao céu; cumprindo uma grande missão de salvação para o benefício da humanidade). Certamente, não há dois Jesus, mais bem são duas visões da mesma pessoa.

Além disso, existem três grandes movimentos (primeira busca, séculos XVIII, XIX e início do século XX, segunda busca, século XX, 1953-1970 e terceira busca, século XX, 1990-...), nos quais acadêmicos e pesquisadores realizaram grandes esforços para confirmar a existência do Jesus histórico e abordar o religioso.

Por um lado, a grande maioria dos investigadores reconhece a existência do Jesus histórico, já que desde o ponto de vista racional, científico e histórico, é possível verificar sua existência, com alto grau de certeza. Por outro lado, atualmente não existem métodos científicos para demonstrar a validade do Jesus religioso. Ou de outra maneira, a existência do Jesus histórico é quase inegável, enquanto o Jesus religioso é um mistério cientificamente não resolvido.

Essas abordagens são expostas no Capítulo III. O Cristianismo, que contém estas partes: III.1 A Religião Cristã, III.2 O Legado de Jesus Cristo e III.3 A Existência de Jesus.

Enquanto á Nova Era, esta se baseia principalmente no pensamento pós-moderno, que promove tendências seculares, individualistas e egocêntricas. Estas prevalecem sobre a moral, a ética e os costumes religiosos, conseguindo deteriorar princípios e valores morais e tornar a ética mais flexível, à medida de cada um. Da mesma maneira, as diferenças entre o cristianismo (imaginário diurno) e a Nova Era (imaginário noturno) são consideráveis, tendo em conta que esta última ideologia:

a) dispersa Deus dentro das energias do universo,

b) elimina a condição divina de Jesus Cristo,

c) não reconhece ao Espírito Santo,

d) questiona a função do Deus Criador,

e) transforma ao ser humano em um deus,

f) nega a existência do bem e o mal,

g) explica o sofrimento humano como uma questão de dívidas cármicas,

h) rejeita a adoração a Deus, vivendo para aperfeiçoar a alma, de acordo com uma ética difusa e relativa, ajustada à medida de cada um.

Essas abordagens são expostas no Capítulo IV. A Nova Era, dividido nestas seções: IV.1 A Pós-modernidade, IV.2 O Movimento da Nova Era e IV.3 As Diferenças entre Cristianismo e Nova Era.

Finalmente, deve-se notar que ao contrário do cristianismo (cujos princípios e dogmas são rigorosos, refletindo a verdadeira essência de uma religião monoteísta válida), a heterogeneidade e a diversidade de critérios diferentes da Nova Era é questionável. Essa corrente compete com religiões monoteístas e métodos científicos, sendo o grande aliado anti-cristão da Pós-modernidade.

II. ORIGEM, ASCENSÃO E DECADÊNCIA DO PENSAMIENTO

RELIGIOSO

Desde as origens da humanidade, o