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A Menina e a Panda: Companheiro Animal, #2
A Menina e a Panda: Companheiro Animal, #2
A Menina e a Panda: Companheiro Animal, #2
E-book170 páginas2 horas

A Menina e a Panda: Companheiro Animal, #2

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Sobre este e-book

Lihua nunca poderia ter imaginado que o nascimento de um irmãozinho podia acabar com a vida que ela conhecia.

Criada em um pobre vilarejo rural, Lihua rezava para que seus pais tivessem um filho para trazer paz e equilíbrio para a família. Mas ela não previu como viver em tamanha pobreza forçaria seus pais a encarar uma terrível escolha que fizeram que agora custaria tudo para Lihua.

De repente expulsa de casa, Lihua começou uma jornada traiçoeira sozinha. Após ser atacada na estrada no primeiro dia, uma heroína improvável vem ao seu socorro: uma panda que decide chamar de Panpan. Unidas pelo amor e pela sobrevivência, Lihua e Panpan viajaram juntas pelas montanhas e floresta do oeste da China enquanto Lihua lutava para encontrar seu novo lugar no mundo.

A Menina e a Panda é parte da série Companheiro Animal, mas cada livro é um romance independente com novos personagens e aventuras.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de jun. de 2020
ISBN9781071551899
A Menina e a Panda: Companheiro Animal, #2

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    A Menina e a Panda - Zoey Gong

    1

    É você! uma das crianças gritou quando avistou Lihua.

    Lihua gritou de tanto rir quando ela se levantou do esconderijo e olhou para a outra criança. Ela facilmente encontrou duas outras meninas que não conseguiam parar de rir. Elas pulavam e brigaram, de brincadeira, sobre quem realmente seria. A garota que encontrou Lihua se juntou à briga, e logo as quatro estavam brigando e rindo ao mesmo tempo.

    Eu acho que é todo mundo! disse Lihua. Houve uma pausa momentânea antes de todas as crianças explodirem em gritos e todas correram em diferentes direções pela floresta, procurando qualquer um que não tivesse sido encontrado.

    Depois de um momento, Lihua parou para recuperar o fôlego e se encontrou completamente sozinha. Ela se virou e viu as grandes árvores de bambu que rachavam quando balançavam lentamente com a brisa. A floresta de bambu era tão densa, que estava quase escuro, por mais que estivesse apenas no meio da tarde.

    Ela escutou um farfalhar à esquerda. Ela deu um passo cauteloso em direção a ele.

    Olá? ela chamou. Quem está aí? Eu não vou machucar você. Ela esperou que fosse um panda. Ela passou a vida inteira na beira da floresta de bambu, no oeste das montanhas Dayaong e à leste de Bashu. Sua vó lhe contava muitas histórias sobre os ursos gordos e fofos que perambulavam por todas as montanhas na sua mocidade, mas Lihua nunca tinha visto um.

    Os fantasmas de pés pretos da floresta, sua vó chamava-os. Dizem que eles vagavam pela floresta, comendo qualquer coisa que encontravam, até potes de ferro ou pauzinhos de bambu. Se qualquer coisa desaparecesse, o culpado com certeza seria um panda.

    Mas diziam que sua pele era algo de beleza e até de boa sorte. Então, se um panda fosse visto, as pessoas o matariam e usariam sua pele, ossos, e bile como remédio. Nos últimos anos, senhores de guerra os caçaram em larga escala, vendendo os couros para pessoas ricas no leste do país ou até para estrangeiros.

    Quando eu era criança, sua avó disse. Eu sentava no meu quarto no segundo andar de nossa casa e assistia da minha janela quando os pandas se esgueiravam para fora da floresta espreitavam a vila. Eles roubavam nossas roupas e comida. O que quer que eles pudessem colocar suas patas perversas.

    Mas Lihua não tinha medo. Com seus doze anos, não muito a assustava.

    Pode sair, ela disse enquanto engatinhava mais perto de qualquer coisa que estava no cio.

    Ela ofegou e suspirou desapontada quando um macaco saltou do chão, correu pra cima de uma árvore, e se juntou com suas muitas dezenas de amigos acima dela. Ela deveria saber. Nunca foi um panda.

    Lihua! A voz de sua mãe ecoou pela floresta, aquela estridente e irritada voz que ela conhecia tão bem.

    Indo! ela disse de volta. Ela deu uma última olhada na floresta coberta e rezou por apenas um vislumbre de um panda, mas as chamadas incessantes de sua mãe não permitiam muita hesitação de sua parte. Ela finalmente se virou e correu de volta para a vila.

    Lihua! sua mãe repreendeu assim que ela chegou em casa. Onde você estava? Garota preguiçosa!

    Era hora do descanso, mas eu não estava cansada, disse Lihua. As outras crianças e eu—

    Outras crianças? sua mãe interrompeu. Todos pirralhos inúteis. Cada um, tão mimado. Nunca ajudam quando necessário.

    Estou aqui agora, Mama, disse Lihua enquanto puxava um avental e imediatamente foi trabalhar, alimentando o fogo embaixo do grande pote de caldo apimentado, que usavam como base para quase todos os potes de macarrão que serviam no seu pequeno restaurante.

    Deixe a garota em paz, Shushu, a vó de Lihua repreendeu enquanto ela mancava na sala com a bengala. Ela puxou uma cadeira e se sentou, o rosto dela estremecendo. Ela então manuseou a pulseira de semente de bodhi que sempre usava, enquanto murmurava para si mesma.

    Como está se sentindo, Nainai? Lihua perguntou para sua avó.

    Melhor agora que você está aqui, minha pérola, Nainai murmurou, mas Lihua sempre conseguia ver a dor gravada permanentemente nos olhos de sua avó.

    Quando Nainai era uma jovem garota, seus pés foram atados, como era a tradição para a maioria das famílias. Quebrados, moldados no desejado formato de lótus, e depois cicatrizados nessa forma desfigurada, as meninas não podiam andar sem ajuda por muito tempo. Mas depois da morte da imperadora Manchu, muitas pessoas – especialmente os comandantes militares – pediram um fim para alguns dos velhos costumes. Os pés de Nainai foram então desatados, mas o estrago já estava feito. Os arcos dos seus pés já estavam completamente retos, e seus dedos ainda estavam curvados para baixo. Uma vez ela disse para Lihua que desatar seus pés foi um processo mais doloroso do que atá-los. Ela ainda andava mancando, e quando andava.

    Lihua, sua mãe disse, ainda com sua aspereza de sempre, mas com menos volume do que antes, agora que sua sogra estava presente. Vá checar o huajiao e traga-os se estiverem prontos.

    Sim, Mama, disse Lihua, e ela subiu as escadas para o telhado. A família vivia em dois quartos em cima da loja de macarrão, e elas usavam o telhado para estocar ou desidratar várias frutas, carnes e vegetais que usavam. Hoje, elas estavam secando a mais recente safra de huajiao – a pimenta-de-Sichuan, os apimentados grãos que cresciam naturalmente naquela área e dava para a comida seu sabor único.

    O huajiao foi espalhado numa grande camada branca para secar no sol. Lihua pegou o huajiao e ele correu pelos dedos dela. A casca quebrava fácil, revelando a semente com sabor acentuado por dentro. Ela jogou o huajiao na boca e esmagou-o entre os dentes, deixando o tempero transmitir seu formigamento, sensação de entorpecimento pela sua língua e descendo pela garganta. Muitas pessoas, especialmente aquelas que não eram nativas de Bashu, não conseguiam aguentar o sabor do huajiao, mas Lihua amava. Ela era considerada uma menina apimentada um termo afetuoso para meninas de Bashu que construíram uma imunidade para o sabor que podia levar até o mais forte homem a cair de joelhos, implorando por água.

    Lihua pegou um tronco de bambu e passou sobre o huajiao seco. Depois ela pegou a camada e derramou num cesto de tecido fino. Ela andou até o fim do telhado e sacudiu o cesto, deixando a palha se separar dos grãos de pimenta e pairar na brisa. Ela então colocou os grãos de pimenta num jarro e voltou para o andar de baixo.

    Sem precisar de instruções, ela adicionou mais água no pote de caldo, junto com alho, gengibre, sal, e um pouco dos grãos de pimenta recém quebrados. Ela sorveu o caldo e adicionou um pouco mais de sal até o sabor ficar no ponto certo. Não estava apimentado o suficiente para seu gosto. Se ela fizesse do jeito dela, ela teria adicionado outro punhado de grãos de pimenta, mas ela aprendeu com a experiência que se ela o fizesse apimentado demais, a família acabaria com clientes insatisfeitos. E clientes insatisfeitos não pagam. E clientes que não pagavam criavam uma Mama infeliz. E a última coisa que Lihua queria era deixar sua mãe infeliz.

    Mas Mama estava sempre infeliz, era o que parecia para Lihua. Ela era mais velha do que as mães de todos os seus amigos. Ela era magra e pálida. Mas ela trabalhava duro. Ela estava sempre trabalhando. Ela estava de pé antes do alvorecer e geralmente era a última a deitar à noite. Ela se preocupava constantemente. Preocupava-se sobre dinheiro. Preocupava-se sobre o restaurante. Preocupava-se com os comandantes militares. Preocupava-se com o futuro.

    Lihua fez o seu melhor para não causar problemas para sua mãe, mas ela sabia que era pouco o que poderia fazer, já que nasceu menina. Eventualmente, ela casaria e nunca mais veria sua família de novo. Ela supôs que era por isso que sua mãe e seu pai a tratavam com frieza, mais como uma funcionária do que como uma filha. Eles não queriam se tornar muito apegados. Ela sabia que outras meninas também eram tratadas severamente por suas famílias pelo mesmo motivo. Apesar de que ela também sabia de famílias que amavam e dotavam suas filhas também. Às vezes ela desejava ter uma família assim, mas ela sempre foi grata por seus pais não baterem nela ou a tratarem cruelmente. E ela tinha Nainai. O amor de Nainai era quentinho e sempre pronto, e mais do feito pra falta de afeto vinda de Mama.

    Lihua, Nainai chamou uma vez que Lihua terminou de temperar o caldo. Venha. Ela acenou para Lihua, com varetas de incenso na mão. Elas andaram até a frente da loja e se ajoelharam. Nainai deu uma das varetas de incenso para Lihua e riscou um fósforo, acendendo os incensos no fogo com uma faísca e crepitar. A chama logo apagou, mas as varetas continuaram a queimar lentamente, liberando sua fumaça cheirosa.

    Lihua e Nainai então olharam para o deus da cozinha sobre a porta e se prostraram, reverenciando-o, por três vezes. Então elas seguraram seus incensos na mão enquanto fechavam os olhos e rezavam.

    Lihua não sabia pelo que Nainai estava rezando, mas Lihua rezava pelo de sempre: um irmãozinho. Mesmo que a família fosse bastante pobre, e um novo bebê seria um fardo para Mama, um menino ajudaria a aliviar muitas das preocupações de Mama. Um menino nunca os abandonaria, e eventualmente, ele traria uma nora para ajudar Mama a comandar a loja quando ela estivesse velha demais.

    Rezando de novo, laoma? um homem disse a Nainai com uma risada quando entrava na loja, se referindo a ela com o termo familiar para uma mulher mais velha.

    Algumas reverências de um porquinho como você não seriam inapropriadas, disse Nainai enquanto Lihua a ajudava a levantar. A natureza supersticiosa de Nainai era quase lendária na vila. Nainai sabia todos os rituais ancestrais nunca imaginados, e ela praticava todos eles.

    Com a chegada do primeiro patrono na noite, o sinal para a agitação do jantar estava dado. Lihua ajudava sua avó a subir as escadas para o quarto que dividiam onde podia sentar fora do caminho enquanto o resto da família trabalhava. Lihua então voltava para a tigela de caldo e colocava macarrão para cozinhar em outra panela.

    Seu pai chegaria logo após com troncos de bambu, cada um tão grosso como o braço de um homem. Ele passou muito tempo na floresta, sentindo e quebrando os troncos para usar em outro prato principal da família – arroz cozido em tubos de bambu. Seu pai colocava arroz, carne, huajiao e outros temperos nos tubos e os selava com folhas de bananeira. Ele colocava tudo na grelha do lado de fora e deixava cozinhar.

    Para o resto da noite, assim como todas as noites da vida de Lihua, a família servia tigelas de macarrão e tubos de bambu com arroz para inúmeras pessoas que paravam na loja. Alguns dos patronos demoravam muito pela noite, bebendo baijiu e jogando dados. Não era até a última lanterna da vila se apagar que a família subia as escadas para seus quartos e desabavam em suas camas.

    Lihua deitava perto da janela e olhava as estrelas e a lua enquanto adormecia.

    Lihua... ela escutou a voz de sua avó resmungar do seu palete do outro lado do quarto.

    Lihua suspirou enquanto sentava e cruzou as mãos à sua frente para uma última oração.

    Querida Guanyin, ela disse, invocando o nome da Deusa da Misericórdia. Por favor envie um filho para minha mãe.

    Ela estava cansada demais para elaborar ou usar uma linguagem mais caprichosa, mas ela pensou que a deusa devia ser poderosa o suficiente para interpretar a sinceridade no seu coração. Ela deitou e estava dormindo antes de sua cabeça encontrar com o travesseiro.

    2

    E então Ling empurrou Zhuang, e ele caiu numa poça de lama! Lihua disse com uma risada enquanto ela puxava massa em longos fios de macarrão. Contava para sua mãe sobre o problema que alguns de seus amigos se meteram durante a tarde. "Ele estava tão bravo! Mas Ling é muito mais rápido, então mesmo que

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