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Alice – Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho Lewis Carroll
Alice – Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho Lewis Carroll
Alice – Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho Lewis Carroll
E-book383 páginas5 horas

Alice – Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho Lewis Carroll

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Sobre este e-book

A Pandorga acredita que é sempre uma boa hora para ler, ou reler, as Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho. Por isso, traz nesta edição as versões integrais com ilustrações originais de John Tenniel, e, entre outras curiosidades, um pequeno trecho do manuscrito entregue pelo próprio Lewis Carrol à sua amiga Alice.
Publicadas pela primeira vez em 1865, as Aventuras de Alice no País das Maravilhas logo conquistou crianças, adolescentes e também os leitores adultos. Mais de 150 anos depois, o livro – e sua continuação Alice através do espelho –, ainda é um clássico incomparável, cheio de vida, repleto de alusões cifradas e de refinado humor. É fonte de inspiração para escritores, artistas e filósofos e também matéria-prima de adaptações literárias, versões cinematográficas e diversas outras manifestações artísticas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de set. de 2021
ISBN9786555791013
Alice – Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho Lewis Carroll
Autor

Lewis Carroll

Charles Lutwidge Dodgson (1832-1898), better known by his pen name Lewis Carroll, published Alice's Adventures in Wonderland in 1865 and its sequel, Through the Looking-Glass, and What Alice Found There, in 1871. Considered a master of the genre of literary nonsense, he is renowned for his ingenious wordplay and sense of logic, and his highly original vision.

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    Pré-visualização do livro

    Alice – Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho Lewis Carroll - Lewis Carroll

    capa

    Copyright © 2021 Pandorga

    All rights reserved.

    Todos os direitos reservados.

    Editora Pandorga

    1ª Edição | Julho 2021

    Títulos originais:

    Alice’s Adventures in Wonderland

    Through the Looking-Glass and What Alice Found There

    Autor: Lewis Carroll

    Diretora Editorial

    Silvia Vasconcelos

    Editora Assistente

    Jéssica Gasparini Martins

    Tradução

    Sarah Pereira

    Composição de Capa

    Lumiar Design

    Projeto gráfico

    Rafaela Villela

    Lilian Guimarães

    Ilustrações originais

    John Tenniel

    Diagramação

    Lilian Guimarães

    Revisão

    Maitê Zickuhr

    eBook

    Sergio Gzeschnik

    pandorga_logo

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

    Elaborado por Odilio Hilario Moreira Junior – CRB-8/9949

    Índice para catálogo sistemático:

    1. Literatura inglesa 823

    2. Literatura inglesa 821.111-31

    EDITORA PANDORGA

    THE SQUARE GRANJA VIANNA

    RODOVIA RAPOSO TAVARES, KM 22 – LAGEADINHO

    COTIA – SÃO PAULO – BRASIL – 06709-015

    TEL. (11) 4612-6404

    www.editorapandorga.com.br

    Sumário

    Alice no país das Maravilhas

    Apresentação

    I – Dentro da toca do Coelho

    II – A lagoa de lágrimas

    III – Uma corrida de associados e um longo conto

    IV – O Coelho envia uma pequena conta

    V – O conselho de uma Lagarta

    VI – Porco e Pimenta

    VII – A festa louca do chá

    VIII – O jogo de croqué da Rainha

    IX – A história da Tartaruga Falsa

    X – A Quadrilha de Lagosta

    XI – Quem roubou as tortas?

    XII – A evidência de Alice

    Alice através do espelho

    Prefácio do autor

    I – A Casa do Espelho

    II – O Jardim das Flores Vivas

    III – Os insetos do Espelho

    IV – Tweedledum e Tweedledee

    V – Lã e Água

    VI – Humpty Dumpty

    VII – O Leão e o Unicórnio

    VIII – É minha própria invenção

    IX – Rainha Alice

    X – Chacoalhando

    XI – Acordando

    XII – Quem sonhou?

    Curiosidades

    Apresentação

    Pouco mais de 150 anos de aniversário e ainda amamos ler (ou assistir) as aventuras da garotinha no País das Maravilhas. Vários aspectos do livro o tornaram um clássico atemporal, uma história fascinante que alcançou um público definitivamente maior do que as crianças do século 19. Muito se deve ao fato de que Alice no País das Maravilhas foi um ponto de virada na literatura infantil, que antigamente só tinha por função a educação moral. A maioria dos livros ensinava como se comportar e ser uma boa criança. Pouco, mas bem pouco mesmo, era produzido voltado aos desejos e imaginação da criança em si. E Lewis Carroll mudou tudo isso.

    Alice é uma personagem que dá broncas em adultos, conselhos de boas maneiras e reprime os habitantes do País das Maravilhas por serem indelicados e loucos. Ela entende que adultos não são confiáveis, são incoerentes e, de certa forma, também não batem bem da cabeça. Temos uma situação reversa: o mundo sob a perspectiva de uma criança.

    O motivo do sucesso de Alice em várias partes do mundo é mais complexo, mas pode estar relacionado a percepções sobre a essência britânica do livro. O País das Maravilhas tem uma rainha, festas e chás, jogos de croqué e empregados domésticos. Não é à toa que a Disney lhe concedeu o título de princesa e a integrou em seu selecionado rol.

    No entanto, as inúmeras interpretações possíveis certamente são um dos grandes motivos da imortalidade da obra. Em uma delas, a história é uma metáfora para uma jornada interior, em direção às vontades incontroladas do subconsciente. Vários personagens perguntam a Alice quem é você? e nem sempre ela responde de uma forma clara. Talvez seja uma alegoria sobre como é difícil crescer, representado pelo despertar literal de Alice no fim da história.

    Alice no País das Maravilhas é um exemplo de obra que pode significar o que se quer que ela signifique, dependendo da perspectiva. Contos de fadas sobrevivem porque são versáteis: eles podem significar coisas diferentes em contextos diferentes. Alice viverá por mais bons 150 anos.

    Boa Leitura.

    Juntos, naquela tarde dourada,

    Deslizávamos pelo rio devagar;

    Pois pequenos braços, ineptos,

    Estavam os remos a manobrar,

    Enquanto mãozinhas fingiam

    O percurso do barco indicar.

    Ah! Cruéis Três! Logo agora,

    Sob um tempo tão sonhador,

    Implorar uma história a alguém de sopro tão fraco

    Que nem sequer a menor pena pode mover!

    Ainda assim,o que essa voz fraca pode valer

    Contra três línguas juntas?

    Imperiosa, a primeira decreta:

    Comece já...

    Em tom mais gentil, a segunda deseja:

    Que seja um nonsense absoluto

    Enquanto a terceira interrompe com palpites:

    Pelo menos uma vez, a cada minuto.

    Logo, tomadas por silêncio súbito,

    Em fantasia elas vão seguindo

    A personagem se movendo por seu destino

    De maravilhas novas e selvagens,

    Tagarelando com todo tipo de animal pelo caminho –

    O trio até acredita que parte seja verdade.

    E sempre que a história esgotava

    Os poços de fantasia,

    Eu francamente cansado insinuava

    Deixar para outro dia:

    O resto, para depois... Mas já é depois!

    Três vozes esperneavam em alegria.

    Assim cresceu o País das Maravilhas:

    Assim, um por um, lentamente,

    Seus eventos pitorescos foram elaborados

    E agora o conto está acabado,

    E voltamos para casa, sob o sol poente.

    Alice! Aceite essa história infantil,

    Com uma mão gentil

    Guarde-a onde os sonhos da infância são entrelaçados

    Na banda mística da Memória

    Como a guirlanda de flores murchas que

    A cabeça dos peregrinos adorna,

    De uma terra longínqua arrancada.

    Capítulo

    I

    Dentro da toca do Coelho

    Alice estava começando a ficar muito entediada por permanecer na colina, sentada no banco ao lado de sua irmã, e de não ter nada para fazer. Ela havia espiado o livro que a irmã estava lendo uma vez ou outra, mas ele não possuía imagens ou diálogos. E pra que serve um livro sem figuras ou falas?, pensou Alice.

    Assim, ela pensava consigo mesma (o melhor que podia, porque o dia quente a fazia se sentir bastante sonolenta e boba) se o prazer de fazer uma guirlanda de margaridas valeria o esforço de levantar-se e colhê-las, quando de repente, um Coelho Branco de olhos cor-de-rosa passou correndo por ela.

    Não havia nada tão extraordinário nisso, e Alice não achou assim tão esquisito ouvir o Coelho dizer para si mesmo:

    – Oh, poxa, oh, poxa, chegarei atrasado!

    Quando ela pensou nisso mais tarde, ocorreu-lhe que deveria ter se maravilhado com isso, mas na hora tudo parecia bastante natural. Porém, quando o Coelho na verdade tirou um relógio de bolso do seu colete, o analisou, e então se apressou, Alice ficou de pé rapidamente, porque passou por sua mente que ela nunca antes havia visto um coelho com um bolso no colete, e muito menos com um relógio para tirar dali, e, ardendo de curiosidade, correu atrás dele pelo campo, bem a tempo de vê-lo pular dentro de uma grande toca debaixo de uma cerca viva.

    Imediatamente, Alice foi atrás dele, sem sequer pensar em como conseguiria sair dali depois.

    A toca do coelho seguia como um tipo de túnel e então subitamente afundava, tão de repente que Alice não teve um segundo para pensar em parar antes de se encontrar despencando em um poço que parecia bastante profundo.

    Ou o poço era bastante profundo, ou ela caía muito lentamente, porque, conforme caía, teve bastante tempo para olhar ao redor, e para se perguntar o que aconteceria em seguida. Primeiro, tentou olhar para baixo e decifrar o que viria, mas estava muito escuro para enxergar qualquer coisa. Então, olhou para os lados do poço e reparou que estavam cheios de armários e estantes; ela viu mapas e imagens penduradas por pregos aqui e ali.

    Enquanto passava, retirou um pote de uma das estantes que estava rotulado GELEIA DE LARANJA, mas para seu grande desapontamento, estava vazio. Ela não gostaria de derrubar o pote por medo de matar alguém lá embaixo, então conseguiu colocá-lo em uma das estantes conforme passou por ali.

    Bem, Alice pensou, depois de uma queda como essa, despencar escada abaixo não há de ser nada! Eles me acharão muito corajosa em casa! Ora, eu não diria nada sobre isso, mesmo se eu caísse do telhado de casa! (O que era muito provável, na verdade).

    Caindo, caindo, caindo. Essa queda nunca iria chegar ao fim?

    – Quantos quilômetros terei caído, até agora? – disse em voz alta. – Devo estar chegando em algum lugar próximo do centro da Terra. Deixe-me ver: isso deve ser mais de seis mil quilômetros de profundidade, eu acho... – Alice havia aprendido várias coisas desse tipo em suas lições na sala de aula e pensou que essa não era uma oportunidade muito boa para exibir seu conhecimento, já que não havia ninguém para ouvi-la, mas ainda era bom praticar várias vezes. – Sim, essa é mais ou menos a distância correta. Mas então eu me pergunto qual a latitude e a longitude que deverei estar? – Alice não tinha a mínima ideia do que era latitude, ou mesmo longitude, mas pensou que eram palavras muito agradáveis de se dizer.

    E continuou:

    – Será que vou atravessar a Terra?! Quão engraçado seria sair entre as pessoas que andam de cabeça para baixo! Os Antipatias, acredito eu... – Desta vez ela estava contente por não haver ninguém ouvindo, porque a palavra não soava certa – mas terei que perguntar-lhes qual é o nome do país, você sabe. Por favor, senhora, aqui é a Nova Zelândia? Ou a Austrália? – E tentou fazer uma reverência enquanto falava. Imagine, enquanto se está caindo pelos ares! Você acha que conseguiria?

    – E que garotinha ignorante, ela vai pensar que sou, por perguntar! Não, nunca é necessário perguntar: talvez eu o veja escrito em algum lugar.

    Caindo, caindo, caindo. Não havia mais nada a fazer, então Alice logo começou a falar novamente:

    – Eu acho que Dinah sentirá minha falta esta noite! – Dinah era a gata. – Espero que se lembrem do seu pires de leite na hora do chá. Dinah, minha querida! Receio que não haja ratos no ar, mas você poderia pegar um morcego e, você sabe, isso é muito parecido com um rato. Mas será que os gatos comem morcegos?

    E aqui, Alice começou a ficar um pouco sonolenta e continuou dizendo para si mesma, de um modo sonhador:

    – Gatos comem morcegos? Gatos comem morcegos? – E às vezes: – Morcegos comem gatos?

    Pois, perceba, como ela não conseguiria responder a nenhuma das perguntas, não importava muito como ela as fazia. Ela sentiu que estava cochilando, e tinha apenas começado a sonhar que estava andando de mãos dadas com Dinah, e lhe dizia sinceramente: Agora, Dinah, diga-me a verdade: você já comeu um morcego?, quando de repente... PLAFT! Ela caiu sobre uma pilha de gravetos e folhas secas. A queda terminou.

    Felizmente, não se machucou nem um pouco se pôs logo de pé. Olhou para cima, mas estava tudo escuro; diante dela havia outra longa passagem, e o Coelho Branco ainda estava à vista, correndo por ela. Não havia um segundo a ser perdido: Alice correu como o vento e chegou a tempo de ouvi-lo dizer, quando virou uma esquina:

    – Oh, por minhas orelhas e bigodes, como está ficando tarde!

    Ela estava bem atrás dele quando dobrou a esquina, mas já não havia sinal do Coelho Branco. Percebeu, então, que estava em um salão comprido e baixo, iluminado por uma fileira de lâmpadas penduradas no teto. Haviam portas por todo o salão, mas todas estavam trancadas; depois de ter andado de um lado para o outro tentando abrir cada uma, caminhou tristemente para o meio, imaginando se conseguiria sair daquele lugar.

    Subitamente, ela se deparou com uma mesinha de três pernas toda feita de vidro maciço; nela, não havia nada além de uma minúscula chave de ouro. A primeira ideia de Alice foi que poderia pertencer a uma das portas do salão, mas... Ah! Ou as fechaduras eram muito grandes ou a chave era muito pequena, mas de qualquer forma não abriria nenhuma delas.

    Porém, na segunda vez, deparou-se com uma cortina baixa que não havia notado antes, e atrás dela havia uma portinha de cerca de quarenta centímetros de altura. Ela experimentou a chave de ouro na fechadura e, para sua grande alegria, se encaixava! Alice abriu a porta e descobriu que levava a uma pequena passagem, não muito maior do que um buraco de rato. Ajoelhou-se e, olhando pelo buraco, avistou o jardim mais lindo que já tinha visto em sua vida.

    Como desejava sair daquele salão escuro e passear por entre aqueles canteiros de belíssimas flores e aquelas fontes de água fresca! Mas ela não conseguia sequer passar a cabeça pela porta. E mesmo que minha cabeça passasse, pouco adiantaria sem meus ombros. Oh, como eu queria poder me encolher como um telescópio! Acho que poderia, se eu soubesse como começar, pensou Alice. Pois, veja bem, tantas coisas incomuns haviam acontecido ultimamente que Alice começou a pensar que raríssimas coisas eram realmente impossíveis.

    Parecia não haver motivo para esperar perto da pequena porta, então voltou para a mesa, torcendo para encontrar outra chave, ou um livro de instruções para encolher pessoas. No entanto, ela encontrou uma garrafinha sobre a mesa:

    – Certamente isso não estava aqui antes – falou Alice.

    Amarrada em volta do gargalo havia uma etiqueta de papel com as palavras Beba-me lindamente impressas em letras grandes. Tudo bem estar escrito Beba-me, mas a pequena e sábia Alice não faria isso às pressas:

    – Não, primeiro vou olhar – disse ela –, e ver se está marcado veneno ou não. – Pois ela lera várias histórias divertidas sobre crianças que foram queimadas e devoradas por bestas selvagens e outras coisas desagradáveis, tudo porque não se lembravam das regras simples que seus amigos lhes haviam ensinado, como por exemplo, que um atiçador de fogo em brasa o queimará se você o segurar por muito tempo, e que se cortar o dedo profundamente com uma faca, geralmente sangra; e ela nunca havia se esquecido de que se você bebe muito de uma garrafa marcada como veneno, é quase certo que isso lhe fará mal, mais cedo ou mais tarde.

    No entanto, essa garrafa não estava marcada como veneno, então Alice se arriscou a prová-la e achou muito bom (de fato, tinha uma espécie de sabor misto de torta

    de cereja, creme, abacaxi, peru assado, caramelo e torradas com manteiga quente) e ela logo bebeu tudo.

    – Que sensação curiosa! – disse Alice. – Devo estar encolhendo como um telescópio.

    E estava mesmo: ela agora tinha apenas vinte e cinco centímetros de altura e seu rosto se iluminou com a ideia de que chegara ao tamanho certo para atravessar a portinha do jardim encantador. Primeiro, porém, ela esperou alguns minutos para ver se iria encolher ainda mais: sentia-se um pouco nervosa com isso, pois pode acabar, você sabe, disse ela a si mesma, comigo desaparecendo completamente, como uma vela. Como deve ser, então?. E tentou imaginar como seria a chama de uma vela depois que se apagasse, pois não conseguia se lembrar de ter visto uma coisa dessas.

    Depois de um tempo, ao descobrir que nada mais aconteceu, ela decidiu entrar no jardim imediatamente; mas, ai da pobre Alice! Quando chegou à porta, percebeu que havia esquecido a pequena chave de ouro e, quando voltou para a mesa, descobriu que não podia alcançá-la: podia vê-la claramente através do vidro, e tentou ao máximo subir em uma das pernas da mesa, mas era muito escorregadia e, quando se cansou de tentar, a coitadinha sentou-se no chão e chorou.

    Vamos, não adianta chorar assim! Alice disse asperamente para si mesma. Aconselho que pare neste minuto! Ela geralmente se dava bons conselhos (embora raramente os seguisse) e às vezes se repreendia com tanta severidade que provocava lágrimas nos olhos. Uma vez, lembrou-se de ter tentado puxar as próprias orelhas por ter se enganado em um jogo de croqué que estava jogando contra si mesma, pois essa criança curiosa gostava muito de fingir ser duas pessoas. Mas não adianta agora, pensou a pobre Alice, fingir ser duas pessoas! Ora, mal sobra alguma coisa de mim para fazer uma pessoa apresentável!

    Logo seus olhos perceberam uma caixinha de vidro que estava debaixo da mesa: ela a abriu e encontrou um bolo muito pequeno, no qual as palavras Coma-me estavam lindamente escritas em groselha.

    – Bem, irei comê-lo – disse Alice –, se me fizer crescer, posso alcançar a chave; e se me fizer encolher, posso rastejar por baixo da porta; então, de qualquer forma, irei entrar no jardim e não ligo para o resultado!

    Comeu um pedacinho, e disse para si mesma,

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