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Contos Sombrios e Versos Sinuosos
Contos Sombrios e Versos Sinuosos
Contos Sombrios e Versos Sinuosos
E-book101 páginas1 hora

Contos Sombrios e Versos Sinuosos

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Sobre este e-book

Contos sombrios de fantasmas de guerra, sangue do Outono do Terror, da fúria da natureza, um assassinato incomum e um vampiro cínico. Poemas sinuosos de perda e caos. Alguns temas adultos e linguagem pesada.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento24 de ago. de 2020
ISBN9781071563694
Contos Sombrios e Versos Sinuosos

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    Contos Sombrios e Versos Sinuosos - A L Butcher

    Sumário

    O Segredo de Ascenção das Flores – Uma História de Fantasmas

    Agosto de 2015

    Outubro de 1943

    Outubro de 2015

    Lembremo-nos

    Dando Tudo

    O Vigilante– Um Conto de Jack, o Estripador

    1888, Whitechapel, Londres

    Enigma

    Atenciosamente

    A Última Floresta – Um Conto sobre a Fúria da Natureza

    O Fim dos Dias

    A Última Dança – Uma Rápida Ficção Outonal

    Salas de Aula Vazias

    O Monstro de Olhos de Vidro

    O Dorminhoco – Assassinato por Ioiô

    Tantas Noites, Tantos Pecados – A História de um Vampiro

    Parte Um

    Parte Dois

    Parte Três

    O Segredo de Ascenção das Flores – Uma História de Fantasmas

    Agosto de 2015

    A chuva caía pelo trigésimo dia consecutivo sobre o pavimento avariado há várias décadas, e o céu estava cinza-chumbo. Fumaça subia ao redor de duas mulheres abrigadas sob um guarda-chuva grande e vermelho. Quando isso vai acabar? Não aguento mais, perguntou Georgina, resmungando enquanto olhava ao redor dos prédios um tanto tortos e, atrás deles, para os resquícios de uma casamata de pedra agora adornada por Hera-Americana que abrigava pássaros e, diziam, também um ou dois fantasmas. Era, todos sabiam – fora dos limites. Perigosa. A placa de Não Entre estava podre e bamba, e a soleira escura era usada como um refúgio ocasional para os fumantes. Mas a maioria das pessoas a evitava. Com as plantas retorcidas e suas grandes folhas de um vermelho-sangue, o local tinha uma presença sinistra, mas estranhamente atraente, pensou Georgina. Algo ali a fazia desejar saber mais. Na verdade, este era o caso para todo o hospital. O Hospital da Cratera não soava como o local mais tranquilizador para convalescer, mas ali adquiriria boa experiência e, além disso, a amiga de Georgina estava ali. A enfermeira achara o movimento do hospital da cidade exaustivo, muito exigente. Ela tinha um espírito calmo, e Arabella havia lhe contado a respeito daquele lugar misterioso.

    Você o adoraria, Georgie – quieto, tranquilo, e aparentemente é assombrado. Eu sei que você adora esse tipo de baboseira. Há algumas vagas aqui, a rotatividade é alta – mas não deixe que isso a desanime. Sei o quão infeliz você tem sido no Central. E-mails entre as duas eram frequentes, e Georgina sentia-se sozinha e precisada de uma mudança depois que sua amiga de longa data havia se mudado para o interior com o marido. Ela sempre se sentira um espírito livre e como se uma parte sua lhe faltasse, mas nunca soube o porquê. Certos lugares lhe atraíam, frequentemente aqueles tomados pela natureza, ou remotos e desvalorizados ou esquecidos, e a cidade simplesmente não a atraía.

    O Google lhe havia dito que o Hospital da Cratera era um local gentil, carinhoso e amigável, parcialmente reformado e cuja parte mais antiga era tombada. Havia falhas nos registros. Antigo militar – aposto. Parecia agradável o bastante no website, e possuía um novo departamento de treinamento psiquiátrico. Georgina cavou mais fundo – pelas páginas paranormais que visitava. Como a maioria das informações em casos de tal natureza, não havia nada de concreto – estranhos avistamentos ocasionais, acontecimentos estranhos. Mas ninguém dizia muito, era um lugar basicamente esquecido. Havia lugares melhores para se observar fantasmas.

    O trabalho ou essa maldita chuva? perguntou Arabella, olhando para o céu molhado e sorrindo. Você só está aqui há algumas semanas, não me diga que já está entediada?

    A chuva. O trabalho é OK. Mas este é um lugarzinho estranho. Você não acha? Você disse que era, mas eu não tinha certeza no início. Ela reacendeu o cigarro, Cheio de fantasmas.

    Arabella deu de ombros, Se você diz. É bem velho. Aquela cratera atrás da casamata está cheia d’água, e tem uma ala que ninguém usa muito. Acho que todos preferem a Ala B – que só foi construída dez anos atrás, e é a parte que o público vê. O resto não é usado muito frequentemente – à exceção de pacientes ocasionais para a rancho de doidos do Dr. Horton.

    Arabella! Você sabe que não deve falar assim. Mas parece mesmo algo saído de um filme. Eu me sinto em casa aqui, há muitos segredos. E alguns dos outros dizem que é assombrado. Você mesma me disse.

    Você sabe que eu não acredito em fantasmas. As pessoas morrem e pronto, acabou. Sempre há uma explicação racional. As duas mulheres já haviam discutido isso antes, sem hostilidade. Velhos hospitais sempre têm um ar estranho. Todas aquelas pessoas que morreram. Ela agitou os dedos e fez um uuuhh para a amiga. Arabella não engolia isso de fantasmas, ou almas que permaneciam após a morte. Ela era prática demais para isso.

    A Irmã Ramsey diz que este foi um hospital na época da guerra. Mas havia algo secreto acontecendo, você sabe, como se fosse a base secreta de Bletchley ou coisa assim. Houve uma tragédia aqui, mas isso provavelmente era comum em hospitais militares. Georgina encarava a porta da casamata, percebendo que não conseguia desviar o olhar.

    É, eu ouvi a respeito. A cratera foi feita por uma bomba alemã. Por isso é chamado o Hospital da Cratera agora – para homenagear os mortos. Era Colina das Flores antes, ou algo assim. Arabella pisou na bituca de seu cigarro. Vamos, é melhor irmos. Penicos não se lavam sozinhos, infelizmente.

    Colina das Flores? Tem certeza? Não seria Ascenção das Flores? Georgina parara abruptamente.

    Talvez, mas de que importa como o lugar era chamado setenta anos atrás?

    Georgina sacudiu a cabeça. Acho que não importa. Sem mais nenhuma palavra, ela seguiu em frente, pensativa.

    ***

    Mãe, qual o lugar que o Vô Léo estava na guerra? Georgina perguntou durante a ligação semanal para a mãe idosa. Ela não falava muito com a filha sobre a família que perdera. A mãe havia crescido sem o pai, e este ainda era um tópico sensível, mesmo após tanto tempo. A falecida avó de Georgina havia morrido muitos anos atrás, mas a enfermeira lembrava dela como uma mulher orgulhosa e inflexível, que frequentemente falava de suas próprias angústias e sofrimentos. Eles haviam vivido no passado, pensou Georgina, mas ela ficara intrigada com suas próprias origens, como em geral ficam aqueles que pouco sabem e são curiosos. Ela havia acreditado que seu avô materno morrera na Segunda Guerra Mundial, e o pai dele na Primeira Guerra Mundial, mas era difícil conseguir qualquer informação útil quando a família é tão reticente. Ela tinha o desejo de saber. Conhecer os fantasmas do passado e perguntar a eles o que pensavam.

    Em algum lugar na Alemanha ou na França, acho. Talvez. A vovó não gostava de falar a respeito, você sabe disso lhe disse a Sra. Crawford, imaginando o que haveria trazido isso à tona. Como está o novo emprego? Ainda gostando?

    O trabalho é OK. As pessoas são legais, mas o lugar é meio estranho. Sinistro. Ele foi ferido, não foi – e levado para um hospital em algum lugar? A vovó disse que ele nunca voltou, mas ninguém sabia realmente. Georgina não conseguia tirar o hospital da cabeça. Seus pais haviam questionado o porquê de abandonar um trabalho em um hospital movimentado, grande e bem-equipado para ir trabalhar em uma unidade rural

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