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Síndrome do Estrangeiro: Banzo  Consciencial
Síndrome do Estrangeiro: Banzo  Consciencial
Síndrome do Estrangeiro: Banzo  Consciencial
E-book541 páginas5 horas

Síndrome do Estrangeiro: Banzo Consciencial

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Sobre este e-book

"Outsider, mal dans sa peau, estranho no ninho, skin encapsulated ego, saudade de luga­res e pessoas desconhecidas, sentimento de inadequação, de deslo­camento e incongruência na própria família nuclear, escolar e profissional, com traços conflitivos de superdotação parapsí­quica".

"Essa é a condição da maioria dos portadores e por­tadoras da síndrome do estrangeiro, mal estar íntimo e social, cuja etiologia está plantada em vivências extrafísicas, entrevidas, no pe­ríodo anterior à atual existência. O começo da remissão dessa abstinência do Curso Intermissivo poderá estar no reconhecimento das ideias inatas propostas pela Conscienciologia e especialida­des, no reencontro e afinidade espontânea com os pares da família evolutiva".
IdiomaPortuguês
EditoraEpígrafe
Data de lançamento25 de ago. de 2020
ISBN9786587816043
Síndrome do Estrangeiro: Banzo  Consciencial

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    Pré-visualização do livro

    Síndrome do Estrangeiro - Málu Balona

    Copyright © 2020

    1a Edição 1998 – Tiragem: 2000 exemplares.

    2a Edição 2000 – Tiragem: 2000 exemplares.

    1a Edição em Espanhol 2000 – Tiragem: 2000 exemplares.

    3a Edição 2006 – Tiragem: 1500 exemplares.

    4a Edição 2020 – Impresão sob demada: Tiragem inicial de: 450 exemplares.

    Direitos de publicação desta edição autorizados à Epígrafe Editorial e Gráfica Ltda.

    Os direitos patrimoniais desta obra foram doados pela autora ao Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia – IIPC.

    Revisão Final:Ninarosa Manfroi e Rosemary Salles.

    Capa: Paulo Presse.

    Projeto Gráfico e Ilustrações:Ernani Brito.

    Impressão: Midiograf.

    Epígrafe Editorial e Gráfica Ltda.

    Rua da Cosmoética, 1635 – Cognópolis CEP: 85853-755 – Foz do Iguaçu-PR Telefone: (45) 3525 0867

    Loja virtual: www.epigrafe.com.br

    Aos Inversores e Inversoras:

    Esta pesquisa é dedicada, por uma reciclante existencial⁰¹, a todos aqueles que, na condição de conscins⁰² ou consciexes⁰³ pré-despertas, enfrentam hoje ou enfrentarão amanhã, os percalços da intrafisicalidade rumo ao Serenismo.

    A Autora

    AGRADECIMENTOS

    Um livro-depoimento como este jamais existiria sem a con­tribuição de muitas conscins – consciências intrafísicas e cons­ci­exes – consciências extrafísicas. Seria impossível, neste espaço, agradecer a todas.

    Aos meus pais, irmãos e à minha filha Nicole pela grande oportunidade evolutiva, o meu afeto com os mais sinceros agra­de­ci­mentos.

    Aos companheiros de curso intermissivo do Instituto In­ter­nacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), prin­ci­pal­mente aos colegas da Sede e do Centro Educacional de Au­to­pesquisa IIPC – Buenos Aires que, com amizade e pa­ci­ên­cia, favoreceram a reciclagem intraconsciencial (recin) e exis­ten­cial (recéxis) pessoal para aproveitamento da atual exis­tên­cia.

    Meus agradecimentos à equipe extrafísica pela autoria múl­tipla e ao professor Waldo Vieira, principal motivador da au­to­pes­quisa, minha gratidão pelas críticas oportunas e pelo pre­fá­cio desta gestação consciencial.

    Agradeço a generosidade do Prof. Hélion Póvoa Filho e da Dra. Denise Quinet de A. Pifano, pela leitura técnica dos origi­nais, pela amizade e pelos cuidados fraternos dispensados à minha pessoa.

    Às conscins e consciexes que, experimentando a síndrome do estrangeiro (SEST) foram generosas, doando seu laboratório de vi­vên­cias, dedico este livro.

    A Autora

    SUMÁRIO

    PREFÁCIO DA

    1

    ª EDIÇÃO: Uma Teoria Original

    INTRODUÇÃO

    Parte 1

    Capítulo 01:

    O que é e quem tem a SEST

    Capítulo

    02: Nascimento da Pesquisa – Cronêmica e Associação de Ideias

    Capítulo

    03: Paralelismo na Situação Extrafísica e Intrafísica da Consciência

    Capítulo

    04: Hipótese de Trabalho – Pré-autismo e Pré-esquizofrenia

    Capítulo

    05: 1993 –

    Fases e Identificação do Perfil na SEST

    Capítulo

    06: Adolescência e Crise de Identidade

    Capítulo

    07: Mecanismos de Defesa do Ego (MDEs)

    Parte 2

    Capítulo 08:

    Parâmetros Básicos da SEST

    Capítulo

    09: Busca de Soluções para o Conflito

    Capítulo

    10: Consciência-casulo: O Ego Encapsulado

    Capítulo

    11: Parâmetros para a Doença Mental – O Delicado Conceito de Normalidade

    Capítulo

    12: Consciencioterapia e Projecioterapia – Conceitos e Definições

    Capítulo

    13: Teoria Conscienciológica da Personalidade: Estrutura, Dinâmica e Evolução (Desenvolvimento Consciencial)

    Capítulo

    14: Maturidade Integrada e Evolução Consciencial (Holomaturidade)

    APÊNDICE 1

    APÊNDICE 2

    POSFÁCIO

    ENTREVISTA COM A AUTORA

    TESTE PARA INTERMISSIVISTAS

    REFERÊNCIAS FILMOGRÁFICAS

    RFERÊNCIAS MUSICOGRÁFICAS

    REFERÊNCIAS PINACOGRÁFICAS

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    REFERÊNCIAS WEBGRÁFICAS

    SIGLAS E ABREVIATURAS

    ÍNDICE GEOGRÁFICO

    ÍNDICE ONOMÁSTICO

    ÍNDICE REMISSIVO

    CURRÍCULO CONSCIENCIOLÓGICO AUTORAL

    (1989-2020)

    "Evolução – Até mesmo um nível maior de evolução íntima, na vida intrafísica, pode acarretar conflitos à conscin. Um dia, você, com todo o seu patrimônio de vivências transcendentes, acima da média dos seres humanos, pode se sentir, dentro da Socin⁰⁴, igual a corpo estranho, planta exótica, ou peixe fora-d’água, seguindo no contrafluxo, contra a corrente, água acima, em rota de colisão (síndrome do estrangeiro)."

    (VIEIRA. 700 Experimentos da Conscienciologia, 1994)

    PREFÁCIO DA

    1

    ª EDIÇÃO

    Uma Teoria Original

    Solução. No enfoque da Conviviologia, a síndrome do es­trangeiro é um problema de primaz importância para mi­lha­res de conscins e nesta obra encontramos a solução para eli­miná-la.

    Fatos. A essência da teoria está fundamentada nos fatos da existência intrafísica.

    Terapêutica. A anatomização detalhada da síndrome do estrangeiro vem esclarecer o conflito íntimo de legiões de per­so­nalidades por aí afora. Somente isso já bastaria para im­pri­mir o selo de alto nível a esta teoria e dar-lhe uma credencial in­con­trovertível de terapêutica da consciência.

    Combate. Importa combatermos sempre a síndrome do estrangeiro que, não raro, se desenvolve no lado mais sombrio de tudo que é luminoso ou sadio, e mesmo no lado mais lu­minoso de tudo o que é sombrio ou mórbido no mi­cro­universo de cons­cins ao nosso derredor.

    Dados. Com os casos e dados da mais alta ordem de sig­nificação que encontramos aqui, podemos caminhar pa­ra a melhoria do autodiscernimento desde as áreas com en­garra­fa­mento de neurônios nas rodovias dos cérebros, até os gue­tos dos especialistas e das mutilações do saber, próprias do neo-obs­cu­rantismo, das superficialidades e da cultura inú­til.

    Retrocognometria. A retrocognometria ou a medida re­tro­cognitiva da história pessoal tem, inevitavelmente, de pes­qui­sar e aplicar os conhecimentos advindos das perquirições da síndrome do estrangeiro em função da incidência corriqueira e abrangente dessa condição íntima, patológica, em pessoas nos mais diversos contextos existenciais.

    Carta. Afastar a influência patológica da síndrome do es­tran­geiro significa desfazer-se de uma carta ruim no jo­go da vida humana, inavaliável para a nossa evolução in­di­vi­dual e gru­pal (Evoluciologia).

    Dolorímetro. A compreensão da síndrome do es­tran­gei­ro é uma espécie de algesiômetro ou dolorímetro para os com­po­nentes da massa humana impensante, desprovidos de Ci­ên­cia e vítimas dos atravanques da intrafisicalidade. Por ela é possível mensurar a extensão do curso intermissi­vo.

    Paragenética. Os inversores e inversoras existenciais en­con­trarão na teoria as respostas para inúmeras das suas in­da­ga­ções, muito além da congeneticidade exclusivamente psí­quica ou mental (Paragenética).

    Recin. Pela Recexologia, quem se empenha em vi­ven­ciar na cotidianidade a recin e a recéxis há de eliminar, em pri­meiro lugar, a síndrome do estrangeiro.

    Evolução. Segundo a Evoluciologia, quem consegue al­can­çar o conceito da inteligência evolutiva liquida em de­fi­ni­ti­vo com a síndrome do estrangeiro que, em certos casos, anu­la com­pletamente, por exemplo, as potencialidades de um ma­cros­so­ma.

    Amplitude. Impressiona, nesta tese, a análise metodológica das pesquisas, a atenção dirigida, a amplitude e a interdisciplinaridade alcançadas pela autora, Málu Balona, abrindo nova panorâmica aos estudos da personalidade quando considera­da inteira ou, mais apropriadamente, aos seres sociais de qual­quer país um pouco mais alertas para a evolu­ção de si pró­prios.

    Áreas. A teoria é uma luz mais ampla para as áreas mais obscuras da Assistenciologia, notadamente nestas 4 linhas ci­en­tíficas: a Psicologia, a Clínica Médica, a Psiquiatria e a pró­pria Consciencioterapia. Além disso, este trabalho ofe­re­ce ex­pressiva contribuição criativa às pesquisas da Parapsi­co­lo­gia.

    Biblioteca. Pessoalmente é nossa convicção de que to­do conscienciólogo ou consciencióloga, daqui para frente, ja­mais dei­xará de manter, anotado, um exemplar desta obra em sua bi­blio­teca técnica e nem se esquecerá de recomendá-la àque­les homens e mulheres que se iniciam na vivência teá­tica da Cons­cienciologia.

    Pedagogia. Apontamos de modo enfático o aspecto relevante e prioritário da abordagem pedagógica da teoria na for­mação dos docentes, homens e mulheres, jovens e veteranos da vida, pois são estas as pessoas mais carentes de superação da sua problemática intraconsciencial – o conflito magno cur­so in­ter­missivo / execução da proéxis –, a fim de estarem aptos para le­cio­nar os princípios teóricos e práticos da Conscienciolo­gia com autoridade moral e vivencial.

    Cosmoética. As implicações cosmoéticas da teoria con­duzem os interessados e interessadas a reciclagens cons­tru­tivas e constantes, a autocorreções de curso e a de­ses­tig­ma­ti­za­ções, deslavagens cerebrais e desrepressões mul­ti­fa­cetadas, à maneira de uma catarse cosmoética com bases ho­lobiográficas.

    Frutos. Esperamos que este livro seja apenas o primei­ro fruto de uma longa série deles, neste período de gestações cons­cienciais iniciado pela autora que já moureja no universo libertário das consciências há mais de uma década, em busca da excelenciação do conhecimento humano.

    Convite. Convidamos a todos os pesquisadores e pes­qui­sadoras do Instituto Internacional de Projeciologia e Cons­ci­en­ciologia (IIPC) e do Centro de Altos Estudos da Cons­ciência (CEAEC) a estudar em profundidade esta obra a fim de alcan­çarmos outras ideias de ponta, investigadas, assim, como deparamos neste contexto e ao modo da síndrome do estrangeiro.

    Modelo. Todos temos aqui um modelo técnico valioso para seguir.

    Autora. A autora é uma das pesquisadoras mais lúcidas que conhecemos para diagnosticar conscienciometricamente a realidade das personalidades intrafísicas tanto de modo individual quanto grupal – uma tarefa, a rigor, de evoluciólogo – e, os fatos indicam, foi ela mesma, alguém que passou pela experiência da síndrome do estrangeiro com autolucidez nesta vida humana, crítica, atual, em plena Era da Aceleração da His­tória.

    Protótipo. Que este trabalho substancioso seja um pro­tótipo abrindo caminhos para dezenas de outros que virão, na mesma linha de conhecimentos prioritários da consciência, são os augúrios deste admirador de Málu Balona, uma de nossas mais decididas colaboradoras desde a proposição pública da Cons­cienciologia na condição de Ciência.

    Waldo Vieira

    Julho, 1998

    INTRODUÇÃO

    É um privilégio, hoje, nesta existência humana, po­der­mos nos dar o luxo de estudar nós próprios, sem medos, re­mor­sos ou lamentações.

    Aproveitando o efeito catalisador da gratidão pelo que foi aprendido podemos gerar novos pensamentos, sentimentos e energias – neopensenes e neossinapses em nosso atual cérebro fí­sico. O ideal é tirarmos partido do passado para melhor ela­bo­rarmos o futuro.

    Apresentamos de maneira geral, péssimo hábito: registrar sempre com precisão maior na memória integral de todas as vidas (holomemória), episódios e vivências negativas.

    Isso ocorre com a maioria quase absoluta das consciências. Daí a importância, para o leitor interessado nos processos relativos à síndrome do estrangeiro, de apresentarmos após aná­lise profunda, o registro positivo dos fatos aqui propostos.

    Vamos nos empenhar ao máximo na aplicação da crítica objetiva, levando as impressões ao paracérebro e ao mental­so­ma – corpo do discernimento maior. A capacidade de parapercepção acurada é fruto natural da autorreflexão e da inteligência evolutiva (IE) avançada.

    O psicossoma – corpo emocional ou paracorpo das emo­ções é o veículo da emocionalidade e das sensações. Torna-se, portanto, inadequado quando o objetivo é a avaliação crí­tica e a análise desapaixonada.

    Felizmente, nem todos são portadores da síndrome do es­tran­geiro que passaremos a designar SEST.

    No decorrer da leitura, alguns poderão identificar-se com certas passagens; outros somente vivenciaram o problema durante curto período da vida; percentual ainda menor po­de­rá identificar-se apenas com alguns aspectos citados.

    Ao final, um grupo bem delimitado poderá reconhecer-se portador ou portadora da SEST clássica, com sintomas e ca­rac­terísticas específicas aqui descritas. Contudo, mesmo assim, os percentuais de agudez tendem a apresentar-se em graus di­fe­rentes, segundo a sábia fórmula: cada caso é um caso.

    Por esse motivo, sugerimos ao leitor ou leitora, evitar en­qua­drar-se de maneira forçada ou precipitada, pois não é char­moso nem interessante conviver com a SEST.

    Em certas passagens, estaremos inevitavelmente, abordando situações desagradáveis, constrangedoras ou dolorosas.

    O objetivo não será remoer tristezas ou remexer velhas fe­ridas psicológicas. É preciso reciclar o lixo armazenado na me­mó­­ria integral, atualizando arquivos holomnemônicos pes­so­ais.

    Hoje, o importante é reconhecer a lição positiva aprendida em favor da evolução consciencial. Não há culpados pelas nossas dificuldades. Há apenas deficiências a superar.

    O preço cobrado pela imaturidade é sempre o de aprender da maneira mais difícil. Vamos assumir a responsabilida­de integral pelo que nos ocorre, sendo autoimperdoadores, buscan­do perdão antecipado – heteroperdão para todos os demais, ad infinitum.

    Será produtivo fazer anotações pessoais durante a leitura, preferencialmente no próprio livro, pois neste momento, estaremos mergulhados na autorrealidade intraconsciencial.

    Aqueles que mais se interessam pela evolução de cada um de nós, os amparadores extrafísicos, aproveitam oportuni­dades de reflexão como esta, para transmitir dicas, intuições, sugestões, inspirações, orientações e ideias que permitam aprofundar a autopesquisa e maior autocompreensão. O leitor po­de­rá chamá-los da forma que melhor lhe parecer: anjo da guar­da, benfeitor, mentor, guia, ou outra expressão.

    Contudo, o ideal é evitar toda conotação mística associa­da à assistência extrafísica recebida, pois, na maioria das vezes, lidamos com personalidades já conhecidas de outras vidas e de períodos intermissivos vivenciados entre duas vidas huma­nas consecutivas.

    Sem a ajuda e constante presença amiga dos amparadores, não teria sido possível desenvolver este trabalho. Muito in­teligente será atuar com simplicidade e sinceridade, o que per­mi­tirá aprofundar ainda mais esta relação interdimensional de amizade.

    Ideias que parecerem obscuras ou que, de algum modo, incomodarem mais durante a leitura, poderão ser aproveitadas, já que, muitas vezes, constituem valiosas pistas sobre a autorrealidade intraconsciencial.

    Apresentamos, aqui, hipótese de trabalho passível de equí­vocos, e com certeza, de muito aprimoramento. Por este mo­ti­vo, as críticas serão bem-vindas, apontando incorreções, omis­sões, falhas e desconhecimento da autora.

    Além da vivência pessoal em 48 cursos sobre o tema da­dos em 5 países (Brasil, Argentina, Espanha, Estados Unidos e Portugal), em 24 cidades, a 1.652 alunos de 1991 a 2006, 223 ques­tio­nários foram aplicados (tabulação de dados no final deste volume) e análises técnicas de relatos, fo­ram utilizadas ano­tações pessoais na condição de propositora, coautora e docente, em 109 cursos de Extensão em Conscienciologia e Pro­je­ciologia 1 (ECP1), promovidos pelo IIPC no Brasil, Argen­ti­na, Espanha e Portugal para mais de 15.000 par­ti­ci­pan­tes (Ano-base 2015).

    Somos antecipadamente gratos aos leitores e leitoras que queiram contribuir com esta ampla tarefa assistencial de esclarecimento (tares), doando as autoexperiências e relatos.

    Málu Balona

    "Saudade – Depois que o projetor (a) consciente hu­mano in­tensifica as suas experiências de volitação fora do corpo físico, começa a compreender o desassombro e o ideal daquelas consciências presas ao restringimento físico da existência terrestre, mas saudosos-intuitivos da livre volitação extrafísica – pilotos em geral, ases da aviação, astronautas e pilotos-escritores – inclusive per­so­nalidades conhecidas: Charles Augustus Lindberg (1902–1974), Antoine de Saint-Exúpery (1900-1944), Richard Bach, Edgard D. Mitchell, pioneiros da exploração maior dos ares, do es­pa­ço físico do Universo além da Terra. Por aí se observa que exis­te, de fato, uma saudade parapsíquica interressomática ou intermissiva". (VIEIRA, Waldo; Pro­je­ciologia: Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano, 1986).

    Parte

    1

    "Interaciologia. Jamais podemos esquecer as interações naturais que a vida humana mantém com as comunidades extrafísicas, ou comunexes (Multidimensiologia), incluindo a paraprocedência (Paraprocedenciologia) de onde veio cada conscin. Evidentemente, a compre­ensão maior da natureza e estrutura das comunexes amplia o autodiscernimento e a cosmovisão das conscins intermissivistas em geral e não apenas dos ofiexistas, homens e mulheres. Você sente falta da sua paraprocedência? Tal reação é típica da síndrome do estrangeiro (SEST)."

    (VIEIRA. Dicionário de Argumentos da Conscienciologia, 2014)

    Capítulo

    01

    O que é e quem tem a SEST

    Síndrome – [Do gr. Syndromé, concurso.] S.f. 1. Med. Es­tado mórbido caracterizado por um conjunto de sinais e sin­tomas, e que pode ser produzido por mais de uma causa. 2. Fig. Conjunto de características ou sinais associados a uma con­di­ção crítica, suscetíveis de despertar reações de temor e in­se­gu­rança: a síndrome de guerra nuclear; a síndrome da inflação ga­lopante e outros.

    À primeira vista, todos poderiam concluir: "a maioria dos seres humanos é portadora da síndrome do estrangeiro. Quem não teve a sua fase de estranhamento nesta vida?" Porém, não é bem assim. A síndrome do estrangeiro (SEST) é um distúrbio do comportamento, caracterizado por um estado mórbido de alienação, estranheza ao ambiente e/ou a pessoas, inadaptação, melancolia aguda, apatia, depressão, às vezes acompanhada de anorexia, podendo levar à dessoma⁰⁵ prematura.

    Sinonímia. Síndrome de abstinência do curso inter­mis­sivo, crise aguda de saudade, suicídio branco (morte por des­gos­to), melin⁰⁶ precoce, melin infantil, melin pós-ressomática, saudade parapsíquica interressomática, síndrome de abs­tinência da autoparaprocedência, perda do sentido da vida (raison d’être), transtorno de estresse pós-ressomático⁰⁷ (TEPR), banzo⁰⁸ consciencial.

    É importante definir que o sentimento de irrealidade e estranheza em relação à vida humana, vivido pelos portadores da SEST, reside no esquecimento temporário da origem ex­tra­fí­sica. Segundo essa hipótese, o portador ou portadora é aque­le que nasceu e não sabe, antípoda ao dito popular morreu e não sabe.

    É devido a essa singularidade significativa que podemos identificar os intermissivistas, verdadeiros portadores da SEST, dentre os demais casos da inadaptação social comum (sociofobia) e de diversas outras psicopatologias.

    Utilizando as abordagens conscienciológicas e projeciológicas no caminho de pesquisa definido e trilhado pela autora por mais de três décadas, não foram encontradas referências específicas e características em outras áreas de ciência sobre a SEST, embora algumas obras nos tenham sido muito úteis.

    No campo da Antropologia, por exemplo, há referência ao isolamento vivido pelo pesquisador que, em meio a culturas estranhas ou sistema de regras exótico, não pode compartilhar os autoanseios e achados com os demais membros da comuni­dade.

    Essa impossibilidade de comunicação (incomunicação) é igualmente sentida pelo portador da SEST que, embora vivendo aparentemente no próprio meio social, tem a sensação de pertencer à outra raça, outra cultura, falar outro idioma, pra­ticar sistema de valores distinto, incompreensível para os demais.

    A expressão anthropological blues, utilizada por Roberto da Matta, caracteriza a tristeza ou a melancolia do antropólogo. Também se refere ao estilo de música americana – blues, que tem sua marca no lamento (NUNES, 1978).

    O autor refere-se a 3 fases de uma pesquisa etnográfica: a fase teórica ou intelectual – uso de diagramas, mapas, esquemas; a fase prática – organização da viagem / expedição; e, por fim, a parte pessoal ou existencial – na qual a vivência direta substitui as fases anteriores.

    O mesmo ocorre na SEST, quanto às fases mencionadas. A primeira fase, antes de assumir outra neoexistência humana é também, em parte, teórica, pois a consciência encontra-se ainda distante do objetivo traçado. Naquele momento, não dis­põe do corpo físico (soma). Está utilizando veículos de ma­ni­fes­ta­ção mais sutis e atributos que, na vida intrafísica, certamen­te sofrerão efeitos do restringimento e não serão percebidos e identificados com facilidade.

    Na intermissão, apesar de estar utilizando o veículo nobre de manifestação consciencial – mentalsoma – corpo mental do autodiscernimento e da intelectualidade, a consciência não consegue reproduzir a sensação do que é ressomar – renascer no soma, na matéria densa. Nessas condições é que assume com­promissos relativos à programação existencial (autoproéxis), a ser cumprida posteriormente na Terra.

    A segunda fase, mais prática, diz respeito ao rapport ante­ci­pado com o grupo familiar – grupocarma, no qual deverá re­nas­cer; à simulação da profissão que otimizará os resultados evo­lu­tivos, e aos aspectos objetivos sobre o país, a cidade e o novo corpo (soma) que irá receber.

    A terceira e última fase denominada teática teórico + prá­tica – somente ocorrerá com a vivência integral do experimento autoevolutivo, já dentro do contexto da vida humana, após o renascimento no soma (ressoma).

    Assistir ao trailler de própria neovida futura, espécie de si­mulação dentro da série de existências humanas (seriéxis), ainda na dimensão extrafísica durante o período da intermissão⁰⁹ é condição bem diferente da consciência intrafísica (conscin) despertar dona de novo corpo humano (neossoma), sem saber nem como chegou ali, nem para onde retornar, caso não goste. Esse é o conflito básico da SEST.

    O estrangeiro intrafísico sente-se exótico, distante socialmente, segregado e marginal sem saber o porquê. O isolamento o impede de manifestar a cosmoética¹⁰ que possui.

    No campo da Medicina, pesquisadores afirmam que sobreviventes de experiências de quase morte (EQMs¹¹) passam por período de readaptação ao próprio corpo, aos familiares e ao próprio entorno social, após vivenciarem a experiência da projeção lúcida crítica (MOODY, 1989).

    São tantos os casos, que esse processo foi caracterizado por alguns autores como síndrome de reinserção, pois os por­ta­dores apresentam um quadro emocional específico e levam tempo va­riá­vel para adaptar-se, sendo que, na maioria das vezes, não con­seguirão comportar-se de modo igual ao anterior àquela ex­periência.

    Quando persistente, essa condição gera a necessidade de acom­panhamento terapêutico especializado, já que toda a fa­mí­lia estranha o novo membro. Os portadores sentem saudades da experiência extrafísica, ansiando por retornar ao lugar onde se sentiram tão bem. A partir dessa etapa, mostram dificuldade em retomar a vida do ponto em que a deixaram. No entanto, a maioria amadurece e evolui enquanto pessoa (BALONA, 1996).

    Essa é justamente a condição do(a) intermissivista por­tador(a) da SEST, sentindo-se também recém-chegado de lugar indefinido, sendo por esse motivo membro estranho ao grupo. Contudo, neste caso, não há rememoração clara, o que só vem a dificultar ainda mais o entendimento da causa real da inadaptação.

    No campo da Filosofia, há referências do filósofo grego Platão (428-347 a.e.c.), no seu mito da caverna no qual propõe questionamentos que podem ser utilizados, em analogia, pelos sobreviventes das EQMs e da SEST (PLATÃO, 1992).

    Platão convida-nos a imaginar o mundo subterrâneo onde alguns homens, prisioneiros durante toda a vida, jamais co­nhe­ceram outro lugar. Na obscuridade, só vêem as próprias som­bras projetadas nas paredes pelas chamas do fogo sempre aceso.

    Supondo que, algum dia, um desses prisioneiros con­se­guisse livrar-se das correntes, chegando à porta da caverna e fi­nal­­mente vendo pela primeira vez a luz do sol, ao retornar ao am­biente de origem, desejaria compartilhar com todos a es­tra­nha e agradável experiência. Porém, com quem poderia fazê-lo?

    Todos o julgariam louco, sofrendo de alucinações pelo fato de ter deixado a caverna. Com o tempo, esse pobre homem já não desejaria mais comentar a autovivência, incompreensí­vel para os companheiros que jamais haviam saído daquele lugar.

    Desse modo, os intermissivistas portadores da SEST cedo compreendem que possuem certa informação que jamais poderá ser com­par­ti­lhada, pois os companheiros evolutivos igno­ram a existência de outros sítios por eles visitados algures.

    A SEST traz permanente e pesado sentimento de perda, como se a consciência, ao sofrer o restringimento im­posto pelo corpo biológico e pela dimensão intrafísica, ti­ves­se também sido obrigada a renunciar ao contato com di­men­sões mais sutis de existência.

    Veremos, oportunamente, o papel desempenhado pela pro­je­tabilidade lúcida que permite minorar essa separação, fun­cionando como um tipo de liberdade condicional para a cons­cin mais lúcida.

    Platão descreve essa condição: passar da obscuridade à luz e da luz à obscuridade, numa clara analogia ao restringimento consciencial sofrido na vida humana. Faz também referência às almas que desdenham dos negócios humanos e aspiram sem cessar a orientar-se para este lugar elevado (dimensão extrafísica).

    No campo sociológico, estudos demonstram que certas pessoas ao se mudarem de cidade ou bairro, apresentam di­fi­cul­dade de adaptação, permanecendo, durante certo período va­riável, presas ainda ao antigo local de residência.

    Muitos continuarão a cruzar a cidade para comprar pão, to­mar café ou utilizar serviços básicos, tais como: conserto de sa­patos, compras em geral e até para adquirir jornais, preferindo deslocar-se e continuar visitando locais já conhecidos. O fe­­­nô­­me­no foi chamado de choque cultural (TOFFLER, 1994).

    Ocorre uma impressão de incongruência e estranheza, di­fi­cultando a chegada psicológica ao novo ambiente. Certos in­di­víduos mais sensíveis apresentam diversos males físicos – en­fer­midades psicossomáticas, ansiedade, depressão, o que po­derá levar a certo retraimento do convívio em sociedade, acom­panhado de sentimento de diferença, tristeza e desamparo.

    A inadaptação poderá levar meses ou nunca chegar a ser superada, em certos casos. É fato que mudanças são sempre agen­tes de algum nível de estresse, negativo e positivo. O aspec­to negativo corresponde à resistência natural e à ameaça que o novo provoca (neofobia); o positivo é o crescimento e a ex­pe­riência posteriormente adquirida (desafio).

    Também na SEST, a consciência portadora sofre da falta de familiaridade com as pessoas, os ambientes e as situações. Se a mudança, tão comum, de uma cidade para outra pode nos afetar tanto, quanto será a consciência afetada pela mudança dimensional?

    Em pesquisas referentes às experiências de regressão mne­mô­nica, provocadas por especialistas, aparecem casos de su­jei­tos que após recordarem certa suposta vida passada, não con­se­guem mais adaptar-se à vida atual, lamentando e sentindo saudades da outra existência (DROUT, 1989).

    Na SEST, a consciência intuitivamente sabe que não per­tence àquele lugar. Sente saudades de outra existência diferente, de outro ambiente, o que a faz sentir-se confusa, melancólica e abandonada – transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).¹²

    No campo da Psicologia com abordagem psicanalítica, há trabalhos de aprofundamento sobre a migração humana e seus efeitos psicológicos, muitas vezes, devastadores (VIANA, 1978).

    Todas essa condições críticas e características constituíram base comparativa para a pesquisa e hipótese da SEST.

    A estreita relação entre migração e inadaptação foi de­mons­trada pela pesquisa realizada em 1935, nos Es­ta­dos Uni­dos da América (Lima, O. C. – Influência da Ur­ba­nização na Saúde Mental do Homem e da Mulher, Tese de Dou­to­ra­mento, Fac. Medicina, USP; SP), indicando que a po­pu­la­ção de imi­grantes internados nos sanatórios psiquiátricos com qua­dros de distúrbios mentais era 2,85 vezes maior do que a de ame­ri­ca­nos nos mesmos nosocômios (VIANA, 1978) (grifo nosso).

    Corroborando Viana, em 2003, surge na Europa a sín­dro­me de Ulysses proposta pelo psiquiatra espanhol Joseba Acho­te­gui. Para o pesquisador, os imigrantes apresentam qua­dro complexo de sintomas psicopatológicos decorrentes do choque cultural (V. Infografia, 2003).

    A situação pode ser atribuída à incapacidade de vin­cu­la­- ção e ao sofrimento que, muitas vezes, o estrangeiro sente de modo intenso. A falência no processo de interação com as pes­soas e o meio pode explicar, em parte, o quadro de in­ci­dên­cia maior de transtornos mentais nos membros es­tra­nhos à co­mu­nidade.

    No Capítulo 4, estabeleceremos as relações existentes entre SEST, esquizofrenia e autismo, transtornos que abor­da­remos de maneira distinta da convencional.

    Na literatura mundial há referências sobre as perso­na­li­dades inadaptadas em geral. Na década de 50 foram cha­ma­das de outsiders (forasteiros). O termo se refere àquelas cons­ci­ên­cias que viveram ou vivem no contrafluxo social, con­trá­rios ao espírito de sua época – Zeitgeist.

    Alguns se sentiam alienados da vida cotidiana por terem experimentado rápidos lampejos de um tipo de consciência mais vasta e profunda. No século XIX, o resultado disso era uma insatisfação que levava, com frequência, ao suicídio ou à mor­te precoce pela tuberculose (VIANA, 1978).

    Casos de outsiders históricos, tais como: o bailarino rus­so Vaslav Nijinsky (1890-1950), o escritor irlandês George Bernard Shaw (1856-1950), o escritor russo Fyodor Dostoyewski (1821-1881), o escritor norte-americano Ernest Hemingway (1889-1961), o escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962) e o pin­tor holandês Vincent Van Gogh (1853-1889), dentre ou­- tros, são apresentados para ilustrar a síndrome.

    O poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) constitui também caso clássico de outsider. Maior aprofundamento nessa autobiografia, seguindo os parâmetros, permitiria identificar, por analogia, certa afinidade com a SEST (BRECHON, 1998).

    Contudo, foge ao objetivo desta obra pesquisar casos his­tó­ricos de SEST. Sabemos que há chances de encontrarmos quadros expressivos, como exemplo o do genial escritor francês Ho­noré de Balzac (1799-1850).

    Embora existam grandes semelhanças entre as perso­na­li­dades outsiders e aquelas portadoras da SEST, em certas pas­sagens o autor da proposta parece confundir, meros surtos de síndrome do pânico e outros estados psicóticos com estados al­te­rados de consciência benignos e autênticos, conhecidas na Psi­co­lo­gia como experiências de expansão da consciência, ex­pe­ri­ên­cia oceânica (Freud) ou experiências de pico (Maslow).

    Convidamos o leitor motivado e autopesquisador curioso a buscar referências históricas que possam levar à identi­- fi­ca­ção da SEST clássica, que é antiga¹³ e só tem de original a carac­te­rização, a classificação, a nomenclatura e as técnicas cons­ci­en­ciológicas e projeciológicas propostas para remissão (V. Apên­di­ce: Referências Bibliográficas e Analogias).

    Capítulo

    02

    Nascimento da Pesquisa – Cronêmica e Associação de Ideias

    Toda pesquisa tem histórico e deve nascer de observação cuidadosa. Na pesquisa conscienciológica, na maioria das ve­zes, o processo nasce principalmente da autovivência, pois o pes­quisador é cobaia–investigador–participante direto–comu­ni­ca­dor da própria experiência.

    A pesquisa da SEST não foge a esses princípios conscienciológicos. O autor sempre poderá se preservar da exposição excessiva, porém, quando a intenção é interassistencial, a escolha recairá sobre a autopesquisa-depoimento, sem pretender a au­todevassa consciencial ou a supervalorização de difi­cul­da­des pessoais, posturas inadequadas ao pesquisador da auto­cons­ciência. Binômio Antivitimização-Autobeniginidade (BA­LO­NA 2008).

    A vantagem da autopesquisa-depoimento é o fato de ser teó­rico-prática (teática), permitindo assistência a outras cons­ciên­cias sofredoras do mesmo mal, que poderão igual­men­te uti­lizar-se da própria experiência como terapia de apoio.

    A técnica utilizada para a exposição do histórico da SEST tem por objetivo motivar aqueles que, embora vivendo situações originais e de utilidade para outros, ainda não dis­põem de me­to­dologia e experiência no campo da pesquisa científica.

    1981 – Expressão Feliz para um Quadro de Infelicidade

    Depois de viver na França, no primeiro período entre 1979 / 1981, voltei a morar no Rio de Janeiro com minha fi­lha e meu companheiro, de origem francesa. Ao chegar ao Bra­sil, o mesmo passou a apresentar quadro de instabilidade emo­cio­nal que mesclava melancolia, inadaptação, fobia, alie­na­ção

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