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Poesia Ativa: Antologia Prêmio Absurtos 2022
Poesia Ativa: Antologia Prêmio Absurtos 2022
Poesia Ativa: Antologia Prêmio Absurtos 2022
E-book129 páginas38 minutos

Poesia Ativa: Antologia Prêmio Absurtos 2022

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Sobre este e-book

Diante do cenário de estagnação e perda provocado pela pandemia de Covid-19, tudo o que ouvíamos era que devíamos nos reinventar. E muita gente fez malabarismos para sobreviver e conter as dores mais lancinantes. No processo de cura de cada um de nós está a necessidade de encontrar uma força motriz que nos permita juntar os pedaços e reconstruir o caminho. O botão que liga o motor da retomada pode ser subjetivo, mas o desejo de ativar esperanças e movimentar planos é uma experiência que une muita gente. E é neste contexto que nasce a Poesia Ativa, antologia do Prêmio Absurtos 2022, que reúne 114 poetas de todas as regiões do país para celebrar, repensar e fortalecer sonhos através da Poesia.
 
SOBRE A ORGANIZADORA
Rose Almeida é paulistana, nasceu em 1976 e é formada em Letras pela USP. Escreve poesia desde a pré-adolescência e foi professora de português na rede pública por mais de uma década. Em 2016 passou a publicar poemas nas mídias sociais. Participou da Antologia Inaugural Patuscada (2016) e da Antologia Ruínas (2020), ambas pela Editora Patuá. Desde 2019 é editora-executiva na Absurtos Editora, onde já editou e lançou diversos títulos, de poetas contemporâneos de todo o Brasil.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jan. de 2023
ISBN9786586410433
Poesia Ativa: Antologia Prêmio Absurtos 2022

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    Poesia Ativa - Rose Almeida

    Um novo olhar

    - Nando Donel (Francisco Beltrão/PR)

    Identificar o olhar que transcende o corpo,

    aquele que os olhos não podem ver,

    e deixar a materialidade do caos desfocada

    na trava do existir disperso,

    buscar o existir atento

    e trazer o olhar transcendente consigo,

    viver o que a vida dispõe

    e se dispor para a vida,

    ser folha leve para o vento,

    ser árvore para o pássaro,

    ser céu para os olhos,

    ser grama para o tombo

    e ser para a vida

    gestação univitelina

    no útero do instante.

    Poesia indigesta

    - Anna Karolina Barroso (Juiz de Fora/MG)

    Ando comendo palavras

    De dentro para fora

    Ando pensando demais

    E me engasgando para dizer

    Num desprazer que se sente

    Ao comer sem paladar

    Vou caminhando no vazio

    Sem ter que chegar

    Divagando e devagar

    Torcendo

    Para que haja uma pedra no caminho

    Ou um deslize que me vire a cabeça

    Um delírio – que seja!

    Deixando           lacunas

    Revirando

    Ando ando ando

    Gerundiando em labirintos

    Digerindo o não dito

    Que não cessa de me comer.

    Indign_ação

    - Luisa Soalheiro (Ilhéus/BA)

    Pois que comam brioches

    Pois que comprem fuzis

    Se repetem na história

    As respostas dos imbecis

    Não comemos brioches

    Não queremos fuzis

    Seiscentos mil mortos

    Covas rasas, chão de giz

    Diante dessa solidão

    Risos, motos, e daís

    Disparam balas de canhão

    Matam gente, árvores, colibris

    Pandêmica raça de hipócritas

    Virulência de zeros e afins

    Vestidos em peles falsas

    Defendendo seus florins

    Não comemos brioches

    Não queremos fuzis

    Queremos tudo de volta

    Amigos, praças, jardins

    That’s over, baby!

    E não tá nada ok!

    Entendimento

    - Alex Alves Sampaio (Paraíso das Águas/MS)

    Quase no fim,

    uma parada.

    No começo,

    uma longa jornada.

    Quase que normal,

    um imoral.

    No fundo da alma

    respiramos paz,

    transpiramos o amor

    e brotamos nas emoções.

    Numa longa jornada,

    em plena madrugada.

    Num vago caminho,

    numa flor que brota sem espinhos,

    num lugar para sonhar.

    Tudo começa

    ao terminar!

    Era num jardim de estátuas tristes

    - Alexandre Bernardi (Chapecó/SC)

    Um obséquio vulgar, desses que nós prestamos aos desconhecidos que sofrem, pela imperiosa simpatia sentimental que há no fundo de todos nós

    (Alceu Wamosy)

    Era num jardim de estátuas tristes

    Em que eu costumava passear

    Agora só restam ruínas

    Em que a morte me espreita

    Num espaldar

    Atrás, lá longe, no infinito

    Prestes a chegar, me atiçar

    Me soçobrar no mais fundo e tenebroso

    Mar das desilusões

    Aonde não mais voltarei

    Acabarei

    Não mais sobrarei

    Apenas poeiras de ossos ebúrneos

    Plasma e moléculas destroçadas

    Translocadas nas suas puras metáforas

    Dispersas no rochedo cósmico da eternidade

    Esquecido para sempre

    Imolado das convicções

    Apartado dos sentimentos

    Enfim, liberto… eterno… para sempre liberto

    Crescer

    - Alice Martineli (Brasília/DF)

    Ei, criança, vá com calma

    você ao menos olhou em volta?

    sua visão torta te fez uma alma inquieta

    sabe aonde vai com tamanha pressa?

    bom, não muito diferente do que expressa a sua volta.

    Talvez a mente adulta tenha consumido suas ambições

    ou quem sabe perdeu seu tempo infantil

    assim, seu passatempo virou a ignorância

    novamente tão parecida com a deselegância ao redor.

    Ei, criança, você ainda se reconhece?

    encontre a resposta enquanto sua inocência desvanece

    mas o livre espírito ainda permanece

    restrito aos olhares dos prisioneiros

    que, em um mundo corriqueiro, a individualidade esmorece.

    Talvez você nem seja tão

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