Pantera Volume Zero

De Victor Correa

Entre roubos de joalherias, vinganças pessoais e muita chicotada, conheça Lygia Litcanov.

Ou também, pelo seu codinome: Pantera. 

Uma mulher negra sob uma cidade autoritária que segrega brancos e "sujos". 

Sempre trabalhando entre os dois mundos, o mundo da luz e o mundo das sombras, ela está tentando entender qual é o seu lugar na cidade.

Ela é uma vigilante? Uma vilã? Ou um pouco de cada?

Nesse volume você encontra 7 Contos onde a Pantera mostra suas garras pela primeira vez.

QUAL VOLUME VOCÊ DEVE LER A SEGUIR?

Volume 0 - Pantera
Volume 1 - Pantera e a Rainha do Crime
Volume 2 - Pantera e o Veneno da Víbora

 

• Idioma: Português
• Editora: Victor Correa
• Data de lançamento: 13 de out. de 2020
• ISBN: 9781393548140

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CONTO UM - O ROUBO DO RICAÇO

Um único tiro explode no ar.

As dezenas de homens de preto encaram o mais alto deles, que continua com a arma apontada para cima. Todos engolem em seco.

— Quem sabe assim vocês calam a boca — o homem vocifera. — Não temos tempo a perder. Aquele verme nos deve e precisamos do que é nosso.

— Ele tem costas quentes.

— Não importa — o homem rebate. — Fizemos o serviço e temos que receber.

— A empresa dele está lotada de seguranças.

— Vamos até a casa dele, então.

— Eu vou.

Dou alguns passos na direção das costas dos homens que um a um se viram até mim.

— Acha que vai assustar o homem com essa fantasia de carnaval?

As risadinhas debochadas se espalham pelo ar. Meus olhos permanecem sobre o valentão armado.

— Foi o Lucas quem me disse que vocês precisavam de ajuda.

De repente, o semblante do valentão se fecha e seus olhos encaram uma outra figura ao meu lado.

— Disse o quê?

— Não... — Lucas gagueja. — Ela é a Pantera. Aquela ladra que todos falam. Ela dá conta. Eu sei que dá... não?

Exibo um sorriso no canto dos meus lábios e pergunto:

— Me dê meia hora. — Me viro e caminho para longe. — Até o fim da noite, você será o homem mais feliz da cidade.

Em silêncio, cruzo todo saguão do prédio abandonado de três andares que servia como sede da prefeitura, mas que agora, é quase um quartel general de criminosos de toda Ouro Paulista.

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Pelas mansões de Ouro Paulista, uma fera noturna desliza pelos telhados e cruza os sobrados cercados por muros altos.

Esse é meu primeiro ano como Pantera. Os anos de ginástica artística que fiz na adolescência parecem ter surtido algum efeito ou eu já teria caído daqui de cima.

Dentro da minha fantasia negra, me encontro no galho mais alto da árvore mais