Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Aglomerados
Aglomerados
Aglomerados
E-book358 páginas2 horas

Aglomerados

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Então veio a emergência de nos afastarmos, de nos trancafiarmos, de evitarmos aglomerações. Os abraços foram proibidos, os apertos de mão se tornaram perigosos, talvez um aceno fosse aceito, mas, por gentileza, permaneçam lá do outro lado do portão que olho no olho também não pode. Vimos o mundo, antes gigante, ser fechado, confinado, reduzido ao espaço das nossas casas. São tempos difíceis, sem toque, apenas o touch é seguro, a aproximação permitida somente pelas telas dos celulares, as velas dos bolos de aniversário sopradas por câmeras de computadores. Quem diria? Atropelos de informações, lavem as mãos, passem álcool em gel, usem máscaras, o vírus invisível avança, as emoções fervilham, saltam à flor das peles.Neste cenário de incertezas e esperanças coabitando os recintos, convidamos autoras e autores de diferentes estilos literários a escreverem, se expressarem, colocarem no papel as observações sobre os novos mundos - o lá de fora e o outro, tão íntimo, levado dentro do peito –, sejam dores ou angústias, alívios ou alegrias, as mais variadas descobertas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de out. de 2020
ISBN9786587383255
Aglomerados

Autores relacionados

Relacionado a Aglomerados

Ebooks relacionados

Romance para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Aglomerados

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Aglomerados - Alê Magalhães

    Capafolha de rosto

    Todos os direitos reservados

    Copyright © 2020 by Qualis Editora e Comércio de Livros Ltda

    Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

    (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    A269

    1.ed

    Delgado, Helô - 1985 -

    Aglomerados/Alê Magalhães... — [1. ed.]; Organizado por Alê Magalhães - Florianópolis, SC: Qualis Editora e Comércio de Livros Ltda, 2019.

    Recurso digital

    Outros autores: Arzírio Cardoso, Bárbara Marca, Camila Santos, Guilherme Aniceto, J. L. Amaral, Juliana Umbelino, Juliane Araújo, Lilian Cardoso, Lua Ferreira, Lucas Lujan, Mafê Probst, Manoel de Areia, Matheus, um brasileiro, Saulo Pessato

    Formato e-Pub

    Requisito do sistema: adobe digital editions

    Modo de acesso: word wide web

    ISBN: 978-65-87383-25-5

    1. Literatura Nacional 2. Poesia 3. Conto 4. Crônica I. Título II. Organizador

    CDD B869.1

    CDU - 821.134.3(81)

    Logo editora

    Qualis Editora e Comércio de Livros Ltda

    Caixa Postal 6540

    Florianópolis - Santa Catarina - SC - Cep.88036-972

    www.qualiseditora.com

    www.facebook.com/qualiseditora

    @qualiseditora - @divasdaqualis

    Organização de Alê Magalhães

    SUMÁRIO

    Capa

    Créditos

    Organização de Alê Magalhães

    Por Zack Magiezi

    Prefácio

    Por Alê Magalhães

    viagem no novo mundo

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Aprontada

    Por Lilian Cardoso

    Por Manoel de Areia

    Acordados

    Por Lucas Lujan

    Por Matheus, um brasileiro

    Hiato falho

    Por Mafê Probst

    Gotinhas

    Por Guilherme Aniceto

    Solidões

    Por Juliana Umbelino

    A solidão da mulher quarentener

    Por Lua Ferreira

    casa

    Por Bárbara Marca

    Mayday

    Por Camila Santos

    Chão

    Por Saulo Pessato

    Expectativa

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Algodão-doce

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Mania

    Por Mafê Probst

    Trinta e oito

    Por Guilherme Aniceto

    O gato em isolamento

    Por Lua Ferreira

    janelas

    Por Bárbara Marca

    Livraria de gente

    Por Camila Santos

    Lista

    Por Saulo Pessato

    Distanciamentos

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Um desperdício

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Na medida

    Por Arzírio Cardoso

    A garotinha recalcitrante

    Por Mafê Probst

    Não me deixe dormir

    Por Juliana Umbelino

    O choque

    Por Lua Ferreira

    luto

    Por Bárbara Marca

    Suspensão

    Por Camila Santos

    Calendário

    Por Saulo Pessato

    A um vírus de distância

    Por Alê Magalhães

    Poesia em carne-viva

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Parquinho

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Na morada

    Por Guilherme Aniceto

    Os gestos mais bonitos

    Por Lua Ferreira

    lavanderia

    Por Bárbara Marca

    Casa do vô

    Por Camila Santos

    Falta

    Por Saulo Pessato

    Quarentena:

    Por Juliane Araújo

    Por Lilian Cardoso

    Por Manoel de Areia

    Perene infância

    Por Mafê Probst

    Vazios cheios

    Por Guilherme Aniceto

    Teste rápido

    Por Lua Ferreira

    essencial

    Por Bárbara Marca

    Distração

    Por Camila Santos

    Tempo

    Por Saulo Pessato

    Pensamentos adversários

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Bem-te-vi

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Sozinho

    Por Mafê Probst

    Sábados enluarados

    Por Guilherme Aniceto

    Saudade do parquinho

    Por Juliana Umbelino

    Prioridades

    Por Lua Ferreira

    não essencial

    Por Bárbara Marca

    Encontro forçado

    Por Camila Santos

    Uma dor em mim

    Por Saulo Pessato

    Ameaça inrisível

    Por Alê Magalhães

    Intolerância

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Bolhas de sabão

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Antítese

    Por Mafê Probst

    Fim de mês

    Por Lua Ferreira

    desmascarar

    Por Camila Santos

    Espelho

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Pintor

    Por Lilian Cardoso

    Por Manoel de Areia

    O que importa

    Por Matheus, um brasileiro

    Merlot

    Por Mafê Probst

    Mar calmo

    Por Guilherme Aniceto

    Ficha criminal

    Por Juliana Umbelino

    O peso de não ter

    Por Lua Ferreira

    malabares

    Por Bárbara Marca

    Eternidade

    Por Camila Santos

    Um minuto

    Por Juliane Araújo

    Por Lilian Cardoso

    Por Lucas Lujan

    Da incerteza

    Por Lua Ferreira

    remédio

    Por Camila Santos

    Isolada

    Por Saulo Pessato

    Conspiração

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Um minutinho?

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    De mudança

    Por Arzírio Cardoso

    Embalagens longa vida

    Por Mafê Probst

    Enquanto o mundo mudou, o meu parou. Parou?

    Por Guilherme Aniceto

    Não houve aglomeração

    Por Lua Ferreira

    eco

    Por Bárbara Marca

    Balanço

    Por Camila Santos

    Novo mundo I

    Por Saulo Pessato

    Anúncio (pandemia)

    Por Alê Magalhães

    Vozinha-passarinho

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Café

    Por Lilian Cardoso

    Por Manoel de Areia

    Tragédias noturnas

    Por Guilherme Aniceto

    Tuitaço

    Por Juliana Umbelino

    A saudade

    Por Lua Ferreira

    enclausurado

    Por Camila Santos

    Home office e pantufas

    Por Saulo Pessato

    Descrente da pandemia

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Saudade

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Velocidade

    Por Mafê Probst

    Travas

    Por Lua Ferreira

    confronto

    Por Bárbara Marca

    Liberdade

    Por Camila Santos

    A culpa é da esperança

    Por Saulo Pessato

    Através do portão

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Oras, bolas!

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Indaga ações

    Por Mafê Probst

    Espelho

    Por Guilherme Aniceto

    Um poema em meio ao caos

    Por Juliana Umbelino

    Quebrando a cara

    Por Lua Ferreira

    o coração tem razão

    Por Bárbara Marca

    Espera

    Por Camila Santos

    Vacina

    Por Saulo Pessato

    Correrias

    Por Alê Magalhães

    Olhos castanhos da cor do mar

    Por Juliane Araújo

    Por Lilian Cardoso

    Por Manoel de Areia

    Atentar-se

    Por Matheus, um brasileiro

    Revolução

    Por Mafê Probst

    Sono há

    Por Lua Ferreira

    avesso

    Por Bárbara Marca

    Dolorido

    Por Camila Santos

    Pensamentos aleatórios

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Por favor, filho

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Do cão

    Por Arzírio Cardoso

    Por Mafê Probst

    Ampulheta

    Por Guilherme Aniceto

    O novo normal

    Por Lua Ferreira

    reflexão

    Por Bárbara Marca

    Irritação

    Por Camila Santos

    O que já fiz

    Por Saulo Pessato

    Substâncias

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Duelo

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Ao vento

    Por Mafê Probst

    monstro

    Por Guilherme Aniceto

    Ponto

    Por Juliana Umbelino

    Saudade

    Por Lua Ferreira

    hoje amanhã é ontem

    Por Bárbara Marca

    Redescoberta

    Por Camila Santos

    Uma palavra:

    Por Saulo Pessato

    Sinal

    Por Alê Magalhães

    Por entre as flores

    Por Lilian Cardoso

    Por Manoel de Areia

    Pragas à brasileira

    Por Matheus, um brasileiro

    Conselho atrasado

    Por Mafê Probst

    Pausa para respirar

    Por Lua Ferreira

    não pira

    Por Bárbara Marca

    Problema

    Por Camila Santos

    Hoje não

    Por Saulo Pessato

    Abraço na chuva

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Retrato

    Por Lilian Cardoso

    Por Arzírio Cardoso

    Por Mafê Probst

    Sossego

    Por Guilherme Aniceto

    4:22

    Por Juliana Umbelino

    O que falta é coragem

    Por Lua Ferreira

    ansiolítico

    Por Bárbara Marca

    Não por hora

    Por Camila Santos

    Medo

    Por Saulo Pessato

    Cúmplice

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Falta muito?

    Por Lilian Cardoso

    Por Matheus, um brasileiro

    Anotações

    Por Mafê Probst

    Faz sentido

    Por Guilherme Aniceto

    Conexões

    Por Lua Ferreira

    encontro

    Por Bárbara Marca

    Mudança

    Por Camila Santos

    Amor de quarentena

    Por Saulo Pessato

    Convite-19

    Por Alê Magalhães

    Dona Maria Amélia

    Por Juliane Araújo

    Por J. L. Amaral

    Dama

    Por Lilian Cardoso

    Por Manoel de Areia

    A verdadeira história da primavera

    Por Lucas Lujan

    O devorador

    Por Matheus, um brasileiro

    Agora, ora!

    Por Arzírio Cardoso

    Epigrama dos isolados do amor

    Por Mafê Probst

    Enrosco

    Por Guilherme Aniceto

    O vírus

    Por Juliana Umbelino

    Para quem está crescendo

    Por Lua Ferreira

    aglomerados

    Por Bárbara Marca

    Sem as mãos

    Por Camila Santos

    Novo mundo II

    Por Saulo Pessato

    Fuga ortográfica

    Por Zack Magiezi

    Posfácio

    Por Zack Magiezi

    Prefácio

    Estou esquecendo o rosto das ruas,

    as ruas que o meu barbeiro carrega no rosto

    Esquecendo o rosto da praça que fica na frente do meu prédio

    Os viadutos do porteiro do meu prédio

    As rugas da casa antiga que fica na vizinhança,

    que se tudo fosse mar tranquilo,

    eu iria pedir em casamento

    Não vi a primavera que brotou na atendente do supermercado

    Não beijei mais a boca da passarela

    que corta o aço enfurecido que se move pela cidade

    Não atravessei correndo e sem olhar para os lados

    o beijo da mulher sem nome

    Não senti o abraço do velho banco da praça

    Estou aqui em um quarto que naufragou

    Estou aqui

    Agarrado neste pedaço de poema

    Tentando manter uma memória acesa

    Lutando contra as correntezas de mim

    Violentas

    Velozes

    Espero que me levem para algum lugar novo

    onde eu possa escapar um pouco dessa multidão enfurecida,

    batizada de solidão,

    que está tomando tudo em mim

    Ao lado uma multidão navega na sua própria solidão

    Escreve as suas palavras para naufragarem

    Escreve rastros na areia da água

    Leio as palavras velozes

    quando consigo fechar os olhos

    Elas me tocam

    Costuram flores em mim

    Não estou mais tão só

    Estamos todos sozinhos,

    mas juntos

    Boa leitura

    Por Alê Magalhães

    viagem no novo mundo

    sábado de algodão doce

    a convido a viajar

    ela topa

    embarcamos num avião

    de papel

    destino

    Paris

    choveu

    relampejou

    trovão roncou

    raio caiu

    não quero chiclete

    voo interrompido

    destino

    quintal

    escalada no pé de manga

    rafting na calha do telhado da casa da árvore

    rapel até o galho mais baixo

    tirolesa até o gramado

    lagartas, minhocas, caramujos, borboletas

    crepúsculo

    volta para casa

    montamos nas costas de duas formigas pinga-fogo

    ela sorri para mim

    amo você, Peter Pan

    também amo você, Alice no quintal das maravilhas

    imagem decorativa

    Por Juliane Araújo

    não mais calculo a distância

    pra mode não presenciar as ausências

    Por J. L. Amaral

    Aprontada

    Minha saudade? Minha saudade tem dormido de roupa bonita, calça passada, vincada com esmero, camisa com os botões fechados até o peito, mangas dobradas em perfeito alinho na altura dos cotovelos, um borrifo, apenas um, de perfume no pescoço, mais que isso é exagero, sapatos sem cadarços aos pés da cama, lado a lado, para quando você tocar a campainha, ela poder sair correndo, já aprontada, e não perder nenhum segundo do seu abraço.

    Por Lilian Cardoso

    nunca pensei que um movimento tão vital

    fosse me causar tanto medo

    algo que serve

    para manter meu cérebro

    em perfeito funcionamento

    fosse me deixar zonza

    que o gesto tão indicado

    em momentos de fúria

    fosse me deixar mais nervosa

    ins-pi-ra

    ex-pi-ra

    alguém pode dizer

    quando voltaremos

    a respirar em segurança?

    - preciso

    Por Manoel de Areia

    Acordados

    antes as casas

    eram feitas pra dormir.

    colocávamos o travesseiro

    no telhado,

    mãe estendia

    um lençol cheiroso

    que cobria nossos olhos,

    só a escuridão permitia

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1