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A metamorfose
A metamorfose
A metamorfose
E-book82 páginas1 hora

A metamorfose

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Sobre este e-book

O caixeiro-viajante Gregor acorda metamorfoseado em um enorme inseto e percebe que tudo mudou e não só em sua vida, mas no mundo. Ele, então, acompanha as reações de sua família ao perceberem o estranho ser em que ele se tornou. E, enquanto luta para se manter vivo, reflete sobre o comportamento de seus pais, de sua irmã e sobre a sua nova vida.
IdiomaPortuguês
EditoraPrincipis
Data de lançamento25 de ago. de 2020
ISBN9786555521252
Autor

Franz Kafka

Franz Kafka (1883-1924) was a primarily German-speaking Bohemian author, known for his impressive fusion of realism and fantasy in his work. Despite his commendable writing abilities, Kafka worked as a lawyer for most of his life and wrote in his free time. Though most of Kafka’s literary acclaim was gained postmortem, he earned a respected legacy and now is regarded as a major literary figure of the 20th century.

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    A metamorfose - Franz Kafka

    Esta é uma publicação Principis, selo exclusivo da Ciranda Cultural

    © 2019 Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda.

    Traduzido do original em alemão

    A Metamorfose Die Verwandlung

    Texto

    Franz Kafka

    Tradução

    Luiz A. de Araújo

    Diagramação

    BR75 | Laura Arbex

    Revisão

    BR75 | Clarisse Cintra, João Sette Camara, Silvia Baisch e Silvia Rebello

    Produção e projeto gráfico

    Ciranda Cultural

    Ebook

    Jarbas C. Cerino

    Imagens

    Golden Shrimp/Shutterstock.com; Barandash Karandashich/Shutterstock.com; Morphart Creation/Shutterstock.com; mart/Shutterstock.com;

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

    K11m Kafka, Franz

    A metamorfose [recurso eletrônico] / Franz Kafka ; traduzido por Luiz A. de Araújo. - 2. ed. - Jandira, SP : Principis, 2020.

    96 p. ; ePUB ; 5,1 MB. – (Literatura Clássica Mundial)

    Tradução de: Die Verwandlung

    Inclui índice. ISBN: 978-65-5552-125-2 (Ebook)

    1. Literatura alemã. 2. Ficção. I. Araújo, Luiz A. de. II. Título. III. Série.

    Elaborado por Odilio Hilario Moreira Junior - CRB-8/9949

    Índice para catálogo sistemático:

    1. Literatura alemã : Ficção 833

    2. Literatura alemã : Ficção 821.112.2-3

    1a edição em 2020

    www.cirandacultural.com.br

    Todos os direitos reservados.

    Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada em sistema de busca ou transmitida por qualquer meio, seja ele eletrônico, fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização do detentor dos direitos, e não pode circular encadernada ou encapada de maneira distinta daquela em que foi publicada, ou sem que as mesmas condições sejam impostas aos compradores subsequentes.

    Certa manhã, ao despertar de sonhos agitados, Gregor Samsa deu consigo na cama transformado num inseto monstruoso. Jazia de costas, umas costas duras feito couraça, e, erguendo um pouco a cabeça, viu sua barriga bojuda, marrom, dividida em segmentos envergados, sobre a qual a coberta estava prestes a escorregar e cair, e suas muitas patas, lamentavelmente finas para aquele corpo enorme, agitavam-se indefesas diante dos seus olhos.

    O que aconteceu comigo? – pensou ele. Não era um sonho. O quarto, um aposento humano comum e corrente, ainda que um tanto pequeno, mantinha-se tranquilamente entre suas quatro conhecidas paredes. Acima da mesa, na qual se espalhavam diversas amostras de tecido desembrulhadas, Samsa era caixeiro-viajante, estava pendurada a fotografia que, pouco tempo antes, ele havia recortado de uma revista e enquadrado com uma bonita moldura dourada. Mostrava uma senhora que, de chapéu e estola de pele, estava sentada com o corpo aprumado e erguia para o observador um pesado regalo também de pele, no qual todo seu antebraço desaparecia.

    Gregor dirigiu o olhar para a janela, o tempo nublado, ouvia-se o tamborilar das gotas de chuva na pingadeira, o encheu de melancolia.

    E se eu dormisse um pouco mais e esquecesse todas as tolices? – pensou, mas isso era totalmente impossível, pois ele tinha o hábito de dormir deitado do lado direito, e, no estado em que se encontrava, não conseguia se colocar em tal posição. Por mais que se esforçasse para ficar de lado, sempre voltava a rolar para a postura supina. Bem que tentou umas cem vezes, de olhos fechados para não ter de ver a agitação de suas patas, e só desistiu quando começou a sentir no flanco uma dor leve e surda que nunca havia sentido. Meu Deus – pensou –, que profissão extenuante eu escolhi! Viajar dia após dia. Os aborrecimentos dos negócios são muito piores do que na própria sede da empresa, e, ainda por cima, me é imposta a maldição de tanto viajar, a amolação com as baldeações, a alimentação irregular e ruim, as relações humanas sempre cambiantes, nunca estáveis, nunca afetuosas. Ao diabo com tudo isso!. Sentiu um ligeiro prurido na barriga; arrastou-se lentamente sobre as costas para mais perto da guarda da cama, a fim de levantar a cabeça com mais facilidade; encontrou o lugar da coceira, que estava salpicado de pontinhos brancos que ele não sabia explicar; e quis tocá-lo com uma das patas, mas a afastou imediatamente, pois o contato lhe deu calafrios.

    Voltou a escorregar para a posição anterior. Acordar tão cedo – pensou – emburrece muito a gente. O ser humano precisa dormir. Outros caixeiros-viajantes vivem como mulheres de harém. Por exemplo, quando eu volto ao hotel no final da manhã para anotar as encomendas, esses senhores ainda estão tomando café. Se tentasse fazer algo parecido com o meu chefe, eu seria escorraçado no ato. Aliás, quem sabe se isso não seria bom para mim? Se eu não me refreasse tanto por causa dos meus pais, já teria pedido demissão há muito tempo, já teria procurado o chefe e dito o que penso do fundo do coração. Era capaz de ele cair do balcão! Também é uma coisa bem esquisita ficar sentado no balcão e, lá de cima, falar com o empregado, que, além disso, tem de se aproximar muito por causa da surdez do chefe. Ora, eu ainda não perdi toda a esperança; assim que juntar o dinheiro para lhe pagar a dívida dos meus pais, coisa que ainda pode demorar uns cinco ou seis anos, palavra que faço isso. Então, será a grande ruptura. Mas, por ora, tenho de levantar, pois meu trem parte às cinco.

    E olhou para o despertador que tiquetaqueava na cômoda. Santo Deus! – pensou. Eram seis e meia, e os ponteiros avançavam com calma; inclusive já passava da meia hora, eram quase quinze para as sete. Acaso o despertador não havia tocado? Via-se da cama que ele estava corretamente ajustado para quatro horas: seguramente o despertador havia soado. Sim, mas

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