Pássara

De Auryo Jotha

Cícero, com seu facão e seus pássaros, conhece outros lados do sertão, encontrando tudo de sobrenatural que este mundo tem a oferecer. Rosa, por sua vez, conhece outros lados de Cícero em casa. A busca por uma poção, e por uma mudança de vida, revela muitos desafios no caminho, e muitos lados ainda não explorados dos dois.

• Idioma: Português
• Editora: Lendari
• Data de lançamento: 21 de dez. de 2020
• ISBN: 9786588912041

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Pássara

Todos os personagens e acontecimentos neste livro, com exceção dos claramente em domínio público, são fictícios, e qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou não, é mera coincidência.

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O texto deste livro obedece às normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Editor-chefe

Mário Bentes

Assistente editorial

Revisão

Barbara Parente

Capa

Débora de Mello

Diagramação

Viviane Cristina

Diagramação de eBook

Calil Mello Serviços Editoriais

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

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J85p Jotha, Auryo

Pássara / Auryo Jotha. – São Paulo: Lendari, 2020.

1 ePub.

ISBN 978-65-88912-04-1

1. Contos brasileiros. 2. Literatura brasileira. I. Título.

CDU 869.0(81) -34

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Bibliotecária responsável: Bruna Heller – CRB 10/2348

Índice para catálogo sistemático:

1. Literatura em português 869.0

2. Brasil (81)

3. Gênero literário: Contos -34

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Capítulo 1

BARBA DE SANGUE

O menino brincava na beira da lagoa. Pés na água. Nas costas o reflexo do brilho de um facão. Virou-se:

— Há quanto tempo, seu Cícero! — disse, sorrindo com uma janelinha entre os dentes. — Olá, é um prazer conhecer o senhor. — Estendeu a mão. — O que o trouxe tão longe? Ou traz ou trará?

Cícero apertou o cabo da arma. Três pássaros mexeram-se em seus ombros.

— Meus pêsames — o menino voltou a falar, agarrando-se aos próprios braços como se sentisse frio... como se estivesse no fundo da lagoa. — Meus pêsames.

Capítulo 2

SOBRE BALEIAS E LAMPIÕES

Hoje temos visitas. E eu aqui trancada no quarto.

Estávamos na sala, eu tentava ler um dos últimos livros publicados por Rachel, Cícero distraía-se com o cachimbo novo, quando o menino Juca entrou anunciando que o Interventor estava à porta. Fingi que não escutei, mas Cícero sentado na poltrona ao lado pôs a mão no meu braço, ah, eu ignorei mais um pouco como que entretida na leitura. Ele deu um leve aperto, não precisou nenhuma palavra. Marquei a página que estava lendo e saí.

Negócios. Sempre essas tardes de negócios.

Às vezes, queria que uma baleia saísse do chão e engolisse todo o Gurgueia e seu Interventor junto, ou