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Covil do Diabo: Um Suspense Nefilim (Português), #1
Covil do Diabo: Um Suspense Nefilim (Português), #1
Covil do Diabo: Um Suspense Nefilim (Português), #1
E-book429 páginas6 horas

Covil do Diabo: Um Suspense Nefilim (Português), #1

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Sobre este e-book

Meu nome é Steven Cabbott e eu sou um ex-espião com um passado sombrio. Eu estou tentando mudar, mas alguns hábitos ficam com você e matar é um desses hábitos.

  • VENCEDOR: Pinnacle Book Achievement Award - Melhor Suspense (Verão de 2018)
  • VENCEDOR: Readers' Favorite Book Award - Medalha de Bronze: Ficção - Sobrenatural (2019)
  • FINALISTA: Next Generation Indie Book Award - Paranormal (2019)

Eu comecei a ver demônios recentemente e até tive que lutar com alguns. Eu suspeito ter algo a ver com a louca varrida da minha mãe. Ela matou meu pai quando eu era jovem, alegando que ele era um demônio. Eu achava que ela era louca. Agora eu já não tenho certeza.

Eu voltei para desvendar a verdade sobre o meu passado, quando Kate, meu antigo caso, pede minha ajuda. Eu não tinha notícias dela há dezesseis anos, mas eu tenho uma dívida com ela. Um culto misterioso sequestrou a filha adolescente dela e eu sou a única chance que ela tem de ter a garota de volta.

O que parece um caso simples se transforma em uma luta muito maior entre a luz e as trevas. Parece que tanto o inferno quanto o céu querem usar meus serviços, o que me força a uma escolha difícil. Para piorar, um anjo caído quer um relacionamento romântico doentio comigo e não vai aceitar não como resposta. Ou pelo menos isso é o que eu acho, mas para ser justo, eu só tenho uma fraca compreensão da realidade no momento.

Se você gosta de Jim Butcher, Michael Anderie, Shayne Silvers ou K.F. Breene, você vai amar a série criticamente aclamada "Um Suspense Nefilim".

EVOLVED PUBLISHING APRESENTA um olhar intrigante e emocionante dentro de uma grande batalha entre o bem e o mal, possivelmente levando ao Fim dos Tempos, com o primeiro livro da série premiada "Um Suspense Nefilim". [Sem DRM]

D. Donovan, Revisor Sênior, Midwest Book Review, diz:  "Leitores que gostam de uma injeção do sobrenatural ao invés de uma estória baseada inteiramente em forças de outros mundos vão apreciar a mistura certa de tensão paranormal e intriga que dão vida a esse suspense… [Uma] narrativa vívida e vencedora do confronto de um ex-casal com eles mesmos e com uma ameaça muito maior que prende o leitor desde o início e prova ser quase impossível de se largar. Audiências de suspense vão achar Covil do Diabo mais do que um nível acima de outros do gênero." [Escolha do mês - Setembro de 2018]

IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de dez. de 2020
ISBN9781622539789
Covil do Diabo: Um Suspense Nefilim (Português), #1
Autor

Jeff Altabef

Jeff Altabef lives in New York with his wife, two daughters, and Charlie the dog. He spends time volunteering at the Writing Center in the local community college. After years of being accused of “telling stories,” he thought he would make it official. He writes in both the thriller and young adult genres. As an avid Knicks fan, he is prone to long periods of melancholy during hoops season. Jeff has a column on The Examiner focused on writing and a blog on The Patch designed to encourage writing for those that like telling stories.  [AUTHOR OF: A Point Thriller Series; A Nephilim Thriller Series; Chosen Series; Red Death Series]

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    Covil do Diabo - Jeff Altabef

    Direitos do Autor

    www.EvolvedPub.com

    Assine a Newsletter da Evolved Publishing

    (NOTA: Todas as Newsletters são em inglês.)

    ~~~

    ORIGINAL ENGLISH VERSION:

    DEVIL’S DEN

    A Nephilim Thriller – Book 1

    Copyright © 2018 Jeff Altabef

    ~~~

    VERSÃO EM PORTUGUÊS:

    COVIL DO DIABO

    Um Suspense Nefilim – Livro 1

    Copyright © 2020 Jeff Altabef

    Traduzido para o português por Bárbara de Oliveira

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    ISBN (EPUB Version): 1622539788

    ISBN-13 (EPUB Version): 978-1-62253-978-9

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    Editora Assistente: Kimberly Goebel

    Editor Sênior: Robb Grindstaff

    Capa Artista: D. Robert Pease

    Designer de Interiores: Lane Diamond

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    NOTA DA EDITORA:

    No final desta história de aproximandemente 96,011 palavras, proporcionamos uma Previa Especial de DANÇA DO DIABO por Jeff Altabef, o próximo livro (segundo) da série Um Suspense Nefilim. Proporcionamos isso como um serviço extra GRATUITO e não deve ser, de forma alguma, considerado como parte do preço pago por este livro. Esperamos que você aprecie e desfrute dessa oportunidade. Obrigado.

    ~~~

    Notas de Licença do e-book:

    Você não deve utilizar, reproduzir ou transmitir, de maneira alguma, qualquer parte deste livro sem permissão por escrito, exceto no caso de citações breves usadas em artigos de críticas e resenhas ou de acordo com a lei federal de uso aceitável (Fair Use laws).

    Este livro é licenciado unicamente para uso pessoal; não pode ser revendido ou dado para outras pessoas. Se você quiser compartilhar este livro com outra pessoa, por favor, compre uma cópia adicional para cada destinatário. Se você está lendo este livro e não o comprou ou ele não foi comprado unicamente para o seu uso, por favor, o devolva para o distribuidor e compre sua própria cópia. Obrigado por respeitar o trabalho duro deste autor.

    ~~~

    Isenção de Responsabilidade:

    Este é um trabalho de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos são produtos da imaginação do autor ou o autor os utilizou ficticiamente.

    Livros em inglês por Jeff Altabef

    ~~~

    A NEPHILIM THRILLER

    Book 1: Devil’s Den

    Book 2: Devil’s Dance

    Book 3: Devil’s Deal

    Book 4: Devil’s Day

    ~~~

    A POINT THRILLER

    Book 1: Fracture Point

    Book 2: Shatter Point

    Enemies of the State – A Steven Cabbott Short Story

    ~~~

    CHOSEN

    Book 1: Wind Catcher

    Book 2: Brink of Dawn

    Book 3: Scorched Souls

    Second Chances – A Chosen Short Story 2.5

    ~~~

    RED DEATH

    Book 1: Red Death

    Book 2: The Ghost King

    ~~~

    www.JeffAltabef.com

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    Elogios para a série Um Suspense Nefilim:

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    COVIL DO DIABO (Livro 1):

    Leitores que gostam de uma injeção do sobrenatural ao invés de uma história baseada inteiramente em forças de outros mundos vão apreciar a mistura certa de tensão paranormal e intriga que dão vida a esse suspense... [Uma] narrativa vívida e vencedora do confronto de um ex-casal com eles mesmos e com uma ameaça muito maior que prende o leitor desde o início e prova ser quase impossível de se largar. Audiências de suspense vão achar Covil do Diabo mais do que um nível acima de outros do gênero. ~ D. Donovan, Revisor Sênior, Midwest Book Review

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    COVIL DO DIABO (Livro 1):

    A história envolvente do Altabef é selvagem e totalmente crível. Sua trama cuidadosamente desenvolvida é cheia de tensão e intrigas. ... No geral, é uma história interessante para os amantes de mistérios investigativos cruzados com suspense sobrenatural. ~ Dylan Ward, US Review of Books

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    COVIL DO DIABO (Livro 1):

    Ação ininterrupta e calafrios são abundantes nesta surpreendente história especulativa... Este livro tem uma trama emocionante, complete com personagens formidáveis, magnificamente combinados com cenas cheias de sangue e vísceras, de tirar o fôlego. Começa com um estouro e continua a se desenvolver até chegar a um final explosivo.~ Susan Sewell, Resenhas Favoritas de Leitores (5 ESTRELAS)

    ~~~

    COVIL DO DIABO (Livro 1):

    ... Narrativa intensamente envolvente com descrições vívidas, personagens marcantes e uma trama que afunda as garras tão profundamente em você que você pode acabar marcado pelo resto da vida. É impossível de largar; você precisa saber o que está acontecendo, precisa ver o esquema por trás de tudo e quando vir... Você pode acabar desejando ter tido presságio para desviar seu olhar.~ K.J. Simmill, Resenhas Favoritas de Leitores (5 ESTRELAS)

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    COVIL DO DIABO (Livro 1):

    Ação emocionante faz esse suspense se mover rapidamente e o tempero adicionado de elementos sobrenaturais incrementam a atração. ... Uma leitura fácil com muita ação e personagens concretos. Intenso, com uma história de amor no meio, Covil do Diabo é um ótimo livro e o começo perfeito para o que deve ser uma série maravilhosa.~ Melinda Hills, Resenhas Favoritas de Leitores (5 ESTRELAS)

    ~~~

    DANÇA DO DIABO (Livro 2):

    "Altabef se sobressai na criação de uma dança delicada em uma história de bem contra o mau e os conflitos no coração de um quasi-homem. Essa dicotomia acrescenta uma camada de complexidade à história que não só mantém os leitores tentando adivinhar, mas também leva a um exame mais detalhado dos riscos emocionais e espirituais nas escolhas de vida. Com a batalha final entre o bem e o mau potencializando uma história mais profunda de assassinato e o coração do protagonista, os leitores de Dança do Diabo, sejam eles recém-chegados à persona do Steven ou fãs já familiarizados com o livro anterior, acharão essa história extremamente difícil de largar." ~ D. Donovan, Revisor Sênior, Midwest Book Review

    ~~~

    DANÇA DO DIABO (Livro 2):

    Este segundo livro da série Um Suspense Nefilim do autor, continua a atrair os leitores para um enredo distópico, colorido com o sobrenatural, com sua ação rápida, trama criativa e personagens bem desenvolvidos. O autor se aprofunda mais e expande no conhecimento religioso e mitológico de anjos e demônios e tem sucesso em torná-lo palpável fácil de se identificar com, sem ser muito piegas. A ideia de que tecnologia pode ser usada como um veículo para o mal é um conceito antigo, mas é particularmente apropriado e sagaz nesse romance. ~ US Review of Books

    ~~~

    DANÇA DO DIABO (Livro 2):

    "É uma trama cheia de ação contada com uma narrativa em primeira pessoa, o que a torna de alguma maneira mais pessoal. Há diversas reviravoltas e viradas ao longo do caminho e o livro te prende desde a primeira página. Foi escrito para atrair os leitores e prendê-los à história, a vivendo e sentindo até o fim. Os personagens são excelentes, realmente bem desenvolvidos e não sinto que perdi qualquer progresso por não ter lido o primeiro livro [Covil do Diabo]. No entanto, é provavelmente melhor lê-los como uma série para ver a imagem completa. Ótimo livro, recomendado para fãs de suspense que querem aquele gostinho a mais em uma história." ~ Anne-Marie Reynolds, Resenhas Favoritas de Leitores (5 ESTRELAS)

    ~~~

    DANÇA DO DIABO (Livro 2):

    Achei este romance atraente, estimulante e espetacular. A habilidade do autor de gerar imagens visuais é impressionante, embora algumas dessas imagens sejam assustadoras. Terminei este romance ansiosa para descobrir se o Jeff Altabef tem mais livros deste gênero para aqueles que amam suspenses. ~ Peggy Jo Wipf, Resenhas Favoritas de Leitores (5 ESTRELAS)

    ~~~

    PACTO DO DIABO (Livro 3):

    ... Uma história bem contada, com intriga, ação, mistério e magia até o talo. Este livro se encaixa perfeitamente com os dois primeiros e é completo por si só. Isso não quer dizer que você não vai querer mais; porque você vai. Uma nova visão do filho de Lúcifer, fazendo você se perguntar se há mais de uma. ~ Nancy A. Clark

    ~~~

    PACTO DO DIABO (Livro 3):

    Segure firme porque esta é uma leitura sensacional. Amo essa série até o momento e essa edição mais do que fez jus às minhas expectativas. Não para durante todo o percurso; a trama dá tantas reviravoltas e viradas, mas te mantém preso do começo ao fim. Eu amo todo o tema de céu/inferno nessa série; é uma pegada pouco convencional dele, o que mantém o livro fresco e interessante. Cheio de sarcasmo e um senso de humor maravilhosamente seco, esse é definitivamente um livro para comprar com um clique.~ Oscar

    Conteúdo Bônus

    ~~~

    Temos prazer em oferecer para você uma Previa Especial no final deste livro, na qual você irá desfrutar dos dois primeiros capítulos de DANÇA DO DIABO, o segundo livro na série Um Suspense Nefilim.

    ~~~

    Sumário

    Direitos do Autor

    Livros por Jeff Altabef

    CONTEÚDO BÔNUS

    Sumário

    Dedicatória

    COVIL DO DIABO

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Capítulo 12

    Capítulo 13

    Capítulo 14

    Capítulo 15

    Capítulo 16

    Capítulo 17

    Capítulo 18

    Capítulo 19

    Capítulo 20

    Capítulo 21

    Capítulo 22

    Capítulo 23

    Capítulo 24

    Capítulo 25

    Capítulo 26

    Capítulo 27

    Capítulo 28

    Capítulo 29

    Capítulo 30

    Capítulo 31

    Capítulo 32

    Capítulo 33

    Capítulo 34

    Capítulo 35

    Capítulo 36

    Capítulo 37

    Capítulo 38

    Capítulo 39

    Capítulo 40

    Capítulo 41

    Capítulo 42

    Capítulo 43

    Capítulo 44

    Capítulo 45

    Capítulo 46

    Capítulo 47

    Capítulo 48

    Capítulo 49

    Capítulo 50

    Capítulo 51

    Capítulo 52

    Capítulo 53

    Capítulo 54

    Capítulo 55

    Capítulo 56

    Capítulo 57

    Capítulo 58

    Capítulo 59

    Capítulo 60

    Capítulo 61

    Capítulo 62

    Previa Especial: DANÇA DO DIABO

    Agradecimentos

    Sobre o Autor

    Mais livros traduzidos para o português pela Evolved Publishing

    Dedicatória

    ~~~

    Para todos os anjos que caminham entre nós.

    COVIL DO DIABO

    ~~~

    Capítulo 1

    5 de Dezembro de 2041, 15h23min

    As nuvens se abrem, transformando um dia triste e cinzento em um dia vivo e radiante. O calor do sol acaricia o rosto de Megan e ela sorri. Ela iria amar passar o resto do dia do lado de fora e aproveitar o inesperado clima de verão, mas ela está ocupada demais.

    Quando ela atravessa a rua, um lampejo de luz brilha à distância e ela para, o estômago embrulhando. Luz do sol brilha em uma van branca e nova, parada ao longo do meio-fio em frente à pequena mercearia do Peterson.

    Isso é estranho. Quando foi a última vez em que um carro novo estacionou neste bairro?

    Talvez o senhor Peterson esteja recebendo uma entrega, mas onde está o logo ou alguma outra marca de identificação? E normalmente vans de entrega são velhas e surradas.

    Um pequeno calafrio corta as costas dela e seu coração acelera. A van cria um tipo de viela com a vitrine da pequena mercearia de um lado e o veículo do outro, as janelas escurecidas a impedem de ver do lado de dentro.

    Eu estou sendo boba. É só uma van. Ficar parada na rua olhando para ela é idiotice. Ela tem trabalho escolar para terminar e escritórios para limpar. Não há tempo para ser infantil. Uma van nova não pode machucá-la e seu apartamento fica a apenas meio quarteirão de distância, então ela arruma a mochila nos ombros e marcha em frente.

    Quando ela chega na frente da van, um homem espreitando atrás do veículo aparece diretamente no caminho dela.

    Capítulo 2

    6 de Dezembro de 2041, 05h17min

    Eu assimilo a cidade, toda ela—o cheiro, o gosto, o medo—e me arrependo instantaneamente. Vinte anos atrás foi quando eu chamei esta cidade de casa pela última vez e retornar desenterra memórias tóxicas que eu tentei enterrar. Naquela época, eu me alistei no exército para escapar deste lugar, mas eu deveria saber que não iria funcionar. Faz parte de mim, como um braço ou uma perna. Por mais que eu tente, eu não posso simplesmente cortar isso fora e jogar no esgoto.

    As ruas do gueto não mudaram muito. Estão vazias e gastas. O ar cheira a imundice, um ensopado tóxico de raiva e desespero conservados juntos pela vontade de sobreviver à custa de tudo e todos. Se eu respirar fundo e me concentrar, ainda consigo sentir o mais tênue fio de esperança. Quando ele morrer, o país todo vai pro inferno. Até onde eu sei, é uma corrida para ver quem chega lá primeiro—ele ou eu. Estou apostando em mim.

    Uma Lua quase cheia é ferroada pela escuridão. A Lua me lembra de uma velha história que um companheiro do exército me contou uma vez. A história não é particularmente marcante, mas ficou grudada em mim.

    Charlie estava servindo por um tempo, talvez três anos, dois anos e meio a mais do que eu. Ele acreditava no futuro. Acreditava que coisas boas esperavam por ele quando ele terminasse seu percurso. Ele até acreditava que um dia ele sairia do exército. Basicamente, ele era um idiota que tinha tanta noção quanto um monte de pedras.

    Ele gostava de contar histórias. A maioria completamente sem sentido, mas uma noite, sob a luz prateada de uma lua como esta, ele me contou um conto sobre três bruxas que controlam o futuro de todos. Essas bruxas tecem fios que determinam nosso destino em um enorme tear. Puxam um fio e romance floresce; um puxão em outro e doença aflige; cortam o fio da vida e a morte nos carrega.

    Ele me disse os nomes dessas bruxas, mas minha memória já não é tão boa e isso não é importante. Ele as chamava de as Moiras. Rezava para elas todas as noites, implorando para que fossem boas para ele, para puxarem os fios certos. No dia seguinte um sniper pôs um buraco na cabeça dele. Parte de sua cabeça e cérebro respingaram no meu uniforme. Ainda me lembro o som que a bala de alto calibre fez quando lacerou o capacete dele e entrou no crânio. Uma batida doentia—o som da morte.

    Talvez as Moiras o tenham deixado viver só o suficiente para me contar a história delas. Assim eu saberei que elas são as responsáveis pelo meu apuro. Parece algo que elas fariam, como um cutucão no olho.

    Acho que o Charlie estava certo sobre as Moiras, mas ele estava errado sobre uma coisa. Puxar saco não dá muito certo com elas. Elas vão tecer as tramas como bem entenderem. Ainda assim, de um jeito estranho, a história me dá esperança, um certo conforto. Se essas bruxas existem, elas podem mudar o meu destino, alterar meu caminho, inserir um fio novo à minha trama. Isso seria bom, porque não há nada além de águas agitadas ao meu redor. Pode ser fraca—essa idéia de que as Moiras podem me salvar—mas um homem que está se afogando vai se agarrar a qualquer coisa se ele acreditar que aquilo o manterá flutuando e eu sinto a água batendo no meu rosto.

    Bruxas ou não, eu voltei para a minha cidade de nascimento. North Philly parece pouco diferente da última em que estive aqui. A maioria das lojas parece igual: bodegas pequenas, alguns bares, lojas de bebidas, casas de massagem e lugares para sacar dinheiro. Um dos prédios é relativamente novo enquanto os outros parecem mais deteriorados. Com exceção de alguns dos bares mais acabados e uma casa de massagem aleatória com um letreiro vermelho de néon escrito Aberto ainda em uma das janelas, as lojas estão todas trancadas com portões pesados de metal.

    Em um beco, a luz da lua revela vislumbres do caminho à minha frente: um rato se apressa para fora do meu caminho, uma lixeira transbordando à minha direita, meia-dúzia de garrafas empilhadas contra uma parede à minha esquerda. Sombras tão profundas quanto poços vivem nos cantos e vãos daqui.

    Não estou a mais de três quarteirões do meu destino, o prédio no qual eu vivi o que se passou como infância.

    Um sapato se arrasta na calçada atrás de mim. Alguém está se esgueirando por trás de mim—um homem, magro, cauteloso. Ele anda silenciosamente, o que não é fácil de se fazer em um beco.

    Eu me movo alguns centímetros para que a bolsa duffel sobre os meus ombros bloqueie a visão do espreitador, enquanto deslizo minha mão para dentro do bolso da minha antiga jaqueta do exército e retiro uma lâmina de dez centímetros.

    Um passo o coloca mais perto e então mais um. Ele está à distância dos meus braços agora. Se ele quisesse me matar, ele já deveria ter agido.

    Eu me viro e pressiono a ponta da faca contra a garganta do estranho.

    Um velho congela e levanta suas mãos para o ar se rendendo. Profundos cânions esculpem seu rosto cinzento. Cabelos grisalhos caem sobre seus ombros, bochechas esqueléticas, como se a pele dele tivesse sido esticada contra o crânio. Ele veste um longo casaco preto, calças pretas e sapatos pretos. Seu corpo magro se inclina para frente, curvado sob ombros abaixados. Ele parece doente e fede, uma combinação de odor corporal, bebida e algo ainda pior que eu tento bloquear. Ainda assim, luz brilha em seus olhos cor de amêndoas. Ele quer viver, o que significa alguma coisa. Talvez tudo.

    Quem te mandou aqui, velho?

    Ninguém me mandou a lugar algum. Eu moro nestas ruas.

    Eu pressiono a faca contra a pele dele. Humano ou demônio? Não minta para mim.

    Humano... Eu acho. Eu fui chamado de várias coisas antes, mas nunca de demônio.

    Paranóico? Mais do que um pouco, mas é melhor do que um demônio arrancando meu coração e me arrastando para o inferno, então eu o checo, procurando sinais demoníacos. Não há fogo do inferno queimando em seus olhos e eu não vejo nenhum outro sinal aparente. Mas em minha experiência demônios são traiçoeiros. Eu nunca conheci um com asas, chifres ou uma calda. Eu matei um que mudava de forma em um beco na cidade de Nova York há um tempo. Mãos se tornaram garras e dentes se transformaram em presas. Aquele lá quase me matou. Ele tentou arrancar meu coração com as próprias mãos. Tenho a cicatriz para provar. Pelo menos é assim que eu me lembro. Estava escuro e, depois de eu esfaqueá-lo no olho, ele voltou para sua forma normal.

    Eu corto o veterano só para estar certo nessa luz incerta. Uma gota carmim rola pelo pescoço dele.

    Ei, isso dói. Ele limpa o sangue de seu pescoço. Por que você fez um negócio desses?

    Só para ter certeza. Sangue demoníaco goteja como lodo preto e fede a enxofre. O sangue dele cheira estranhamente doce.

    Eu escorrego a faca para dentro do meu bolso. Não é seguro chegar de mansinho nas pessoas, veterano.

    O homem abaixa os braços. Quem, eu? Eu não estava chegando de mansinho em ninguém. Eu ando silenciosamente, só isso. É bom se misturar com as sombras aqui. Me mantém vivo, me faz saber das coisas.

    Sei.

    O veterano é meu comitê de boas vindas e ele é mais do que eu mereço. Eu continuo minha caminhada pelo beco, e ele continua andando ao meu lado.

    Eu nunca te vi por aqui antes, ele diz.

    Eu não sabia que eu tinha que bater ponto com você. Tem uma cabine em algum lugar?

    Eu vivo aqui faz um bom tempo, só isso. Não tem muita coisa que acontece sem que eu fique sabendo. Eu conheço praticamente todo mundo.

    Eu paro por um segundo. Talvez o veterano possa me ajudar. Tiro o telefone do bolso e procuro uma foto que um artista de rua criou para mim em um tablet. Ele não era lá um Rembrandt, mas ele fez um trabalho decente o suficiente recriando um rosto que eu lembrava de muito tempo atrás. Um software de envelhecimento adicionou idade, então deve parecer com ela agora.

    Eu mostro para ele a interpretação do artista. Você conhece essa pessoa? Vê ela por aqui?

    Ele dá de ombros. Ela parece doente. Não sei dizer se já a vi.

    Ela costumava vender drogas para a gangue Monarca vinte anos atrás. Ela vivia em um desses prédios com o filho dela. Olhe de novo.

    Ele nega com a cabeça. Muita gente vai e vem. Além do mais, os Monarcas desapareceram faz um tempo. Talvez uns cinco anos. Minha noção do tempo não é mais o que costumava ser, então não tenho certeza. Mas ela parece um tipo meio maldoso. Bem desagradável.

    Você não tem ideia. Ela roubou mais de mim do que eu posso te contar.

    Você tem certeza que quer encontrar ela? Algumas pessoas são melhores enterradas no passado.

    Ela está provavelmente morta de qualquer forma, mas ela é a única pessoa que talvez tenha respostas para me dar.

    Quem é ela?

    Minha mãe.

    Minha mãe via demônios e ela tinha medo do que eles iriam arrastá-la para o inferno. Quando eu tinha treze anos, ela matou meu pai em uma explosão de raiva, apunhalando ele até a morte com uma tesoura, alegando que ele era um demônio. Quando ela se virou para mim, eu fugi e entrei no exército. Eu tinha quinze anos. Eu achava que ela era louca, mas isso foi antes de eu mesmo começar a ver demônios. Agora eu não sei. Eu tento me lembrar como era o sangue do meu pai, mas eu não consigo. Apesar de que eu me lembro do cheiro e isso revira meu estômago e me preocupa. Se minha mãe estava certa sobre meu pai ser um demônio, o que isso faz de mim? Eu estou fadado ao mesmo destino?

    Eu ouço a voz do meu antigo instrutor de treinamento em minha cabeça. Se mexa, Docinho. Você tem companhia.

    Eu sei. Eu não sou mais um aprendiz, Caesar, eu digo.

    Tá falando comigo? pergunta o veterano, compreensivelmente confuso.

    Só um fantasma do meu passado que não mantém a boca fechada e me deixa em paz. Eu dou uma nota de vinte dólares para o veterano. Melhor você vazar. Alguns hostis estão se aproximando.

    O veterano pega a nota e olha para o beco, cerrando os olhos. O grupo passa por uma luz da janela de um dos prédios. Esses são Dragões Vermelhos. Eles são um bando ruim. É melhor você correr.

    Eu não trouxe meus tênis de corrida.

    Têm quatro deles e eles são do pior tipo.

    Não parece justo, parece? Eles vão precisar de outros quatro para ter alguma chance.

    O veterano desaparece nas sombras onde seria preciso um holofote para encontrá-lo.

    Olho para o horário no meu celular. Faz duas semanas, seis dias e sete horas desde que matei alguém.

    Uma pena, eu realmente queria chegar a três semanas.

    Capítulo 3

    Eu checo para ter certeza de que a minha Smith and Wesson está firme presa firmemente na minha lombar e ando em direção aos quatro jovens, que ainda não me viram. Um está completamente bêbado, enquanto um segundo cambaleia um pouco menos do que o primeiro, mas ainda abalado. Os outros dois andam confiantemente, como se eles fossem os donos deste beco, o que é provavelmente verdade. Os quatro usam botas de couro com pontas de aço feitas para chutar pessoas indefesas. Esses caras são bem o tipo que faz isso—chutar pessoas indefesas.

    O grupo passa embaixo de outra luz a menos de um bloco de distância. Eles vestem jaquetas pretas com o emblema dos Dragões Vermelhos no peito. Eu os analiso da esquerda para a direita: o bêbado, um bombado de esteróides, um magrelo que parece sorrateiro, com um porte tenso e um sujeito alto balançando um taco de beisebol como se fosse um cassetete.

    O cara que parece sorrateiro para debaixo da luz e dá um tapinha no bombado do lado dele. Olha, George. Nós temos visita.

    Eu parei a dez passos da gangue. Poderia ter me virado e corrido como o veterano sugeriu. Ainda posso, mas não vou. A voz do Caesar ribomba na minha cabeça. Ele quer que eu os puna, que cause dor, que machuque os delinquentes. O som aumenta com as outras vozes que se juntam à dele.

    Começa a ficar congestionado dentro da minha mente, mas eu luto fortemente contra o barulho e a pressão crescente, ofereço uma chance para os quatro. Eles merecem isso e eu ainda posso oferecer. Talvez as Moiras os iluminem.

    Eu só estou de passagem. Seria melhor se vocês saíssem do caminho. Eu não tenho problemas com vocês, colegas, e eu estou com pressa.

    Sorrateiro dá um sorriso largo e puxa a Glock da jaqueta. Bombado tira uma lâmina de quinze centímetros do cinto e o lançador de beisebol com o taco bate ameaçadoramente com a ponta dele em suas mãos. O bêbado, acabado demais para fazer qualquer coisa, balança a cabeça e vacila de um lado para o outro.

    Meu treinamento entra em ação. Preciso desarmar primeiro o líder com a arma, daí o bombado e por último o cara com o taco. Posso ignorar o cara bêbado até mais tarde. O pior que ele pode fazer é vomitar em mim. Meu único problema: a distância que nos separa. Dez passos são sete passos demais. Três seria o ideal.

    Eu tropeço um pouco para frente, agindo propositalmente como um palhaço descoordenado. Levanto as mãos no ar para deixá-los relaxados e ofereço uma última chance para eles se salvarem. Eu realmente não acho que vocês vão gostar do que vai acontecer em seguida.

    O líder aponta a arma horizontalmente para o meu peito, estilo gangster. O cano treme um pouco e a postura dele é toda errada. Ele teria sorte de acertar o lado de um celeiro a trinta metros de distância, mas eu estou a apenas cinco passos agora, o que me faz ser muito mais fácil de se acertar do que um celeiro.

    Ele balança a arma na minha direção. Parado aí, cuzão. Eu sei exatamente o que vai acontecer. Você vai me passar essa mala e a gente vai te revistar pra ver se você tem outra coisa que a gente queira. E se você tiver sorte, você vai sobreviver tendo levado só uma surra. Senão...

    O lançador dá um sorriso largo e balança o taco fazendo um arco. Os olhos dele brilham. Ele gosta de causar dor; sangue seco mancha a ponta do taco como um aviso. Pelo menos é um clássico de madeira. Ele merece pontos por isso. Eu odeio os novos de titânio. Eles não soam bem quando acertam alguém.

    Ajusto a alça da minha bolsa para que ela não balance muito e fique no meu caminho, dou dois passos para frente e encaro o líder. Eu sei o que ele está pensando. Ele vê um alvo fácil, um homem desarmado, não particularmente alto com menos de um metro e oitenta e não particularmente largo. Às vezes aparências enganam se você não olhar bem de perto.

    Tem um jeito fácil para eu sair dessa bagunça. Mesmo o líder tendo a Glock apontada para o meu peito, eu ainda sou rápido demais para ele. Eu posso sacar a minha Smith and Wesson e explodir o peito dele antes de ele apertar o gatilho. Depois que ele cair, os outros três provavelmente correriam ou, no caso do cara bêbado, tropeçaria para longe. Eu daria um passo para a minha esquerda, só para garantir, no caso de o líder ser mais rápido que eu acho que ele é. Dessa forma ele me erraria mesmo se ele conseguisse disparar. Minha chance de sucesso é tão próxima de cem por cento, não vale nem a pena calculá-la em minha cabeça.

    Só há um problema com o jeito fácil. Eu não quero ele. Não esta noite. Não no meu antigo bairro, procurando pela minha mãe, então eu elaboro um plano diferente. Minha única dúvida—a Glock vai realmente funcionar? Eu crio dois cenários para superar a incerteza, os dois igualmente eficientes. Minha chance de sucesso diminui de quase cem por cento para razoáveis noventa e seis.

    Eu sorrio um sorriso bobo para deixar o líder relaxado. Esta é a sua última chance. Eu não tenho problema com vocês, caras. Saiam do caminho ou vocês vão se arrepender. Eu já estou perdendo muito tempo.

    O líder ri alto, mas soa forçado. O cano da arma treme um pouco mais do que antes.

    Minha confiança está desencorajando ele. No fundo ele sabe que está em apuros. A intuição dele está gritando para ele. Não é culpa dele que ele não entende o que ela está tentando dizer. Ele é só um produto de sua própria experiência e ele nunca conheceu ninguém como eu antes. Se ele tivesse a mínima noção, ele puxaria o gatilho—mas ele não vai puxar. Ele é do tipo que precisa dar a última palavra. Um cara magrela como ele usa a língua como uma arma para subir de nível.

    Então ele joga uma farpa. Você não sabe contar ou você é retardado? Nós somos quatro, você é só um.

    Eu aponto para o bêbado à esquerda, a cabeça caída contra o próprio peito. Você não pode contar o licor. Olha pra ele. Ele está quase caindo.

    O líder lança um olhar para seu amigo. Uma reação involuntária, facíl de se prever. Não demora mais do que um batimento cardíaco, mas é o suficiente.

    Eu me lanço para frente, agarro a Glock, a torço e arranco. A arma se solta e em um movimento suave, eu atiro na coxa do brutamontes. No beco o tiro soa como uma explosão. Os outros três caras ficam congelados por um segundo precioso.

    Corto a garganta do líder, o que faz o magrela ajoelhar. Uma joelhada na testa o apaga. O lançador sorri para mim. O brilho nos olhos dele se torna carmesim e queima com fogo infernal. Bem-vindo à sua casa, Stevie, ele diz em uma voz profunda que soa como se tivesse subido do próprio inferno.

    Ele voa para frente, se movendo mais rapidamente do que deveria pelo seu tamanho e enfia a ponta do taco no meu estômago. O golpe me faz encurvar e eu solto a Glock. Ele me atinge com um cruzado de direita que me faz cambalear para trás.

    Minha cabeça rodopia. Eu não havia considerado lutar contra um demônio. Isso joga fora meu cálculo e não de um jeito bom.

    Por que você está resistindo à gente? ele ruge. Se junte à nós, Stevie. Você está tão perto de se tornar um de nós agora.

    Nunca.

    Uma pena. Ele tem grandes planos para você.

    O demônio gira o taco em um golpe brutal em direção à minha cabeça. Eu mergulho para baixo e chuto o joelho dele. A perna dele cede. Eu o agarro pelos ombros e o bato contra uma parede, cabeça primeiro. Lascas de tijolo caem no chão.

    Ele derruba o taco.

    Eu viro meu ombro e enfio um

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