Destruída
De Alba Duro
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Sobre este e-book
Pai falecido? Sim,
Infância sem mãe? Também.
É mãe solteira? É claro.
O pior ex-namorado do mundo? Não podia ser diferente.
A vida pode ser uma verdadeira merda ou um mar de rosas. No meu caso... um pouco mais do primeiro do que do segundo. Mas ainda assim, como todas, dei o melhor de mim. Com 19 anos, um rapaz alto, musculoso e sem vergonha se apresenta a mim. Nove meses mais tarde, me vejo cuidando sozinha da minha pequena.
A última coisa da qual eu precisava era que meu pai, o único homem bom que parecia existir na face da terra, falecesse. E então aqui estou eu, sozinha e destruída, no olho do furação, suportando a tormenta do melhor jeito que posso.
E então, aparece ele. Um homem bom, alto, musculoso e sem vergonha. Por sorte, não é o mesmo. Este, na verdade, se mostra ser o vice-presidente de um clube de motoqueiros. Chame de clube de motos... chame de organização criminosa. Sim, me lancei ao abismo sem pensar duas vezes, como um viciado em busca de sua seringa.
Não me importava que tudo acabasse mal. Afinal, não poderia esperar outra coisa. Mas já havia passado tempo demais sozinha e necessitava exatamente disso: um homem com quem dormir, para poder desfrutar e que se convertesse em um oásis de emoção, paixão e sexo em um deserto derto de trabalho duro. Não esperava que ele fosse querere me amarrar, amordaçar, estapear e, bom... consegue entender aonde quero chegar. Porém, não esperava que a história acabasse assim....
Advertência: Um romance erótico com sexo explícito (incluindo BDSM), vocabulário chulo e outras coisas dirigidas a uma audiência madura.
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Destruída - Alba Duro
Dedicado a Mar e a Sara
I
Estava sentada arrumando o cabelo de Diana, que neste dia parecia ter amanhecido particularmente difícil de controlar. Quieta entre minhas pernas, sorria timidamente enquanto se olhava no espelho. Eu, por outro lado, me sentia mais ausente do que nunca.
ㅡ Pronto, meu amor, agora vou me arrumar.
A sentei ao meu lado e ajustei o espelho para que pudesse me olhar com mais claridade. Me vi de cabelos escuros curtos, na altura do pescoço, olhos verdes e longos cílios.
ㅡ Isso é do meu pai.
Disse a mim mesma e tive que fazer um grande esforço para não chorar na frente de Diana.
A peguei e saímos do quarto desta casa que agora era grande demais para nós duas. O táxi nos esperava do lado de fora. Eu gostaria que tudo fosse apenas um sonho.
A morte do meu pai havia me machucado profundamente.
ㅡ Estou sozinha. Completamente sozinha.
E senti como se um manto escuro me cobrisse, sem possibilidade de ver nada à frente.
Meu pai era pilar fundamental em minha vida. Depois da morte prematura de minha mãe, quando tinha apenas alguns meses de vida, ele se encarregou de tudo o melhor que pôde Tratou de me dar todo o amor e proteção que conseguiu. Porém eu decidi que era melhor ser rebelde e me entregar a aventuras descontroladas.
Eu estava no último ano do ensino médio quando comecei a andar com um grupo de gente que matava aula quase todos os dias. Sei com certeza que a chamada possuía espaços vazios, muitos deles, ao lado do meu nome.
Em uma dessas tantas noites de álcool e música punk, conheci a Leo. O rapaz mais espetacular que jamais havia imaginado. Alto, negro, de cabeça raspada e olhos penetrantes. Usava uma jaqueta e o sorriso mais descarado do mundo. Só de vê-lo, tudo se tornava um espetáculo.
No entanto, algo em mim dizia que ele nunca teria olhos para mim e que era melhor adorá-lo em silêncio. Tudo estava bem até que um dia, em uma aula chata de química, recebi uma mensagem dele. Descobri que meus amigos o haviam dado meu número e ele decidiu entrar em contato. Eu estava mais que feliz.
Marcamos um encontro e foi mais do que mágico. Ele havia me trazido flores, o que me fez pensar que era um completo cavalheiro. Agora que penso sobre, percebo o quanto fui tonta e inocente.
Saímos por um par de meses até que decidi que ele era o homem indicado para tirar
minha virgindade.
Foi em um dia de maio; havia ido a sua casa sozinha propositalmente para que, segundo ele, nos sentíssemos mais confortáveis e sem pressão.
Estava usando uma mini-saia preta, uma camisa de flanela do Pink Floyd e tênis. Era meu look feminino e encantador. Ele, por outro lado, parecia com um deus. Tinha um brilho na pele que me fazia desejar estar em seu colo até o fim do mundo.
Mal havia entrado, ele me pegou pela cintura e nos beijamos com força.
ㅡ Sei que vai gostar.
Foram as únicas palavras que me disse antes do ato. Nada mais. Em poucos minutos, me encontrava em sua cama, o recebendo enquanto sentia um pouco de dor e prazer.
Meus dias com ele, logo depois desse momento, se tornaram mais intensos e luxuriosos. Nos comportávamos como duas pessoas que sentiam que deviam se tornar um com a maior força que pudessem por que a vida nos abandonaria se não o fizéssemos.
Obviamente pequei em ser ignorante e ingênua. Pensei que nos amaríamos para sempre e que estarmos juntos seria nossa lei. Nada mais longe do que a realidade.
Foi aí que, quando estava em casa, senti uma vontade terrível de vomitar. Não dei atenção e os sintomas se tornaram mais evidentes. Nesse momento me dei conta de que não poderia tapar o sol com a peneira.
Fui a um hospital fazer um exame de sangue. O resultado foi positivo e imaginei que, por fim, teria a vida feliz que sempre desejei. Uma vida perfeita apesar de ser tão nova.
Me lembro de estar mais assustada por conta de meu pai do que por Leo. Todavia, por alguma razão, Leo começou a desvanecer do meu panorama. No dia que decidi contar a ele, eu havia esperado o suficiente enquanto reunia coragem para tratar de falar com ele.
De certo se mostrou incrédulo e hostil. Suas palavras eram poucas e duras. Dentro de mim, eu sentia um fio frio de insegurança e dor.
Com o passar dos dias, ficou impossível falar com ele. Seus amigos me davam desculpas e ele não atendia minhas ligações. Esse primeiro amor me havia abandonado com um filho e com um sinal de interrogação sobre minha cabeça.
ㅡ É minha culpa. Tudo é minha culpa.
Me disse incansávelmente para justificar o fato de que ele me deixara sem dizer nada mais. Para completar, precisava contar ao meu pai. E se tudo piorasse?
Nós dois nos encontrávamos na cozinha. Ele estava preparando o jantar e me falava sobre seu trabalho, enquanto eu estava sentada na mesa de café da manhã, absorta e com vontade de chorar.
ㅡ Papai, estou grávida.
Lancei a bomba. Sem pensar muito. Sem medir mais com a minha mente. Minha boca devia soltar essas palavras e deixar à sorte o que estava por vir.
Meu pai soltou a panela na qual fritava alguns hambúrgueres e girou o corpo para me olhar. Eu estava chorando e tremendo de terror. Sabia que o havia decepcionado, porque esses não eram os planos dele para mim, pelo menos era no que eu acreditava.
ㅡ Bom, Lola, então nós teremos que botar muitas coisas em ordem. Eu pegarei um turno a mais no trabalho e você deverá buscar um emprego. Nos ajustaremos, você verá.
Saltei da cadeira para abraçá-lo. Tinha uma sorte imensa em tê-lo junto a mim e de contar com seu apoio.
Em pouco tempo pude encontrar trabalho como assistente na biblioteca pública. Acabou por ser o emprego ideal porque me dava a oportunidade de estar tranquila e de ler tudo o que eu quisesse. Era como o momento de paz que eu tinha no dia para mim.
Nesse local encontrei minha verdadeira vocação: Ser chef e tudo graças aos maravilhosos textos de pratos e receitas que olhava sem parar. Meus favoritos eram sempre de Jamie