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Prometida
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E-book52 páginas1 hora

Prometida

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Sobre este e-book

Para que a vida da princesa recém-nascida seja salva, sua alma é prometida ao Filho da Terra e destinada a servi-lo o restante de seus dias. Em seu pescoço carrega uma pedra que é o lembrete constante de que em breve se encontrará com seu senhor. No entanto, quando se depara com o desconhecido Lucca Gonçalves, Mainá Kadiwéu verá que é impossível não lhe entregar também seu coração.
IdiomaPortuguês
EditoraBookerang
Data de lançamento29 de out. de 2014
ISBNB00OHU699A
Prometida
Autor

Josy Stoque

Josy Stoque is a publicist by profession and author by vocation. She has been writing since discovering poetry as a child. Her debut novel, Marked by Fire, the first book in the Four Elements saga, was nominated for the 2013 Codex de Ouro Annual Literary Prize when published in Brazil in the original Portuguese. The second title in the series has also been published in Portuguese, and the author will release the remaining two books through Amazon’s Kindle Direct Publishing platform in 2014. Marked by Fire is her English-language debut.

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    Prometida - Josy Stoque

    BARROS

    PRÓLOGO

    O grito de dor se estendeu no interior da casa onde uma mulher dava à luz. Impedidos de entrar, os homens circundavam-na, aguardando o nascimento de mais um herdeiro do povo guerreiro, que nasceu de um buraco e fez-se pelo Charco, impondo-se perante os outros.

    O silêncio carregou o cenário de incertezas. O ancião, que estava mais próximo da entrada, invadiu o lugar sob protestos e deparou-se com sangue, lágrimas e dor. Tomou o bebê, que não chorava, dos braços da parteira e saiu. Passou sem responder ao Capitão, que o interpelou, e dirigiu-se até a fogueira no centro da vila. A cantiga que entoava encheu o ar de uma pesada densidade. Morte, desespero, súplica. A eletricidade se tornou visível quando os raios riscaram o céu.

    O ritual varou a madrugada. Ninguém o questionou enquanto o poder da cura era invocado. A chuva caiu sobre ele e o bebê pouco antes do amanhecer e cessou junto com o despontar do sol. E então o pranto mais esperado ecoou o despertar da vida.

    DESTINO

    As lágrimas banharam minha face, e o vento misturou o líquido salgado aos meus cabelos soltos. O cavalo corria veloz, cortando o ar com seu dorso e o meu, saltava pedras e desviava de troncos. A brisa úmida e quente da madrugada fazia meu corpo transpirar. Eu era apenas uma amazona com sua montaria em busca de liberdade, esta que me foi negada no nascimento.

    Não sabia por que estava tão emotiva, não era a primeira vez que deixava meu lar. Mas, desta vez, não era para estudar. Não retornaria nas férias. Estava fugindo, por mais que fosse maior de idade e capacitada mentalmente para cuidar de mim mesma. Não, eu não tinha esse direito por nascença.

    — Você é Mainá Kadiwéu. — A lembrança do dia em que fui aceita como adulta e recebi a triste notícia sobre meu trágico nascimento e a consequência de minha ressurreição voltam à minha mente pelas palavras do xamâ Unaí, o ancião responsável pela promessa que salvou minha vida. — Você é princesa de nosso povo, mas não nos pertence. — Senti tanto medo que meu corpo estremeceu. — Você foi prometida ao Filho da Terra no nascimento, e o enviado da Mãe Natureza não está entre nós.

    Tinha só treze anos de idade, imagina como ficou minha cabeça! Foi este mesmo medo que me assaltou no meio da noite, como um chamado. Precisava partir, ir ao encontro do meu senhor, dono da minha vida e do meu destino. Não tinha ideia de quem ele era ou de onde encontrá-lo, somente a certeza de que não estava na reserva Amambaí, herança de nossos ancestrais, os Guaicurus, que ganharam aquelas terras do governo brasileiro pela participação decisiva dos guerreiros na Guerra do Paraguai.

    Meu sangue nativo vem da região do Charco, por onde meu povo andou como nômade, caçando, coletando e fazendo cativos até firmarem residência nesse território fértil e gigantesco do Pantanal sul-mato-grossense. Sou filha de Piatã, o Capitão da tribo, que não tem muito tempo para os cinco filhos por ser responsável em garantir nossos direitos no país.

    Sou uma princesa sem trono nem glamour e, principalmente, sem súditos. Quando nasci morta, perdi o direito de pertencer ao meu próprio povo, sendo dada a um estranho, um branco, um deus. Fui obediente a todos as ordens desde sempre, até porque minha mãe se foi no dia do meu nascimento, mas não dá mais. Sei que posso ser punida, por isso não rejeitei meu fardo, mas estou

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