Eu sou o diabo para quem você confessa
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Eu sou o diabo para quem você confessa - Igor Silva Almeida
www.editoraviseu.com
I’m
eu sou o demônio para quem você confessa seus piores pecados
aqueles ardentes
para usar deles e te fazer louca
para que seus desejos a engulam como uma floresta em chamas
e reste para mim, queimar contigo
queria que minha boca fosse sua por uma eternidade
para que quando nossos lábios se encostassem
você queimasse por todos os tempos
então perca seu controle meu bem
seja a fera insana que há em você
queime em selvageria e violência
para que eu possa te domar da maneira que deve ser
-
na imensidão da obscura vida mental nos fortalecemos quando se trata de defesas psíquicas estando completamente indefesos à alienação. nos esculpimos no molde moderno de não perturbação alheia, de natureza enquanto instrumento e o homem, por ser também objeto de estudo, como mais um modificável, a sacralidade medieval se desfez em seus átomos e encontra, mesmo na religião, uma defasada visão de mundo, um coletivismo associado à ignorância que marca os tempos contemporâneos. não nos preocupamos com a suavidade enquanto gentileza, usamos a suavidade forçada para mascarar um respeito ao alheio e sua subjetividade, vestimos nossas máscaras todos os dias pelo bem conviver em sociedade e quando elas entram em choque se preocupam somente com a própria individualidade a ser respeitada, quando na atualidade somos alienados a acreditar que deve ser assim e claro, nunca nos lembramos de quem distribui as mesmas.
somos ditados psicologicamente por um modelo fracassado de compreensão do que é o ser humano, um momento que acontece também na ciência, em que ela
é ditada pelo poder de transformação do mundo, um falso significado e uso do conhecimento e não diferentemente temos nossa própria bomba atômica: a depressão. o mundo se desencanta, o bem-estar fere o bem-pensar e o acúmulo histórico dessa dívida é pago individualmente, pois nem nisso o sistema se arrisca a levar a culpa, ele acha sua saída nos pontos factuais do indivíduo e mais uma vez o culpabiliza pelo próprio sofrimento que passa. o sistema nos põe como atuantes e receptores, somos um círculo fechado de sofrimento que adoece cada vez mais, que gera filhos estéreis tão mortais para a vida quanto sua própria esterilidade social. criamos miniaturas de nós mesmos, nos contentamos com a educação e o afeto em excesso, criamos réplicas da nossa mediocridade e vivemos na ilusão de legado, abafamos o choro de desespero do mundo nos sons de nossas risadas, de nossas tardes ensolaradas e lanches saborosos, ignoramos a dor e o sofrimento com a ideia de que o mundo é feliz em nossa felicidade, de que as coisas se acertam na nossa intenção dedicada à elas, esquecemos de agir, de sentir e ser empático com quem nos rodeia. estamos bêbados em nossas convicções individualistas e não enxergamos mais além de nossas próprias ideias, deixamos de lado o