DIÁRIO ÍNTIMO - Prudhomme
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DIÁRIO ÍNTIMO - Prudhomme - Sully Prudhomme
Sully Prudhome
DIÁRIO ÍNTIMO
PRÊMIO NOBEL 1901
1a edição
img1.jpgIsbn: 9786558940098
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Prefácio
Prezado Leitor
Sully Prudhomme (1839–1907), pseudônimo de René-François-Armand Prudhomme, nasceu na França e se consagrou como um dos maiores escritores franceses de sua época. Tendo recebido o Prêmio Nobel de Literatura de 1901.
Prudhomm foi um dos principais poetas do parnasianismo, movimento literário que almejava a restauração da elegância e equilíbrio além da volta dos padrões estéticos para a poesia,
As anotações do diário de Sully Prudhomme carregam a inclinação introspectiva de seu espírito, suas dúvidas, sua inquietação que as coisas terrenas não conseguem dissipar. Esses são os temas habituais de sua composição, neste livro exacerbado porque escrito para o próprio autor que declarava: Escrever para si mesmo é repousar.
Uma excelente leitura
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Sumário
Apresentação
Sobre o autor e obra
1862
1 de outubro de 1862
Quinta-feira, 2 de outubro
Sexta-feira, 3 de outubro
Sábado, 4 de outubro
Domingo, 5 de outubro
Segunda-feira, 6 de outubro
Terça-feira, 7 de outubro
Quarta-feira, 8 de outubro
Quinta-feira, 9 de outubro
Sexta-feira, 10 de outubro
Sábado, 11 de outubro
Domingo, 12 de outubro
Segunda-feira, 13 de outubro
Quarta-feira, 15 de outubro
Quinta-feira, 16 de outubro
Sexta-feira, 17 de outubro
Sábado, 18 de outubro
Segunda-feira, 20 de outubro
Terça-feira, 21 de outubro
Quarta-feira, 22 de outubro
Sexta-feira, 24 de outubro
Domingo, 26 de outubro
Segunda-feira, 27 de outubro
Terça-feira, 28 de outubro
Quarta-feira, 29 de outubro
Quarta-feira, 5 de novembro
Sexta-feira, 7 de novembro
Sábado, 8 de novembro
Domingo, 9 de novembro
Segunda-feira, 10 de novembro
1863
Quinta-feira, 19 de fevereiro
Fevereiro, 1863
1864
Quinta-feira, 28 de janeiro de 1864
Sexta-feira, 29
Sábado, 30
Domingo, 31
Segunda-feira, 1º de fevereiro
2 de fevereiro
Quarta-feira, 3 de fevereiro
Quinta-feira, 4 de fevereiro
Sexta-feira, 5
Sábado, 6
Domingo, 7
Segunda-feira, 8
Terça-feira, 9
Terça-feira, 16
28 de novembro de 1864
29 de novembro
30 de novembro
3 de dezembro
7 de dezembro
10 de dezembro
1865
13 de janeiro de 1865
Fevereiro de 1865
5 de maio
7 de setembro de 1865
1868
Domingo, 14 de junho de 1868
Segunda-feira, 15 de junho de 1868
16 de junho de 1868
17 de junho
Quinta-feira, 18 de junho
Sexta-feira, 19 de junho
Sábado, 20 de junho de 68
Domingo, 21 de junho
Segunda-feira, 22 de junho
Terça-feira, 23 de junho. Paris.
Quinta-feira, 25 de junho
Sexta-feira, 26 de junho
Sábado, 27 de junho
Quarta-feira, 19 de julho
Quinta-feira, 2 de julho
Sexta-feira, 3 de julho
Sábado, 4 de julho
Domingo, 5 de julho
Segunda-feira, 6 de julho
Quarta-feira, 8 de julho
Quinta-feira, 9 de julho
Segunda-feira, 13 de julho
Quarta-feira, 14 de julho
Quarta-feira, 15 de julho
Sexta-feira, 17 de julho
1869
26 de janeiro de 1869
27 de janeiro
29 de janeiro de 1869
30 de janeiro de 1869
31 de janeiro de 1869
Notas e referências
Apresentação
Sobre o autor e obra
Vencedor do prêmio Nobel de 1901, Sully Prudhomme (1839 – 1907), pseudônimo de René-François-Armand Prudhomme, nasceu na França e se consagrou como um dos maiores escritores franceses de sua época. Foi um dos principais poetas do parnasianismo, movimento literário que almejava a restauração da elegância e equilíbrio além da volta dos padrões estéticos para a poesia, a qual foi substituída, segundo os parnasianos, pelos exageros do Romantismo.
Sully Prudhomme, iniciou sua formação no instituto politécnico, mas um problema nos olhos o forçou a abandonar a carreira cientifica ainda cedo. Chegou também a estudar direito, entretanto seu amor pela literatura o fez se afastar da advocacia e se dedicar as letras.
Durante sua carreira como escritor, Prudhomme seguiu dois estilos literários. O primeiro, culpa de um infeliz caso de amor, continha um lirismo pessoal e melancólico repleto de drama e romantismo. Já o segundo, o qual obteve maior reconhecimento, seus poemas passaram a ser mais analíticos com expressões objetivas e verdades filosóficas. Suas obras passaram a ter perfeição formal e elegância, típicas do Parnasianismo, com temas de índole filosófica e científica.
Em 1881 foi eleito membro da Academia Francesa e em 1901 tornou-se o primeiro escritor homenageado com o primeiro prêmio Nobel de Literatura da história.
Obra
Sua vida repleta de reviravoltas e dramas, tantos pessoais como profissionais, o levaram a mudar a forma romântica que via o mundo para a forma mais fria e analítica característica do parnasianismo.
Diário Íntimo é uma obra que Prudhomme escreveu sem intenção de expô-la ao público. Nas suas próprias palavras: Escrever para si mesmo é repousar
. As anotações do diário de Sully Prudhomme carregam a inclinação introspectiva de seu espírito, suas dúvidas, sua inquietação que as coisas terrenas não conseguem dissipar. Esses são os temas habituais de sua composição, neste livro exacerbados porque escrito para si próprio. Toda sua inquietação com o mundo estão presentes nessas páginas dignas de um Nobel.
DIÁRIO ÍNTIMO
1862
1 de outubro de 1862
Dia favorável. — Direito Romano; estudei com gosto... Valho mais do que julgava. Às cinco horas, séria meditação psicológica sobre a consciência (existe e sabe que existe). — ...Reflexões sobre a felicidade; é preciso não a sonhar fora das condições da essência humana; ora, nossa essência admite a saciedade e o tédio; a felicidade não é, pois, a satisfação de nossa essência, mas o exercício de nossas faculdades; é grosseira. Poema: Assemelhasse à minha mocidade.
Quinta-feira, 2 de outubro
Momentos de tédio: a vida vale ser vivida? Trabalhei numa estátua de barro. Reflexões sobre a arte; é necessário adestramento, há em tudo um pouco de ofício, o ofício é a habilidade adquirida pelo hábito, é a relação do artista com a matéria. Resta o sentimento: há muitos artistas de sensibilidade; mas o verdadeiro artista quer gozá-la, exprimindo-a... A arte aborrecer-me-ia, pelas resistências da matéria e pela futilidade de um labor minucioso...
Uma mulher de natureza verdadeiramente casta é incorruptível; acreditarei menos facilmente nas quedas morais das mulheres angelicais.
Sexta-feira, 3 de outubro
Durante o dia, nada de importante. Estudo sobre a essência do tempo. — Ninguém leva, por certo, uma vida mais introvertida do que eu. — Jantar em casa de minha irmã. Sua felicidade, que me comove, mostra-me quanto a amo. — Não esquecer, esta manhã, a leitura de versos a Ruffin; ele tem bom gosto e o talento da composição. Só neste ano é que passei a produzir; unidade, sobriedade, propriedade das comparações, tudo está nisso.
Sábado, 4 de outubro
Que pensar de um moço que espreita uma jovem inocente para perdê-la? O mais honesto rapaz que eu conheça o faz. É que ele não quer desgraçá-la, quer amá-la, ama-a; não há malícia nele; é que a velha e soberana natureza domina o sangue e grita: vai, corre, reproduz! Que importam nossas instituições, que decretam a perda de uma jovem que se entrega?
Poderei deixar de lado a questão do tempo? Quando o infinito mostra, aqui e ali, a barra de seu manto, e projeta sobre o problema sua sombra imensa, passamos a tatear, nosso esforço é inútil.
Domingo, 5 de outubro
O almoço em família é um prazer para mim...; aí há vida, calor nessa confusão, e tudo sobre o fundo sólido e comovente de afeição verdadeira. Como a família é doce, pura, santa! Oh! santa é a palavra que cabe aqui; certas palavras, vagas para o espírito, satisfazem o coração maravilhosamente.
Leitura de Pascal. — Não gosto de livros anotados. Quero estar em contato direto com o autor: detesto os intermediários; eles falsificam tudo.
Pascal, admiro-te, és meu, penetro-te como se pensasse dentro de ti; tristeza magnânima, profunda, profunda como a noite; como está cheia de clarões distantes! Sê meu mestre, adota-me; sofro infinitamente, gravito em torno da verdade e nunca a atinjo. Acreditaste verdadeiramente na revelação? Quando um tal gênio abdica da razão, que é sua força e glória, como ousarei duvidar? E duvido, entretanto, sinceramente, dolorosamente. Sente-se que eras de uma doçura de coração completamente humana, mas que estavas vencido, despeitado; sim, em certo momento entregaste-te à força de um anjo, que te tomou violentamente a mão para pôr teu dedo na chaga de Cristo; acreditaste, então, mas com irritação. És bem o crente irritado, violento, feroz.
... A música sobe do salão até mim; os sons vagos falam-me à alma, parecem uma carícia delicada e tímida. Ai! minha alma está muito doente, gosta que assim a acarinhem.
Jantar de cerimônia (aniversário de bodas) ... Sarau, danças... Oh! passado! derrocada silenciosa das coisas queridas que se perdem na sombra, sem rumo, não sei onde, inalcançáveis! Acabou-se, essa graça não tornará mais, foi escorraçada pelo tempo...
A música: estranho poder sobre mim. Creio em um