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Quando o Amor Esfria: Mensagens sem véus à luz do Espiritismo
Quando o Amor Esfria: Mensagens sem véus à luz do Espiritismo
Quando o Amor Esfria: Mensagens sem véus à luz do Espiritismo
E-book213 páginas2 horas

Quando o Amor Esfria: Mensagens sem véus à luz do Espiritismo

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Sobre este e-book

Devemos vigiar para que o nosso amor não esfrie. Para tanto, vamos tomar como exemplo a brasa de uma lareira. Quando esta fica rubra de energia e é retirada da lareira, resfria totalmente. A lareira são os templos religiosos, em especial os centros espíritas. Neles encontramos o aquecimento da prece, as energias espirituais salutares e a luz do conhecimento.

Considerando-se que o conhecimento aumenta a fé, que é a mãe da caridade e da esperança, reunimos algumas mensagens que, esperamos, também ajudem o nosso entendimento sobre o momento crítico e atual que a humanidade vive, onde o sofrimento e o desequilíbrio podem fazer o nosso amor esfriar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de mar. de 2021
ISBN9786599003530
Quando o Amor Esfria: Mensagens sem véus à luz do Espiritismo

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    Quando o Amor Esfria - Frederico Guilherme Kremer

    Prefácio

    A terça-feira da semana da Páscoa do ano 33 foi um dos dias mais atarefados de Jesus. Ele teria mais dois dias e meio no planeta e queria aproveitar os últimos momentos para trazer mais ensinamentos, considerando-se que Jerusalém recebia mais de 50 mil peregrinos judeus da própria Palestina e da diáspora judaica das cidades mediterrâneas.

    O mestre chegou cedo em Jerusalém, vindo de Betânia, que distava cerca de duas horas de caminhada através do Monte das Oliveiras. Ao final da tarde, resolveu retornar para Betânia. Reuniu-se com os apóstolos na escada que ligava o pátio das mulheres com o dos homens mais acima. De lá podiam acompanhar o intenso movimento das ofertas no gazofilácio. Puderam observar a mínima oferta de uma viúva pobre, um lépton, e ficaram surpreendidos com a afirmação de Jesus que ela fora quem dera mais, pois estava dando daquilo que lhe faltaria, enquanto todos os demais ofertaram daquilo que lhes sobrava.

    Depois começaram o caminho de volta, saindo de Jerusalém pelo portão dourado, que hoje se encontra selado. Dos doze portões do passado, restaram oito. Entretanto, o portão dourado foi selado no século 16 pelo sultão Suleiman, para evitar que a profecia cristã sobre segunda vinda de Jesus através desse portão pudesse concretizar-se.

    Começaram a subir o monte e os apóstolos observaram a majestade do Templo. Jesus, porém, disse-lhes: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficara aqui pedra sobre pedra (Lc 21.5). Depois de subirem um pouco mais, pararam a admirar a imponência do Templo sob a luz do sol que se punha. E os apóstolos perguntaram quando isto aconteceria e quais seriam os sinais. O mestre, então, fez o seu discurso profético mais enigmático. As profecias de Jesus são conhecidas como o pequeno apocalipse.

    A literatura apocalíptica surgiu para descrever a salvação e o juízo, pensamentos religiosos da destinação humana, que são decorrentes do monoteísmo, surgido no crescente fértil (região na forma de meia lua, com início no Egito, passando pela Síria e Palestina, chegando no Golfo Pérsico, via Mesopotâmia). Acabaram por se tornar pensamentos fundamentais para os judeus, que esperavam a salvação por retribuição divina, por terem testemunhado o monoteísmo. E o juízo seria a separação dos ímpios não salvos.

    Jesus também ensinou a salvação e o momento da separação vibracional do juízo, cujo critério é a caridade, como anunciou na parábola do juízo. Evangelho significa a boa notícia anunciada por Jesus, que é a salvação para todos.

    Os apocalipses, palavra grega que significa revelação, sempre foram eminentemente metafóricos, pois abordavam acontecimentos futuros e enigmáticos. Os mais famosos foram os de Daniel, que viveu por volta do ano 600 a.C. e o de João, escrito por volta do ano 90 d.C.

    O maior estudioso dos apocalipses foi um dos mais importantes cientistas, o famoso Isaac Newton. Ele foi um teólogo e alquimista. No século XVIII, escreveu um livro sobre os dois apocalipses, com reflexão sobre quando o juízo ocorreria, chegando até a definir uma data, que seria por volta de 2060.

    No século XIX, a Doutrina Espírita iria resolver os maiores enigmas humanos, dentre eles o da sua redenção. A salvação é o processo percorrido por aqueles que desejam renovar-se, e que, quando o planeta passar da condição de provas e expiações para a de regeneração, aqui permanecerão. O juízo é o momento da separação vibracional, quando os Espíritos que estão criando obstáculos para o progresso humano serão transladados para um planeta que esteja saindo da condição primitiva, para aí darem continuidade ao progresso de cada um. O juízo seria o que designamos como transição planetária. Embora estes esclarecedores conceitos, os espíritos não definem quando e como esta separação ocorrerá.

    Ao final do seu discurso, que deixou os apóstolos perplexos, Jesus afirmou: Quando a iniquidade aumentar, o amor de muitos esfriará. Mas quem perseverar até o fim será salvo (Mt 24. 12,13).

    Allan Kardec, enfatizando o pensamento do Divino Amigo, afirmou que: Fora da caridade não há salvação (item 5, capítulo XV de O evangelho segundo o Espiritismo). Entretanto, a perseverança é fundamental. Não importam os nossos defeitos e fraquezas, devemos perseverar. Paulo, o maior missionário cristão, afirmou que ele tinha um espinho na carne, mas perseverou até o fim.

    O momento atual de transição é marcado por turbulências e tempestades, o que é natural. As luzes de César brilham intensamente, antes de esmaecer, e as notícias evidenciam o mal e as iniquidades, que amedrontam e nos deixam perplexos. Precisamos estar atentos para não sermos influenciados e esfriarmos o nosso amor. Esta é uma armadilha muito perigosa!

    Quando o amor esfria, a criatura torna-se fria, indiferente e dura como gelo. O famoso escritor Dante Alighieri, no século XIV, escreveu a Divina comédia, onde relatou suas experiências no mundo espiritual. Em companhia da sua noiva Beatriz, o poeta foi ao plano espiritual superior e, depois, na companhia do poeta romano Virgílio, a uma região de sofrimento. Lá identificou a distância o líder daquela região trevosa e, para sua surpresa, ele estava imponentemente sentado num trono de gelo.

    Devemos vigiar para que o nosso amor não esfrie. Para tanto, vamos tomar como exemplo a brasa de uma lareira. Quando esta fica rubra de energia e é retirada da lareira, resfria totalmente. A lareira são os templos religiosos, em especial os centros espíritas. Neles encontramos o aquecimento da prece, as energias espirituais salutares e a luz do conhecimento.

    Considerando-se que o conhecimento aumenta a fé, que é a mãe da caridade e da esperança, reunimos algumas mensagens que, esperamos, também ajudem o nosso entendimento sobre o momento crítico e atual que a humanidade vive, onde o sofrimento e o desequilíbrio podem fazer o nosso amor esfriar.

    Mensagens sem véus

    Após as decepções em Atenas, Paulo de Tarso dirigiu-se para Corinto, com o objetivo de fundar uma comunidade cristã, durante a sua segunda viagem missionária. O casal Áquila e Prisca, os fiéis amigos do Apóstolo dos Gentios, e que tiveram papel importante para o desenvolvimento do Cristianismo nascente, já se encontravam na cidade, trazendo esperanças renovadas para o lutador do Evangelho enfrentar a empreitada.

    Corinto situava-se na entrada do extenso istmo que liga a Grécia central ao Peloponeso. Era servida por dois portos: o de Cêncreas, no lado do mar Egeu, no Golfo Sarônico, e o de Sequeu, no mar Jônico, no Golfo de Corinto, mais voltado para o comércio com o Ocidente. O porto de Cêncreas servia às rotas que demandavam o Oriente. Conectando os dois portos, os gregos dispunham de uma engenhosa espécie de trilha sobre rolos, que permitia trasladar pequenas embarcações bem como cargas volumosas.

    Cidade comercial, rica e povoada de viajantes e marinheiros, tinha uma população transitória grande, com todos os seus problemas inerentes, desejosa de aventuras. Além disso, tinha um culto dedicado a Afrodite Pândemos, no qual serviam sacerdotisas prostituídas, criando um ambiente favorável à corrupção dos costumes.

    Adicionalmente, a comunidade cristã iria enfrentar duas outras características do povo grego em geral, que, se por um lado propiciaram o desenvolvimento do pensamento filosófico na região, criaram embaraços para Paulo. A primeira, a influência da filosofia ou sabedoria do mundo, e a segunda, a tendência de formação de partidos em qualquer discussão que catalisa divisões.

    Por outro lado, membros do Sinédrio, o grande conselho israelita, preocupados com o êxito do apóstolo, enviavam representantes para minar o trabalho de Paulo, criticando-o sempre que possível, em todas as igrejas fundadas.

    Entendemos, assim, as dificuldades e preocupações enfrentadas pelo apóstolo com relação aos Coríntios. Durante a sua terceira viagem missionária, quando se encontrava em Éfeso, as notícias vindas de Corinto eram as mais preocupantes. Os problemas eram vários. Entretanto, destacamos um em especial. Adversários de Paulo questionavam a sua autoridade como apóstolo do Cristo, diante de tantas lutas e sofrimentos enfrentados por ele.

    Paulo, preocupado, escreveu pelo menos quatro cartas e enviou emissários para unir a comunidade. Das quatro cartas, chegaram até nós a segunda e a quarta, conhecidas como a Primeira carta aos Coríntios e a Segunda carta aos Coríntios. Paulo teve de sair rapidamente de Éfeso, pois havia um comércio intenso de lembranças em torno do grande templo, a deusa Artêmis, o Artemisium, que, a partir da pregação de Paulo, reduziu-se consideravelmente.

    Os ourives se revoltaram, ameaçando Paulo de morte, obrigando-o a dirigir-se para a Macedônia, onde recebeu notícias encorajadoras de se auxiliar Tito, que retornava de Corinto, após cumprir missão pacificadora. Com o espírito animado, Paulo escreveu a Segunda carta aos Coríntios, caracterizada por palavras de alívio e contentamento, pelo fato de a maioria da comunidade ter-se unido novamente ao Cristo. Dela extraímos o texto a seguir:

    Foi Deus que nos tornou capazes de ser ministros de uma aliança nova, não da letra, mas de Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica (2 Co 3.6), e complementando: Até o dia de hoje, quando se lê Moisés, há um véu sobre o coração deles (2Co 3.15). Paulo fazia referência ao véu utilizado por Moisés sempre que tinha contato com o divino. Após seu contato com Deus, ao trazer as pedras da Lei, o povo notou um esplendor no seu rosto, que desapareceu com o tempo. Um esplendor passageiro. Moisés, então, começou a utilizar um véu, para que o povo não percebesse que a luz se havia dissipado.

    Simbolicamente, Paulo utilizou o véu para falar das dimensões da verdade.

    Assim, ao estudar a primeira revelação, no Velho testamento, temos um véu para a verdade. Com Jesus, o véu é retirado, a partir da segunda revelação. Mas sabemos que o Mestre não pôde falar tudo diretamente, o que somente aconteceria no século XIX, com a codificação da Doutrina Espírita, por Allan Kardec, quando se deu a terceira revelação. Resumidamente, podemos afirmar que na primeira revelação aprendemos o que não devemos fazer. Na segunda, aprendemos o que devemos fazer. Na terceira, o por quê devemos fazer.

    Os dois momentos

    Faltando poucos meses para o encerramento de seu ministério público, Jesus resolveu intensificar a divulgação da Boa-nova, programando uma missão de 72 emissários, para que fossem divulgar o Evangelho para judeus e pagãos, em 36 grupos de dois. Cerca de um ano antes, realizara a mesma missão com seus 12 apóstolos, em seis grupos de dois, priorizando, entretanto, a casa de Israel. O Mestre teve pouco tempo para lançar suas sementes. Nenhum outro revelador da verdade dispôs de tempo igual.

    O grupo retornou entusiasmado, em especial porque haviam expulsado espíritos obsessores, o que somente Jesus fizera até então. O Mestre percebeu a ocorrência e esclareceu que o mais importante era terem os nomes escritos nos céus. O livro da vida, que é referenciado por Paulo e por João no Apocalipse, registra o nome daqueles que herdarão a Terra.

    Nesse momento de grande alegria, Jesus formularia o mais importante convite que a humanidade já recebeu: Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve (Mt 11.28-30).

    A decisão para atender ao inesquecível convite depende do nosso livre-arbítrio. Entretanto, temos sempre postergado esta decisão, influenciados por outros interesses menores, o que certamente tem repercussões infelizes em nossos caminhos. Gosto muito de refletir sobre a atitude decisiva e inigualável de Levi, o publicano de Cafarnaum, que, acostumado a registros de números, acabou escrevendo um Evangelho (Mateus). Estava sentado em frente à coletoria, quando a delegação de Jesus passava. O Mestre então disse-lhe: Segue-me. Ele então se levantou e o seguiu. Esta foi a adesão mais rápida a Jesus. Levi não perguntou o que teria de fazer ou o que ganharia. Apenas seguiu o Mestre.

    Atender ao convite de Jesus significa mudança de postura e aproximação vibracional ao Mestre. Nessa aproximação, acontecem dois fenômenos: o alívio e o descanso. Alívio é diferente de descanso. Exemplo: ao transportar um grande peso, o momento do alívio chega quando acabo de realizar o transporte. O descanso, porém, vem depois.

    O alívio é o primeiro momento. As nossas múltiplas aflições, muitas decorrentes do nosso atraso espiritual, oriundas da inveja e do egoísmo, são aliviadas, bem como as preocupações, que sobrecarregam, deixam de existir, embora os obstáculos permaneçam.

    O descanso é o segundo momento. Para alcançá-lo, precisamos aprender com Jesus a mansuetude e a humildade. O aprendizado é importante nesse momento, pois aumenta o conhecimento libertador. A mansuetude é o equilíbrio de nossas emoções. No final do século XX, os neurocientistas observaram que não bastava a inteligência intelectual. Era necessário desenvolver a inteligência emocional. As emoções movimentam a vida, mas precisamos tê-las em equilíbrio.

    A humildade é uma virtude peregrina. Com ela, a criatura tem plena consciência do que é diante da imensidão do amor divino. O apóstolo Paulo costumava afirmar: O que temos nós que não nos foi dado por Deus? (1Co 12.6). Devemos nos gloriar apenas do Cristo (Gl 6.14). Infelizmente, é muito comum as criaturas obterem o alívio do primeiro momento e depois se afastarem, sem alcançarem o descanso.

    Jesus finalizaria afirmando que o seu jugo é suave. Animais e homens utilizam a trave do jugo. Nos homens, divide o peso nas costas. Nos animais, dividem e emparelham. O jugo de Jesus é o Evangelho simples do amor. Podemos dividir e compartilhar nossos problemas com equilíbrio. Por fim, refletimos sobre o fardo leve de Jesus. O nosso é extremamente pesado, de difícil transporte, e devemos trocá-lo pelo de Jesus, que é o próximo. Sempre que ajudamos o próximo, nos sentimos leves e plenos de alegria.

    Reflexões

    Na terça-feira da semana da festividade da Páscoa do ano 33, quando da grande festa judaica, que celebrava a liberdade do povo judeu do cativeiro no Egito, cerca de 1300 anos antes, Jesus chegou cedo a Jerusalém, vindo da casa de Marta, Maria e Lázaro, em Betânia, que distava três km da grande cidade da Judeia.

    O Mestre foi surpreendido com grande aglomeração de pessoas na porta do Templo. Dentre elas, destacavam-se as autoridades do Sinédrio, que lá estavam para inquirir Jesus sobre

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