Cartas de uma pandemia: Testemunhos de um ano de quarentena
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Sobre este e-book
Brasileiros arriscaram-se a colocar em palavras o indizível horror vivido em um ano de quarentena. São mães, professoras, imigrantes, profissionais da saúde, escritoras, estudantes e uma criança que relatam como encontraram forças para criar seu próprio manual de sobrevivência. Como enfrentar medos e desesperanças para insistir numa terra arrasada? As cartas deste livro são testemunhos corajosos de quem acredita na escrita – e no compartilhamento – como forma de resistência.
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Pré-visualização do livro
Cartas de uma pandemia - Tatiana Lazzarotto
cartas de uma pandemia
© Editora Claraboia, 2021
Edição Tainã Bispo
Projeto gráfico luciana facchini
Diagramação vanessa lima
Capa vanessa lima
Preparação tatiana lazzarotto
Revisão Juliana Rodrigues | Algo Novo Editorial
e Fernanda Guerriero Antunes
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Cartas de uma pandemia [livro eletrônico] : testemunhos de um ano de quarentena / organização de Tatiana Lazzarotto e Tainã Bispo. -- São Paulo : Claraboia, 2021.
80 p.
ISBN: 978-65-994000-2-5
1. Cartas brasileiras 2. Pandemia 3. Quarentena I. Lazzarotto, Tatiana II. Bispo, Tainã
21-1248 CDD B869.6
Índice para catálogo sistemático:
1. Cartas brasileiras B869
2021
Todos os direitos desta edição
reservados à Editora Claraboia.
Caixa postal 79724
CEP 05022-970
www.editoraclaraboia.com.br
cartas de uma pandemia
testemunhos de
um ano de quarentena
organização
Tatiana Lazzarotto e
Tainã Bispo
Carta de apresentação
No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia em todo o mundo. Desde então, vivemos algo absolutamente inédito enquanto sociedade e indivíduos. No Brasil, choramos incontáveis mortes (até agora mais de 360 mil, número que aumenta dia a dia). E esse choro se torna indignação e revolta por serem mortes que, em muitos casos, poderiam ter sido evitadas, caso tivéssemos um governo que acreditasse na ciência, na vacina, no Sistema Único de Saúde (SUS) e na vida. Infelizmente, não é a realidade.
Este livro é fruto de um projeto, uma parceria nossa, que nasceu de forma repentina e afetuosa quase um ano após a pandemia ser decretada. A partir de um texto escrito nas redes sociais (como elas nos salvaram durante o isolamento!) da @tatiana.lazzarotto sobre a escrita de cartas, decidimos lançar no mundo este convite, de maneira quase despretensiosa. Se pudesse, o que você escreveria para si mesma(o) de um ano atrás, antes de a pandemia começar?
.
A partir dessa perspectiva, a carta se tornou o único formato possível. Cartas são definitivas. Reveladoras. As cartas contam tudo, tanto do que se diz quanto do que se cala. Convidamos leitores, seguidores da Claraboia e quem mais estivesse disposto a embarcar nessa viagem-convite. Estabelecemos poucas regras: o texto deveria ser escrito no formato de carta, com um certo limite de caracteres, e deveria ter como tema a pandemia. A partir desse ultrapassar de fronteiras, físicas e metafóricas, começamos a receber as cartas, que em poucos dias se tornaram dezenas. São histórias individuais, dentro de um contexto coletivo muito único. Selecionamos algumas para integrar as redes da @editoraclaraboia, mas a escolha foi árdua. Foram muitas cartas bonitas, uma pluralidade de experiências, diversos olhares sobre a vida e especialmente sobre a sua fragilidade. Foi assim que este livro nasceu. Da necessidade de documentar essa parte da nossa história. De guardar memórias para o futuro e para que a gente se lembre do que tem sido viver essa pandemia sob um governo que não respeita a vida.
As cartas reunidas aqui testemunham combates. Contam muito sobre os seus remetentes-destinatários, sobre suas próprias vulnerabilidades, mas também sobre a velocidade do contágio, o negacionismo, as novas relações estabelecidas dentro da sociedade. Sobre ser profissional da saúde, perder entes queridos, educar através das telas, sobre ser mãe, sobre como uma criança enxerga tudo isso. Especialmente sobre como cada um aprendeu a se comunicar por entre as máscaras.
Algumas cartas transbordaram os limites que estabelecemos e respeitamos isso. É por esse motivo que alguns dos relatos estão mais longos que outros. Entendemos que esse processo de escavação dos próprios medos e desesperanças pode ser difícil, por isso, decidimos acolher quem necessitava ser ouvido. Aqui estão relatos — em ordem alfabética — de pessoas de diferentes idades, profissões, vindas de diversas partes do país e também de brasileiros pelo mundo. Gente que encontrou na escrita uma forma de honrar sua travessia. Ou de decretar seu manual de sobrevivência.
Boa leitura!
Tatiana Lazzarotto
(escritora) e
Tainã Bispo
(fundadora da Editora Claraboia)
#carta1
SobreVIDA
Aline Gonçalves, mineira, especialista em Direito Civil, autora de Anjo Proibido, A Distância dos Íntimos, Bebelle em O Mundo Azul contra o Gigante Invisível, além de diversos contos publicados pela Revista Conhece-te, em periódicos mineiros e na página Intimismos (@intimismosalinegoncalves). Instagram: @aline.alvesgoncalves.escritora.
Cidade X, alguma parte do mundo, março de 2021.
Minha Amiga,
Eu, que já conheço a guerra, escrevo-te para alertá-la sobre a dor do porvir. A senhora de roupa preta e cajado nas mãos estará em cada dobrar de esquina e entrará em muitas casas, em muitas vidas... Ora como uma convidada, ora como uma visita e, muitas vezes, como uma intrusa... Sempre indesejada. Em todas as ocasiões, de todas as estações do ano a seguir, estará ali. À espreita. Uma presença ausente, suspeita. Inconveniente, persistente. Tenha força, minha Amiga. As armas comuns serão inúteis nesta batalha e em todas as outras a serem perdidas no cruzar dos meses. Você verá pessoas íntimas desaparecendo envoltas no manto negro, muitos entes fenecendo e terá de se esconder, esquivar-se, escapar de