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Entre Dores, amores e Coronas: Crônicas, Poemas e Contos
Entre Dores, amores e Coronas: Crônicas, Poemas e Contos
Entre Dores, amores e Coronas: Crônicas, Poemas e Contos
E-book138 páginas48 minutos

Entre Dores, amores e Coronas: Crônicas, Poemas e Contos

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Sobre este e-book

Cinco mulheres, muitas histórias. Algumas reais, outras imaginadas, mas nem por isso, menos verossímeis. O livro Entre Dores, Amores e Coronas foi idealizado por Aline Tavares que convidou quatro amigas, também escritoras, para construírem juntas, a obra que agora você tem em mãos. Um encontro de palavras que aconteceu em tempos de distanciamento físico, de pandemia e por que não, de poesia.
IdiomaPortuguês
EditoraAdelante
Data de lançamento16 de jul. de 2020
ISBN9786599135316
Entre Dores, amores e Coronas: Crônicas, Poemas e Contos

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    Entre Dores, amores e Coronas - Aline Tavares

    Entre Dores, Amores e Coronas

    - Crônicas, Poemas e Contos -

    borboletas

    Aline Tavares

    Cidinha Ribeiro

    Denise Arantes

    Elisabeth Tavares

    Marceli Soares

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Entre dores, amores e coronas : crôncias poemas e contos / Aline Tavares … [et al.]. -- 1. ed. -- Divinópolis, MG : Boutique do Livro, 2020.

    Outros autores: Cidinha Ribeiro, Denise Arantes, Elisabeth Tavares, Marceli Soares

    ISBN 978-65-9913-531-6

    1. Contos brasileiros - Coletâneas 2. Crônicas brasileiras - Coletâneas 3. Poesia brasileira - Coletâneas I. Tavares, Aline. II. Ribeiro, Cidinha. III. Arantes, Denise. IV. Tavares, Elisabeth. V. Soares, Marceli.

    Capa: Elisabeth Tavares

    Produção do livro digital: Lucas Camargo

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Antologia : Literatura brasileira B869.8

    Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

    Só pensei de comprar uma gaita, me sentar na calçada e ficar tocando, tocando… até que a vida melhorasse.

    Manoel de Barros

    Dedicamos este livro a todos os profissionais da saúde que se entregam de corpo e alma aos cuidados dos portadores da Covid-19;

    aos estudiosos da ciência que buscam solução para a pandemia causada pelo coronavírus;

    aos homens e mulheres que arriscam suas vidas na prestação de serviços essenciais para que possamos ficar em casa com conforto e segurança.

    A todos nossa reverência e nossa admiração.

    Sumário

    Aline Tavares

    Apresentação

    Agradecimentos

    Contos

    A mala vazia

    Por uma torneira

    Cris e Rê nascimento

    O último aniversário

    Doidinha

    Rosiléia e seus (des)amores

    Sem desculpas para morrer

    Vida provisória

    Cidinha Ribeiro

    Apresentação

    Agradecimentos

    Contos

    Fatalidade

    Uma lenda

    Cumplicidade

    Proteção

    Pausas

    Propostas

    Denise Arantes

    Apresentação

    Agradecimentos

    Diários

    03/04/2020

    04/04/2020

    14/04/2020

    15/04/2020, parte da manhã

    15/04/2020, parte da tarde

    18/04/2020

    19/04/2020

    20/04/2020

    Elisabeth Tavares

    Apresentação

    Agradecimentos

    Crônicas

    Fugas diárias

    O propósito da humildade

    O rejeito essencial

    Poemas

    Dores da alma

    A espera do existir

    Marceli Soares

    Apresentação

    Agradecimentos

    Poemas

    Abraço

    Chocolate quente

    Vida colorida

    Contos

    Ponto de vista

    Encontro

    A via crucis de zé

    Prefácio

    Não viemos de longe nem do agora. Antes, plantamos sementes férteis. Elas aguardavam sob o solo. Do fundo, vinham zumbidos a nos confiar o segredo. Precisávamos apenas de atenção mais apurada aos seus caprichos.

    Mais tarde, o isolamento nos confinou em casa. Os sons chegavam até portas e janelas, mas se tornavam inaudíveis a quem se escondia deles. As sementes estão prestes a eclodir – o vento nos trazia a notícia ao passar pelas frestas. Cobríamos a cabeça temendo outras revelações. Estávamos paralisadas pelo temor.

    Apesar do confinamento e da indiferença aos apelos exteriores, restou-nos a efervescência da palavra. Pela falta de interlocutor, no entanto, ela começava a morrer.

    Num instante qualquer, nós a percebemos além das barreiras e da distância física. Estivera apenas adormecido o desejo de partilhar sentimentos calados, de dividir medos e incertezas. Restara-nos o propósito de compartilhar a esperança.

    Em meio à expectativa de dias melhores, nos unimos para agregar sabores novos aos já experimentados, para varrer o individualismo e arejar o coletivo quando cada um é responsável por todos.

    Num instante qualquer, nos unimos para oferecer aos leitores os frutos do que foi semeado e vingou. Trouxemos-lhes o que há de sagrado em nós: a arte da palavra.

    Por meio dela, faremos chegar a cada um de vocês nosso carinho e nossa amorosidade.

    As autoras.

    Aline Tavares

    pontinhos

    E minha avó cantava e cosia. Cantava canções de mar e de arvoredo, em língua antiga.

    Cecília Meireles

    Aline Tavares de Sousa nasceu em Goianésia (GO) e aos seis meses mudou-se para Minas Gerais.

    Descobriu o gosto pela literatura e pelas artes ainda criança, mas foi na adolescência que encantou-se pela magia das palavras lendo Machado de Assis. Em 2016, inspirada por seu sobrinho Pedro, publicou seu primeiro livro A Incrível História do Onicono (infantil). Em 2018 foi a vez de publicar seu livro de contos Retalhos de Infância e Outras Histórias. A ancestralidade de sua avó, cujas roupas eram feitas por minúsculos retalhos, perpassa suas histórias, marcadas por um olhar cheio de ternura sobre a questão da invisibilidade, das diferenças e da desigualdade. Neste momento de pandemia que nos provoca profundas reflexões, Aline vem nos apresentar sua escrita por meio de histórias em que figuram personagens tão diversas e, por vezes, antagônicas. Todas tocadas pelo rastro da covid-19.

    Agradecimentos

    Às mulheres-amigas-escritoras (escreviventes), todas desdobráveis, e que aceitaram este desafio, minha gratidão infinita;

    aos invisibilizados cujos trabalhos são considerados essenciais;

    ao meu amado companheiro de vida, José Hilton Santana, pelos ensinamentos políticos e por ser bálsamo nos momentos de ansiedade; pelos nossos quinze anos de casados celebrados no mês de maio em plena quarentena.

    Contos

    borboletas

    A MALA VAZIA

    A vida não tem sentido. Envelhecer é uma praga, dizia Augusto, mais conhecido como o Velho das Bengalas. Morava no Hotel dos idosos Doce Refúgio há mais de quinze anos. Escolhia sempre uma bengala que combinasse com a cor da calça que estava vestindo, como se sendo da mesma cor, servisse para disfarçar a necessidade do apoio. Tinha cinco bengalas, tantas quantas lhes eram as cores das calças. Daí o apelido.

    Não é possível dizer se a rabugice surgiu com a idade ou se sempre fora rabugento. Fato é que estava, constantemente, envolvido em alguma contenda com os colegas, enfermeiros ou cuidadores.

    Veio morar naquele abrigo, o melhor da região em termos de instalações e estrutura, por vontade própria. Nenhum familiar o trouxera. Nenhuma visita desde que chegou. No relatório, informou apenas que a mulher falecera, mais nada. Com uma aposentadoria de juiz, pode pagar pelo melhor quarto, com vista para o jardim, o que de pouco lhe valia, já que a sua vista piorava a cada dia e ele relutava no uso dos óculos.

    Eta, vidinha ordinária.

    Alguma dor, Seu Augusto?

    Algum incômodo?

    A resposta era um palavrão ou uma praga. Aos poucos, se acostumaram com seu mau humor. O quadro clínico era estável. A pressão oscilava um pouco. Fora isto, tudo normal para um idoso de oitenta anos. Assim, deixavam que ele espraguejasse à vontade. Não lhe davam ouvidos. Com o tempo, os colegas passaram a evitá-lo. Ressentido, não descia mais para o chá da tarde, para os jogos de tabuleiro ou atividades recreativas, só para as refeições que, por sinal, nunca agradavam ao seu paladar refinado. De vez em quando, uma enfermeira passava, media a pressão e como quase sempre estava bem, saía,

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