O herói e a feiticeira
De Lia Neiva e Renato Alarcão
5/5
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Sobre este e-book
Octavio Paz
A dupla chama — Amor e Erotismo, p.38CASTIGO ou VINGANÇA? Como são tênues as linhas que os distinguem! A história mitológica que temos em mãos, com certeza, vai despertar no leitor questionamentos que envolvem a essência do comportamento do ser humano trágico.Em O herói e a feiticeira, a narração nos situa em tempos idos, e mostra-nos como as conseqüências do entrelaçar de desejos, intenções, sentimentos e ações são eternas. Emergem no cotidiano do povo, seja este povo dos primórdios da Hélade ou do século XXI, habitante de uma cidade qualquer.Na mitologia grega, o capricho dos deuses transforma seres humanos em simples joguetes na mão do destino. A narrativa nos fala de Hera, que, ofendida pela pouca reverência de um rei, serve-se do auxílio das Moiras para deflagrar uma cadeia de tragédias que nos faz indagar: até que ponto se perpetua um castigo ou se consagra uma vingança? A deusa, soberana máxima do Olimpo, sai de mãos limpas e se exime de responsabilidade, pois ao manipular homens e divindades, instigando neles os sentimentos de amor, vaidade, ambição, ciúme, orgulho e cólera, torna-os protagonistas dos acontecimentos e mentores das ações praticadas.
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O herói e a feiticeira - Lia Neiva
© by Lia Fonseca de Carvalho Neiva
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DITOR RESPONSÁVEL
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RODUÇÃO EDITORIAL
Daniele Cajueiro
Ana Carolina Ribeiro
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EVISÃO
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D
IAGRAMAÇÃO
Selênia Serviços
I
MPRESSÃO E ACABAMENTO
Lis Gráfica e Editora
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
________________________________________
N338h Neiva, Lia
1.ed. O herói e a feiticeira / Lia Neiva ; – Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2007
256p.; il.
ISBN 978-85-209-3848-5
1. Mitologia grega – Literatura juvenil. I. Título.
CDD 028.5
CDU 087.5
SUMÁRIO
Introdução
I Uma caçada diferente
II O forasteiro com um pé descalço
III O carneiro com a pelagem de ouro
IV A feiticeira da Cólquida
V A saga do Argo
VI Os mil olhos do mar
VII O encontro predestinado
VIII Um dia fatídico
IX A grande vingança
X O gosto de dor
Glossário
Legendas das ilustrações
01_02.jpgGroup_57892.pngINTRODUÇÃO
Mitologia é um conjunto de mitos, e mitos são narrativas anônimas, sobre seres e acontecimentos de caráter fabuloso, tidas como verdades pelos povos que as criaram, diferenciando-se, portanto, do que chamamos lendas.
Os relatos mitológicos têm suas ações situadas em épocas primitivas ou remotas e foram, a princípio, transmitidos oralmente de uma geração à outra com a finalidade de explicar ocorrências, emoções e fenômenos físicos que, em outro contexto, não teriam sido compreendidos.
Fazendo aflorar arquétipos comuns a toda a humanidade, mitos nascidos em diferentes culturas e civilizações apresentam acentuadas semelhanças. Há os que discorrem sobre a criação do cosmo; os que descrevem a origem do homem; os que revelam tabus, e os que tratam dos prazeres e das fobias humanas. Em qualquer deles, são os deuses que detêm o poder sobre as pessoas e o mundo onde elas habitam. Complexas e nem sempre benévolas, as divindades se deixam guiar por paixões e sentimentos extremados como o ciúme, a rivalidade, a ira, a traição, a vingança, forças que movem os acontecimentos e as aventuras mitológicas, tal como é mostrado em O herói e a feiticeira.
A mitologia grega chegou até nós através de peças e de poemas épicos que, produzidos entre os séculos VIII e V a.C., deram forma definitiva aos relatos orais anteriores. Neles, os deuses interagem com uma classe especial de criatura que, embora de ascendência divina, pertence ao gênero humano: o herói, personagem espantoso predestinado a morrer tragicamente, que apresenta, desde o nascimento, as características que lhe permitirão executar façanhas extraordinárias.
O herói e a feiticeira trata da associação entre Jasão e Medéia, parceria que deu origem a uma das mais pungentes tragédias da literatura universal. Não é uma adaptação da obra de Eurípides; não recria o consagrado modelo, e, sim, oferece um outro olhar à desventura que envolveu o pretendente ao trono de Iolco e a princesa do bárbaro reino da Cólquida. É um texto que, sem modificar a essência do mito enfocado, usa de detalhes, circunstâncias e acontecimentos que não lhe são inerentes para, assim, construir uma narrativa com caráter próprio.
Inline_84523.pngGroup_57954.pngUMA CAÇADA
DIFERENTE
Foi em uma tarde de outono, em um tempo muito remoto, quando o homem atribuía à ira ou à benevolência dos deuses todos os acontecimentos que o envolviam; quando ele acreditava que as divindades do Olimpo eram responsáveis por qualquer ocorrência na Terra; quando supunha que, por capricho, elas criavam ou destruíam tudo o que lhes aprazia; quando ele pensava ser apenas uma insignificante folha rodopiando na tempestade das extravagâncias divinas, que Jasão, o filho de um rei destronado de um pequeno reino da Tessália, se viu envolvido em uma astuciosa trama engendrada por uma deusa em busca de vingança.
Para punir um mortal que ousara negligenciá-la, a irada divindade, em vez de castigá-lo valendo-se de seus poderes sobrenaturais, preferiu maquinar uma intrincada desforra e utilizar como vingadores o jovem Jasão e uma bela feiticeira chamada Medéia, princesa de um longínquo e desolado reino às margens do mar Negro. Essa escolha foi um requinte, um apuro, uma excentricidade bem ao gosto dos grandes deuses que habitavam o monte Olimpo. Tal decisão, entretanto, gerou uma história dramática que ficaria para sempre gravada na memória dos homens.
A primeira providência da deusa ofendida foi recorrer às Moiras, três implacáveis irmãs responsáveis pelo destino dos seres humanos. Habitando o reino de Hades, o deus do Mundo Subterrâneo, essas divindades tinham por tarefa tecer o fio da vida humana, colocar nele o quinhão de tristezas e de alegrias que cabia a cada homem e, no devido tempo, cortá-lo, trazendo a morte. A deusa procurou Cloto, a Moira fiandeira encarregada de urdir o cordão da vida, e pediu-lhe para entrelaçar as existências de Jasão e de Medéia de modo a transformar os dois destinos em um só. A deusa sabia que, sem a interferência dessa poderosa criatura, era provável que os seus eleitos jamais se encontrassem, tornando, então, impossível o castigo que ela engendrara com tanto prazer.
Quem buscava vingança era a deusa dos braços brancos, a divina Hera, mulher do grande Zeus e rainha do Olimpo, o inacessível monte que abrigava as deidades. Terrivelmente rancorosa, ela era inflexível e não perdoava a menor ofensa, fosse humana ou divina.
A velha Cloto não ousou contrariar a grandiosa Hera e concordou em modificar os fados já tecidos para Jasão e Medéia. A deusa exultou:
— Essa união é essencial para a magnífica vingança que tenho em mente! O imprudente mortal que me desafiou será punido sem sequer perceber o que lhe estará acontecendo.
Quando se decidira pelo príncipe sem reino e pela princesa da Cólquida como instrumentos de sua desforra, Hera atribuiu-lhes funções bem específicas: Jasão seria o deflagrador dos acontecimentos, aquele que causaria o conflito necessário para a execução de seu plano, e Medéia, a temida feiticeira, se transformaria no braço vingador que, enfim, castigaria o homem que precisava ser punido.
Para unir as sortes de Jasão e de Medéia bastaria, a Cloto, desmanchar algumas laçadas nos fios daquelas vidas e substituí-las por outras. Algo extremamente fácil para a fiandeira da existência. Entretanto, assim como acontecera com a rainha do Olimpo, ela quis usar de requintes e decidiu-se por uma trama enganosamente simples; uma sucessão de fatos que, ligados de forma sutil, inexoravelmente, levariam ao castigo desejado pela deusa.
No topo da montanha sagrada, em seu palácio de nuvens e ar, Hera acompanhava atentamente o trabalho da Moira e felicitou-a pela engenhosidade daquela teia de aparência tão inocente. Nunca a velha criatura urdira com tanto esmero. A desforra olímpica seria exemplar.
Enquanto Cloto tecia, Hera dirigiu seu pensamento para os seus dois eleitos. Medéia, a filha de Hécate — velha divindade da noite e senhora das assombrações —, herdara de sua terrível mãe o gosto pelas coisas nefandas e não hesitaria em seguir o novo caminho que lhe estava sendo preparado. E quanto a Jasão? Deuses não se enganam; errar é contra a sua natureza, e a divina intuição de Hera lhe assinalara que o jovem príncipe sem reino era o par ideal para contracenar com a bela feiticeira. Ele era perfeito para motivar a filha de Hécate a consumar a sublime vingança. Satisfeita com a sua escolha, a deusa voltou seus olhos para o passado e pousou-os no reino de Iolco, a terra de Jasão. Atentamente, reviu a trajetória de vida do seu eleito, acompanhando, passo a passo, todo o seu desenrolar. Viu seu pai, o rei, ser destronado pelo meio-irmão Pélias. Viu que para salvar o filho pequeno, ele o entregara aos cuidados de Quirão, um centauro nada monstruoso e bem diferente dos outros de sua raça, um ser bondoso e instruído, um médico que conhecia as propriedades terapêuticas de todas as plantas e que se deliciava com a música e a poesia. Viu o menino crescer sob os seus cuidados, recebendo conselhos e ensinamentos sobre as coisas da paz e da guerra. Viu quando ele se tornou um jovem belo e inteligente, dono de uma força extraordinária. Ouviu quando o centauro lhe disse:
03.jpg— Já és um homem, Jasão. Deves deixar a minha companhia e seguir pelo mundo procurando o teu destino. Farias bem em ir visitar Iolco, o reino de teu tio, e reclamar tudo o que te é devido.
Testemunhou o momento em que o jovem partira do monte Pélion e iniciara uma vida de aventuras em companhia de três bons amigos.
As visões eram asseguradoras, e a divindade congratulou-se por ter escolhido Jasão, mas, intrigada por tanta perfeição, resolveu testá-lo, ela própria. Examinando atentamente a trama de Cloto, a deusa dos braços brancos escolheu como e quando colocá-lo à prova.
Ao optar por uma urdidura aparentemente inofensiva que não levantasse suspeitas, nem prenunciasse sua finalidade, a Moira começou por tramar apenas uma caçada a javalis bravios. A fiandeira do destino reuniu Jasão e seus amigos Alfeu, Lineu e Tirão em uma louca e divertida cavalgada ao bosque onde viviam as feras.
Entusiasmada com o apuro da Moira, a mulher de Zeus tratou de fazer surgir o cenário perfeito para o desenrolar dos acontecimentos que estavam sendo trançados. Então, convocou o gigante Briareu, filho do Céu e da Terra, um monstro de cem braços e cinqüenta cabeças, e ordenou-lhe que impregnasse o ar com a umidade de seu hálito, criando uma bruma para penetrar o local da matança e dificultar a visão dos caçadores. A névoa, assim formada, esquartejou a paisagem, deixando visíveis só alguns trechos da mata. Em seguida, ela chamou Bóreas, o furioso Vento Norte, e mandou que soprasse, sem trégua, o seu mau humor cortante e gelado. Pronto! A cena estava perfeita. O disparar desenfreado das montarias em direção à morada dos javalis iniciou o drama. Satisfeita, a deusa dos braços brancos refugiou-se na Ásia Menor para acompanhar, do alto do monte Ida, todas as etapas da divina desforra. A roda do destino já girava, e os dedos da velha Cloto já urdiam em seu tear. A desejada vingança iria, implacavelmente, se cumprir.
Inline_58002.pngEntre risos e gritos de alegria, Jasão e seus três amigos desmontaram de seus fogosos cavalos bem na entrada do bosque. Caçar javalis era perigoso e, por isso mesmo, excitante. Os machos chegam a pesar duzentos quilos e são terrivelmente agressivos quando acuados; seus caninos curvados para fora são tão afiados quanto uma lâmina e, juntamente com as duas presas do maxilar inferior, formam uma arma letal. Mas isso não intimidava nossos caçadores. Eles eram jovens e se achavam imunes a qualquer risco. Tinham a juventude como um escudo. Sentiam-se seguros e poderosos.
Bóreas continuava a rugir, balançando furiosamente as ramagens e dificultando a comunicação entre os quatro, que mal podiam se ouvir. Mas esse detalhe também não lhes parecia importante. Que o violento filho de Eos bradasse a sua irritação!
A alegria não diminuiu mesmo quando os caçadores penetraram no espesso nevoeiro criado pelo
