Realizando um sonho
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Sobre este e-book
Realizando um sonho
Para Melina no havia nada más importante que sua devoção aos esportes. Desde criança sabia que seu gran objetivo na vida seria jogar nas ligas principais; infelizmente, as coisas nem semper acontecem da maneira que você deseja. As decisões que você tomar mudarão o curso do seu caminho.
Inclui spin off
Cumprindo um sonho que você a acompanhou durante as voltas inesperadas que sua vida deu. Nesta pequena edição você poderá testemunhar como é a vida de Melina Sandero. Ande estas páginas com ela. Dê uma olhada no futuro de Mel.
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Realizando um sonho - Yamila Bianqueri
Realizando um sonho
Yamila Bianqueri
Capítulo 1
—Vicky, você está me ouvindo? Ela perguntou à amiga enquanto a outra falava e falava sem prestar atenção ao que ela dizia.
—Sim, eu te ouvi. E você ouviu o que eu lhe disse? Ela respondeu indignada.
—Sim, baby, estou escutando, mas saiba que não estou interessada em saber como foi o sexo por telefone. Já te disse mil vezes, não entendo o que você vê de excitante nisso —eu não conseguia entendê-la, para ela, isso não tinha a mínima importância.
—Você não entende, nem se interessa porque nunca fez isso. Mel, um dia você vai engolir suas palavras e eu estarei lá para rir —se ela soubesse, apesar do que acreditava, sua querida amiga cairia na armadilha logo, logo.
—Ok, Vi, o que quer que você diga, eu não vou discutir sobre essas bobagens. É melhor você terminar de me dizer —ela desistiu porque se eu pensasse muito sobre isso, iria mandá-la para a merda.
—Como eu estava dizendo, tudo começou com uma foto dele do quadril para baixo. Ele estava usando cueca boxer preta e seu amigo estava pronto para a ação. Quando respondi que estava livre, ele me ligou. Começamos a brincar, ele me perguntou o que eu estava vestindo e eu disse que estava de lingerie, deitada e pronta para dormir.
—Não me surpreende, você sempre dorme assim ou nua —concluiu ela, interrompendo seu pequeno discurso, aquela conversa a entediava demais.
—Não me interrompa, sua tonta! —Ela gritou do outro lado da linha— pelo menos me deixe falar, não seja uma amiga má.
—Ok, continua —ela a encorajou com um pouco de aborrecimento.
—Ele perguntou como era a meu lingerie e eu fiquei feliz, sabendo o que estava por vir, disse a ele que estava usando uma renda vermelha. Ele me disse que isso o deixava louco e que naquele momento ele queria estar dentro de mim me penetrando sem parar. Falei para ele imaginar que estava me penetrando e que eu faria o mesmo. Começamos a gemer na linha, pude ouvir o movimento de sua mão enquanto ele se masturbava; isso me fez sentir como uma motocicleta e comecei a me tocar. Primeiro os seios e, enquanto isso, contei o que estava fazendo. Abaixei minha mão ainda mais, coloquei na minha calcinha e acariciei meu clitóris. Ele, por outro lado, respirava com dificuldade e ao mesmo tempo me dizia tudo o que gostaria de fazer comigo e imaginei que ele estava fazendo —blá, blá, blá, blá, ela silenciosamente a imitou, provocando-a sem que Vicky pudesse vê-la.
Enquanto mantinha a comunicação telefônica por viva voz, ela pintava as unhas com total e absoluta tranquilidade, sentada na poltrona de seu apartamento localizado no bairro Saavedra.
Ela verificou o Facebook, olhou para o Instagram, tudo casualmente, como se sua amiga não estivesse do outro lado transbordando de emoção. Poderia parecer que era má, na verdade podia ser a pior amiga, mas não, não era. Péssima amiga seria se a interrompesse, coisa que ela jamais faria. Vicky era a única pessoa que a deixava falar sem realmente dizer o que pensava.
—Tive um orgasmo espetacular e pretendo repeti-lo todas as noites enquanto ele estiver viajando. —Ainda bem que ela ouviu a última coisa, porque senão a outra seria capaz de pegar um ônibus para esbofeteá-la.
—Fico feliz por vocês. Agora podemos passar para o que é importante para mim? —Do outro lado, sua amiga revirou os olhos divertida.
—Sim, chatinha, agora você pode falar. —Respondeu ela, sabendo o que pediria a ela.
—No domingo eu tenho um jogo que é superimportante, minha mãe não pode me acompanhar porque ela trabalha e eu tenho um lugar sobrando. Você vem? —Que a mãe dela não a pudesse ver, isso a deixava pra baixo, ela não estava acostumada a competir sem a presença da mãe.
Sandra era sua fã número um, desde pequena a incentivava a fazer o que mais gostava. Ela a levou para treinar, comprou para ela os melhores tacos e os melhores conjuntos. Para Melina, sua mãe era sua heroína, ela era a melhor pessoa que existia na face da terra e nunca haveria alguém para substituí-la.
—Eu odeio acordar cedo, Mel. Tenho que ir com você? —Ela disse protestando.
—Vai a merda, sua vadia. —Ela entoou com raiva. Deixa-la nervosa era o que mais gostava de fazer.
—Ha, ha, ha! Você acreditou, claro que eu vou. Não perco de ver um de seus jogos ao vivo por nada neste mundo.
—Eu juro que estava prestes a mandar você a merda.
—Eu amo suas mudanças de humor, é impressionante como você fica irritada facilmente. —Se conhecendo desde o jardim de infância, Vicky sempre soube como provocá-la.
—Não me subestime porque um dia desses eu cumpro minhas ameaças e nunca mais falo com você. —Assegurou em tom firme. Victoria a conhecia tão bem que ela sabia perfeitamente que sua amiga seria capaz de cumprir seus avisos.
—Te amo amiga! Amanhã vou dormir na sua casa então no domingo saímos de lá, está bem?
—Eu também te amo, boba. Ótima ideia, amanhã nos vemos. Tenho que desligar agora porque preciso continuar treinando, o Manuel já está me fazendo sinal.
—Vai lá, porque o velho mesquinho é capaz de proibir você usar seu próprio celular. Beijos, baby!
—Beijos, amiga. Depois nos falamos.
Cortou a comunicação e dirigiu-se ao campo onde as suas colegas já estavam atentas às instruções do seu treinador Manuel.
Capítulo 2
Mel descobriu sua paixão pelo hóquei quando tinha seis anos. Embora no início fosse só diversão, mais tarde percebeu que este esporte era uma parte fundamental do seu dia a dia. Tornou-se o principal motor de sua vida, tornando-a uma esportista da cabeça aos pés. Por isso, desde criança, sonhava em ser tão boa quanto Luciana Aymar. Para ela e para toda a Argentina Luciana foi a melhor jogadora da história, uma Leona em todo seu esplendor e sua principal referência.
À medida que crescia, ela viu que esse sonho poderia se tornar realidade. Embora soubesse que não seria a melhor da história, ela sabia que era muito boa no que fazia. Ela colocava tanta garra e amor que era impossível não ser.
Até o momento, suas ansiedades se acalmaram graças a convocatória que recebeu há dois anos para fazer parte do Las Leoncitas e participar dos Jogos Olímpicos da