Os Melhores Contos de Rabindranath Tagore
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Os Melhores Contos de Rabindranath Tagore - Rabindranath Tagore
Rabindranath Tagore
OS MELHORES CONTOS
1a edição
img1.jpgIsbn: 9786558940982
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Prefácio
Prezado Leitor
Rabindranath Tagore (1861-1941) foi um talentoso homem da Renascença Bengali, distinguindo-se como filósofo, reformador social e político e um notório escritor em todos os gêneros literários. Ele foi fundamental para uma maior liberdade para a imprensa e influenciou Gandhi e os fundadores da Índia moderna.
A grandiosa obra de Rabindranath Tagore lhe valeu a distinção de ser o primeiro escritor asiático a receber o Prêmio Nobel de Literatura em 1913.
Em sua prolífica vida literária, Tagore deixou um legado de canções, versos, romances de qualidade e ensaios. Neste ebook, o leitor encontrará uma primorosa seleção de seus contos mais cativantes.
Uma excelente leitura
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"Que a minha prece seja, não para ser protegido hoje dos perigos, mas para não ter medo de enfrentá-los. Que a minha prece seja, não para acalmar a dor, mas para que o coração a conquiste e não procure aliados, mas as minhas próprias forças.
Oração de Tagore
APRESENTAÇÃO
Sobre o autor e obra
img2.jpgRabindranath Tagore, (Bengali: Calcutá, 7 de maio de 1861 - 7 de agosto de 1941), alcunha Gurudev, foi um polímata bengali. Como poeta, romancista, músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do século XIX e início do século XX. Como autor de Gitânjali, que em português se chamou Oferenda Lírica
e seus versos profundamente sensíveis, frescos e belos
, sendo o primeiro não europeu a conquistar, em 1913, o Nobel de Literatura. As canções poéticas de Tagore eram vistas como espirituais e mercuriais; no entanto, sua prosa elegante e poesia mágica
permanecem amplamente desconhecidas fora de Bengala.
Tagore foi talvez a figura literária mais importante da literatura bengali. Foi um destacado representante da cultura hindu, cuja influência e popularidade internacional talvez só poderia ser comparada com a de Gandhi, a quem Tagore chamou 'Mahatma' devido a sua profunda admiração por ele.
Um brâmane pirali de Calcutá, Tagore já escrevia poemas aos oito anos. Com a idade de dezesseis anos, publicou sua primeira poesia substancial sob o pseudônimo Bhanushingho (Leão do Sol
) e escreveu seus primeiros contos e dramas em 1877. Como humanista, universalista, internacionalista e ardente antinacionalista, denunciou o Raj britânico e advogou a sua independência da Grã-Bretanha. Como expoente do Renascimento de Bengala, ele avançou um vasto cânone que incluía pinturas, esboços e rabiscos, centenas de textos e cerca de duas mil músicas; seu legado também permanece na instituição que ele fundou, a Universidade Visva-Bharati.
Tagore modernizou a arte bengali desprezando as rígidas formas clássicas. Seus romances, histórias, canções, danças dramáticas e ensaios falavam sobre temas políticos e pessoais.
Suas obras mais conhecidas são: Gitanjali (Ofertas de Música), Gora (Enfrentamento Justo) e Ghare-Baire (A Casa e o Mundo). Seus versos, contos e romances foram aclamados por seu lirismo, coloquialismo, naturalismo e contemplação. Tagore foi talvez o único literato que escreveu hinos de dois países, Bangladesh e Índia: Hino nacional de Bangladesh e Jana Gana Mana. Também o hino nacional do Sri Lanka foi inspirado por seu trabalho. Com muito mérito, Tagore recebeu em 1913 o Premio Nobel de literatura.
OS MELHORES CONTOS DE TAGORE
O VENDEDOR DE CABUL
Mini, minha filha de cinco anos, não pode viver sem tagarelar. Creio até que em toda a vida não passou um minuto em silêncio. Sua mãe irrita-se frequentemente com isso, e gostaria de conter-lhe a garrulice, porém eu sou de outra opinião. Para Mini, ficar sossegada é coisa contra a natureza, e eu não lhe suporto o silêncio por muito tempo. Assim vivemos mantendo uma conversa intensa.
Assim, certa manhã, quando eu me encontrava no meio do décimo sétimo capítulo do meu novo romance, minha pequena Mini entrou no quarto e, pondo sua mão na minha, disse-me:
— Papai, Ramdaial, o porteiro, chama um corvo um curvo. Ele é muito bobo, você não acha?
Antes que lhe pudesse explicar as diferenças entre uma língua e outra, ela já estava interessada noutro assunto:
— Papai, que é que você acha? Bhola diz que tem um elefante nas nuvens e, quando chove, é porque ele sopra a tromba.
E enquanto eu, calado, tentava encontrar uma resposta a essa pergunta, ela saiu-se com esta:
— Papai, que parente da mamãe é você?
Tentei dizer-lhe com cara séria:
— Vá brincar com Bhola, Mini. Papai está ocupado.
A janela do meu quarto olha para a estrada. A menina acomodou-se a meus pés perto da mesa, e brincava batucando baixinho nos joelhos. Eu estava mergulhando no meu décimo sétimo capítulo, em que o herói PratapShing tomava Canchanlata, a heroína, em seus braços, e ia escapar com ela do terceiro andar do castelo, quando de repente Mini abandonou a sua ocupação e correu à janela gritando:
— Um cabulense, um cabulense!
E, de fato, na rua em baixo via-se um homem de Cabul andando devagar. Vestia o traje frouxo e manchado de seu povo e um turbante grande, e carregava um saco às costas e caixas de uvas nas mãos.
Não sei dizer o que minha filha sentiu ao avistar o homem; em todo o caso, pôs-se a chamá-lo em altos brados.
— Ai! — pensei comigo — O homem vai entrar, e nunca mais eu termino o meu capítulo 17.
Nesse mesmo instante, o homem de Cabul virou-se e olhou para a menina, o que a deixou trêmula de medo. Ela desapareceu e foi procurar, correndo, a proteção da mãe. Devia pensar que no saco grande que o homem carregava às costas podia haver duas ou três crianças como ela. Entretanto o mascate entrou pela porta e cumprimentou-me com um sorriso.
A situação de meu herói e da minha heroína estava tão precária que preferi interromper o trabalho para comprar alguma coisa, visto que Mini chamara o homem para nossa casa. Fiz algumas comprinhas e entramos a falar de Abdur Rahman, os russos, os ingleses e a política de fronteiras.
Antes de sair, perguntou-me:
— Onde está a menina?
Então, julgando que Mini já se livrara do seu acesso de medo, mandei-a chamar.
Ela ficou em pé junto à minha cadeira, olhando para o homem de Cabul e o seu saco. Ele ofereceu-lhe uvas e nozes, porém ela não se deixava tentar: foi apertar-se a mim, com todas as dúvidas confirmadas.
Foi esse o primeiro encontro dos dois.
Alguns dias depois, no entanto, ao sair de casa fiquei surpreendido: avistei Mini sentada num banco perto do portão, dando grandes risadas e conversando com o grande cabulense. Tinha-se a impressão de que em toda a sua vida a minha filha não havia encontrado ouvinte tão paciente, a não ser na pessoa do pai. E logo a aba de seu pequeno sári ficou cheia de amêndoas e de uvas, presentes da visita.
— Por que deu tudo isso à menina? — perguntei, oferecendo-lhe uma moeda de oito anás.
Ele aceitou o dinheiro sem hesitar, e o embolsou.
Porém ao regressar, uma hora depois, percebi que a desgraçada moeda causara confusão duas vezes maior que todo o seu valor. Com efeito, o cabulense deu-a a Mini, e a mãe desta, notando o brilhante objeto redondo, caiu em cima da criança com estas palavras:
— Onde foi que você pegou moeda de oito anás?
— Foi o homem de Cabul quem me deu — respondeu Mini com prazer.
— Foi o homem de Cabul quem te deu! — exclamou a mãe escandalizada. — Oh, Mini! Como é que você pôde aceitá-la?
Entrei nesse momento e, salvando minha filha da catástrofe iminente, fui proceder a um inquérito.
Achei que os dois não se tinham encontrado nem pela primeira nem pela segunda vez. O cabulense vencera o primeiro medo