Macário
()
Sobre este e-book
Macário é um personagem perdido que, em certa noite, tem um encontro com um estranho: Satan! Que o carrega, no primeiro episódio, por cenários de pesadelo, expondo sua índole e revelando o horror como figura de denúncia social. A segunda parte leva Macário para a Itália e para a companhia do apaixonado e inocente Penseroso. Aqui, Álvares de Azevedo afia sua licença poética contra os dogmas da arte, da literatura, da cultura que o cerca. O suicídio de Penseroso é a morte, pelas próprias mãos, do romantismo açucarado, é a vitória do cinismo libertário — que se compadece de ter sobrevivido à custa da perda de toda a inocência, mas reserva uma espiada pela janela de uma taverna onde bêbados perdidos discursam seus pecados e amores malditos!
Leia mais títulos de álvares De Azevedo
Noite na taverna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Melhores Contos Brasileiros - I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLira dos 20 anos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLira dos vinte anos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPequenos textos de grandes autores brasileiros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Bela Adormecida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOS MELHORES CONTOS BRASILEIROS II Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMacário Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a Macário
Títulos nesta série (3)
Noite na Taverna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Assombrosos de Machado de Assis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMacário Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ebooks relacionados
Macário Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm esqueleto Nota: 5 de 5 estrelas5/5Góticos II: Lúgubres mistérios – Contos clássicos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGóticos: Contos clássicos – Vampiros, múmias, fantasmas e outros astros da literatura de terror Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNoite na Taverna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCarcosa: contos do Rei de Amarelo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Penas de Ícaro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA queda da casa de Usher Nota: 5 de 5 estrelas5/5A corrente do destino Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAmor Que Mata Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA revolta da cachaça Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Primeiros Amores de Bocage: Comedia em Cinco Actos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Que Choram os Mortos Nota: 5 de 5 estrelas5/5TEATRO ALQUÍMICO: Diário de leituras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSonho de Uma Noite de Verão: Versão de Bedrettin Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVampiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO crime do padre Amaro Nota: 4 de 5 estrelas4/5O cavalo cantor e outros contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnsaios de terror Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Morgadinha de Val-D'Amores/ Entre a Flauta e a Viola: Theatro Comico de Camillo Castello Branco Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO hóspede de Drácula Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInventário da Sombra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Bruxo Do Cosme Velho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos para uma noite fria Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs melhores contos de Edgar Allan Poe Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPedro Mico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA arte de afinar o silêncio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO olho maligno Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Completos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRomances Em Fragmentos Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Gótico para você
Carmilla: A vampira de Karnstein Nota: 5 de 5 estrelas5/5A pata do macaco Nota: 5 de 5 estrelas5/5Carmilla: A Vampira de Karnstein Nota: 4 de 5 estrelas4/5A queda da casa de Usher Nota: 5 de 5 estrelas5/5O olho maligno Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO gato preto e outros contos de terror Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA amante morta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Corcunda de Notre Dame: Tomo 1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGótico Japonês Nota: 5 de 5 estrelas5/5A corrente do destino Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO vampiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO CASTELO DE OTRANTO Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGótico Americano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Governanta Nota: 2 de 5 estrelas2/5A casa do juiz Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Gótico e seus Monstros: A literatura e o cinema de horror Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA noiva do enforcado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLote 249 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Maldição da Mansão Hawke Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDrácula: Coleção Clássicos da Literatura Universal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTransformação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA marca da Besta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Noiva Amaldiçoada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Horror da Fazenda São Lázaro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Maldição em Rose Hill Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO hóspede de Drácula Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Condessa louca: Noivas góticas, #1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Macário
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Macário - Álvares de Azevedo
Sumário
Capa
Introdução
Puff
Primeiro episódio
Numa estalagem da estrada
Num caminho
Ao luar
...
A estalagem do caminho (do princípio)
Segundo episódio
Na Itália
Macário e Satan
Macário, Penseroso
Numa sala
A mesma sala
Páginas de Penseroso
Uma rua
Uma sala
O quarto de Penseroso
À porta de uma taverna
Uma rua
Glossário
Biblioteca Clássica
de Espantos e Assombros
O drama perfeito
e a noite na taverna
A primeira parte de Macário
é louvada por Antônio Cândido de Mello e Souza, um dos maiores estudiosos da Literatura Brasileira, como uma das mais belas e completas obras do romantismo exagerado de Álvares de Azevedo. Ele nos alerta que o escritor era ainda muito jovem quando morreu e que suas publicações vieram todas depois dessa morte prematura. Mais ainda, enquanto analisa as propostas de seus textos como um ensaio de dualidades e contradições (o horrível em contraponto ao sublime, ao belo, doce e meigo; o amor como uma singela antítese e complemento da morte; relações idealizadas versus a realidade decepcionante...), lembra que o jovem Manoel Antônio jamais teve tempo de organizar, rever ou discutir seus escritos conturbados (o embate das desarmonias, superando o equilíbrio do decoro e as normas
que regiam a literatura e cultura ao seu redor), elaborar melhor seus rascunhos, indicar o que era publicável ou não...
Para Antônio Cândido, a pressa nesses embates teria originado, sim, textos maravilhosos, mas outros nem tanto — que pareciam incompletos, afobados.
Essa análise está no ensaio A educação pela noite
, e rende louvores à primeira parte de Macário
como um texto completo e uma das mais altas realizações de Álvares de Azevedo. Todo o fascinante drama teatral dessa primeira parte decorre em uma noite — à exceção do último trecho, que fecha o ciclo aristotélico de mãos dadas com a abertura, sendo as duas as únicas que emprestam um certo vínculo com a realidade conhecida, acordada, considerando que os três trechos que compõem o miolo dessa parte parecem-se com pesadelos ou alucinações do protagonista — o que não significa que não teriam acontecido, de fato, na realidade dramática. Ora, Macário tem um encontro com o Diabo logo na abertura da obra, que o carrega para uma jornada de descobrimentos e reconhecimentos!
No fim dessa primeira parte, já sem a companhia do estranho personagem infernal, o protagonista discute com a estalajadeira se o que ele achava ter acontecido poderia ser mesmo real. Ela refuta, dizendo que ninguém estivera com ele na noite anterior. E então a revelação final a contradiz: ambos veem as pegadas chamuscadas de um animal diabólico no assoalho do quarto: uma cabra que queimasse no chão os seus passos só poderia ser uma alusão ao demônio!
Antônio Cândido não tece tanto amor à segunda parte de Macário, mas ousa uma sugestão fantástica, aceita por muitos outros estudiosos: de que o fim do drama todo seria o início da prosa de Noite na Taverna...
Seria esse um ensaio de ruptura ou de graduação do texto?
Essa segunda parte da jornada deixa a nunca nominada São Paulo para continuá-la na Itália. Satan é inicialmente trocado por Penseroso, uma espécie de anjo inverso àquele caído. O personagem é puro amor inocente, esperança e candura. É como se Macário deixasse de ouvir, por alguns instantes, seu diabinho particular, para passar a descobrir o testemunho do anjo em seu outro ombro. Ocorre que a convivência com Macário é que desafia Penseroso, que se mata ao fim de um duelo literário que nada mais é que a controvérsia que Álvares de Azevedo encontra dentro de seu próprio mundo, dentro de si mesmo — ele mesmo é um dos responsáveis pelo nascimento da literatura paulista, como desafiador dos dogmas e preceitos estabelecidos, transpondo limites, violando as escrituras do código romântico.
Podemos supor que o cinismo de Macário vence o romantismo nobre de Penseroso, levando o primeiro, novamente, aos braços de Satan.
Ao fim da jornada, o caído conduz Macário até uma certa janela e, no lado de dentro, apresenta uma cena orgiástica e cinco homens ébrios! Pelo chão e cantos estão outras pessoas, mulheres, bêbados. O diabo o incita a espiar e começa a devanear, ao que Macário finaliza o texto com um chamamento:
— Cala-te! Ouçamos!
E como é mesmo que se inicia a Noite na Taverna? Quando alguém, à mesa de um inferninho onde ébrios perdidos contam suas paixões devassas, grita:
— Silêncio, moços! Acabai com essas cantilenas horríveis!
Essa é a senha que inicia a terrível história de cada um dos cinco degenerados naquela noite de bebedeira...
Quanto a Macário, o próprio nome parece ser baseado no fictício Robert Macaire, popularizado em melodramas, peças, caricaturas... mais tarde até em filmes! Macaire teria sido criado como um vigarista inescrupuloso por seus autores originais (sendo Benjamin Antier o principal), e tinha um tom de perversidade dramática inquestionável. Porém, o fracasso na estreia da peça l’Auberge des Adrets em 1823, levou o ator francês Frédérick Lemaître a reinventar e reinterpretar o personagem, agora com tons cômicos e irônicos que conquistaram o público, principalmente por sua crítica ácida a costumes e