Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

OS MELHORES CONTOS INDIANOS
OS MELHORES CONTOS INDIANOS
OS MELHORES CONTOS INDIANOS
E-book144 páginas3 horas

OS MELHORES CONTOS INDIANOS

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Seja bem-vindo a mais um volume da Coleção Melhores Contos, uma seleção de contos escritos em épocas distintas por autores de diversas nacionalidades e com temáticas das mais variadas, mas que tem em comum uma enorme e talvez a mais importante qualidade literária: a de dar prazer ao leitor. Neste volume  o leitor encontrará uma primorosa coletânea de Contos Indianos. Parte dos contos faz parte do folclore Indiano e outra parte apresenta contos modernos escritos por geniais autores como Rabindranath Tagore. Ao final, o leitor terá uma bela visão literária da Índia com toda a sua enorme tradição e cultura. Seja bem-vindo a esta seletíssima coletânea de Os Melhores Contos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de ago. de 2021
ISBN9786558940166
OS MELHORES CONTOS INDIANOS

Leia mais títulos de Diversos

Autores relacionados

Relacionado a OS MELHORES CONTOS INDIANOS

Ebooks relacionados

Antologias para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de OS MELHORES CONTOS INDIANOS

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    OS MELHORES CONTOS INDIANOS - Diversos

    cover.jpg

    Diversos

    OS MELHORES CONTOS

    INDIANOS

    1a edição

    Coleção Melhores Contos

    img1.jpg

    Isbn: 9786558940166

    LeBooks.com.br

    A LeBooks Editora publica obras clássicas que estejam em domínio público. Não obstante, todos os esforços são feitos para creditar devidamente eventuais detentores de direitos morais sobre tais obras. Eventuais omissões de crédito e copyright não são intencionais e serão devidamente solucionadas, bastando que seus titulares entrem em contato conosco.

    Prefácio

    Prezado Leitor

    Assim como ocorre com outros volumes da Coleção Melhores Contos, que apresenta contos e contistas dos mais diversos países, na presente obra o leitor será apresentado a uma coletânea primorosa de Contos Indianos.

    Parte dos contos faz parte do folclore Indiano e outra parte apresenta contos modernos escritos por geniais autores como Rabindranath Tagore que se apresenta com dois de seus melhores contos. Ao final, o leitor terá uma bela visão literária da Índia com toda a sua enorme tradição e cultura. Seja bem-vindo a esta seletíssima coletânea de Contos Indianos

    Uma excelente leitura

    LeBooks Editora

    Sumário

    O DESTERRO DE RAMA

    O CÃO PRETO

    O ABANDONADO

    OS CEGOS E O ELEFANTE

    O NASCIMENTO DA FLOR DE LÓTUS

    TEMPESTADE DE POEIRA

    O REI QUE PERDEU O CORPO

    OS RESSUSCITADORES DE LEÕES

    O CASAMENTO

    SACRIFÍCIO POR UM HERDEIRO

    AS CABEÇAS TROCADAS

    OS SONHOS DO REI

    A FALSA VELHA

    O MORTO VIVO

    A PRINCESA QUE ENGANOU A MORTE

    O DESTERRO DE RAMA

    Do Ramaiana

    I

    Há muito tempo o Rei Daçarata decidiu sagrar seu filho Rama e compartilhar com ele do trono.

    — Amanhã, — disse a seus ministros — desejo que meu filho Rama, o de olhos semelhantes à flor do lótus, seja sagrado, a fim de receber o reino que lhe cabe por herança.

    Então, mandou buscar seu filho e o formoso Rama, tendo as mãos juntas, prostrou-se ante o rei. O pai, levantando-o, abraçou-o:

    — Rama, estou velho... Vivi muito e gozei de todos os prazeres acessíveis ao homem... Também fui piedoso e celebrei numerosos sacrifícios... Nasceste para mim como uma incomparável maravilha... Tendo cumprido meus deveres para com os deuses, quero sagrar a tua realeza... Rama... tenho visto presságios funestos. Em sonhos... vi minha estrela empalidecida pelo Sol, Angaraca e por Ragu. Estes signos são de morte para o rei ou de ruína para o reino... Quero sagrar-te, antes que meu espírito se debilite, ó nobre filho de Ragu, pois o espírito dos anciões é cheio de trevas.

    Tendo pronunciado estas palavras, o rei despediu Rama, que regressou a seu palácio indo à procura de Caosalia, sua mãe:

    — Mãe querida, meu pai quer que eu reine; segundo suas ordens, sagrar-me-ão amanhã. É preciso que Sita passe comigo esta noite, em vigília e jejum. Concede-nos, a mim e à minha bela esposa, palavras de bom augúrio.

    Caosalia, com lágrimas de alegria, exclamou:

    — Rama, meu filho muito amado, oxalá vivas muitos anos! Que teus inimigos pereçam e tua felicidade venha a regozijar minha estirpe e a de Sumitra! Minha devoção pelo Homem-Deus, de olhos de nelumbo, não foi em vão...

    Então, dirigindo-se Rama a Lacxamana, seu irmão, disse-lhe:

    — Lacxamana, és minha segunda alma, minha felicidade e a tua se confundem... Por ti, amo a vida e o trono... Reinarás comigo.

    Retirando-se para o seu santuário, acompanhado pela bela esposa Sita, Rama purificou-se, colocou sobre a fronte a dourada manteiga, deitando-a depois sobre o fogo a fim de honrar o grande deus. Em seguida, tendo comido os remanescentes do sacrifício, invocou os deuses e, na magnífica capela consagrada a Vishnu, deitou-se santa e castamente junto a sua bem-amada, sobre um leito de verbenas.

    Ao amanhecer ouviu os poetas que cantavam em sua honra e adorou a aurora; vestiu em seguida uma túnica de puro linho e ordenou que se iniciassem os cânticos dos brâmanes. Então, toda a cidade de Aiodia vibrou de júbilo.

    Nos brancos telhados dos templos, nos caminhos e encruzilhadas, sobre os plátanos sagrados, nos palácios, nas magníficas residências, nas grandes árvores, erguiam-se os estandartes multicores e resplandecentes e ouviam-se os cantores e os comediantes. Nos pátios e nas casas, os homens todos falavam sobre a cerimônia próxima.

    O incenso e as flores espargiam os seus perfumes enquanto a gente do campo invadia as ruas da povoação.

    E a grande cidade de Aiodia semelhava-se às ondas do mar, sulcadas por uma multidão de animais marinhos.

    II

    O Rei Daçarata foi anunciar à Rainha Kekei a hora da consagração. Kekei era ainda bela e jovem, mas tinha ciúmes da Rainha Caosalia, mãe de Rama.

    Encontrou-a abatida e estirada no chão; ao vê-la nesse estado, encheu-se de tristeza.

    Aproximando-se da jovem esposa, a quem amava mais que a própria vida, pôs-se a acariciá-la ternamente. Vendo, porém, que seus soluços não cessavam, falou-lhe:

    — Ó esposa minha, ditosa ainda há um instante, por que te deitas na terra nua, neste dia em que minha alma transborda de alegria? Tenho médicos experientes que saberão curar teu mal. Quem te fez ou tentou fazer-te sofrer?... Para contentar-te, a que inocente devo mandar cortar a cabeça, ou a que culpado restituir a liberdade?... Queres que transformemos um pobre em rico, ou um rico em miserável? Algo existe, minha rainha, de tudo o que possuo e de que não sejas soberana? Seja qual for o teu desejo, ó bem-amada, será cumprido, eu o prometo... Farei como desejares, ainda que com isso se vá a minha vida!

    Ergueu a esposa, que lhe respondeu:

    — Ninguém me ofendeu; tenho tão-somente recebido homenagens, ó rei! Existe, porém, neste dia, uma coisa que desejo... Promete agora que me darás... e quando tenhas prometido, dir-te-ei de que se trata...

    Dominado pelo amor, qual antílope em uma rede, deixou-se colher o rei na armadilha:

    — Adorável mulher, excetuando-se Rama, não há criatura a quem eu ame tanto como a ti. Por ti, arrancarei o coração! Hei de satisfazer teu desejo, juro-o por todas as minhas obras!

    Feliz por ouvir tais palavras, revelou a rainha seu odioso desejo:

    — Os deuses, e Indra, seu chefe, ouviram teu solene juramento. Tomo-os como testemunhas...

    E disse, então, ao velho enamorado:

    — Faz muito, ó rei, prometeste-me duas coisas, cujo cumprimento agora reclamo! Que Bárata receba a herança do trono na cerimônia que agora se prepara em honra de Rama e que este seja desterrado para a selva durante catorze anos! Eis o que desejo e o que cumprirás, se tuas promessas forem verazes.

    Ferido em pleno coração, tendo os cabelos eriçados de espanto, tombou o grande rei, presa de profunda angústia:

    — Ai de mim! Ó desventura! — bradou.

    E sua dor foi tão violenta que o levou a perder os sentidos.

    Quando voltou a si, dominado pela dor e pela amargura, gritou:

    — Mulher corrupta e pérfida, que te fez Rama? Que te fiz para que desejes destruir toda a minha família? Entraste no meu gineceu para acelerar minha morte? Supus fosses filha de rei, e não passas de uma víbora!... Abandonar Caosalia ou Sumitra, a vida ou o poder, sim!... Porém, não a Rama, tão rico de amor filial... Se o afastam, não poderei viver... Seria mais fácil à erva crescer sem água... Renuncia a teu projeto... minha fronte inclina-se a teus pés; apieda-te de mim!...

    E aquele dominador do mundo beijava os pés de sua mulher, repetindo:

    — Piedade, piedade, minha rainha!

    A rainha, contudo, sem experimentar temor ou compaixão ante a angústia daquela pobre alma, respondeu duramente:

    — Tu, a quem sempre louvaram os sábios pela fidelidade à palavra empenhada, por que, havendo-me concedido essas duas graças, vacilas, ó grande rei, em cumprir tua palavra?

    Cheio de cólera, respondeu o Rei Daçárata:

    — Mulher ignóbil, saboreia, pois, a alegria de ver teu esposo morto e Rama desterrado na selva... E dirão, a meu respeito, os homens virtuosos: Daçarata, cego pelo amor e vencido por u’a mulher, abandonou, sem motivo, seu bem-amado filho... Ah, se a morte chegasse antes que eu pudesse condenar meu filho, mergulhando-o na desgraça! Ah! com que ardor eu a invoco!... Como dizer a esse jovem, tão digno da felicidade e do amor: vai-te para a floresta?... Infeliz de mim, homem débil: a infâmia e o desprezo de todos acompanhar-me-ão por este mundo!

    Enquanto o rei assim se lamentava, desceu o Sol para o poente. Chegou à noite, noite que lhe pareceu mais longa do que cem anos. Com os olhos voltados para o céu, lamuriava-se:

    — Ó Kekei, como és cruel!... Rama, filho querido, como renunciar a ti, a justiça em pessoa, a ti, que tanto amas teu pai... Ó noite, que a aurora jamais retorne ou que esta mulher se vá... Não mais quero ver aquela que tão desapiedadamente mata o seu esposo!

    Depois, levantando-se para Kekei as mãos juntas, tentou mais uma vez demovê-la:

    — Oh! acede a este ancião, escravo da tua vontade; sê-me propícia, adorável mulher. Tudo o que desejares, tudo, menos o desterro de Rama; tudo, até minha vida... dar-te-ei! Concede-me esta graça, a mim que imploro tua misericórdia.

    A mulher, porém, fera empedernida, não cedeu às súplicas do rei, o qual, ouvindo-a persistir no desterro de Rama, novamente desmaiou.

    Enquanto seu esposo, inconsciente, debatia-se estendido no chão, Kekei exclamou:

    — Por que continuas desacordado como se tivesses cometido um grande pecado? Somente farás jus a tua grandeza quando tenhas cumprido a tua promessa. A verdade é o primeiro de todos os deveres. Civi, dono da terra, preferiu arrancar o coração a cometer um perjúrio. Pela mesma razão, Alarca arrancou os olhos. Se tua palavra é sincera, por que faltar com tuas promessas, qual homem avarento e vil?! Que Rama parta para a floresta! Se o negas, matar-me-ei ante teus olhos!

    O rei, subjugado pela astúcia de Kekei, pálido, pupilas descoradas, sentiu-se acometido pela mais terrível das angústias. Apelando para suas derradeiras forças morais, dirigiu-se à rainha e, fitando-a com os olhos enrubescidos pela dor, disse-lhe:

    — Afasta-te de mim, assassina de teu marido! Renuncio a ti, esposa despudorada e impiedosa... Bárata em nada me

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1