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Rosa Passos: Uma Artista da Criação
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Rosa Passos: Uma Artista da Criação
E-book233 páginas2 horas

Rosa Passos: Uma Artista da Criação

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Sobre este e-book

Rosa Passos: uma Artista da Criação te leva a conhecer uma intérprete e compositora que explora sua musicalidade de forma única, peculiar, valorizando cada detalhe perceptível ao seu ouvido e suas sensações internas mais profundas. Rosa Passos tem a habilidade de se conduzir pela Música do Coração e assim nos impregnar dela; reconectando-nos com o Divino que habita em nós. Ter a oportunidade de escutar e ler essa intérprete é indiscutivelmente uma dádiva da vida por tamanha beleza, singularidade, autenticidade, advinda da elasticidade interpretativa de quem se entende como canal da expressão Divina de Ser.

Rosa Passos é uma artista da Criação em suas múltiplas possibilidades de interpretação do que se pode compreender por Criatividade e fonte Criadora.

Leia, escute, veja Rosa Passos com a vibração do Seu Coração.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de jun. de 2021
ISBN9786525001562
Rosa Passos: Uma Artista da Criação

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    Rosa Passos - Gabriella Villar

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    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

    À fonte criativa de tudo que há, Deus.

    Agradecimentos

    Primeiramente, quero agradecer a Deus, pela luz divina e pelo amor incondicional que me ilumina e fortalece.

    Aos meus pais, Gerlane e Jean, e ao meu irmão, Lucas, pela força, pelo amor e dedicação sempre.

    À minha avó Walkíria, pelo grande exemplo que foi, pelo incentivo, pelo apoio, pela força e pelo amor.

    A toda a minha família, em especial às minhas tias Girlene e Cacilda, por todo apoio, incentivo, pelo amor e carinho sempre.

    Aos meus professores de música. Aos meus alunos queridos.

    À Capes, pelo fomento à pesquisa. Foi de fundamental importância seu apoio em todo o processo.

    A Italan Carneiro, por ter me sugerido escutar Rosa Passos. Aos amigos que acompanharam de perto o processo da pesquisa e deram suas contribuições: Juliana Bastos, Yuri da Costa, Felipe Hauers, George Pessoa, Vanessa Moreno, Wagner Santana, Leonardo Silva, Cleanto Neto, Daniella Rezende, Poty Lucena, Uirá Garcia e Lucas Andrade. Aos velhos amigos e às novas amizades que fiz na pós-graduação e na vida.

    À minha querida e estimada orientadora, Adriana Fernandes. Um grande exemplo de profissional e pessoa. Acrescentou-me muito à vida acadêmica e fora dela.

    Aos professores membros da banca, Eurides Santos, Fábio Henrique e Eduardo Visconti.

    À Carol Andrade, cantora, professora de canto popular e compositora, que me apresentou à Rosa Passos. Gratidão, Carol!

    Aos músicos Lula Galvão, Paulo Paulelli, Fábio Torres, Celso de Almeida, Jorge Helder, Hélio Alves, Rodrigo Ursaia, Marcus Teixeira, Ivan Sacerdote, José Reinoso, Felipe Silveira e ao produtor, Marco de Almeida, pelas entrevistas e disponibilidade em todo processo de pesquisa.

    Ao estúdio Gargolândia/SP, nas pessoas de Rafael Alterio, Rita de Cássia e Fernanda Rachid, pelo grande apoio em minha estadia no período da minha pesquisa de campo referente à gravação do CD Amanhã vai ser verão, de Rosa Passos.

    Por fim, à minha grande inspiração musical e de vida, Rosa Passos. Todo o meu sincero amor e gratidão a essa pessoa que chegou à minha vida para me trazer grandes aprendizados sobre minha profissão e sobre mim mesma. Nenhuma palavra é capaz de expressar o que esta pesquisa transformou na minha vida por meio de Rosa Passos. Uma grande amizade que se construiu, perpassando os limites de uma pesquisa e que ficou para vida. Minha mestra, minha mãe musical, minha grande amiga, Rosa Passos.

    Prefácio

    Música popular brasileira é uma daquelas expressões que facilitam a vida no dia a dia. E se utilizamos a sigla que a abrevia, parece que a comunicação se torna ainda mais fácil. Afinal, quando alguém diz que gosta ou que não gosta de MPB, não demora para que a conversa gire em torno de um grupo de músicas, intérpretes, compositores(as), sem que grandes explicações sejam necessárias. Na imprensa brasileira, são correntes frases como conheça bares para curtir forró, pagode, MPB, ou venda de ingressos para show de MPB. Assim, caso eu não esteja exagerando, conhecer a MPB faria parte do nosso senso comum. Como dele faria parte, se não classificar os diversos gêneros e estilos musicais que podem compor um repertório emepebista (samba, samba-canção, bossa nova, bolero, blues, balada etc.), perceber essa variedade.

    Mas talvez haja um tanto de exagero, sim, nessas considerações. Se não houvesse, a experiência imediata do público estaria próxima do trabalho científico, seus métodos de pesquisa e análise. E essa proximidade nos daria prova da alta significação social da MPB. Tomo de empréstimo a Walter Benjamin uma linha de argumentação obviamente tecida em outro contexto. Refletindo sobre a atitude das massas na Europa dos anos 1930, muito retrógrada face a um Picasso, bastante progressista diante de um Chaplin, Benjamin (1975, p. 27) observou:

    Na medida em que diminui a significação social de uma arte, assiste-se, no público, a um divórcio crescente entre o espírito crítico e o sentimento de fruição. Desfruta-se do que é convencional, sem criticá-lo; o que é verdadeiramente novo, critica-se a contragosto.

    Não há dúvida, exagerei no comentário inicial. Pois desde os anos 1980, mas sobretudo a partir de 2000, há uma sensação difusa de que a significação social da MPB decresce. Uma das faces mais visíveis do fenômeno é a quantidade de debates e slogans motivados por uma célebre entrevista de Chico Buarque, em 2004, quando o artista disse que talvez a canção, tal como a conhecemos, seja um fenômeno do século XX. Outra face, visível para quem lê o belo trabalho de Gabriella Villar, é a descoberta de tudo quanto não sabia da trajetória e da arte de Rosa Passos, ou do quanto sabia apenas superficialmente. Uma face prazerosa, e tão mais alegre porque, neste livro, conhecimento teórico e prática musical se iluminam – haja vista a colaboração artística certeira durante o trabalho de campo, quando Gabriella sugere uma mudança de tonalidade para Inocente blues (Jorge Helder/Rosa Passos).

    O primeiro contato que tive com esta pesquisa foi em 2017, em João Pessoa. O Coletivo Alfenim iniciava o estudo da peça inacabada Decadência do egoísta Johann Fatzer, de Bertolt Brecht. Na Casa Amarela, sede do grupo, o gelo do primeiro dia de oficina musical tentava ser quebrado. Pediu-se para cada pessoa cantar e tocar alguma coisa. Gabriella apresentou o arranjo de Rosa Passos para Águas de março (Tom Jobim) e falou do mestrado em Música na UFPB. Cantou e tocou com muita segurança, foi bonito. Entendi que não estudava somente com os olhos e os ouvidos, instrumentos fundamentais no trabalho acadêmico, mas com a voz, as mãos, a alma. Embora breves, nossas conversas durante a oficina confirmaram a impressão.

    Agora leio a análise daquele arranjo e de outros dois e, junto do interesse que despertam, penso que são muitos os acertos do livro. No universo da música popular brasileira, tão amplo e variado, a constelação da bossa nova explicita e coloca em outro patamar os diálogos que o samba estabeleceu com a canção estadunidense e o jazz desde a primeira metade do século XX. Essa é a base da formação de Rosa Passos, aqui relatada com muita sensibilidade. Também é a base do seu processo criativo e de sua personalidade musical, e por essa constelação ainda se explicam os vínculos de Rosa com os músicos brasileiros, cuidadosamente nomeados, numa contribuição à historiografia. Já a sua atuação fora do Brasil, as trocas artísticas de alto nível que manteve, o grande reconhecimento que alcançou – tudo isso tem como enquadramento a intensificação, a partir dos anos 1980 e 1990, do interesse pela bossa nova no mercado internacional, processo registrado com rigor e, outra vez, sensibilidade.

    Este livro faz recordar que vale a pena dedicar-se de corpo e alma, com muito cuidado e respeito, à música e ao trabalho intelectual. Num tempo em que a ignorância subestima a ciência, em que a universidade pública é difamada e a imagem do Brasil sofre sucessivos abalos, é um presente.

    Walter Garcia

    Músico e professor do Instituto de Estudos Brasileiros da USP

    Referências

    BENJAMIN, Walter. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. In: BENJAMIN, Walter et al. Os pensadores. Tradução de José Lino Grünnewald. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 27.

    BUARQUE, Chico. A canção, o rap, Tom e Cuba, segundo Chico. Entrevista a Fernando de Barros e Silva. Folha de S.Paulo, 26/12/2004. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2612200408.htm. Acesso em: 9 dez. 2020.

    Apresentação

    É com muita satisfação que aceitei fazer a apresentação deste livro, fruto da dissertação de mestrado de Gabriella Villar, a qual orientei e que, para mim, foi uma viagem no tempo. Eu já fui fã de João Gilberto quando eu era pianista e queria fazer um curso de piano popular e jazz, porque essa era a música com a qual eu me identificava. Mas foi pelas harmonias que eu tocava de Debussy, Schumann e Brahms que percebi melhor as harmonias da Bossa Nova e de seu principal expoente, João Gilberto. Foi por causa dele que Rosa Passos seguiu a carreira de violonista, cantora, intérprete, compositora. E tamanho foi o impacto da performance de Rosa Passos sobre Gabriella Villar, uma recém-graduada em canto popular da UFPB, que este livro foi gestado numa pesquisa de mestrado.

    Rosa Passos é uma mulher negra que não nasceu em berço de ouro, mas que teve a sorte e o privilégio de ter tido mentores que a conduzissem para a música. Teve contato cedo com a música de João Gilberto mediante gravações, e ela também se sentiu impactada. Mas o impacto foi de tal ordem que ela praticamente foi musicalizada pela obra de João Gilberto. Isso é um feito notável para qualquer pessoa que se disponha a esse tipo de dedicação, de compromisso. Mas fica mais notável ainda porque foi uma mulher negra, brasileira, que se dispôs a fazer esse trabalho que requer paciência, esforço, persistência e um desenvolvimento fenomenal da acuidade auditiva. Em pleno século XXI, ainda temos exemplos vivos de pessoas que aprenderam a partir da oralidade, sim, porque foi essa a sua grande escola. Mas observem a complexidade do aprendizado musical. As gravações de João Gilberto não a ensinaram diretamente a compor e interpretar. Parece-me que isso foi um efeito colateral do intenso processo de escuta e aprendizagem. Essa aprendizagem também garantiu a ela uma abordagem muito íntima com o violão, um aprendizado orgânico em que o instrumento passa a fazer parte da própria instrumentista, como mais um órgão ou membro. Essa qualidade de relação instrumento-instrumentista é muito difícil de ser conseguida nos moldes acadêmicos, porque existe uma interferência da partitura, que impõe barreiras para esse contato mais direto, como a predominância da visão sobre a audição, do racional sobre o visceral. Tocar um instrumento e cantar requer uma disponibilidade de sentidos táteis, auditivos, uma coordenação músculo-respiratória que conduz aos acessos emocionais, a abertura para novas sinapses, novos conhecimentos experienciados. Porque é nessas novas paragens que a criação acontece, e, por ter tomado esse caminho, Rosa Passos consegue trilhar a sua própria identidade musical.

    O trabalho que vocês estão na iminência de ler foi delineado a partir da constatação da excepcionalidade da musicista Rosa Passos. A pesquisa de Gabriella Villar foi acolhida generosamente por Rosa, e, ao se conhecerem pessoalmente, um laço afetivo começou a se formar, o que foi proveitoso e perigoso para a finalização da pesquisa. Mas o perigo da parcialidade foi antevisto por mim e pela banca de qualificação, e preciso agradecer ao professor doutor Eduardo de Lima Visconti, da UFPE, pela firmeza e clareza de suas análises. Eduardo, de uma forma gentil, trouxe o atrito e a dialética que humanizaram os dados sobre a atuação de Rosa Passos no cenário musical brasileiro e internacional, fazendo com que sua trajetória musical se aproximasse do cotidiano de

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