Ednardo
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Ednardo - Wagner Castro
bárbara
capítulo|1
Ednardo – artistas cearenses
e o massafeira livre
Eu também vou cantar lá
Muitas são as histórias para contar de músicos e músicas, suas origens e condições sociais dos artistas oriundos do rádio, do teatro, da televisão e da Universidade para entender a música cearense, em particular do cantor e compositor Ednardo, que integrou um grupo de artistas conhecido como Pessoal do Ceará. As suas memórias, os jornais, os depoimentos, as amizades, as canções, as tensões e espaços da cidade evidenciam a história desse artista de grande talento.
Do I, II e III Festival de Música Popular Cearense, realizados entre 1965 a 1967 em Fortaleza, participaram, em sua maioria, cantores e profissionais liberais, os quais interpretavam, tocavam e tinham uma maior aproximação com o estilo e os gêneros musicais dos anos 1950, como valsas, choros, boleros, sambas e marchinhas de carnaval.
Chama atenção o IV Festival da Música Popular do Ceará, realizado em 1968, pela participação de artistas da era do rádio, como Luiz Assunção e Aleardo Freitas, assim como daqueles que tiveram ou destaque na música universitária e ou na iniciante televisão cearense, no final dos anos 1960, como Belchior, Raimundo Fagner, Jorge Melo, Pretestato Melo, Lauro Benevides e Gustavo Silva. A resolução pela música, pela consagração e pelo desejo de reconhecimento de seu talento aconteceu nos Festivais Nordestinos a partir de 1969.
A sua trajetória como artista ficou mais esclarecida com o depoimento de outros artistas, músicos e produtores, dentre eles Guilherme Neto, cuja vida se confunde com o nascimento da televisão cearense. Além disso, Guilherme foi cantor e assumiu o setor de distribuição de publicidade da Rádio Tamandaré de Recife, fazendo uma carreira promissora dentro dos Diários Associados como diretor artístico da TV Ceará. Guilherme Neto foi o diretor artístico da televisão quando estavam em evidência os programas Porque Hoje é Sábado
e Show do Mercantil
, que tiveram uma grande importância na mídia para a música cearense do período. Indagado sobre a participação daqueles jovens candidatos a cantores na televisão, comentou: Eles eram bons desde à escola. Eles vinham da Universidade. Porque eles tinham talento; traziam uma veia poética, quando não, musical
(GUILHERME NETO, 2005, p. 13-14). E sobre as diferenças dos jovens cantores de fins dos anos 1960 com os de sua época, relatou: "No meu tempo, Mário Alves nunca escreveu nada; eu nunca escrevi nada. [...]. Eles já vinham encaixados; vinham da Universidade; nós não vínhamos de canto nenhum. Mário Alves era alfaiate; eu era cantor e um mal aluno (GUILHERME NETO, 2005, p. 13-14).
No início dos anos 1960, havia, na Universidade Federal do Ceará, uma efervescência cultural. Atuaram ali grupos como o Cactus e o Gruta (Grupo Universitário de Teatro e Arte), órgão cultural do DCE da UFC, que chegou a realizar várias caravanas culturais pelo interior do Ceará e caravanas turísticas a países como Paraguai, Argentina e Chile. A musicalidade de Ednardo se tornou mais consciente e, de certa forma, profissional logo depois de 1968.
O não envolvimento com esses grupos se justifica pelo pouco tempo que ele tinha disponível, por ser funcionário da Petrobras no setor de asfalto, o qual funcionava continuamente em três turnos, e por cumprir o horário noturno de onze às sete da manhã, indo diretamente para a Universidade, onde estudava Engenharia Química. Depois do almoço, descansava um pouco e, no final da tarde, dedicava-se à música, indo às vezes ao Bar do Anísio, onde ouvia, mostrava e fazia canções. Em seguida, voltava à rotina de trabalho, Universidade e tudo mais.
Por conta dos estudos e trabalho, não participou do I Festival de Música Popular Aqui, mais conhecido como Festival Aqui no Canto, idealizado por Aderbal Freire-Filho e realizado pela Rádio Assunção na primeira semana de dezembro de 1968.
Por volta de setembro de 1971 começou a perder o entusiasmo pela faculdade, já cursando o quinto ano de Engenharia Química e cada vez mais insatisfeito com o trabalho de operário na Petrobrás. Por outro lado, a sua musicalidade ia ficando mais densa, produzindo mais letras e melodias. Vale a pena o relato de sua decisão:
Cada vez a música ficando forte dentro de mim. [...]. Eu estava vendo que a faculdade iria me levar para um processo de engenheiro, mesmo. [...]. Um afastamento da coisa que eu gostava mais, que era a música. Mais ou menos, em setembro de 71 eu tive um insight: Vou fazer só música mesmo. Tranquei a faculdade; simplesmente, não prestei os exames finais. Eu já tinha até passado por média mesmo com toda atribulação. Mas não prestei os exames finais e pedi dispensa da Petrobrás. Peguei um fusquinha que eu tinha (risos) botei todas as minhas coisas dentro...violão, letra de música, algumas roupas e tudo mais e disse: mamãe, paipai estou indo para o Rio de Janeiro. [...]. Foi um choque na minha casa; e mais por parte de minha mãe que tinha me entusiasmado nessa coisa de música. Quando ela viu que eu estava deixando a casa, indo para outro local, e principalmente para viver de música, ela ficou abaladíssima: ‘Meu filho, você está se formando"! E meu pai: ‘Meu filho você tem quase trinta anos’. Eu devia ter uns vinte e cinco ou vinte e seis anos. [...]. Aconteceu uma coisa parecida com o Belchior que largou a medicina e Fagner que deixou a arquitetura. [...] Nós nos encontramos no Rio de Janeiro, nós não conhecíamos absolutamente ninguém; nós éramos um bando de loucos (EDNARDO, 2003, p.11-12).
capítulo|2
Ednardo vai de chapéu de palha
ao Festival Nordestino da Música Popular
O I Festival Nordestino da Música Popular foi promovido pelos Diários Associados e realizado entre junho e agosto de 1969. Aconteceram quatro eliminatórias no Náutico Atlético Cearense, com transmissão da TV Ceará e da Ceará Rádio Clube. Na quarta eliminatória, quatro canções foram escolhidas pela comissão julgadora para disputar em Recife — juntamente com quatro canções da Bahia e mais quatro de Pernambuco — os três primeiros lugares do festival.
Os jornais não fizeram referência à primeira eliminatória, mas apenas da segunda eliminatória em diante. O jornal Gazeta de Notícias de 28 de julho de 1969 traz uma grande matéria elogiando a qualidade das músicas apresentadas na segunda eliminatória, pontuando quatro canções: Chapéu de Palha
, pela interpretação e o violão de José Ednardo, lembrando Disparada
, de Geraldo Vandré; Funeral do Xaxado
, pela interpretação desinibida de Gustavo Silva; Bai, Bai Baião
, com letra satírica e sua inflexões rítmicas modernas à altura da interpretação de Ray Miranda e de Boca de Forno
, fazendo referências a temas folclóricos, porém com o arranjo não apropriado para a voz forte de Ray Miranda.
O jornal Correio do Ceará, pertencente aos Diários Associados, fez a cobertura do I Festival Nordestino, até porque era no Nordeste que residia o seu maior poder. No dia da final, 14 de agosto de 1969, numa coisa incomum para época, em se tratando de festivais em Fortaleza, o jornal Correio do Ceará trouxe uma página inteira com tonalidade vermelha, patrocinada pela Ceará Gás Butano, intitulada Hoje à noite no palco do Náutico a batalha da canção
, com os nomes das canções, seus autores, estilos e letras.
Quatro desses artistas se destacaram: Tânia Barbosa de Araújo, classificada com três composições