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Um novo olhar: crônicas sobre a quarentena
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Um novo olhar: crônicas sobre a quarentena
E-book55 páginas28 minutos

Um novo olhar: crônicas sobre a quarentena

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Sobre este e-book

Não existe preparação ou uma fórmula que auxilie nesta nova trilha. A quebra de certezas com relação ao futuro traduz o nonsense do controle e expectativas anteriormente criadas. Será que há algo de bizarro ou é normal a necessidade do ser humano planejar o que há por vir ? A inversão de valores pode ser um antídoto para amenizar a ruptura de algo antes tão previsível e automático. O agora clama por sutileza, calmaria e observação das inúmeras nuances da vida em sua mais plena concretude.
IdiomaPortuguês
EditoraAdelante
Data de lançamento16 de jul. de 2021
ISBN9786589911142
Um novo olhar: crônicas sobre a quarentena

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    Um novo olhar - Wiliana Soares

    Matizes noturnos

    O entardecer torna-se ainda mais especial após um dia de domingo aprazível.

    Mesmo o gradil, que nestes tempos se apresenta indispensável, não impede a apreciação de várias nuances que piscam nos edifícios.

    É possível observar os concretos em seus mais diversos formatos, alturas e comprimentos. Em cada janela a luz das lâmpadas difere nos lares, há tons opacos e brilhantes. Em alguns não se consegue contemplar a luz devido à barreira de tecido que bloqueia a iluminação noturna.

    Além das lâmpadas, pode-se apreciar as muitas cores que se estampam nas janelas vindas dos aparelhos televisores. Forma-se um jogo de pisca-pisca multicolorido, em que as cores do arco-íris se revezam em pequenos quadrados em um muro de concreto.

    As atividades físicas , antes exercidas ao ar livre ou em academias, agora estão restritas ao ambiente familiar. O movimento corporal também exibe tonalidades. O balanço dos cabelos reflete uma sombra na parede que transmite uma energia impensável em tempos de reclusão.

    As plantas clamam para participar deste jogo de cores. Aparecem de uma maneira discreta, mas não menos importante. A penumbra vermelha de um quarto realça alguns vasos de flores expostos ao beiral de uma janela. Eles se tornam escuros podendo-se contemplar somente o seu formato. Assim, cria-se a tonalidade rubro negro em tempos remotos renegada pela vivacidade das cores radiantes.

    A coloração humana também faz parte dessas nuances antes despercebidas. Os rostos arredondados por vezes aparecem em janelas entreabertas em busca de uma resposta ou um sentido para o vazio inexplicável. Na procura constante por algo que o preencha, mesmo pelo campo visual. Quem sabe um acontecimento inusitado, algum objeto diferente na janela. Qualquer coisa que ajude à sensação de pertencimento neste coletivo ausente.

    O ambiente não iluminado, desprovido de cores, a princípio não acrescenta vivacidade. A sobriedade exibida retrata os antagonismos, tão frequentes nos caminhos da vida, que até na dança das cores podem ser observados. Estes ambientes escurecidos proporcionam sonhos de uma expectativa do restabelecimento da normalidade. Para que encontros e afagos se redescubram em um momento não muito longíquo.

    E por que não falar do céu? Parece colaborar com esse jogo de matizes, presenteia-nos com o roxo, uma cor que inspira intuição, introspecção.

    A noite deixa de ser um simples lusco-fusco e nos expõe a uma aquarela noturna em que cada lar pincela uma cor diferente em suas vidas.

    Titubeações

    Titubear, verbo que vai e vem, assim

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