O discurso e a prática do professor como mediador do conhecimento: saberes necessários à atuação do (a) professor (a)
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Sobre este e-book
Parece que a formação do professor não é capaz de lhe fornecer ferramentas necessárias para que coloque em prática os conhecimentos teóricos adquiridos. Entretanto, o conceito de professor como mediador transmite o ideal de professor que sabe estabelecer uma relação íntima entre o discurso e a prática.
Esse conceito de mediação está presente no discurso dos docentes que acreditam que o aluno deve ser concebido como protagonista do processo de aprendizagem. No entanto, muitas vezes há uma discrepância entre o que se diz e o que se faz. Portanto, pergunta-se: de que forma o professor exerce seu papel de mediador em sua atuação na sala de aula, de tal forma que este entendimento de mediação passe do discurso para a prática?
Este livro apresenta-se como uma tentativa de provocar no professor uma reflexão sobre a sua atuação docente e, ao mesmo tempo, auxiliá-lo com uma ferramenta de orientação no seu exercício docente. Há muitos estudiosos que têm abordado a necessidade de haver uma coerência entre a teoria e a prática docente e neste livro serão abordados elementos considerados necessários para superar esta dicotomia. Refiro-me especificamente aos saberes pedagógicos, específicos e da experiência conforme a percepção da professora e pesquisadora Selma Pimenta (2000). Sem dúvida alguma, a articulação destes saberes fará com que o professor seja, de fato, o mediador do conhecimento e que o aluno seja concebido como o centro e protagonista do processo de aprendizagem.
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O discurso e a prática do professor como mediador do conhecimento - Ernest Joseph Mchota
1. APRESENTAÇÃO
Era uma vez quando de repente decidi cursar Letras na faculdade para depois lecionar como professor la língua inglesa. Porém fui informado que não haveria o número suficiente de alunos para que se formasse uma turma para aquele curso. Inconformado coma aquela situação, a secretaria acadêmica me perguntou: Por que você não faz Pedagogia em lugar de Letras? Ao final, não é quase a mesma coisa?
Confesso que cursar Pedagogia na Universidade Salvador, BA foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. Sem dúvida alguma é uma experiência que pode ser descrita como transformadora por dois motivos:
I) Primeiro aprendi que educar não era um exercício de transmitir o conhecimento, mas um ato de criar possibilidades para que ele surja.
II) Além disso, aprendi que o aluno é o protagonista do seu próprio processo de aprendizagem.
Uma experiência educativa significativa leva à transformação da realidade na qual o aluno está inserido sendo ele mesmo o principal agente dessa transformação. Essa foi uma experiência que me proporcionou uma perspectiva totalmente diferente daquilo que antes concebia como educar e aprender.
Para mim, o professor era aquele que depositava o conhecimento e o aluno era apenas um receptor passivo do conhecimento. Tudo isso fez com que me apaixonasse pela educação. Meu contato com a figura de Paulo Freire e suas idéias sobre a educação, fez com que a educação tornasse a razão da minha vida. Aprendi que o docente precisa ser uma pessoa humilde e sempre aberto a aprender já que nas palavras de Freire, ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática. Não há docência sem discência, pois quando se ensina também se aprende.
Hoje como professor procuro descobrir o que os alunos já sabem antes de abordar qualquer assunto. De fato, o aluno chega à sala de aula com conhecimentos prévios. Muitas vezes são experiências significativas e diferentes das minhas. Foi prazeroso aprender que quando se ensina também se aprende.
Enxergo a aprendizagem como um processo dinâmico e não estático. O conhecimento é algo aberto e nada fechado. Quanto mais se aprende, se descobre que precisa aprender mais. Tudo isso me faz acreditar que somos seres inacabados e sempre podemos aprender. Portanto nos podemos definir como Sendo.
O processo de ensino e aprendizagem requer um diálogo constante. Pode ser um diálogo entre professores ou entre professores e alunos. Nesse diálogo se descobre diferentes pontos de vista que contribuem para o nosso processo de crescimento pessoal e profissional. Sem dúvida, após dez anos de atividade como professor na sala de aula, sou totalmente uma pessoa diferente.
Aprendi muito no próprio exercício cotidiano da docência. Arrisco-me dizer que tanto o ensinar quanto o aprender é um ato de construir, destruir e reconstruir. Com a mudança constante da sociedade, nos aprendemos coisas novas diferentes daquelas que tínhamos aprendido. Nesse momento fazemos um ato de desconstrução para poder reconstruir novos conhecimentos a partir daquilo que aprendemos no passado.
O tema deste livro pretende abordar questões sobre o ensino e aprendizagem e o papel do professor como mediador deste processo. Para isso, pregunta-se: o que de fato faz com que a gente se chame de professor/a? Há uma coerência entre o discurso e a prática dos professores na sala de aula? Tornou-se moda falar em professor como mediador do conhecimento e o aluno como centro do processo de aprendizagem.
A minha inquietação, curiosidade e interesse no tema surge a partir de relatos de professores que, muitas vezes, dizem que o papel principal do professor é de mediar o conhecimento e de tornar o aluno sujeito ativo e protagonista do processo de aprendizagem.
Portanto, a partir da constatação das belas palavras dos professores sobre o seu papel principal, isto é; de serem mediadores, este livro preocupa-se com a contribuição para uma mudança de foco no ensino para o foco na aprendizagem, isto é: a preocupação do professor deve ser com aquilo que o aluno deve aprender e não com o que ele (professor/a) deve ensinar. Isso é possível quando o professor assume, de forma consciente, o seu papel de mediador do conhecimento.
Muitas vezes os professores dizem: hoje vou ensinar isso e aquilo. Tal vez a fala teria que ser: hoje o aluno vai aprender isso e aquilo. É nesse sentido que falo da necessidade de mudança do foco: do ensino para a aprendizagem.
O título deste livro, discurso e prática docente, apresenta-se no contexto no qual a sociedade requer professores capazes de responder adequadamente às necessidades educativas atuais. Consequentemente, para atender à necessidade de professores capazes de responder às exigências da sociedade atual, exige-se um olhar sobre o processo de formação docente.
Neste sentido, pergunta-se: até que ponto a formação do professor é capaz de lhe fornecer conhecimentos necessários para a sua atuação? Portanto, a temática do livro visa responder à pergunta: qual é a relação entre o discurso e a prática na atuação do professor para que seja o mediador dos conhecimentos dos seus alunos?
Para responder esta pregunta, é interessante o perfil do professor apresentado pela professora e pesquisadora Selma Pimenta (2000). Para esta autora, é preciso que haja uma articulação de saberes na atuação do professor, como os saberes específicos, pedagógicos e os saberes da experiência. Por meio destas páginas, também será possível responder a outras perguntas como: de que forma o professor exerce o seu papel de mediador do conhecimento na sala de aula? Até que ponto o plano de aula do professor e o Projeto Político Pedagógico Escolar concebem o aluno como protagonista do processo de ensino e aprendizagem? Será que persiste ainda hoje o protagonismo do professor no processo de ensino e aprendizagem?
É cada vez mais evidente que a complexidade do mundo contemporâneo e suas mudanças exigem reflexões, aprendizagens e atualização dos profissionais em todos os níveis. Isso quer dizer que a sociedade na qual o professor está inserido está em mudança constante, e a educação deve ser capaz de adaptar-se ao contexto para que seja significativa na vida dos alunos. Será que a educação está respondendo às exigências desta sociedade em constante mudança? Segundo Paulo Freire (1997), no seu livro pedagogia de autonomia, a educação verdadeira deve ser capaz de transformar o mundo. Se a educação não transforma o mundo, tampouco,