Fino sangue
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Fino sangue - Marina Colasanti
Perspectiva à noite
Na altura do quinto andar
uma traineira
vara o negro céu negro mar
saindo ao longe
por trás da quina de concreto.
Luz do mastro somente
traço invisível
estrela que cai na horizontal
com o ventre carregado de escamas.
Outras palavras
Para dizer certas coisas
são precisas
palavras outras
novas palavras
nunca ditas antes
ou nunca
antes
postas lado a lado.
São precisas
palavras que nascem com
aquilo que dizem
palavras que inventaram
seu percurso
e cantam sobre a língua.
Para dizer certas coisas
são precisas palavras
que amanhecem.
Longa viagem em 1943
Nosso carro a gasogênio
tinha especial talento
para enguiçar nas pontes.
Bombardeiros por cima
nós deitados no mato
e o negro delator
visível
evidente
quase obsceno
parado sobre o rio
gritando para o céu
aqui
aqui há quem se pode matar.
Viagem longa aquela
com meu pai ao volante
a minha mãe atrás
com seu brilhante costurado
na saia
e o meu irmão
atirando com a mão feita pistola
pam! pam!
a cada pássaro ou gente
que apontasse nos campos.
Longa viagem aquela
de metade da guerra
para a outra metade
no tempo tão pequeno
que era o meu
em que
da paz
nem me lembrava a cara.
Pela janela aberta
Se deitada de costas
dobro as pernas afastando os joelhos
e se entre as pernas
olho
vejo ao longe a montanha emoldurada
pela encosta das coxas
canyon talhado em luz
que se aprofunda
na escura sombra do púbis.
O vértice dos montes
se confunde
no cume arredondado dos joelhos
das vertentes escorre
a promessa de vales.
Pele
e floresta
submergem
no canto lamentoso
das cigarras.
Verde deserto
Na praia de Essauíra
os cameleiros
tocam as suas montadas
mar adentro.
Verdes dunas que as patas estilhaçam
espumas
e o ondear
em volutas
dos pescoços.
Atrás das trincheiras das lentes
olhares turistas
sequestram camelos pisando nas conchas.
No fundo de areia
passadas esmagam estrelas.
Inverte-se
em águas
o céu beduíno.
Essauíra, 2001
E estremecem na aragem
Agora, nos subúrbios,
mais pra lá dos subúrbios,
na terra de ninguém que