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Território desconhecido
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E-book201 páginas2 horas

Território desconhecido

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Sobre este e-book

Mary achava que sua vida já era ruim o suficiente, mas o destino conseguiu dar-lhe uma "rasteira"… a primeira de muitas. Escola, pessoas desaparecendo, aturar o seu melhor amigo, ler todos os livros que conseguisse, todos esses problemas são normais, certo? Pelo menos todos exceto pessoas desaparecendo. Tudo começou de repente, e alianças teriam que ser formadas… Infelizmente. Um livro esquisito guardava todas as respostas, mas será que eles teriam a sabedoria para solucionar as mensagens desse tal livro?

Nada disso seria possível sem a falta de sorte que a perseguia, mas mesmo com tudo, ela não esperava que sua vida mudaria tanto. Novas experiências, amizades e memórias.

"Sério, eu não aguentava mais essas correrias todas, a cada cinco minutos alguma coisa tentava me matar, cansei. Eles não tinham nada melhor para fazer? Dormir faz bem para todo mundo, é só perseguir as pessoas um dia sim, outro não. Deixa a gente descansar."
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de nov. de 2021
ISBN9786589695844
Território desconhecido

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    5/5
    Adorei , vale a pena todos entrar nessa aventura !!

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Território desconhecido - Maria Eduarda R. Madeira

01

Esta não é uma história comum

Oi, estranho, como vai?

Você provavelmente pode achar fora do comum uma história começar assim, e realmente é, mas eu gosto de fazer uma entrada especial.

Bom, acho que é hora de nos conhecermos. Meu nome é Mary, tenho 16 anos e tenho uma vida no mínimo curiosa. Moro em uma cidade minúscula, onde todos se conhecem, mas se odeiam (clássico). Não vou falar a cidade e nem o sobrenome dos meus amigos, vai que você é psicopata, ou alguma coisa assim.

Sou bem desprovida de altura, meço um metro e sessenta e cinco, meu cabelo é castanho-claro e meus olhos vão de verde a castanho-claro ao decorrer do dia. Estou no penúltimo ano do Ensino Médio e sou uma garota normal, passo minhas manhãs dentro de uma sala com trinta desajustados que se tornaram meus amigos, não sei ao certo se eles partilham do mesmo sentimento. Passo as minhas tardes estudando, escutando músicas (confesso que ainda não superei as bandas que se separaram, quero dizer, estão em uma pausa) e conversando com meu melhor amigo, que se chama Harry.

Harry é meu amigo desde sempre, ele mora na rua de cima da minha casa. Devo a ele meu vício em livros e séries de aventura e fantasia. Minha mãe deve confiar mais nele do que em mim (eu acho isso uma tremenda audácia). Por falar na minha mãe, vou te apresentar minha família.

Minha família é composta por cinco membros (sete se você considerar os nossos bichinhos, é claro que eu considero), sendo: meu pai, minha mãe, minhas duas irmãs e eu (a luz da casa, o que seria deles sem a minha presença?! Nada). Os outros dois membros são uma gatinha e uma cachorrinha, elas são um amor. Uma fofura.

Agora que eu já apresentei a minha família, você pode estar pensando: "Mas você não tinha escrito linhas acima que sua vida era no mínimo curiosa?". Calma, eu vou chegar lá. Sim, minha vida costumava ser uma vida normal de uma jovem que claramente não era popular e que sofria com a escola como todo adolescente, mas um dia tudo mudou (menos a parte de sofrer com a escola, isso nunca vai mudar).

02

Exatas

Era um dia frio, tudo que eu queria era estar em casa, mas eu era obrigada a estar na escola na aula de Matemática. Era mais uma aula insuportável e tudo que me motivava era a ideia de que o Ensino Médio estava acabando. Nós (eu, o Harry e meus outros amigos) estávamos sentados no que chamamos carinhosamente de fundão, na última fileira da classe. O fundão era confortável e bem longe da dificuldade da matemática. Sério, quem é capaz de gostar daquilo? Quando achei que ia desmaiar de tédio, Harry me chamou:

— Mary, você viu os livros que chegaram na biblioteca?

— Não, eu deveria?

— É claro que sim, né?! Nem parece que você gosta de ler.

— Eu gosto, mas depende do tipo, e fora que estamos em mês de prova, esqueceu? E ainda temos que ir bem, para todo mundo poder viajar.

Essa viagem que mencionei é um acampamento, que estávamos planejando. Todos os meus amigos combinaram de ir. Aproveitamos que a escola deu uma semana de saco cheio para os alunos, ou seja, uma semana inteira sem aula, quase como férias.

— Como eu esqueceria? Mas é fantasia e mitologia. Vou ter que ir lá no intervalo, quer ir também?

— Vou pensar no seu caso, porque você sabe o quanto estamos ferrados na prova de Física, que no caso é amanhã. Falando nisso, você já estudou?

— É claro que não, vou na fé amanhã.

É isso mesmo, o Harry ia bem nas provas sem estudar, e isso me irritava profundamente. Ele já me salvou em várias provas. Acho que ainda não te contei, mas amo ler, me ajuda a sair da realidade, principalmente mitologia e fantasia, e isso só me deixa triste, pois minha realidade nunca vai ser tão boa igual às dos livros. Devo isso aos meus pais, que sempre compraram livros para mim, mesmo com minhas irmãs me zoando por isso.

Depois de toda essa reflexão, sobre estudar depois e pegar uns livros, ou estudar o dia todo, o sinal tocou, e é óbvio que eu escolhi a primeira opção. Nossa próxima aula era Química, para minha alegria, mais uma aula de exatas insuportável. Fui com a força do ódio até a sala, e vi que a propriedade minha e dos meus amigos tinha sido apropriada e virado um ninho de cobra.

— Não, eles não fizeram isso — eu disse, sem acreditar. — Não acredito na audácia deles, todo mundo sabe que o fundão é nosso.

Você não deve estar entendendo nada, eles são Anna e Tyler, são irmãos e insuportavelmente irritantes. Eu até seria amiga deles, pois temos os mesmos gostos, mas eles são uma vergonha para nossa comunidade de fãs. Ela está exagerando. Sai, Harry, quem está escrevendo sou eu. Não acredite em nenhuma palavra dele.

Nos sentamos nas primeiras carteiras, um tapa doeria menos. Assim que nos acomodamos (foque nas aspas), a professora chegou e nos disse:

— Que bom que vocês decidiram se sentar na frente hoje, fico feliz que vocês estão sempre querendo aprender mais.

— Sim, nós sempre queremos aprender mais, principalmente sobre química — disse Harry na tentativa de disfarçar.

A professora pareceu acreditar. Fizemos a melhor atuação de alunos dedicados que pudemos enquanto ela ainda estava olhando e esperando todos entrarem na sala.

— Harry? Essa foi sua melhor desculpa? Porque aquilo foi muito ruim.

— Pelo menos eu falei alguma coisa, você poderia ter ajudado! Será que ela sabe que a gente odeia a aula dela?

— Espero que sim, porque nunca mais vou me sentar aqui.

Harry concordou com a cabeça, e tivemos que fazer nosso melhor papel de alunos dedicados e com vontade de aprender. Os próximos minutos foram uma tortura, eu sentia falta do meu lugar no fundo da sala, bem longe da professora.

Contra a minha vontade, copiei toda a matéria e até entendi o que estava sendo passado. Até que química não era tão ruim, ainda era melhor do que matemática, e disso eu tinha certeza.

A professora passou alguns exercícios, e por incrível que pareça, consegui fazer todos. Enquanto esperava os outros terminarem, fiquei observando a sala, que era bem sem graça, a parede da esquerda era cheia de janelas, sem nada muito especial. A da direita e a do fundo eram cheias de fórmulas estruturais de substâncias químicas. Como eu disse, bem sem graça.

Quando eu menos esperava, o sinal tocou novamente e já estava na hora do intervalo. Na minha opinião, os melhores minutos de um dia na escola. São alguns minutos de paz, sem contas, redações, nomes difíceis para decorar. Como eu disse, paz.

— E aí, descobriu se vai na biblioteca? — perguntou Harry.

— O que você acha? É claro que sim.

Quando estávamos indo para a biblioteca, encontramos várias pessoas, vou te apresentar elas: Anna e Tyler, você já os conhece, são insuportáveis, ricos e chatos; já disse que eles são insuportáveis? A próxima é a Lydia: é legal, somos amigas, mas não muito próximas. O professor de Biologia: é um dos melhores professores, mesmo odiando biologia, amo a aula dele. E esse foi o episódio de hoje de conhecendo os sobreviventes do Ensino Médio, talvez eu conte mais sobre eles, mas não prometo.

03

Harry tem uns parafusos soltos

Finalmente chegamos à biblioteca, um refúgio com cheiro de papel guardado que eu amava. Era lotada de prateleiras de madeira, com centenas de livros dos mais variados assuntos, desde a deprimente matemática até os incríveis e maravilhosos livros de aventura, fantasia e mitologia. Perto do teto, havia uma janela, que deixava o lugar bem claro. Mais para baixo, tinha um aparelho de ar condicionado de parede, que fazia mais barulho do que funcionava. No meio do ambiente, havia seis mesas retangulares beges (todas manchadas de caneta, um horror), um sofá amarelo e uma mesinha de centro azul (sim, nada discreto e nada combinando).

A bibliotecária já deve ter enjoado da cara do Harry e da minha, nós sempre vamos lá quando dá tempo, ela até nos deixa ficar mais tempo com os livros (não que isso seja necessário, porque, pelo menos eu, leio bem rápido, devo isso ao fato de procrastinar minhas obrigações para ler, só não conta isso para minha mãe, está bem?).

Fomos diretamente para a seção de mitologia e fantasia, que era bem no fundo da biblioteca. Eu já tinha lido grande parte daqueles livros, mas nunca me cansava de ir lá, porque era onde se encontravam milhões de mundos e lugares diferentes, com os quais eu sempre me encantava, ou ficava terrivelmente aterrorizada, mas é claro que eu não conto isso para ninguém, não vou perder minha postura de corajosa. As imensas prateleiras contavam com as mais diferentes capas coloridas e com títulos misteriosos.

Em um potinho no canto esquerdo, ficavam dezenas de marcadores de páginas, alguns tinham até penas sintéticas. A maioria deles era doada pelos próprios alunos, com estampas que ilustram alguns livros. Muitos sempre permaneceram intactos; quando algum deles estraga, nós arrumamos, pois são bens de uso coletivo, nada que um pouco de fita adesiva não conserte. Costumamos fazer uma reunião todos os meses com a finalidade de mantermos os livros e marcadores no melhor estado possível.

Para a nossa surpresa, as prateleiras não estavam nem um pouco cheias — devo mencionar que o lugar nunca teve centenas de livros desse gênero, mas estava literalmente quase vazia.

— Você não tinha falado que livros tinham chegado? — perguntei para Harry. — Livros, no plural!

— Sim, eu não faço ideia do que pode ter acontecido, ontem mesmo eu vi várias caixas de livros novos.

— Parece que só sobrou esse aqui — eu disse, mostrando um livro na prateleira.

— Um já é melhor do que nada! — Harry pegou o livro. — Só não entendi o título, O livro.

— É isso que eu chamo de falta de criatividade, quem dá o nome de um livro de O livro?

— Também não tem sinopse, isso é bem estranho. Vai querer?

— Vou, só por curiosidade. Depois que eu ler, te empresto.

Fomos até a entrada da biblioteca para registrar a retirada do livro. O lugar consistia em um balcão relativamente grande, um computador bem antigo e todos os livros devolvidos que ainda não tinham voltado para as prateleiras.

— Harry e Mary, sempre vocês estão aqui — disse ela rindo.

— Não posso evitar! — respondi rindo. — Não sei o que

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