Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Além do Rosa e do Azul: Recortes Terapêuticos sobre Homosexualidade à luz da Doutrina Espírita
Além do Rosa e do Azul: Recortes Terapêuticos sobre Homosexualidade à luz da Doutrina Espírita
Além do Rosa e do Azul: Recortes Terapêuticos sobre Homosexualidade à luz da Doutrina Espírita
E-book193 páginas2 horas

Além do Rosa e do Azul: Recortes Terapêuticos sobre Homosexualidade à luz da Doutrina Espírita

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

À medida que o homem se desenvolve, intelectualmente, vai desvendando e compreendendo as leis divinas que regem a vida dos seres humanos, e vai sendo obrigado a modificar os diversos conceitos que foram criados para dar sentido à sua vida e às normas estabelecidas para garantir sua sobrevivência, por reconhecer que tais regras ou normas são injustas e incapazes de promover a felicidade da maioria.No campo da sexualidade, os padrões de normalidade estabelecidos para o homem e para a mulher a partir das diferenças biológicas e do caráter reprodutor que lhe é inerente, já não são parâmetros capazes de criar normas que garantam, a todos os seres, as condições básicas para que eles se desenvolvam com segurança e de forma harmônica. Hoje, o conceito de masculinidade e feminilidade está “além do rosa e do azul” para o homem e para a mulher, respectivamente...Assim, a partir do conhecimento científico atual e do conhecimento espírita, vamos compreender que todos nós, heterossexuais, homossexuais e bissexuais somos filhos de um mesmo Pai, e que essa diversidade sexual deve ser respeitada, inclusive através de leis que garantam direitos e deveres iguais para todos e promovam uma convivência pacífica e produtiva entre todos os membros de nossa sociedade.
IdiomaPortuguês
EditoraCELD
Data de lançamento10 de mar. de 2023
ISBN9788572975490
Além do Rosa e do Azul: Recortes Terapêuticos sobre Homosexualidade à luz da Doutrina Espírita
Autor

Gibson Bastos Silva

Natural da cidade de Maceió, Alagoas, Gibson Bastos Silva é formado em Psicologia pela UERJ. É casado e tem duas filhas. Iniciou suas atividades na seara espírita aos 21 anos, em 1982, no Centro Espírita Léon Denis.Estudioso e trabalhador da Doutrina Espírita, desde o início, dedicou-se, ao trabalho de evangelização infanto-juvenil, sendo, inclusive, coordenador da Mocidade Espírita André Luiz, do CELD, por mais de quinze anos. Nos últimos dez anos realiza o atendi-mento fraterno de crianças e jovens que frequentam a evangelização na Instituição. Em 2005, idealizou o trabalho de apoio ao grupo da terceira idade, junto com outros com-panheiros, criando o grupo Vitalidade — Núcleo de Valorização da Melhor Idade, sendo hoje um dos seus coordenadores.No campo mediúnico, trabalha como médium de cura e atua como diretor e doutrinador num dos grupos de trabalhos de desobsessão.No campo da divulgação doutrinária, atua como instrutor em diversos cursos oferecidos pela Instituição.

Relacionado a Além do Rosa e do Azul

Ebooks relacionados

Filosofia e Teoria da Educação para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Além do Rosa e do Azul

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Além do Rosa e do Azul - Gibson Bastos Silva

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, por ter me permitido vivenciar todas as experiências que me proporcionaram a segurança para aceitar o desafio de escrever este livro.

    Aos amigos espirituais que, bondosamente, me envolveram e inspiraram a respeito das obras a serem consultadas; que agiram sobre a minha mente, para que eu pudesse relembrar as narrativas que atuaram sobre meu coração, a fim de que não me esquecesse de que só a palavra inspirada no amor de Deus tem o poder de construir.

    A todos os companheiros de caminhada que, além de me permitirem compartilhar de suas histórias de vida, promovendo meu crescimento pessoal e profissional, possibilitaram que outras pessoas pudessem aprender também.

    À minha esposa, Regina, e às minhas filhas, Nathália e Lisiane, que, pacientemente, souberam suportar a ausência de minha companhia, em função do tempo que necessitei dispensar para a elaboração desta obra.

    Ao CELD, na pessoa do seu saudoso Presidente e de todos os companheiros de trabalho, encarnados e desencarnados, por ter se constituído em uma ajuda indispensável para meu desenvolvimento pessoal e meu engajamento no trabalho do bem.

    Aos amigos, que a meu pedido, leram os textos originais com a tarefa de verificar se eu não tinha, de alguma forma, mesmo que inconscientemente, usado algum termo que viesse a estimular o preconceito para com os homossexuais e/ou afirmado algo, que não fosse de encontro aos princípios básicos da Doutrina Espírita.

    Ao companheiro de seara espírita, Cezar Braga Said, por ter aceitado, gentilmente, o convite para fazer o prefácio deste livro.

    Que Jesus abençoe e ilumine a todos.

    O autor.

    PREFÁCIO

    Este livro nos desacomoda, nos desassossega. Ele exige que paremos, façamos consultas, ponderemos, ouçamos outras pessoas, concordando ou não com as colocações que aqui se encontram. É o resultado não apenas de leituras e pesquisas em torno de um tema extremamente delicado, tratado como tabu no meio espírita. É também produto das inúmeras experiências do autor, que atende às pessoas para orientação homossexual e seus familiares, além das reflexões feitas a partir de diálogos estabelecidos com amigos ou não que cruzaram o seu caminho.

    Escrito de maneira didática e acessível, ilustrado com exemplos, contestando, de forma crítica, visões retrógradas, inclusive às que ainda existem no meio espírita no tocante à aceitação e ao convívio fraterno com irmãos, que tenham uma orientação e/ou comportamento dessa natureza.

    O autor tem o cuidado de apresentar dados atuais, para isso recorre a fontes não espíritas, e ele não se mantém em cima do muro, ao contrário, se posiciona, com base nos ensinamentos doutrinários, citando tanto passagens da codificação quanto trechos retirados das obras dos Espíritos André Luiz, Joanna de Ângelis e outros, de modo a fundamentar seu olhar.

    Embora admita e se remeta às causas (múltiplas) da homossexualidade, o autor, a meu ver, procura analisá-las focando, principalmente, os seus desdobramentos na vida social. Demonstrando como este conceito foi construído historicamente e o quanto nossa visão sobre o sexo ainda está repleta de atavismos e estereótipos, evidenciando sentimentos de culpa e noções de pecado, ainda muito presentes em nossa individualidade.

    O autor, pelo que se depreende do seu belo trabalho, não pretende estimular ninguém a viver a sua homossexualidade, bissexualidade ou heterossexualidade. Deseja apontar caminhos para uma vida de relação mais saudável, mais feliz, seja qual for a orientação sexual que cada um identifique em si. Apresenta o seu olhar contribuindo para o estudo e o debate. E este não é o único, nem tão-pouco o definitivo, mas sem dúvida consegue dar uma contribuição valiosa para que repensemos a forma como lidamos com estas questões em âmbito familiar, doutrinário e social.

    Que o seu corajoso livro nos faça pensar e nos ajude a mudar naquilo que for necessário.

    Cezar Braga Said,

    Psicólogo e Pedagogo.

    INTRODUÇÃO

    SOMOS ESPÍRITOS EM EVOLUÇÃO

    (...) essa humanidade somos nós mesmos, são os mesmos seres que, depois de certo tempo de descanso no Espaço, voltam, de século a século, até que estejam preparados para uma sociedade melhor, para um mundo mais belo. (Léon Denis. O Problema do Ser, do Destino e da Dor. Cap. XV.)

    Tanto no meu dia a dia como profissional quanto nas atividades desempenhadas na casa espírita, tenho acompanhado o drama das pessoas que se veem obrigadas a lidar com a ho­mossexualidade, quer como possuidoras dessa orientação se­xual, quer como componentes de um grupo, no qual o homossexual esteja inserido. Pessoalmente, nunca encontrei um homossexual nem um ente querido que, no primeiro contato com essa realidade, não tenha desejado que tal situação não estivesse sendo vivida por ele ou não se perguntasse o porquê da existência dessa orientação em si ou no seu ente querido. Isso porque, por mais que se diga que a vida sexual de uma pessoa é algo para ser vivida entre quatro paredes, na verdade, cada sociedade cria suas regras com o objetivo de estabelecer padrões para o comportamento sexual humano e algumas regras são estabelecidas a partir das diferenças entre os sexos, criando-se expectativas a respeito da imagem do que é ser homem e ser mulher, não se aceitando construções singulares.

    Tudo o que foge ao padrão estabelecido é considerado anormal. Na maioria das sociedades, conceitua-se como normal, os seres humanos sentirem atração sexual por um ser do sexo oposto ao seu, heterossexualidade. Como os direitos e os deveres, dentro de uma sociedade, sempre foram e são estabelecidos pelos mais fortes e pela maioria, as pessoas que sentem atração sexual por pessoas do mesmo sexo, os homossexuais, e as pessoas que sentem atração pelos dois sexos, os bissexuais, por serem minoria, sempre tiveram que lutar contra todos os preconceitos criados a partir das teorias existentes sobre a sexualidade humana, que consideram como expressão natural da sexualidade apenas o que contribua para a preservação da espécie.

    À luz da Doutrina Espírita, e dos conhecimentos científicos atuais, analisamos algumas questões relacionadas à homossexualidade. O ponto de partida são histórias, apresentando esse assunto como tema central, que me foram contadas por pessoas que me procuraram em busca de uma explicação que as ajudasse a entender as situações que estavam vivenciando ou vivenciaram.

    A partir dessas histórias, iremos perceber que, embora os estudos científicos atuais revelem que a sexualidade humana é complexa demais para reduzi-la a uma simples questão de gostar ou não gostar, optar ou não optar por viver dentro de padrões aceitos como normais pela maioria, e que a heterossexualidade, a homossexualidade e a bissexualidade se constituem em expressões normais da sexualidade humana, a maioria das pessoas se sente insegura frente a essa conceituação; e por não conseguirem entender que existe uma diferença entre orientação sexual e comportamento sexual, elas criam uma ideia deturpada sobre a homossexualidade, tomando como referência comportamentos sexuais estereotipados, que alguns homossexuais apresentam, para mostrar que são diferentes dos heterossexuais.

    Através do conhecimento espírita, compreendemos que o impulso sexual é, acima de tudo, um impulso criador, inerente ao ser espiritual. E nós, seres humanos, como espíritos em evolução, pouco a pouco, através de nossas inúmeras reencarnações, vamos aprendendo que essa energia criadora, não tem como canal de exteriorização apenas os órgãos genitais; que as orientações sexuais (heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade) são expressões da sexualidade que se manifestam nos espíritos encarnados, em função de mecanismos reencarnatórios que a lei divina coloca à disposição dos espíritos errantes, para que estes cheguem à perfeição.

    Embora os padrões de masculinidade e feminilidade impostos ao homem e à mulher, respectivamente, e que influenciam na construção das identidades de gênero e sexual dos dois sexos, sejam, por muitos, considerados como universais; as Ciências, que estudam a sexualidade humana, e também a Doutrina Espírita esclarecem que esses padrões são construções humanas e, por isso mesmo, não são iguais para todos os grupos e são passíveis de transformação, pois o homem evolui. A imposição desses modelos, aos seres dos dois sexos, provoca conflitos e sofrimentos naqueles que não conseguem aderi-los. Os conflitos por não adesão ao papel sexual provocam dificuldades na convivência social, pois aquele que não se adapta aos padrões impostos são considerados anormais e são tratados com preconceito pela maioria das pessoas.

    É fato comprovado que, diante do desconhecido e do imprevisível, é comum ao homem sentir medo e, para se sentir seguro, procura criar hipóteses que o ajudem a lidar com o que julga ameaçador. A homossexualidade, por se constituir numa relação entre seres do mesmo sexo, é apontada, pela maioria das religiões, principalmente as de origem judaico-cristã, como uma ameaça à perpetuação da espécie, por não contribuir para a reprodução humana, desobedecendo à lei divina: Crescei-vos e multiplicai-vos. Por mais que se fale na existência de um estado laico, na verdade o pensamento religioso sempre esteve presente, intermediando as leis que regem a sociedade. Por isso, as discussões das questões que envolvem a homossexualidade, tais como reconhecimento dela como uma orientação normal e a igualdade de direitos e deveres que possuem os heterossexuais, são feitas a partir do risco que isso implicaria na propagação da espécie. Por não atenderem a esse objetivo, a homossexualidade e também a bissexualidade foram vistas como anormalidades, algo demoníaco, portanto, algo proibido e passível de punição. Tanto para os homossexuais quanto para os bissexuais têm sido recusados alguns direitos básicos, concedidos aos heterossexuais. Julgamos até compreensível esse pensamento, num certo período da história da Humanidade, quando a sexualidade era vista apenas como um mecanismo de reprodução, mas hoje ela precisa ser discutida levando-se em consideração que, através de seu exercício saudável, podemos encontrar motivos para desenvolver o companheirismo, a solidariedade e o amor, conquistas indispensáveis para a sobrevivência humana.

    A homossexualidade é uma realidade presente em todos os tempos e em todas as civilizações e a cada dia torna-se mais evidente. Talvez porque, até hoje, a Ciência não tenha uma palavra final sobre a sua etiologia, apenas consiga apontar alguns fatores que interferem nessa diferenciação. É visível a angustiosa relação, que a maioria dos homossexuais ainda têm para com a própria orientação sexual, em função de terem ou não que se enquadrar dentro dos padrões estereotipados, de se sentirem ou não amados por seus entes queridos e por Deus, e pelos preconceitos sofridos. De outro lado, grande parte dos heterossexuais ainda temem a homossexualidade. Alguns adotam, inclusive, comportamentos ofensivos e agressivos, manifestação da homofobia, para com esses membros da sociedade da qual fazem parte, se complicando muitas vezes perante a lei dos homens. Mas, principalmente, perante a lei de Deus que determina que: Não façamos aos outros aquilo que não gostaríamos que nos fizessem.

    Ainda existem muitas pessoas que se recusam a aceitar a homossexualidade e a bissexualidade como expressões normais da sexualidade humana. Por acreditarem que sejam desvios da heterossexualidade, criam e divulgam propostas de cura para esses casos. Estas propostas, porém, só fazem aumentar o sofrimento daqueles que a elas se submetem, levando muitos à depressão e ao suicídio. A maioria delas são sustentadas por instituições religiosas, que consideram que a homossexualidade é contrária à vontade de Deus.

    No que se refere à visão que as religiões têm para com a homossexualidade e a bissexualidade, a maior parte delas é preconceituosa. No capítulo Deus e a Homossexualidade, mostramos que não existe base científica, religiosa nem doutrinária para se dizer que Deus não ama a homossexualidade ou que odeia os homossexuais. Existem autores e expositores espíritas que, ao abordarem a questão Espiritismo e Homossexualidade o fazem de forma preconceituosa, usando para isso argumentos já ultrapassados pela Ciência e distantes dos ensinamentos deixados pelos espíritos superiores. No capítulo Os Espíritos e a Homossexualidade, fica um alerta para não esquecermos de analisar as mensagens ditadas pelos espíritos à luz da razão, como nos recomendou o Mestre Allan Kardec, pois a morte não nos livra dos preconceitos e os médiuns podem interferir na comunicação mediúnica. No capítulo Os Centros Espíritas e os Homossexuais, deixamos claro que os dirigentes e membros de centros espíritas que discriminam e impedem homossexuais e bissexuais de entrar e trabalhar nos mesmos, apenas por eles possuírem trejeitos característicos do sexo oposto, ou por não conseguirem viver em castidade absoluta, estão ferindo a lei de fraternidade ensinada por Jesus.

    No capítulo Saindo do Armário, chamamos a atenção para alguns cuidados que aquele que quer assumir sua homossexualidade precisa ter para que possa evitar situações que, além de não o ajudarem a encontrar a felicidade tão desejada, ainda dificultam sua convivência junto à família e à sociedade.

    No capítulo Movimento Organizado Gay, poderemos ver que esse movimento promoveu uma visibilidade maior das necessidades dos homossexuais, revelando que existem relacionamentos homossexuais estáveis, baseados no respeito e na igualdade de direitos. Essa relação existe de fato, mas precisa ser reconhecida legalmente para assegurar aos casais homossexuais os mesmos direitos que os casais heterossexuais possuem. É aí que entram em discussão as questões como o casamento e a parceria civil, já aprovados em alguns países, mas uma conquista ainda distante dos homossexuais brasileiros. Outra realidade revelada pelo movimento gay é que os casais homossexuais sentem necessidade de ter uma família completa: casal e filhos. E a exemplo dos heterossexuais que não podem ter filhos, veem na adoção de crianças uma oportunidade para satisfazer essa necessidade. A adoção por gay

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1