Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Aquária
Aquária
Aquária
E-book288 páginas3 horas

Aquária

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Efeito Estufa. A Terra vinha sofrendo com ele à vários anos e mesmo com as pistas que o planeta vinha dando de que isso traria prejuízos no futuro, a população mundial simplesmente fechou os olhos e ouvidos para o problema, que com o tempo só foi se agravando mais e mais. Finalmente chega um ponto em que a Terra não aguenta mais e o planeta cobra o seu preço. A humanidade agora teria que escolher entre sobreviver ou mudar os seus hábitos de vida. Felizmente, eles escolhem aprender com seus erros e junto com todos os governantes mundiais, passam a pensar em uma forma de viverem sem agredir o meio ambiente. Nasce então o projeto Aquária, que tem como objetivo manter o restante da população mundial longe dos perigos da superfície, protegidos embaixo de enormes cúpulas e com uma tecnologia avançada e principalmente ecologicamente correta, capaz de proteger os humanos e de comportar enormes cidades. Porém, conforme os governantes da nova civilização iam mudando, as ideias também mudavam, até que o poder chega nas mãos de Renan Jones que tem uma ideia diferente dos primeiros líderes de Aquária. Levado por uma ideia errada de sobrevivência e adaptação, Renan fica determinado a alcançar seus objetivos egoístas, mesmo que para isso uma civilização inteira seja extinta, e com isso, a humanidade também sofra pelos erros dele. Entretanto, em uma de suas expedições, Kai começa a notar que nem tudo que é anunciado pelo novo governante está acontecendo de fato e começa a suspeitar de que algo está errado. Conseguirá ele provar sua teoria e evitar Luna e seu povo sejam mortos? E quanto a verdade sobre seu passado? Quais os mistérios envolvidos por trás da morte de sua mãe e de seu nascimento?.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de abr. de 2022
ISBN9781526008299
Aquária

Relacionado a Aquária

Ebooks relacionados

Fantasia para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Aquária

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Aquária - Weslley M. Freitas

    cover.jpg

    Prólogo

    A Terra já não era o melhor planeta para se viver no Universo. A várias décadas atrás, devido ao frequente aumento do Efeito Estufa, os polos começaram a derreter em um ritmo muito acelerado. Não havia muito tempo para tomar uma atitude.

    Várias organizações mundiais passaram a buscar meios de interromper o processo, mas a população humana, em sua grande maioria, simplesmente parecia não se dar conta do que estava acontecendo, ou, apenas não ligavam para isso.

    As mesmas organizações, dentre elas o Greenpeace, começaram a criar a cada dia novas campanhas de conscientização. Aulas e palestras foram dadas em praças públicas e até mesmo em rede internacional, contando com o apoio de vários famosos da época e com tradução simultânea para todos os idiomas do mundo, mas nem assim a população quis dar o devido crédito ao que era noticiado. Para a grande maioria, tudo não passava de mais uma daquelas campanhas ambientalistas que quase ninguém liga, por mais importante que pudessem parecer.

    Os anos foram se passando até que o caos começou a se instalar pelo globo. Ondas gigantescas começaram a surgir quase todos os dias, destruindo a costa de várias áreas litorâneas. Terremotos, tempestades elétricas e cada dia mais tufões arrasavam as cidades. Até mesmo cidades do interior do Nordeste brasileiro começaram a sofrer com surgimentos regulares dos tufões e fortes chuvas de granizo. Foi então que a população mundial acordou, mas já era tarde demais, muito tarde!

    As geleiras já estavam em um estado irreversível de derretimento. Onde antes elas eram comuns e reinavam absolutas, agora só se via um enorme deserto se formando.

    A camada de ozônio nunca esteve tão debilitada e os raios prejudiciais do Sol entravam quase que livremente na atmosfera terrestre, impossibilitando as pessoas de se locomoverem pelas ruas durante o dia com segurança.

    O número de pessoas com câncer começou a crescer em uma escala exorbitante, mais isso ainda era só o começo. As coisas ainda iam piorar, e muito.

    Os anos foram se passando. Ano após ano e o clima só piorava e muito mais pessoas morriam por desidratação, câncer, fome ou mesmo afogadas nas enormes enchentes. Nascentes inteiras começavam a secar e ao mesmo tempo lugares onde tinham clima seco passaram a ter um clima totalmente oposto, com chuvas torrenciais várias vezes por dia. O clima tinha enlouquecido em todo o planeta.

    Locais desertos, agora tinham porções inundadas ou gélidas, alterando completamente a fauna e a flora e levando várias espécies a uma extinção em massa por não conseguirem se adaptar à mudança drástica do clima.

    As geleiras chegaram próximas de sua extinção completa, os tsunamis em todo o mundo começaram a ficar cada vez mais frequente e mais arrasadores, cidades costeiras começaram a desaparecer por completo do mapa. A cada ano os continentes diminuíam o seu tamanho, sendo invadidos pelas águas.

    Arquipélagos como Fernando de Noronha tiveram grande parte de suas ilhas submersas, ficando na superfície apenas as mais altas e mesmo assim com grande parte delas embaixo d'água.

    Como se já não bastasse o enorme volume de água despejado nos oceanos pelo derretimento das geleiras, causando a alteração da temperatura dos oceanos e mudando as correntes marinhas, ainda haviam as fortes chuvas que caiam durante quase todos os dias. Não apenas chuvas tropicais, repentinas e rápidas, mas chuvas longas e com enorme volume de água. Era como se o próprio planeta quisesse submergir no oceano, como se ele mesmo quisesse matar toda a população humana afogada, punindo-a por todos os anos de maus tratos a ele - ou simplesmente como se ele quisesse resfriar a alta temperatura em sua superfície.

    ~*~

    Os governos do mundo resolveram se unir para buscar uma solução urgente. O planeta estava revidando todos os anos de agressão, mas a humanidade ainda não estava pronta para desistir, ainda poderiam lutar, ainda havia uma última esperança, mas para isso, todos precisariam mudar seus hábitos e aprender a cuidar do planeta.

    Foi então que surgiu o Projeto Aquária. Uma rede de cúpulas submersas espalhadas pelos oceanos do mundo todo com o objetivo de abrigar a maior quantidade de pessoas possíveis - as poucas que haviam sobrevivido durante todos esses períodos de destruição e morte.

    Cada cúpula seria uma cidade, seguindo padrões de tamanhos diferentes para cada situação.

    As cúpulas seriam divididas da seguinte forma:

    > Cúpula Média com capacidade para 300 mil habitantes em cada uma;

    > Cúpula Grande com capacidade para 500 mil habitantes;

    > Cúpula Metropolitana com capacidade para 1 milhão de pessoas;

    > Cúpula Engenho-Científica para finalidades tecnológicas e para criação de novas tecnologias e melhoramento de recursos utilizados nas cúpulas em geral.

    > Cúpula Rural, com finalidade exclusiva para criação, cultivo e preservação dos poucos animais e plantas terrestres que conseguiram sobreviver às enchentes.

    > E por fim, a Cúpula Mestre, considerada a mais importante delas, que era onde o Chefe Supremo iria morar, o principal governante de Aquária. Como um presidente, mas ele tinha como país todas as cúpulas de Aquária.

    Cada uma dessas cúpulas abrigaria um determinado grupo de indivíduos. As duas primeiras eram as mais comuns e foram construídas em maior quantidade e espalhadas por todos os oceanos ao redor do mundo.

    Quanto às cúpulas metropolitanas, só existiam 3 delas, uma para cada oceano principal. Uma no centro do Oceano Atlântico, uma no Oceano Pacífico e outra no Oceano Índico.

    Já as cúpulas Engenho Científicas só existiam duas, uma em cada um dos polos; uma era repleta de engenheiros de todas as áreas, e na outra ficavam os cientistas, também de todas as áreas e ambas se comunicavam entre si, trocando informações para o melhoramento do trabalho de cada um.

    Como as pessoas que trabalhavam lá passavam de semanas cuidado de seus afazeres, essas cúpulas continham pequenas habitações para os trabalhadores para que assim eles não tivessem que retornar para suas cidades a toda hora, já que alguns moravam a milhares de quilômetros de distância.

    Por último tinha a Cúpula Mestre. Essa continha um tamanho exclusivo: Nem muito grande, nem muito pequeno. Além de um designe bem diferenciado.

    Era nela que o Supremo Chefe de Aquária viveria juntamente com seus conselheiros e todo o exército aquariano. A cúpula era cercada por diversas outras cúpulas menores onde os soldados moravam, formando uma espécie de barreira ao redor da cúpula principal, todas interligadas por pequenos tubos de vidro adaptados. Além disso, a Cúpula Mestre continha uma segurança muito maior que as demais.

    Cada uma das cúpulas de Aquária contava com um sistema de filtro de água e oxigênio, além de um filtro ultravioleta que protegia todos os habitantes dos fortes raios solares que ainda penetravam na água. O filtro de água era tão potente e eficiente que conseguia levar água potável da melhor qualidade para todos os seus habitantes, além de um sistema de ar impecável que permitia que seus moradores conseguissem respirar tranquilamente e sem se preocupar com gases tóxicos contidos na superfície - decorridos das frequentes explosões de usinas nucleares ao redor do mundo que poluíram o ar na sua grande maioria.

    Além disso, cada uma das cúpulas era formada por dois metros de vidro blindado, revestido por um campo de força quase invisível que ficava bem próximo do vidro, dando proteção, mas sem impedir a bela visão subaquática ao redor.

    Para evitar o calor arrasador dos raios do sol, a maioria das cúpulas ficava numa profundidade considerável, não ultrapassando os mil metros de profundidade, mas também próximas da superfície o suficiente apenas para receberem a luz do sol necessária para que as plantas pudessem continuar seus processos de fotossíntese sem a utilização de lâmpadas artificiais, o que não era o caso das cúpulas maiores, que devido a sua necessidade de comportar grandes prédios, precisavam ficar à uma profundidade bem maior que as cúpulas menores. Contudo, as cúpulas agrícolas eram as mais próximas da superfície, não ultrapassando a profundidade da zona fótica, que era em torno de uns 100 metros, pois essa era a profundidade máxima para que a fotossíntese das plantas pudessem acontecer de forma mais fácil embaixo d'água.

    Aquária também continham um sistema de iluminação artificial que se acendia sempre que escurecia, levando luz para cada uma das cúpulas. Esse sistema funcionava 24 horas por dia nas cúpulas mais profundas, pois a luz do sol não alcançava todo o seu interior, devido a maior profundidade que a base de algumas delas estavam.

    Toda essa tecnologia iria precisar de uma boa fonte de energia, e para evitar que um problema antigo se repetisse, toda a energia utilizada pelas cúpulas de Aquária seria limpa, ou seja, eles utilizavam a energia das marés, a energia solar e a energia eólica.

    Para essa última, foi preciso construir turbinas adaptadas para o atual clima da Terra. Elas ficavam acima das cúpulas e eram revestidas de um metal muito resistente que não enferrujava e em suas bases continham enormes boias e quebradores de ondas, além de também serem envoltas em um campo de força e fortes colunas que se estendiam até o chão submarino e impossibilitavam seu deslocamento e ainda conseguiam o aproveitamento máximo da força dos ventos.

    Além das torres, enormes estruturas com placas solares também ficavam flutuando acima das cúpulas, posicionadas estrategicamente para aproveitar bem a luz do sol sem impedir que a mesma alcançasse as cúpulas abaixo da superfície. Essas estruturas utilizavam uma tecnologia que imitava os girassóis e iam se movimentando conforme o sol fazia o mesmo, aproveitando também toda a energia solar que era possível durante o dia.

    Já as torres eólicas, elas eram de metal por um único motivo: aproveitar também a energia mandada pelos raios - que eram bem comum devido à enorme ocorrência de fortes tempestades. Assim que os raios as atingiam, a energia era absorvida e direcionada. Essa energia era distribuída por toda a cúpula sobre a qual as torres estava e o excesso era armazenado, garantindo sempre energia limpa para a população aquariana sem poluir o meio ambiente e sem a necessidade de utilização de combustíveis fósseis, pois essas energias também eram utilizadas nos transportes aquarianos.

    Esses transportes tinham sido criados especialmente para o ambiente aquático, mas também permitia a locomoção pelo ambiente seco dentro das cúpulas.

    Os criadores do projeto chamaram os veículos de Aquamóveis. Uma mistura de carro voador e submarino que podia ser utilizado dentro e fora das cúpulas.

    Dentro das cúpulas, os veículos podiam planar a uma altura considerável, e fora delas, dentro da água, eles conseguiam alcançar profundidades impossíveis nos tempos antigos, podendo chegar até mesmo à Zona Hadal, a fossa dos oceanos - não que alguém quisesse ir até lá para uma excursão.

    Os habitantes de Aquária com habilitação para dirigirem Aquamóveis tinham total liberdade para se locomoverem pelo oceano. A maioria deles utilizavam seus veículos para visitar outras cúpulas vizinhas ou mesmo para trabalhar, fosse nas cúpulas Engenho-Cientificas nos polos ou mesmo nas cúpulas rurais, espalhadas pelo oceano. Outros utilizavam os veículos apenas para explorar as profundezas do mar e suas belezas.

    Apesar da liberdade que todos os aquarianos tinham recebido de seu primeiro governante, havia um lugar para o qual eles eram estritamente proibidos de ir: a superfície.

    Com o agressivo avanço das águas e as frequentes e fortes tempestades que ocorriam por lá, seria muito perigoso para que uma pessoa subisse até lá, mesmo que elas estivessem na proteção de seus Aquamóveis. O clima estava simplesmente enlouquecido lá em cima.

    Diversas indústrias nucleares haviam sido destruídas pelas fortes tempestades e terremotos e acabaram liberando sua radiação no ar, poluindo-o de forma mortal para os humanos, mesmo que em apenas alguns lugares do planeta. Porém, com a força dos ventos que também eram fortes e frequentes, essas toxinas podiam se locomover muito rápido de um lugar para outro ou mesmo por algum outro fator, e por esse motivo, o Supremo Chefe de Aquária pediu a compreensão de todos para não fossem até a superfície, e eles atenderam prontamente o pedido de seu líder.

    O primeiro governo era simplesmente o melhor que a maioria do resto da população mundial poderia querer, pois Téo Florence era um homem bom e íntegro que acima de tudo se preocupava com o meio ambiente e com a população remanescente da Terra, fazendo tudo que estava a seu alcance para melhorar a vida de todos com segurança.

    Ele era o idealizador do projeto Aquária e graças a sua ideia, milhões de pessoas foram salvas e a raça humana havia escapado mais uma vez da extinção - uma extinção que seria provocada por ele próprios.

    Como o número de pessoas no mundo era muito inferior a de décadas atrás, cerca de 3,8 bilhões de habitantes, as organizações mundiais resolveram eleger apenas um líder que seria basicamente como um presidente, que teriam seus conselheiros e tudo mais, porém a palavra final seria dele. Nada mais justo que escolher Téo Florence, o idealizador do projeto, para ser o Chefe Supremo de Aquária.

    Téo porém, optou por manter as culturas de cada povo, deixando com, não apenas suas culturas, mas também suas religiões, e até mesmo suas moedas, já que a distância percorrida entre um oceano e outro, bem como as línguas de cada povo ainda continuariam, pois o projeto tinha o objetivo apenas de manter a população viva enquanto o planeta se recuperava para o futuro, mesmo isso sendo uma possibilidade incerta e que, se acontecesse, ainda demoraria alguns anos.

    Também pensando nisso, Téo pediu para que fossem recuperadas amostra de tecidos de DNA e tudo que fosse possível das espécies de animais que não sobreviveram às enchentes, bem como as plantas, para que no futuro, quem sabe, fossem trazidos de volta a vida através da clonagem ou outra tecnologia mais avançada, dependendo dos avanços científicos até lá.

    Téo estava sempre pensando na melhoria de vida da população e tudo a sua volta, pois foi para isso que ele havia criado o projeto e ele sonhava em um dia ver novamente as crianças brincando em terra seca sem estarem cercadas por uma imensa cúpula de vidro embaixo d'água. Apesar da excelência do projeto Aquária, Téo sabia que isso não poderia durar para sempre e tinha esperanças de uma mudança no futuro, porém, as pessoas não podem viver para sempre. Os governos mudam e com as mudanças podem surgir novos ideais.

    ~01~

    ~ Vários Anos Depois ~

    Aquária estava agora com um novo Chefe Supremo. Téo Florence, o primeiro líder de Aquária, já havia sido substituído por seu filho, logo depois de sofrer um acidente que o levou a óbito.

    Infelizmente ninguém soube dizer ao certo o que tinha acontecido, e por fim deram a causa da morte por acidente doméstico, passando assim o cargo para o filho de Téo, que décadas mais tarde também foi substituído por uma pessoa de sua confiança, pois ele não teve filhos.

    Assim, o cargo de chefe supremo foi passando de pessoa a pessoa, até chegar no atual, Renan Jones.

    Aquária já estava com algumas décadas de existência e ao contrário do que muitas pessoas achavam, o projeto realmente deu certo; conseguiu evitar a total extinção da raça humana, mesmo que em condições um tanto diferenciadas das habituais as quais estavam acostumados na terra. Porém, a maioria das pessoas que viveram na superfície já haviam morrido, e apenas alguns poucos habitantes daquela época

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1