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João Ferreira Annes D' Almeida e O Mundo Religioso do Séc.XVI-XVII
João Ferreira Annes D' Almeida e O Mundo Religioso do Séc.XVI-XVII
João Ferreira Annes D' Almeida e O Mundo Religioso do Séc.XVI-XVII
E-book168 páginas1 hora

João Ferreira Annes D' Almeida e O Mundo Religioso do Séc.XVI-XVII

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Sobre este e-book

João Ferreira de Almeida foi criado pelo seu tio, em Lisboa e aos 14 anos partiu para a Holanda e na Batávia dedicou-se aos estudos religiosos e traduziu para português o Novo Testamento. A sua tradução do Novo Testamento foi publicada pela primeira vez em 1681.Faleceu em 1691 quando terminava a tradução do Antigo Testamento.Este livro tem como objectivo homenagear um português que mostrou um espírito abnegado ao fazer esta tradução apesar da oposição da Igreja Reformada Holandesa. Outro objectivo é realçar um terrível erro que as sociedades bíblias tem vindo a realizar, a alteração do texto original de JFA.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de jul. de 2022
ISBN9781526009425
João Ferreira Annes D' Almeida e O Mundo Religioso do Séc.XVI-XVII

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    João Ferreira Annes D' Almeida e O Mundo Religioso do Séc.XVI-XVII - Luís Araújo

    João Ferreira Annes D’Almeida E

    O Mundo Religioso do Séc. XVI-XVII

    Luís Miguel Araújo

    Resultado de imagem para leya escrytos

    © 2018

    1º Edição em e-book

    DEDICATÓRIA

    Á minha querida e amada esposa, Marília Araújo e aos meus sogros que contribuíram para que este livro fosse publicado.

    Índice

    Dedicatória

    Introdução

    Contexto histórico

    A proibição da Bíblia em línguas vulgares

    Heresia

    Ambiente Histórico na época de João Ferreira D´Almeida

    Igreja e a descoberta de D. Manuel

    Brasil

    Barcos desaparecidos

    Costa oriental de África

    Calecut

    D. Manuel I e sua religiosidade

    Homens fiéis que defenderam a palavra de Deus

    John Wycliffe (1329— 1384)

    Jan Huss

    Ulrico Zuínglio (1484-1531)

    William Tyndale

    Martinho Lutero (1483-1546)

    Os Reformadores Radicais (Anabatistas)

    João Calvino (1509-1564)

    João Ferreira Annes D’ Almeida

    O surgimento da tradução de João Ferreira de Almeida em Portugal.

    O uso do nome divino nas escrituras

    O papel dos missionários ao longo das épocas

    Sociedades bíblicas

    Como as reformas religiosas contribuíram para a divulgação da tradução de João Ferreira Annes D’ Almeida

    A reforma protestante

    A reforma da Inglaterra

    A reforma na Escócia

    A reforma na França

    A reforma nos Países Baixos

    A Contra-Reforma

    Revisões feitas na Bíblia de Almeida

    As edições do Novo Testamento de Londres do Século XIX

    Revisões do séc. XX

    Tabela do catálogo produzido por Herculano Alves sobre as traduções produzidas

    Fontes que João Ferreira de Almeida usou no seu texto.

    Conclusão

    Referência bibliográfica

    Introdução

    O objectivo deste trabalho tem como função dar a conhecer João Ferreira Annes d’Almeida e o seu trabalho de tradução para a língua portuguesa de uma obra grandiosa como a Bíblia, escrita em latim. Também irei abordar acerca dos seus objectivos e desafios que enfrentou, e que muitas vezes prejudicaram este grandioso e ambicioso projecto.

    Para contextualizar o trabalho de Almeida, irei recordar como a Reforma Protestante e a Contra-Reforma foram importantes para o início das traduções nas línguas nativas. William Tyndale foi um pioneiro na tradução da Bíblia para o inglês comum e João Ferreira Annes d’ Almeida não quis que aqueles que dominavam a língua portuguesa ficassem sem conhecer a escrituras sagradas no seu idioma.

    A oposição que Almeida sofreu no sentido do impedimento da tradução da Bíblia para o português, deve-se às autoridades eclesiásticas holandesas que viam nesta tradução uma espécie de heresia para com a Bíblia oficial holandesa, ao insistirem com Almeida que este utilizasse a versão neerlandesa para a sua tradução.

    Por fim a conclusão inclui uma reflexão acerca de todo o trabalho e persistência de um verdadeiro, que tudo fez em prol das escrituras sagradas, escrita e lida, na língua portuguesa.

    Contexto histórico

    A União Ibérica trouxe o declínio do Império Português. A submissão de Portugal ao império castelhano aumentava o poderio português, por um lado, mas trazia problemas relacionados com os inimigos de Espanha, principalmente com os Ingleses e os Holandeses, por outro. Um dos maiores inimigos de Espanha, a Holanda, que por muitos anos estaria em guerra com a potência ibérica por causa dos países baixos do sul, via-se desta forma na impossibilidade de comerciar com a Península Ibérica, levando assim os Holandeses a fazer a guerra, na Ásia, aos territórios espanhóis e portugueses. Esta acção promoveu a união de várias companhias comerciais holandesas, de onde viria a nascer a poderosa Companhia das Índias Orientais, em 1602.¹ Neste período de tempo os mercadores e missionários holandeses da missão calvinista holandesa faziam uso da bíblia com mais frequência do que os missionários portugueses. Nesta ocasião a tradução da Bíblia permitida oficialmente era conhecida como Vulgata Latina.²

    A proibição da Bíblia em línguas vulgares

    O Concilio de Trento como resposta ao movimento da Reforma que incentivava à tradução das escrituras para as línguas nacionais, colocou a Igreja Católica numa situação complicada. Enquanto as traduções católicas tinham como língua oficial o latim, idioma pouco ou nada usado pelo povo comum,  as línguas nativas, (português, espanhol, inglês, francês, e outras), tinham  atingido o estatuto de língua da cultura,³ existindo desta forma um contrassenso em que a igreja católica apoiava o estudo das línguas originais das escrituras, e ao mesmo tempo causavam dificuldades na tradução  da Bíblia para as línguas nacionais. Assim o Renascimento teve um papel importante na tradução da Bíblia para as línguas nativas.

    As traduções da Bíblia começam a surgir quando os países europeus aceitam o conceito Reformador de que o povo comum teria o direito (e o dever, como católicos), de ler a bíblia na sua própria língua enquanto os teólogos católicos

    ¹ Santiago Hernández Martínéz, Governo, Política e Representações do Poder no Portugal Habsburgo e nos seus Territórios Ultramarinos (1581-1640), Lisboa: CHAM, 2011,p. 179

    ² Herculano Alves, A Biblia de João Ferreira Annes d’ Almeida, Lisboa, Sociedade Biblica,

    2007, p. 212

    ³ Ibidem, p.230

    defendiam que unicamente na pregação deveria ser usada a língua comum do povo.

    As traduções para as línguas comuns iniciam-se com Lutero, seguido de Cipriano de Valera, espanhol luterano que estaria na origem da Bíblia Reina Valera. (ver anexo IV)

    A proibição da tradução da Bíblia não se iniciou com o Concilio de Trento, pois noutras ocasiões em que o Concilio esteve reunido já tinha por várias vezes proibido a tradução da Bíblia. Para a Igreja Católica a tradução da Bíblia para a linguagem do povo era ilegal, ainda que o povo, por não saber ler, na sua grande maioria, e pelo facto da mesma estar escrita em Latim, não conseguisse acesso ao seu conteúdo.

    Passo de seguida, a citar leis do Vaticano que impediam a tradução e a leitura da Bíblia.

    ⁴ J.P. Callender, Illustrations of Popery, 1838, p. 387

    ⁵ Thomas M’Crie, History of the Reformation in Spain, 1856, p. 82

    ⁶ Paris Simms, Bible from the Beginning,1929, p.162

    ⁷ Henry Lea, The Inquisition of the Middle Ages, Volume II

    alemã, espanhola e inglesa passariam a fazer parte da lista dos livros proibidos da igreja. (Index Librorum Prohibitorum)⁸

    Começam a aparecer grupos de denominação cristã no século XII, conhecidos como os Valdenses, cujo líder é Pierre Vaudès.

    Este, depois de adquirir uma tradução da Bíblia começa por pregar a Palavra de Deus¹⁰ sem ser sacerdote, o que era novidade para a época. Vaudès, juntamente com os seus seguidores, demonstram a outros a importância de ter a Bíblia na sua própria língua, surgindo assim a tradução Valdense. Interessante era a forma de se reunirem, muito semelhante aos cristãos primitivos, fazendo-o em casas particulares¹¹ e em locais isolados, de forma a evitarem a onda de perseguições, instituídas pela Igreja Católica.

    Mais tarde no século XIV, o inglês John Wycliff inicia a sua crítica contra os poderes e procedimentos utilizados pela Igreja Católica em relação ao verdadeiro cristianismo. Este defendia a ideia da pobreza dos clérigos, o que causou uma grande adesão às suas ideias, surgindo desta forma os Lollardos.¹²

    Na continuação da história eclesiástica aparece Jan Huss que segue as ideias de Wycliff, dando origem a um grupo que se tornaria conhecido por Hussitas. Estes homens seriam os impulsionadores da pré-reforma, mas seria Lutero a dar início à reforma protestante por vários motivos religiosos¹³, políticos e sociais.

    ⁸ Fourth session, April 8, 1546, The Canons and Decrees of the Council of Trent, Translated by

    H.J. Schroeder, pp. 17-19

    ⁹ Richard Littledale, Plain Reasons Against Joining the Church of Rome, 1924, p. 91

    ¹⁰ Mateus 24,14

    ¹¹ Filémon 1, 2

    ¹² Gonzalo Balderas, La reforma y la contrarreforma, Universidad Iberoamericana,1996, p.57 ¹³ Geoffrey Blainey, Uma Breve História do Mundo, Editora Fundamento, 2004, Pág.: 187-188 e 190.

    Heresia

    Quando se fala de heresia religiosa entendemos heresia como uma doutrina contrária ao credo ou sistema religioso organizado e instituído. As primeiras sementes de heresia, neste caso contra o catolicismo romano surgiram na

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