AGARRADINHO O BICHANO: agarradinho
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AGARRADINHO O BICHANO - Marcos Toledo
Prólogo
Jorginho não pensava em casamento, não se imaginava com alguém dentro de casa dividindo seu espaço e muito menos ter um animal dentro de casa, num sábado de sol foi para o quintal e ficou brincando com uma bola que seu sobrinho havia esquecido por lá.
Nessa brincadeira com a bola acabou chutando muito forte e a mesma foi parar num terreno baldio nos fundos da sua casa.
Na busca pela bola no terreno baldio aonde deixou a bola cair, foi surpreendido por algo que lhe chamou atenção.
No meio do lixo encontrou uma coisinha estranha se mexendo, mas que o deixou intrigado com sua esperteza.
Jorginho ficou brincando com ele, e na hora de ir embora o bichano se agarrou a ele querendo ir embora dali, mas Jorginho não queria, pois trabalhava e tinha uma vida de boêmio de forma alguma teria tempo para cuidar de um animal, mas o bichano era cativante e inteligente, e para complicar mais a vida de Jorginho o bichano tinha alguma coisa estranha de adivinhação.
Jorginho não resistiu e o levou para casa, foi a um veterinário e ficou doido com a conta do pet shop e mais ainda com a conta do veterinário.
Depois de sentir no bolso o preço de ter um animalzinho o levou para casa e o bicho ainda o fez escolher uma namorada, e essa seria a mulher que se apaixonaria por ele e por Jorginho.
CAPÍTULO I
Resultado de imagem para gatinho lixoCaminhando na rua que dá fundos para a minha casa, foi quando o encontrei ou ele me encontrou?
Tudo começou quando eu estava brincando de bater com a bola na parede da minha casa, dei um chute um pouco mais forte, a bola bateu em outra parede, passou por cima do muro e foi parar num terreno na rua de trás, fui obrigado a ir buscá-la, pois era do meu sobrinho que esquecera na minha casa.
Nunca tinha passado naquela rua, pois não era meu caminho, nem tão pouco a achava atrativa, parecia uma rua mal assombrada e provavelmente perigosa por ser deserto por ali, com dois terrenos baldios feios e sujos cheios de lixos, na busca da minha bola, que nem minha era, um sobrinho esquecera lá em casa, já tinha pisado em duas sacas de lixo fedido, uma carcaça que já tinha virado carniça de um cachorro morto.
Já de tanto procurar e não vê-la ia desistindo de achar a bola, mas um movimento estranho me assustou, de repente saiu debaixo de um monte de lixo um filhote de gato que mais parecia um ratinho despelado.
O mais engraçado foi que o danado estava em silencio até me ver e quando apareceu parecia que não sabia fazer outra coisa a não ser miar, miava e miava que chegava a doer os ouvidos, o que tinha de pequeno no tamanho tinha de bons e grandes os pulmões e um altíssimo miado repetitivo.
Como aquela coisinha pelada não me dizia nada e nem tão pouco a bola do meu sobrinho que poderia comprar outra sem problema, resolvi ir embora dali, mas o pequeno pelado agarrou-se com suas unhas a barra da minha calça, fazendo com que eu o arrastasse pelo caminho o danado dava miados mais alto ainda, o que aquilo queria dizer eu sabia, era fome, mas me fiz de desentendido, não queria um animal lá em casa para tirar minha liberdade e muito menos um gato feio e pelado.
Abaixava e retirava aquela coisa feia da minha calça, mas ele miava alto como se me pedisse para levá-lo junto comigo, em determinado momento peguei aquela pequena figurinha pelada nas mãos, olhei dentro dos seus olhos e disse: - fique aqui eu não posso levá-lo comigo, não tenho condições de tê-lo em minha casa.
Nesse momento vi dentro dos seus olhinhos sair uma lágrima que escorreu focinho abaixo, nem sabia que animal chorava, deu-me um nó na garganta, mas permaneci forte, coloquei-o no chão, levantei firme e decidido, virei-me de costas e dei um passo na espera de mais um miado alto, mas me enganei o gatinho sequer moveu-se do lugar em que o deixei aquilo chamou minha atenção e disse:
- hei guri porque não miou agora, entendeu que não posso levá-lo comigo não é? Por incrível que pareça o bicho deu um miado bem baixinho em resposta positiva ou negativa não sei.
Mas aquele pequeno miado com aquele olhar cabisbaixo me espantou, porque estava eu ali conversando com um filhote de