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Os Fantasmas do Espelho
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Os Fantasmas do Espelho
E-book204 páginas3 horas

Os Fantasmas do Espelho

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Sobre este e-book

Os Fantasmas do Espelho é uma coletânea com dez contos de terror e suspense.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de out. de 2022
ISBN9781526015693
Os Fantasmas do Espelho

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    Os Fantasmas do Espelho - Paulo Mateus

    1ª Edição

    Paulo Mateus
    Pouso Alegre – MG
    Uma criança, cega de nascença, só sabe de sua cegueira se alguém lhe conta
    Stephen King

    Palavras do autor

      Olá leitor, obrigado por adquirir este livro, escrevê-lo me custou muito tempo e esforço, me alegra muito saber que existe alguém lendo o que escrevo. Quando acabar por favor não se esqueça de deixar seu comentário, isso ajuda muito na divulgação além de mostrar a mim sua opinião sobre o livro. Por se tratar de uma obra independente alguns erros ainda podem estar presentes no texto, mas nada que atrapalhe a leitura ou o seu entretenimento com a história.

    O Novo Brinquedo

      Sofia recebe um novo brinquedo de presente da sua mãe, uma simples boneca de pano pequena e colorida. No começo tudo é alegria e diversão, mas ela logo descobre que aquilo não é uma simples boneca.

    O Totem

      Ele é um ávido colecionador de objetos raros e antigos, ao viajar para uma remota região da África e entrar em contato com a tribo Sualani ele obtém mais um precioso objeto para a sua coleção. Mas isso trará sérios problemas quando retornar da viagem, principalmente para o seu filho. 

    Alpha o Assistente Pessoal

      Arthur teve a sorte de recuperar o seu celular perdido, mas ao verificar se os seus arquivos pessoais não foram roubados ou invadidos ele descobre um estranho aplicativo instalado no celular. Um aplicativo capaz de realizar coisas incomuns.

    Os Fantasmas do Futuro

      Lucas acorda, vai ao banheiro e se prepara para mais um dia de trabalho. Tudo parecia ser um dia normal em sua vida até que ele entra em seu apartamento, pessoas estranhas estão lá e começam a fazer testes com ele.

    Um Dois Três

    Laura e Rafael se mudam para um novo apartamento, ainda faltam muitas coisas para arrumar e o chão ainda está cheio de caixas de papelão, mas eles estão ansiosos por começar a vida naquele lugar. Mas as coisas ali não são tranquilas como eles esperavam.

    O Vendedor de Pesadelos

      Pedro estava voltando do trabalho quando para no meio da estrada por causa de um carro suspeito, ele é atacado e seu corpo fica inerte no chão, mas aquilo não era um assalto. Era apenas uma coleta de memórias para um projeto muito maior.

    Não Olhe

      Por causa de uma chuva forte Clara acaba indo parar dentro de uma loja de antiguidades, tudo ali parece ser absolutamente normal, exceto por um estranho objeto que ela acaba levando consigo quando sai da loja. Um objeto que vai mudar a sua vida para sempre.

    O Sussurro dos Espíritos

      O tempo quente e úmido era propício para as árvores, que esticavam seus galhos em direção à casa, como mãos querendo se agarrar nas paredes e nas janelas. Quando a noite cai estranhos sons começam a ecoar para o interior da casa, como se alguma coisa estivesse se movendo lá fora.

    Os Olhos da Noite

      Victor e Nicolas recebem uma ocorrência de disparos ocorrendo no parque da cidade, é noite e não há lua cheia, tudo está extremamente escuro. Munidos apenas com suas lanternas e suas armas eles entram no parque, mas as coisas se tornam mais estranhas a cada minuto que ficam lá.

    Carolina

      Aparentemente ela é uma cidade pequena e simples, com carros velhos demais nas ruas e pessoas estranhas caminhando pela calçada, mas eles estavam apenas de passagem, precisavam apenas dar uma olhada em uma casa. Mas quando param para comer alguma coisa tudo muda.

    O Novo Brinquedo

      O gato às vezes se fazia de bobo, correndo e se escondendo em algum canto escuro, mas ele era esperto. Estava só esperando o momento certo para saltar e atacar sua presa, que no momento era Sofia, que estava procurando em todos os cantos possíveis para encontrar Bola, seu gato.

      O felino preto saiu das sombras criadas atrás da porta e correu para debaixo da cama, esbarrando e saltando sobre alguns brinquedos no meio do caminho. Ela viu a figura escura se movendo mas suas mãos foram lentas demais em tentar agarrá-la. Se abaixou e começou a se esgueirar embaixo da cama, viu Bola em um canto com suas patas dianteiras flexionadas, pronto para atacar ou fugir. Foi o que ele fez, correndo para o lado e escapando novamente.

      Sofia viu ele saindo pela porta, era rápido demais, nunca conseguiria alcançá-lo. Mas quando saiu para o corredor lá estava ele, sentado com o rabo balançando, apenas esperando. Sem pensar duas vezes ela correu e esticou os braços, desta vez conseguiria pegá-lo. O animal não fez nada, apenas ficou na posição de atacar ou fugir. Sofia era pequena, tinha apenas cinco anos, mas para Bola ela parecia um gigante, uma ameaça a ser combatida.

      Desta vez ele não fugiu, saltou na direção dela e cravou as unhas em seu ombro branco e exposto. A dor queimou e se espalhou na hora enquanto o gato desaparecia na outra ponta do corredor. Seus olhos começaram a lacrimejar e sua boca irrompeu em um choro descontrolado, instintivamente sua mão foi de encontro ao pequeno ferimento, tentando inutilmente sanar aquela dor.

      — O que aconteceu? – sua mãe surgiu, se abaixando e levando ao seu nariz o agradável perfume do seu cabelo castanho.

      — Foi o gato… – as lágrimas ainda escorriam. – Ele pulou e me arranhou.

      — Falei pra você tomar cuidado com ele, não é um brinquedo, ele pode te machucar – ela afastou a mão da filha do ombro e analisou o corte, não era nada grave mas deveria estar doendo bastante.

      — Eu tomo cuidado – Sofia limpou os olhos com as costas da mão.

      — Eu sei que toma, mas uma hora ou outra vai acabar se machucando de verdade, talvez seja melhor deixar o gato quieto e brincar com seus brinquedos. Tá bom?

      — Tá…

      A mãe de Sofia deu-lhe um beijo na testa e se levantou, o arranhão não era nada sério, mal estava sangrando. Seria até importante para ela, talvez aprendesse a pensar melhor antes de correr atrás de um bicho, ou talvez não, afinal era uma criança, e crianças se comportam como crianças.

      Sofia viu sua mãe desaparecer na porta da cozinha, o que significava que logo teria comida, o que significava que depois também teria a parte chata de escovar os dentes, e talvez até ir no banheiro e usar a descarga que lhe dava medo. Voltou para o quarto, ainda teria alguns minutos antes de sua mãe voltar gritando almoço.

      Havia brinquedos espalhados por todo quarto, blocos de montar que faziam os adultos gritarem quando pisavam em cima, um quadro negro com vários desenhos e rabiscos, principalmente palavras escritas por sua mãe, muitas das quais não sabia o significado. Ursos de pelúcia novos dividiam espaço com um urso velho e sem um dos olhos, mas que era o mais apertado por suas mãos.

      — Babi, o que está fazendo aí – uma boneca da Barbie estava caída perto do pé da cama, ela a agarrou e a colocou sobre a mesinha ao lado, onde um pequena coleção de bonecas estava exposta.

      Havia também um espelho e várias outras bonecas, a maioria de filmes infantis que que ela havia visto mais de uma, duas ou três vezes. Um celular com a tela trincada e cheio de riscos estava entre eles, cuja utilidade era servir como uma fonte praticamente infinita de joguinhos e entretenimento. Era um presente de sua mãe, dado em seu aniversário alguns meses atrás, uma tentativa frustrada de conter a hiperatividade da filha e o número cada vez maior de brinquedos quebrados e perdidos.

      — Já que eu devolvo ele pra vocês – disse ela para as bonecas quando esticou a mão para pegar o celular, como se suas expressões eternamente sorridentes fossem olhar para ela e responder alguma coisa. Mas em sua imaginação isso realmente aconteceu. Sempre acontecia.

      O som alto de moedas sendo coletadas e de alguma coisa saltando ecoou pelo quarto, ela se deitou em sua cama de lençol rosa e focou toda sua atenção no jogo. Pelo canto do olho pode ver um vulto passando em frente a sua porta, provavelmente era Bola, mas não podia confirmar isso, não podia errar. O arranhão no ombro a fez perder o interesse no gato, pelo menos por enquanto.

      — Almoço – sua mãe surgiu na porta.

      — Tá, já vou.

      — Não demora – ela se afastou, caminhando de volta para a cozinha pode ver Bola passando por ela, quase batendo em seus pés.

      — Já está acabando? – sua mãe entrou na cozinha e começou a lavar alguns talheres que estavam sobre a pia.

      — Sim – ela queria terminar o almoço logo, o joguinho no celular chamava por ela.

      — Ótimo, tem uma surpresa pra você no seu quarto.

      — Surpresa? – ela largou a colher, que quase afundou completamente na sopa de macarrão com batata.

      — Sim, acho que você vai gostar – um pouco de água espirrou em sua camisa enquanto falava.

      — O que é? – Sofia a observou com os olhos quase brilhantes, sempre que sua mãe dizia que tinha uma surpresa significava que era um brinquedo novo.

      — Se eu falar não é mais surpresa, mas é algo que você queria muito.

      — Algo que eu queria muito… – ela pensou por um momento e então uma imagem surgiu em sua mente.

      — Ei ei – sua mãe a repreendeu –, termine sua sopa primeiro e depois escove os dentes, seu presente não vai fugir.

      Sofia já estava com metade do corpo para fora da cadeira e teve que voltar para sua posição anterior, começou a devorar a sopa o mais rápido que conseguia, até o joguinho do celular desapareceu de sua mente.

    ***

      Saiu com tanta pressa do banheiro que parte do seu queixo ainda estava molhada quando entrou no quarto. Lá estava ela, uma caixa grande e embrulhada em um papel de presente verde e vermelho, era quase da sua altura. Saltou sobre a cama e começou a rasgar o papel, em pedaços grandes e pequenos que começaram a se acumular no chão.

      Ela tinha quase certeza do que poderia ser, mas a dúvida e a curiosidade que tinha se transformaram em um grande sorriso que se estendia de orelha a orelha, quando viu os desenhos na caixa. Afastou o que restou do papel de presente e abriu a caixa, suas mãos tocaram em algo fofo e macio, quando tirou a boneca da caixa não poderia estar mais feliz, era a boneca que ela mais pedia quando ia a algum lugar onde tinham brinquedos à venda.

      Vamos, me abrace – a boneca falou quando Sofia apertou sua barriga.

      Você quer brincar? – outro aperto outra frase.

      Eu gosto quando você brinca comigo – Sofia passou a mão pelo cabelo vermelho e amarelo da boneca, onde havia um laço verde amarrado.

      Suas mãos a ergueram para o alto, era mais pesada do que aparentava ser, mas também era a mais bonita que tinha. Nenhuma das outras se comparava com ela, todas pareciam iguais, mas esta era diferente. Esta tinha um vestido vermelho e amarelo com três botões, e braços e pernas de pano, até os pequeninos sapatos eram de pano.

      — Que nome vai dar pra ela? – sua mãe surgiu na porta.

      — Emília, é um bom nome – Sofia segurou cada um dos braços e a sentou na cama.

      — O nome original, é claro – ela cruzou os braços e observou sua filha se divertindo, da mesma forma que se divertia quando ganhava alguma coisa nova.

      — Obrigado mamãe – foi ensinada a agradecer sempre que recebia alguma coisa de alguém, principalmente se fosse um presente, um presente da sua mãe.

      — Muito bem, só não esqueça de limpar essa bagunça aí no chão – ela se virou e saiu, deixando a filha sozinha com seu novo brinquedo.

      Emília e Sofia estavam se dando muito bem juntas, em poucas horas já haviam tomado chá, viajado de trem por algum país distante onde as pessoas falavam línguas estranhas, e caminhado por castelos onde pessoas com suas mais belas roupas se moviam de um lado para o outro ao ritmo de alguma música ao fundo.

      O celular ficou esquecido, perdido em algum canto ao ser derrubado enquanto as duas riam e se divertiam. O tempo passou tão rápido que Sofia ficou surpresa quando sua mãe voltou para chamá-la para jantar, muitas horas haviam se passado entre uma brincadeira e outra, algumas se repetiram mas em sua imaginação as histórias eram sempre diferentes.

      — Se divertiram bastante? – perguntou sua mãe sentando-se na mesa.

      — Sim mamãe – a sopa do jantar era quase igual a sopa do almoço, feita de macarrão e com alguma coisa que ela não conseguia identificar o que era.

      — Sabia que ia gostar, depois de tanto pedir por ela não poderia ser diferente – ela sabia que sua filha adorava brincar assim como todas as crianças, mas ela tinha um carinho especial por bonecas e representações de pessoas em geral. Até pequenos bonecos de uniforme verde faziam parte de sua coleção, soldados devidamente vestidos e preparados para uma guerra. Uma contenda que ela às vezes realizava em sua imaginação ao brincar com eles.

      — Ela é colorida, nenhuma das outras é colorida como ela – um pouco de sopa escorreu por seu pequeno queixo.

      — Mas é de pano, cuidado para não rasgá-la.

      — Tá bom mamãe. Vou tomar cuidado.

      — Isso vale para o Bola também, as unhas dele podem acabar com ela assim como machucaram seu ombro. Fique de olho nele.

      — Bola não gosta de bonecas, ele é homem.

      Sua mãe soltou um riso abafado.

      — Mesmo assim, quando não for mais brincar coloque seu presente onde ele não possa alcançar.

      — No guarda-roupa?

      — Sim, nas gavetas junto com as suas meias, acho que deve caber lá – ela fitou Sofia, com os pés provavelmente balançando na cadeira alta demais para o seu tamanho.

      — Se não couber tem algumas coisas que posso tirar e pôr em outro lugar.

      As duas continuaram conversando solitárias na mesa da cozinha, em algum lugar uma televisão ligada exibia os diálogos monótonos de algum filme, além da janela já era noite e quase nada se via, exceto as luzes das casas do outro lado da rua.

    ***

      — Boa noite – disse Sofia ao dar um beijo na testa de pano da boneca.

      Ela abriu a gaveta do guarda-roupa e empurrou as meias para o lado, a pequena figura de cabelos coloridos coube perfeitamente. Ergueu a mão para tocar no interruptor e as luzes se apagaram, deixando o quarto mergulhado na penumbra, a pouca luz que entrava vinha das lâmpadas no corredor.

      Como acontecia em quase todas as noites ela podia ouvir o som da televisão no quarto de sua mãe, era abafado e quase inaudível, mas estava lá. As vezes quando acordava no meio da noite a televisão ainda estava ligada, em outras vezes não, tudo ficava em silêncio. De tanto brincar com Emília seu corpo ficou cansado e agradeceu ao sentir o contato com os lençóis macios. O sono veio rápido, sua mão direita apertava de forma inconsciente o travesseiro.

      Ela acordou em um sobressalto, devia ter sonhado alguma coisa, um pesadelo provavelmente, mas não conseguia se lembrar. Seus olhos estavam abertos e as cobertas não estavam sobre seu rosto, mas mesmo assim não conseguia ver nada além de sombras e formas indistintas. Tentou se

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