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Malárias E Outras Histórias
Malárias E Outras Histórias
Malárias E Outras Histórias
E-book134 páginas1 hora

Malárias E Outras Histórias

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Sobre este e-book

Este livro conta histórias reunidas no decorrer de trinta anos acontecidas entre familiares e amigos. Muito humor e aventuras relatados de forma stand-up comedy, com sarcasmo e tempero atualizados.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de abr. de 2018
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    Malárias E Outras Histórias - Ivan Schwind

    1

    MALÁRIA

    (malariusembriagadus)

    Antigo povo que visitava a Ilha do Mel.

    Bebia muito (e bebia qualquer coisa),

    fumava muito (e fumava qualquer coisa também),

    tinha pouco dinheiro (daí o nome: Malária)

    que onde cai, suga o sangue até deixar o cara doente.

    Povo alegre, risonho, nada discreto, acostumado a fazer

    cagadas... e o que é pior...

    Se orgulhar delas!!!!

    2

    Indice

    004

    Vanzinho meu gatinho

    011

    O estupro da porta

    014

    O prisioneiro do varal

    018

    A morte do cachorro

    023

    A luta do vaso

    028

    Esses malditos roedores

    035

    Hemorróidas

    042

    O macacão

    046

    A saída do casamento

    049

    O passeio de lancha

    058

    Namoro virtual / A carteira de Marlboro

    062

    Avião

    067

    Engov

    072

    O gato morto

    07/

    O exame

    082

    Aterrisagem no Rio de Janeiro

    085

    O piloto automático

    087

    O desentalador de bichas

    092

    O banheiro do Bolinha

    095

    A mudança das janelas

    099

    O gago defenestrando o botijão

    103

    A tramela

    107

    O embarque pra Ilha

    112

    A ecografia

    115

    Carnaval em São Chico

    134

    Frescobol Kamikase

    137

    A porta de vidro

    140

    CasadeCandombléeTendadeSaraváCabanaPaiCarlãodeAruanã

    144

    Na forquilha

    147

    O ralador

    150

    ZUM! GALE-GALE GALE ZUM! GALE-GALE...

    3

    Incrivelmente desobedecendo a cronologia das histórias, vamos

    ao episódio:

    Vanzinho meu gatinho

    A verdadeira história é essa:

    Certa vez, numa madeireira em São José dos Pinhais, onde a

    comida era preparada em cozinha própria, dentro dos requintes

    e necessidades que a atividade exigia, eis que numa certa época

    a cozinheira ficou doente e mandaram o substituto para o cargo,

    porém, o rapaz tinha suas peculiaridades, não era só fresco, era

    refrigerado, a criatura era delicada no úrtimo, do tipo que não

    dava pinta, ele era o couro da onça inteiro, daqueles que falam

    tipo pato fanho (Quéééé que têêêiiiim) nada contra e muito

    menos a favor, como diria o famoso José Wilker no final do filme

    Giovani Improtta "Quem dá o que é seu não fica devendo nada a

    ninguém"

    Por isso não, a rapaziada tirava sarro, mas era na boa, sem

    ofensa e a menina fazia o seu serviço sem mais detalhes, da

    melhor forma possível, dentro da necessidade.

    O estranho é que eu cheguei um certo dia desses pra trabalhar e

    por onde eu passava tinha um ou outro caboclinho que fazia

    4

    aquele chamadinho de gato, com aquele chiadinho e esfregando

    os dedos, resmungava com outros e eles caiam na gargalhada.

    -Psi, psi. psi, vem Vanzinho, meu gatinho...

    Chegou uma hora em que eu me invoquei e fui ver qual era a

    dos caras, quando eu cheguei junto, um deles fez a brincadeira e

    falou:

    -Psi, psi. psi, vem Vanzinho, meu gatinho.

    Eu juntei o cara:

    -Qual é sujeito, tá me estranhando, que porra é essa?

    Aí, o povo caiu na gargalhada e me contou a história:

    -Pois é, um colega nosso teve que sair antes do horário ontem, e

    coincidiu depegar o ônibus no mesmo horário do nosso amigo

    vaporoso, aí ficou aquela situação: os dois no ponto do ônibus

    esperando o dito cujo, aquele calorão, aquela poeira de estrada

    de chão, os dois sozinhos, um anda pra cá, outro anda pra lá e

    foi inevitável aquela puxada de conversa até o ônibus chegar:

    -Oi, que calor nééééé?

    -É mesmo.

    -E que poeira nééééé?

    -É.

    -Será que o ônibus demora?

    -Não sei, geralmente eu não pego neste horário.

    5

    -Eu peguei ontem, mas hoje tá demorando muuuuuito, cê não

    acha?

    -É mesmo.

    -Cê mora longe?

    -Eu moro no Centro.

    -Ah, que bom... eu moro láááá no Pinheirinho, é uma viaaaagem

    chegar até aqui...

    -É mesmo.

    E o papo continuou uns dez minutos até que chegou na parte

    que me afetava:

    -Cê sabe que eu me mudei faz pouco tempo, né?

    -É? Eu não sabia...

    -Ah, agora eu estou morando num apartameeeento, saaabe, é

    mais seguro, a gente não se preocupa taaanto, pode sair

    tranquilo de casa, não tem taaaanto bandido, né...

    -Ë? Por que? Já te aconteceu alguma coisa?

    -Ai, creedo, você não imagina, comigo não, graças a Deus, mas

    me-ni-no, na minha casa, quando eu morava na Fazendinha,

    uma vez, entrou um ladrão, sa-fa-do, roubou tudo, minha

    televisão, vídeo-cassete, meu som, um moooonte de roupas,

    imagine até roupa íntima, o sa-fa-do!!!

    - Sério?

    6

    -E não foi só isso não, o que ele fez, quebrou, fez uma bagunça

    enooorme tirou todas as coisas do lugar, jogou comida no chão,

    um horrooor.

    -E ninguém viu, ninguém ajudou?

    -Nada, povo sem interesse, nem quiseram saber, eu é que tive

    que ficar no prejú, imagina!

    -E você descobriu quem foi?

    -Nada, nem tô interessada, desse povo eu quero é distââância.

    -Ainda bem que foi só prejuízo material...

    -Ainda bem, já pensou se eu estou em casa, eles podiam querer

    me fazer mal, creeedo, gente ruim.

    -É, ainda bem.

    -Ah, mas o pior você não sabe (e aí que veio a cagada) nessa

    zona toda que eles fizeram acabaram assustando o meu gatinho,

    coitadinho todo peludinho, lindinho, mestiço quando eu cheguei

    ele estava escondido atrás da geladeira, todo encolhidinho com o

    rabinho entre as pernas, um caco, todo sujinho, tive até, que

    arredar a geladeira pra tirar ele de lá de tanto medinho que o

    pobrezinho tinha.

    -Mas machucaram seu gatinho?

    -Não, graaaaaaças a Deus, ele fugiu dos bandidos, mas até hoje

    ele está traumatizado, qualquer barulhinho ele foge pra trás da

    geladeira, acho que vou dar florais pra ele, pra ver se acalma.

    7

    -É, pode ser que melhore.

    -Mas sabe, é in-crí-vel, qualquer barulhinho, até um barulho mais

    forte da televisão e ele corre pra geladeira e ela é grande, eu

    não posso ficar arrastando ela toda hora, pra tirar ele, dai eu fico

    chamando:

    -Ivanzinho, Ivanzinho, psi,psi,psi, venha aqui meu gatinho...

    Quando aquele filho da puta escutou o nome do gato e aquela

    bicha chamando ele, o cara deu um pulo, se escorou naquele

    varão que segura a placa do ônibus, achou forças sabe Deus de

    onde, mas não se partiu de rir, e o que é pior, deu trela pra

    bicha pra poder tirar mais informações.

    -PERAÍ! COMO É QUE É O NOME DO GATO??????

    -Ivanzinho, eu chamo ele de Vanzinho, meu gatinho, pra rimar,

    saaaaabe?

    -Ah, pra rimar. (nessa hora já estava quase se formando uma

    lágrima no canto do olho do filho da puta de tanta vontade de

    rir)

    -E é covarde, o bichinho??

    -Ah é, tadinho, mas ele é pequenininho ainda, saaabe, ele não

    conhece nada das maldades da vida, pra você ter uma ideia ele

    dorme juntinho comigo.

    -Ah, sério, dorme com você... (tá ficando cada vez melhor isso)

    8

    -Dorme, ele dorme nos meus pés, em cima da coberta pra me

    esquentar, mas de noite o safadinho aproveita que eu durmo de

    bruços e vem dormir bem em cima de minha bunda, pooode?

    -Ahh, cê dorme de bruços e o Vanzinho, é Vanzinho o nome dele

    né? Dorme na sua bunda?

    (Puta que o pariu, esse cara tá fudido comigo)

    -Sim, mas sem maldade, ele é um bichinho muuuuito carente.

    -Ah ele é carente...

    -Ah é, ele não pode ver chegar os meus amigos que ele fica se

    esfregando neles, mas engraçado que nas minhas amigas ele

    quase nunca faz isso, mas é muuuito querido o Vanzinho, meu

    gatinho.

    -Ah, é... (Caralho, ainda por cima é viado, o lazarento do gato)

    -E... é grande esse gatinho???

    -Mééédio, não é muuuito grande, mas é muito fofinho...

    -É fofinho...

    -É fofinho e delicado, eu faço cafuné na barriguinha dele e ele

    vira os olhinhos...

    -Ah, ele vira os olhinhos...

    -E é preguiçoso, só come e dorme o dia inteiro. Esses dias

    apareceu um rato lá em casa, cê acredita que ele ficou com

    medo do rato?

    9

    -Ahhhhhhhh, acredito, ele até me lembra de alguém (kkkkkkk)

    -O que éééééééé?

    -Nada, nada, vamos embora que está chegando o ônibus.

    O ônibus chegou, eles foram embora e no dia seguinte, antes

    que eu tivesse chegado, a galera toda já estava sabendo da

    história e eu tive que escutar a porra do chamadinho de gato

    ainda por uns dois meses, o troço ficava chato na hora do

    almoço, quando eu ficava frente a frente com o rapaz e tinha

    que dar umas cotoveladas nos próximos pra conter as risadinhas.

    A situação perdurou ainda uns quinze dias quando a cozinheira

    voltou e substituiu o nosso amigo, mas eu ainda de vez em

    quando fico escutando alguns amigos me chamarem de Vanzinho

    meu gatinho, creio que eles fazem isso ainda meio que sem

    saber o porquê, apenas repetindo o que faz a minha comadre,

    essa sim, eu fiz a cagada de contar esta história e ela adotou o

    apelido, creio eu, que depois da publicação disso ainda vou

    escutar muito mais, porém, como não perdôo ninguém, não

    posso também me perdoar. É a vida.

    Bem, mas a intenção não é bem essa, estamos aqui para

    participar a todos a história e estórias de uma vida (muito bem

    vivida) que está culminando nestes registros.

    10

    O estupro da porta

    Não consigo nem lembrar o ano só sei que eu ainda estava

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