Cativa

De Laura Lago

Ela era a filha do meu pior pesadelo. Meu maior inimigo.
Cativa.
Ela era a filha do meu pior pesadelo. Meu maior inimigo.
Uma boneca de porcelana, jovem e fácil de seduzir.

Fácil de seduzir se você é um macho alfa, líder da maior máfia dos Estados Unidos, você tem abdômen de aço e está acostumado a tirar o que quiser, quando quiser e como quiser. E naquele momento Marco a queria.

O sexo foi explosivo. Brutal. Nem pensei que um bebê assim, aos 18 anos, pudesse ter fantasias tão malucas.

Agora 2 anos se passaram e Lyra mudou-se para Miami, tentando, finalmente, escapar de seu pai e da máfia onde ela cresceu. Criada como uma princesa, sim, mas uma princesa enjaulada em uma cela de marfim, afinal.

Ela foi inteligente tentando fugir de seu pai. Muito inocente para pensar que ele poderia escapar de mim. Muito otimista quando pensava que poderia amar ou desejar outro homem depois de me conhecer.

Não estou disposto a viver sem ela, então aqui está ela, aos meus pés, enjaulada em outra cela de marfim, cativa, mas desta vez em um sentido um pouco mais literal. Agora só falta a Lyra parar de fugir de seu destino. O mundo raramente dá uma segunda chance, mas posso ser mais generoso com a mulher que amo.

Atenção: Um romance dark, erótico e policial, onde Marco, um mafioso, captura sua ex-companheira, Lyra, filha de seu pior inimigo, para que ele enfrente a realidade, seu destino, e eles podem começar sua história juntos ...

• Idioma: Português
• Editora: Laura Lago
• Data de lançamento: 20 de nov. de 2020
• ISBN: 9781071575611

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Autora # 1 em Erótica e Política (Espanha) em menos de 7 dias à venda.

Dedicado a;

Alba, por ser a mulher mais bem sucedida que eu conheço.

Minha mãe. Sem ela, isso não seria possível.

Capítulo 1

A estação rodoviária nesta pequena cidade a duas horas de Miami é tão feia e suja como você poderia imaginar, mas não vim exatamente para apreciar a vista, embora tenha vindo para olhar. Por enquanto. Antes de atuar você tem que assistir e se certificar de que tudo está como deveria. Só um idiota avançaria sem ter tudo pronto.

Ponho as mãos no bolso da calça, onde sinto as chaves do meu carro e de casa. Eu sorrio. Tudo pronto! Agora só falta salvar a princesa.

Minha princesa não nasceu em um castelo, mas em uma mansão. Ela não é filha do rei e da rainha, mas do chefe da máfia de Miami e uma dançarina de strip-tease aposentada com seios falsos. Ele não cresceu entre acompanhantes, mas entre garotas chiques e bandidos com barbas de vários dias, e não sabe cantar e atrair pássaros, mas é bom em pintar as unhas e em colocar adesivos daqueles tão coloridos que tias a partir de 2000, eles os amam.

Minha princesa não é uma princesa, talvez, mas ela é especial e é minha.

Já a vi sentada no banco em frente ao cais do ônibus que a levará daqui para a Califórnia. É normal que minha princesa queira fugir para um lugar como este. Em vez de aposentados você encontrará hippies, mas se sentirá em casa em um lugar com praia, sol e turismo. Algum dia eu gostaria de poder levá-la a Los Angeles para curtir a cidade das estrelas e me perder na calçada da fama e no calçadão de Santa Monica, mas hoje não será esse dia.

Não posso deixá-lo ir sozinho, porque minha princesa, embora não tenha vivido exatamente em um castelo, não sabe viver em nenhum outro lugar. E mesmo que sua fortaleza não fosse protegida por um dragão cuspidor de fogo, mas pelo filho da puta de seu pai e seus quinhentos capangas do mercado negro com metralhadoras, ela precisa de um cavaleiro para salvá-la.

O cavalheiro sou eu.

Ainda é muito cedo para ela ir embora. Lyra olhou para o relógio três dúzias de vezes, mas ainda o faz mais uma vez. Ela está ansiosa. Eu sei que ela é porque continua mordiscando a unha do dedo mínimo. Ela parou de fazer isso há muito tempo, quando começou a pintar as unhas depois de assistir a centenas de tutoriais no YouTube, mas ainda tem aquele gesto nervoso.

Eu sei que até o final desta noite você vai se arrepender de ter lascado a unha do dedo mínimo e que a primeira coisa que você vai fazer é lixar os defeitos e aplicar uma camada de laca para reparar os danos, mas agora não posso deixar de me arrepender do pequeno acesso de raiva que ocorrerá quando você descobrir do que você está fazendo.

Tem fome. Sei disso porque a vi olhando de relance para o restaurante-lanchonete da esquina do outro lado do cais, entre os ônibus e os passageiros que vão e vêm. Eu sei que você adoraria mergulhar seu garfo em uma colher de purê de batata e comer dois ou três hambúrgueres e um shake de chocolate de sobremesa. Eu sei porque ela gostava de ser levada a lugares como este, gordurosos e caseiros, como qualquer criança suburbana iria sem problemas.

Eu a vejo suspirar, coçar a nuca, pegar sua mochila e ir para o restaurante. Ela sabe que é perigoso, que não deve andar mais do que já fez, mas está com fome. Entrar no estabelecimento tentando passar despercebida e pedir mesa a uma das garçonetes que se veste como se ainda estivéssemos nos anos 50.

Tenho que me mover um pouco para continuar olhando para ela. As mesas mais distantes da porta estão ocupadas. Má sorte, Lyra. Ela se senta em uma daquelas poltronas de couro forradas de plástico e aceita uma xícara de café da garçonete.

Eu vejo como ela mexe os lábios e pede algo; a garçonete sai e Lyra fica sozinha. Ela olha para o celular enquanto olha para a porta. Eu sinto. Ela sabe que estou atrás dela, embora eu tenha tomado cuidado para que não nos cruzássemos, nem ela suspeitasse de minha presença aqui. Minha princesa precisa de seu cavaleiro.

A garçonete traz para ela um prato de ovos fritos, bacon bem passado, purê de batata e um waffle com uma bola de sorvete por cima. Lyra gosta de misturar sabores. Ela é uma garota peculiar. Ela adora lixo como maçã verde com queijo azul ou xarope de framboesa no cachorro-quente. Ela costumava rir de mim quando eu me opunha às suas criações gourmet e me dizia que as pessoas fazem isso com mais frequência do que eu penso.

Ouvi-la rir novamente é tudo que eu quero. Eu quero que ela lute comigo, me chame de teimoso, retrógrado. Deixe-a correr meus dedos pelo meu cabelo e sobre minha mandíbula áspera, deixo-a reclamar quando eu a beijo e roce minha barba, deixe suas unhas cravarem em minhas costas. Essa é a princesa que amo, aquela que costumava ficar comigo e gostava, não aquela que se separou de mim em um emaranhado de medo e remorso por causa de seu pai.

Agora ele não pode mais machucá-la. Eu vou protegê-la. Até de si mesma, se necessário.

Lyra tem apenas dezenove anos, mas às vezes parece uma mulher de vinte e cinco. Ela tem cabelos castanhos bem claros, quase louros, presos em um rabo de cavalo que revela seu pescoço branco. Eu amei correr meus lábios sobre a nuca macia de seu pescoço, cavando meus dentes nela para que ela estremecesse sob meu corpo. Espero que eu possa fazer isso de novo.

Seus traços são delicados, com um queixo claramente delineado, mas não quadrado, nariz