Uma Paixão MEIO Diferente 3: O Amor Real
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Uma Paixão MEIO Diferente 3 - Débora Mendes
Uma Paixão
Meio
Diferente
O amor real
Débora Mendes
Era como se a minha vida não fosse mais minha. Eu me lembro; Quando eu era criança eu via os meus pais e os outros adultos em geral e desejava crescer rápido... - Por quê? - Pensava que ser adulta era viver sem ter medos. Ter liberdade de fazer escolhas, tomar decisões e ter controle da sua vida sem precisar dar satisfações. Eu cresci um pouco e ser adulto ainda me cativava, pois eu achava que o controle estava nas escolhas... Mas hoje eu sei que quem dita a maré são as ondas e que por muitas vezes elas se formam repentinamente e nos leva aonde elas querem chegar.
I As ondas
Começando pelas notícias boas...
Passei pra uma das melhores universidades... Estou no penúltimo período em engenharia química o que faz com que meus pais suspirem orgulhosos. Trabalho manipulando medicamentos há dois anos em uma farmácia, não é o emprego dos meus sonhos, mas é perto da faculdade e fica a duas quadras da minha nova casa e com esse emprego eu pago as minhas contas. Na verdade a metade delas... Divido tudo com Gabriela, que mora comigo há quase dois anos.
Sair de casa foi difícil, mas extremamente necessário. Pegar um ônibus para ir para casa todos os dias às dez e meia da noite e chegar quase meia noite em casa era cansativo, a mesma coisa era acordar as seis da manha para ir trabalhar. Meus pais entenderam a necessidade e embora tenham ficado tristes e preocupados. Emily ganhou um quarto maior.
Com toda essa correria não sobrava tempo pra paquerar. Nesses cinco anos eu só vivi dois romances
se é que posso chamar assim... Já Gaby...
Morar com ela é ótimo... Na verdade quase nem nos vemos muito. Diferente de mim ela fez a faculdade dos seus sonhos e trabalhava na área como estilista. Dividíamos todas as nossas despesas.
Sempre nos demos bem eu a apoio em tudo e sempre que possível a ajudo profissionalmente, porem se o assunto for romance ela sempre mete os pés pelas mãos. De qualquer forma, sempre estou ali. Ao seu lado para ver ela se quebrar mais uma vez e pra abraça-la enquanto ela chora por mais um fracasso amoroso.
Em meio ao seu momento de desilusões ela sempre diz coisa do tipo -Caty. Nunca mais vou me apaixonar
e horas depois ela se arruma e sai para uma noitada. Enquanto ela segue esse ciclo vicioso e frenético, buscando a felicidade em vários braços sem se dar conta de que o verdadeiro amor, ela deixou pra trás... Eu sigo focada rumo ao termino da faculdade e em minha busca incansável por um lugar ao sol; É uma expressão aplicável. Procuro assuntos que me levem a ser o que sempre quis me tornar, uma grande jornalista.
Levada por esse desejo imenso comecei a escrever e publicar textos do cotidiano, em uma coluna do jornal local. Pagando para publicar essas matérias
. Preciso lutar pelo meu sonho, mesmo que eu precise abrir mão do sonho do meu pai.
Essas são as novidades, agora que você já esta super atualizado. Vamos falar do passado.
...
Você pode estar se perguntando o que aconteceu após aquela noite na virada do ano. Eu poderia contar como foram os dias que decorreram aquele com detalhes, todavia pensar nisso não me traz boas lembranças. Apesar disso vou contar em parte
Caio não podia mais ficar comigo, pois ele teria que ir para Nova York o mais rápido possível.Sua mãe estava com um câncer e não sei bem explicar, era grave e ela precisava de tratamento especializado. Eles voltariam o mais rápido possível. Foi o que disseram. Estimava-se que aproximadamente oito meses.
E claro que meu amor por Caio venceria a distancia e o tempo... Isso era o que eu pensava.
Ele ainda ficou comigo vinte dias e então era hora do adeus
ou melhor ate logo
foi o que dizemos um ao outro quando nos despedimos e juramos nos amar para sempre.
Quando ele chegou à Nova York nos conversávamos sempre por mensagens vídeos e ligações. Chegava da faculdade louca para falar com ele, ver ele e contar tudo para ele. Era imensa a saudade, a única coisa que me deixava feliz era pensar que logo estaríamos juntos.
Caio precisava estudar e sua família era bastante influente. Ele conseguiu uma oportunidade em uma ótima universidade de medicina. -Sim! Assim como eu, ele abandonou o seu sonho de ser um grande atleta para seguir os sonhos dos pais. Quando ele me contou a novidade estava radiante pela oportunidade e eu também fiquei feliz,por ele, embora isso significasse no fundo que talvez ele não voltasse em oito meses. Ele teria que terminar pelo menos o primeiro ano para depois se transferir. E foi exatamente assim, mas tudo bem eu poderia esperar mais quatro meses.
Ao final daquele ano sua mãe ainda precisava de cuidados e ele não podia voltar... Eu espero
pensava não tão otimista mais ainda cheia de esperança.
Com a correria e a diferença de fuso horário começamos a nos desencontrar. E a cada dia era mais difícil conversarmos. Eu sentia que estava perdendo ele. Ate o dia que tive certeza. Lembro-me como se fosse ontem:
Uma tarde simples, sem nada de especial. Eu estava em casa terminando de me arrumar pra ir pra faculdade. Acho que estava penteando meu cabelo enquanto procurava um livro pelo quarto, quando minha mãe então entrou no mesmo com um envelope nas mãos. Ela me entregou o mesmo, era destinado a mim. Era uma carta de Caio, o que me deixou animada. Mas quando eu a abri... Dentro havia apenas uma foto. Nessa foto ele estava abraçado com uma garota muito, muito (Adorável, e detestavelmente) bonita... Meus olhos se encheram de lágrimas imediatamente e eu me sentei na cama e fiquei completamente sem direção. Parei de me arrumar não conseguiria ir a lugar nenhum. Olhei a foto varias e varias vezes e o que mais doeu foi o fato dele estar sorrindo de uma forma tão natural e verdadeira. No verso da foto poucas palavras estavam escritas. Era algo sobre um pedido de desculpas e dizia Você também precisa seguir em frente
E foi essa a onda que nos distanciou!
II Que comece a nova eu
Meu cabelo foi da cintura para altura dos ombros a cor castanha dos